Não tardou a Virgem a mostrar por novos sinais que tinha escolhido esta imagem para distribuir favores especiais aos seus devotos
No
dia 12 de outubro de 2017 a Igreja Católica celebrou o jubileu dos 300 anos da
retirada da imagem de Nossa Senhora da Conceição de Aparecida das águas do rio
Paraíba no município de Guaratinguetá (SP). Em 1717, três pescadores, Domingos
Garcia, João Alves e Felipe Pedrosa, moradores nas margens do rio Paraíba de
Guaratinguetá, desanimados por não terem apanhado peixe algum, depois de várias
horas de trabalho, já estavam rumando de volta para casa, quando lançando mais
uma vez a rede, retiraram das águas o corpo de uma imagem sem cabeça e, num
segundo arremesso, encontraram também a cabeça da imagem de terra cozida.
Impressionados pelo evento, experimentaram mais um lance
da rede, e naquele momento foi tão abundante a pescaria que encheram as três
canoas. Limparam a imagem com muito cuidado e verificaram que se tratava duma
imagem de Nossa Senhora da Conceição, de cor escura. Colocaram na capela de sua
pobre vila e diante dela começaram a fazer suas orações diárias. Não tardou a
Virgem a mostrar por novos sinais que tinha escolhido esta imagem para
distribuir favores especiais aos seus devotos. A devoção e a afluência do povo
cresciam todos os dias e por isso impunha-se a construção duma capela em lugar
apropriado a fim de facilitar a devoção dos fiéis. Estava aí o morro dos
coqueiros, o mais vistoso de todos os altos que margeiam o rio Paraíba. Em cima
deste morro foi construída a primeira capela em 1745 e foi celebrada a primeira
missa. A imagem de Nossa Senhora da Conceição, já então chamada pelo carinhoso
nome de Aparecida, estava em seu lugar definitivo, dando origem à cidade do
mesmo nome.
As etapas ascensionais que incrementaram a devoção a
Nossa Senhora Aparecida são as seguintes: a primeira capela, várias vezes
reformada e aumentada, era pequena demais e foi substituída em 1888 por outra
muito maior e mais artística. Feita a construção material, o bispo diocesano
quis prover o santuário com adequado serviço religioso. Para isso, em 1893
convidou os Padres Redentoristas, que desde o ano 1894 exercem com admirável
zelo a direção e assistência espiritual do santuário. No dia 8 de setembro de
1904, por especial privilégio concedido pelo Santo Padre o papa, procedeu-se à
solene coroação da imagem de Nossa Senhora de Aparecida, na presença de grande
número de bispos. Em 1908 o papa elevou o santuário à dignidade de basílica. Em
1930 o Papa Pio XI, acolhendo favoravelmente o pedido dos bispos do Brasil,
proclamou solenemente Nossa Senhora de Aparecida padroeira principal do Brasil.
(S.Conti, O Santo do Dia, Vozes, 4ª ed. 1990, páginas 451-454)
As romarias continuaram somando vários milhões de
romeiros todos os anos. Em 1950 foi resolvido construir um templo mariano novo
e bem maior. A construção com suas dependências durou mais de vinte e cinco
anos e, finalmente, foi solenemente consagrado na histórica visita do papa João
Paulo II ao Brasil, no dia 4 de julho de 1980. Em 2015, quase 14 milhões de
romeiros visitaram a Brasílica de Aparecida.
No dia 24 de julho de 2013, o Papa Francisco visitou e
celebrou a Santa Missa na Basílica Nacional de Aparecida, pedindo à Nossa
Senhora para interceder junto com seu Divino Filho para o sucesso da Jornada
Mundial da Juventude. Papa Francisco ficou encantado pela beleza da Basílica e
a fé do povo de Aparecida. Ele demonstrou o desejo de voltar para dirigir as
comemorações dos 300 anos da retirada da imagem de Aparecida do rio Paraíba.
Infelizmente, por motivos superiores, não pôde cumprir essa promessa.
(*) Padre redentorista e assessor da CNBB
Reg. NE.
Fonte: O Povo, de 14/10/2017.
Opinião. p.11.
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