terça-feira, 6 de agosto de 2019

QUE CALOR!


Por Weiber Xavier (*)
A onda de calor que envolveu o continente europeu neste verão onde temperaturas chegaram a incríveis 40 graus pode ser facilmente encontrada também em algumas cidades do interior cearense.
Insolação é a condição mais perigosa em um espectro de doenças causadas pelo calor que vão desde a exaustão pelo calor à insolação, situação em que a elevação da temperatura corporal (hipertermia) devido à acumulação de calor anula a dissipação de calor durante o exercício ou exposição ao estresse ambiental. Clinicamente, a insolação é caracterizada por disfunção do sistema nervoso central, falência de múltiplos órgãos e hipertermia extrema (geralmente mais de 40,5 °C).
Dependendo da causa, a insolação pode ser categorizada como clássica (passiva) ou relacionada com o esforço. Ambos os tipos derivam da incapacidade de dissipar o calor corporal excessivo. A insolação clássica é devida à exposição ao calor ambiental e aos mecanismos de dissipação de calor e afeta mais a idosos e crianças enquanto a insolação por esforço está associada ao exercício físico e aos resultados quando a produção excessiva de calor supera os mecanismos fisiológicos de perda de calor afetando mais atletas, trabalhadores rurais e militares. Embora a compreensão da fisiopatologia ainda não esteja completamente esclarecida acredita-se que a insolação deva-se a uma alteração termorregulatória, onde o ganho de calor seja maior do que a perda de calor, levando a uma inadequação do débito cardíaco além de uma resposta inflamatória e disfunção múltipla de órgãos.
A insolação é uma condição de risco de vida, se não for prontamente reconhecida e efetivamente tratada.
Certas medidas preventivas simples, como manter-se hidratado, usar roupas leves, evitar atividades extenuantes em ambientes quentes e reduzir a exposição ao estresse pelo calor, bem como mudar atitudes nos esportes (tentar agendar o exercício ou trabalho físico para partes mais frias do dia, como de manhã cedo ou à noite) e abordar questões socioeconômicas que aumentam o risco, podem reduzir a prevalência da insolação.
(*) Médico e professor de Medicina da UniChristus.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 8/07/2019. Opinião. p.18.

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