Estamos
nas vésperas das eleições e, novamente, os mesmos problemas, cada vez mais
graves. Até onde vamos suportar essa repetição de causas e efeitos dos
problemas? A experiência dos países desenvolvidos e com melhores qualidades de
vida mostra, desde há muitos anos, que as causas fundamentais do
desenvolvimento nacional são: educação e saúde, com consequente diminuição da
pobreza e maior satisfação de viver.
E
que isso somente se obtém através de planejamento estratégico e prospectivo
(manejando o passado, presente e futuros prováveis) e uma administração
eficiente e adequada para os diferentes momentos. A violência, desemprego,
fome, falta de moradias etc. se transformam em outros efeitos e assim,
sucessivamente prejudicam a nossa qualidade de vida e satisfação de viver. E
tudo isto deve ser bem planejado e administrado, para poder ser solucionado.
Por
“coincidência”, durante toda minha vida, tenho tido a satisfação de trabalhar
nessas duas áreas. Tive a felicidade de ser convidado por amigos brasileiros,
para planejar e administrar várias organizações educacionais e de saúde no
Brasil, Venezuela e Colômbia, quando lá trabalhava na OMS/OPS (Organização
Mundial da Saúde). Assim, pude aprender mais e ser autor e co-autor de livros
detalhando o que, o como, o quando, o que não fazer, e também mudando, quando
necessário.
Quais
são os planos de governo dos nossos candidatos? Apenas tentam responder,
propondo diferentes soluções para os graves, menos graves e os existentes nas
áreas ou locais visitados em campanha, na intenção de angariar votos. Mas, e o
dinheiro para os planos de educação e de saúde? Ele deve estar assegurado no
próprio orçamento anual do país, com a distribuição que deveria ser proporcional
à importância das causas e de seus efeitos e não da maneira como tem sido até
agora, pelos interesses dos dirigentes e, muitas vezes, sendo desviado ou
roubado. Além disso, e isto é comum nos países desenvolvidos, uma melhor e mais
adequada distribuição do imposto de renda. Em alguns países, os valores são tão
elevados, na medida dos mais ricos, que muitos resolvem criar organizações não
governamentais para o povo, com excelentes resultados.
Por
coincidência, trabalhei na excepcional Fundação Kellogg’s, que também
desenvolve excelentes programas em vários países e onde ouvi a frase: “O povo
também é nosso”. Visitei alguns deles na América do Sul e depois, até para nós,
em Fortaleza, tivemos a ajuda dessa Fundação para o Nami (Núcleo de Atenção Médica
Integrada) da Unifor.
E,
novamente, lembro aquele importante candidato, que convidou nossa equipe de
planejamento para elaborar o seu plano de ação, em educação, sob uma condição:
”Esqueçam tudo o que já foi feito! Vamos começar tudo de novo!” E que ficou
extremamente surpreso quando nós não aceitamos o seu importante (?) convite.
Fantasias de um médico, professor velho e aposentado? Não! Mas, como sempre,
aquela velha frase me vem à lembrança: “A esperança é a última que morre!”
(*) Médico, professor e ex-presidente da Academia Cearense de
Medicina.
Fonte: O Povo,
Opinião, de 24/9/2014. p.10.
Nenhum comentário:
Postar um comentário