Foram cinco anos de preparação, nos quais a imagem foi entregue solenemente às dioceses brasileiras, que a fizeram peregrinar
Chegamos ao grande momento de celebração dos 300 anos do
encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do rio Paraíba do Sul.
Foram cinco anos de preparação, nos quais a imagem foi entregue solenemente às
dioceses brasileiras, que a fizeram peregrinar pelas paróquias, comunidades,
escolas, hospitais, cadeias, presídios, residências etc. Inúmeros eventos foram
promovidos pelos devotos para que pudéssemos chegar a esse momento com o
coração agradecido, palpitante de alegria e regozijo pelo grande presente que
Deus concedeu ao povo brasileiro, por meio de uma pequenina imagem surgida das
águas.
É chegada a hora de cantar: “Quero lembrar os fatos que
aconteceram naquele dia, quando, por entre as redes, aquela imagem aparecia.
Vendo surgir das águas a tosca imagem de negra cor, agradeceram todos à Mãe de
Cristo por tanto amor”. Recordar é viver, por isso fazemos memória de uma
“teofania”, uma manifestação divina na história humana. Na singeleza da vida
humilde de uma aldeia de pescadores no início do século XVIII, Deus quis
mostrar seu amor infinito pelo povo da Terra de Santa Cruz.
Tenho a certeza de que os devotos da Rainha e Padroeira
do Brasil querem prestar uma grande homenagem àquela que nos foi dada como
símbolo nacional de fé. Com essa convicção, convido todos a soltar a voz e
dizer bem alto: “Venho cantar meu canto, cheio de amor e vida. Venho louvar
aquela a quem chamo ‘Senhora de Aparecida’. Venho louvar Maria, Mãe do
libertador. Venho louvar a Virgem de cor morena, por seu amor”.
Neste ano de festa, as celebrações do Santuário, bem como
seu calendário, sofreram alterações. A Novena, que tradicionalmente iniciava no
dia 3 de outubro, este ano começou no 1º dia do mês. Em cada dia, celebramos a
presença de Maria na vida do povo, e a relação dos devotos com nossa Mãe
amorosa.
Por isso, demonstramos como a pequena imagem foi ganhando
o coração do povo brasileiro, a começar pelos dos três pescadores. Eles foram
os primeiros a acolherem a presença da Mãe com carinho e a verem Ela um sinal
de Deus para seu povo. A partir deste acolhimento, surgiu a missionariedade, a
partilha, a comunhão eclesial, que culminam com a proteção e o carinho materno que
há três séculos são derramados no coração e na vida do povo brasileiro,
celebradas nos dias 10, 11 e 12.
Esperamos que os momentos que compõem esta celebração
jubilar sejam mais do que momentos especiais de oração; desejamos que sejam
restauradores de vidas, recuperadores de dignidades perdidas, libertadores de
escravidões, restauradores de imagens e semelhanças divinas, como tem sido a
história da devoção a Nossa Senhora Aparecida, ao longo desses 300 anos de
bênçãos e de graças.
(*) Reitor
do Santuário Nacional de Aparecida (SP).
Fonte: O Povo, de 14/10/2017.
Opinião. p.11.
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