segunda-feira, 16 de agosto de 2021

DROGAS: um problema mundial

Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)

A produção e a venda de drogas, bem como a lavagem do dinheiro do tráfico, constituem, sem dúvida, um dos principais elementos de complicação dos entendimentos políticos, econômicos e sociais do século 21 no mundo. Vale ressaltar, que a atividade criminosa vem sendo estimulada, em muitos pontos: pelo processo de globalização, baseado num relacionamento perverso do tipo centro-periferia, pelos problemas éticos e morais de determinadas autoridades públicas, bem como pela certeza de impunidade, principalmente no que diz respeito aos crimes do “colarinho branco”. Sem dúvida, é lamentável, o narcotráfico tornou-se um importante setor econômico para alguns países. Passando dos aspectos macros, para aqueles relacionados intrinsecamente com as famílias e as pessoas, percebemos com mais nitidez o mal causado pelas drogas. A desarticulação familiar, filhos matando pais e vice-versa e irmão destruindo literalmente a vida de irmãos, leva-nos a prever dias de angústia, de desesperança e de mais violência. Estamos perplexos e com medo. Sem deixar de reconhecermos a importância da repressão, acreditamos na eficácia da prevenção, mediante investimentos na área social, criação de empregos, melhoria na distribuição de renda, redução da pobreza, enfim, no desenvolvimento integrado e sustentável. Ao destacar a relevância da “prevenção”, lembramo-nos de uma fábula do legendário Esopo- a cigarra e a formiga - cuja lição de moral é a seguinte: “Por mais que se castigue o homem mau, ele nunca se emenda.” O importante é proporcionar-lhe condição para que ele não tenha desvio de conduta, mediante as conhecidas ações preventivas, notadamente a educação cognitiva e comportamental. Estamos perplexos. As pessoas vivem com medo, os jovens estão perdendo a autoestima e os bandidos, infelizmente, estão criando um Estado dentro de outro. A droga deixou apenas de ser um negócio escuso para se tornar, contra a vontade da grande maioria das nações, num problema cultural. Devemos aproveitar a globalização para combater o narcotráfico e não, para facilitar. Por fim, precisamos ter consciência de que o sentido da vida é ser útil e feliz. “Não às drogas”.

(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.

Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 6/8/2021.

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