Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta(Prefiro protestos a receber condolências)
Golda Meir (1898- 1978)
O humor judaico é uma das grandes heranças desta forma de
expressão humana.
Seu mais eficaz instrumento é fazer graça de suas
próprias características com dolorosa e infeliz sutileza. Espelha a história do
povo judeu. Reflexo das suas alegrias e angústias, anseios e desalentos.
Exprime suas infindáveis aspirações por um Mundo no qual justiça, misericórdia,
compreensão e igualdade prevalecerão, não só para si, mas para todos os povos.Mas, será que existe mesmo um humor judaico?
Sim, ele existe e faz graça da própria desgraça. A técnica foi aperfeiçoada por anos e anos de perseguições, tendo nascido no século XIX, nos shetls, palavra em iídiche que se refere aos miseráveis povoados, vilas ou aldeias da Europa Oriental, onde eles eram permitidos morar.
O shtetl surgiu como resultado de dois processos intimamente relacionados: primeiro, a exclusão social dos judeus e sua permanência, apenas, em determinadas áreas (conhecidas como Zonas de Residências Judaicas); e, segundo, a restrição dos seus direitos, como o de circulação nas cidades, o de exercer cargos no governo e a posse de campos de cultivo.
Vale salientar que o confinamento dos judeus, e suas Zonas Especiais de Residência facilitaram a política nazista da chamada Solução Final da Questão Judaica (Endlösung der Judenfrag), cuja ocorrência é negada por muitos líderes atuais.
Mas vamos ao que interessa na conjuntura internacional,
atual.
Israel Invade a Faixa de Gaza bradam as mídias. Judeus ou
Israelenses estão praticando genocídio.
Manchete dos jornais do dia seguinte:
Herói anônimo abate perigoso leão/Salva a vida de uma
criancinha/Herói arrisca a própria vida para salvar uma menina.Dois dias após, um repórter investigativo descobre que o herói era — um judeu.
Nova manchete:
“Judeu desalmado mata indefeso leão/Leão desarmado é morto a tiros por perverso judeu...”.
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco.
Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE)
e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).
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