Precisamos,
estrategicamente, pensar o futuro. Não somos contra o progresso, todavia não
concordamos quando ele é realizado e, em consequência, ocorre uma expansão no
número de pessoas excluídas e oprimidas. Tais inquietações fazem nos lembrar de
Gandhi: “A força de um homem e
de um povo está na não violência”, bem como de Santo Tomás de Aquino: “Há homens cuja fraqueza de inteligência não
lhes permite ir além das coisas corpóreas”. Sem preconceitos, é fundamental a leitura de filósofos e
cientistas como Aristóteles, Santo Agostinho, Kant, Hegel, Ricardo, Marx, Weber
e tantos outros. Cremos que a grande crise mundial é consequência do aumento do
pragmatismo tático e da redução das correntes de pensamento filosófico. Não obstante
as diferenças culturais dos povos, existem características básicas que devem
ser comuns, tais como: a justiça; a perspectiva de mobilidade social; a
soberania popular, evidenciada por convicções democráticas e não por forças
autoritárias; como também a busca permanente da paz. Nunca procuremos a
subserviência para alcançarmos uma pseudo-felicidade, mas sim a inquietação
sincera como forma de chegarmos à liberdade. Concordamos que o modelo do Estado
Democrático de Direito está esgotado. Na verdade, muitas vezes é injusto, pois
permite privilégios. Por exemplo: foro privilegiado. Antes que voltem os
defensores de regimes totalitários, é importante que se coloque nas agendas de
debates, em fóruns nacionais e internacionais, a criação do Estado Democrático de
Justiça. Como disse Cícero: “Summum
jus summa injuria” (O supremo direito é
a suprema injustiça).
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 16/3/2018.
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