Por Vladimir Spinelli Chagas (*)
Algo invisível
desafiou o mundo: e parece estar vencendo.
O coronavírus, nas
diferentes tipologias conhecidas desde os anos 1960, infectou pessoas e
animais, causando doenças respiratórias. Mais forte, em 2002, o Sars-Cov
(Síndrome Respiratória Severa Aguda) alastrou-se por vários países, infectando
8.000 e matando 800 pessoas, até ser controlado em 2003.
Em 2012 uma nova
tipologia surgiu no Oriente Médio, o Mers-Cov (Síndrome Respiratória do Oriente
Médio), provocando infecções respiratórias em área geográfica mais restrita,
mas em forma mais grave.
Em 2019 é a vez do
Sars-Cov2 (Covid-19) cuja disseminação global tem assustado e causado
incertezas, pânico, graves infecções e mortes. Muitas mortes.
O que o Covid-19
provoca na área da Saúde, no entanto, não é tudo quando se analisa as outras
doenças que ele vem provocando no tecido social, especialmente no Brasil, por
terem nele vestido roupagens políticas e ideológicas que exacerbam os medos e
apontam culpados, sem melhores contribuições para o problema.
As informações
também são complicadas, porquanto o vírus tem um modus operandi que, embora
razoavelmente conhecido, está sempre a surpreender. Adapta-se às condições
locais e dificulta as extrapolações estatísticas.
O certo é que, uma
vez transmitido ele continuará a se alastrar de forma quase incontrolável e só
com o tempo haverá imunização pela contaminação ou por vacinação, quando
existir.
Mas a principal
frente de batalha que se trava hoje no Brasil, usando a Covid-19 como vetor, é
uma inócua busca em valorizar ou o lado da Economia ou o lado da Saúde. E essa
busca é inútil porquanto as duas são, de alguma forma, interdependentes.
O isolamento
social, de extrema importância em um primeiro momento para achatar a curva de
infecção do Covid-19, em um momento seguinte poderia sufocar a Economia com
graves danos à Saúde.
Precisamos, pois,
de uma convivência saudável e centrada no real inimigo, deixando de lado as
brigas ideológicas ou partidárias e então teremos melhores condições de
encontrar o antídoto. Tolerância é, aqui também, uma palavra-chave.
(*) Professor
da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do
CRA-CE.
Fonte: Publicado In: O Povo, Opinião, de 6/4/20. p.16.
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