segunda-feira, 5 de junho de 2017

ASMA, MORTE ZERO EM 2021

Márcia Alcântara Holanda (*)

Vale lembrar, entretanto, que a asma não tem cura; portanto, é uma doença crônica, mas tem controle absoluto

O Dia Mundial da Asma foi comemorado no último 2 de maio de 2017 e celebrado com grande entusiasmo pelos asmáticos de Fortaleza e pelo time de profissionais de saúde da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) em parceria com a Sociedade Cearense de Pneumologia e Cirurgia Torácica (SCPCT).
A razão de tanto entusiasmo foi o desempenho técnico e tático desse time composto por pessoas de múltiplas profissões, que de 2013 a 2016 venceu em 59% e 47% as partidas contra os adversários maiores dos asmáticos: as crises mortais e as que geram grande sofrimento e internações (DataSUS-2016). Vale salientar que é o Programa de Atenção Integral à Criança e Adulto com Asma de Fortaleza (Proaica), que norteia a desenvoltura do time. Esse programa foi criado em 1996 por médicos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (FM-UFC) e da então Sociedade Cearense de Pneumologia e Tisiologia (SCPT), porém somente em 2013 foi que recebeu algum apoio institucional. Mas ainda não está institucionalizado.
Essa resistência de tantos anos, por parte das instituições ao Proaica, aconteceu provavelmente porque é revolucionário, inovador, não burocratizado, de baixíssimo custo e com necessidades extras mínimas para o seu pleno funcionamento. Um tripé poderoso sustenta o Proaica: 1) A disseminação do conhecimento e habilidades no manejo da asma, a partir de capacitações no mais elevado estilo participativo. O Proaica capacitou, nesse intervalo de três anos em que se tem controlado a doença, 2.800 profissionais de saúde; 2) Disponibilidade das melhores medicações, específicas para o controle das crises: são as bombinhas, de fácil manejo e grande poder de controle, já comprovados e seguros quanto ao seu uso; 3) Ampla e plena comunicação entre os profissionais envolvidos com o programa. Acrescente-se a esses sustentáculos: a adoção do prontuário eletrônico que já inclui os asmáticos matriculados no Proaica; a intensa interação tecnológica entre seus componentes, utilizando amplamente as redes sociais e a adoção da pré e pós-consulta que reforçam em muito a relação dos pacientes com os profissionais que os atende.
Essa última aumenta muito a confiança dos beneficiados e a capacidade para domínio de sua própria doença por meio da maior adesão às medidas de controle. Vale lembrar, entretanto, que a asma não tem cura; portanto, é uma doença crônica, mas tem controle absoluto. Pelo exposto, estabeleceu-se uma meta idealizada pelo time do Proaica, que é manter e intensificar esse embate contra mortes e internações por asma na tentativa de alcançar o ideal: asma, morte zero em 2021.
(*) Médica pneumologista; coordenadora do Pulmocenter; membro da Academia Cearense de Medicina.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 16/05/2017. Opinião. p.11.

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