Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Alguns analistas da
Ciência Econômica complicam a interpretação dos fatos. Como se não bastasse a
interdependência entre a política e a economia, o uso do “economês” – como do
“juridiquês” - deixa a pessoa não especialista confusa e insegura. Por exemplo:
- por que usar “coeteris paribus” ao invés de “tudo mais constante”? ou “policy
makers” no lugar de “formuladores de políticas”? Será que é para demonstrar
saber? Recentemente, ouvindo um debate sobre Balanço de Pagamentos (BP) fiquei
perplexo. O que foi exposto, acredito, não era para os ouvintes compreender.
Diante destas observações, tenta-se mostrar a seguir de forma um pouco mais
clara e resumida o que é um “BP”. É o registro das transações entre os
residentes e não residentes de um país durante um determinado período de tempo.
Compõe-se de dois grupos de contas: a) Contas operacionais, que dizem respeito
aos fatos geradores do recebimento ou do pagamento de recursos externos; e b)
Contas de caixa, que registram o movimento dos meios de pagamento. A estrutura
do “BP” é a seguinte: a) Transações correntes, compreendendo a balança
comercial (exportações e importações), a balança de serviços (juros, seguros,
fretes, etc.) e os donativos; e b) Movimento de Capitais, abrangendo capitais
autônomos (investimentos, amortizações, empréstimos, etc.) e capitais
compensatórios. O surgimento de capitais compensatórios indica uma situação de
desequilíbrio. Já não é fácil entender, porém não precisa sofisticar e sim
simplificar, para mostrar conhecimento do assunto. Como disse a Doutora Zilda
Arns: “nunca se deve complicar o que pode ser feito de maneira simples”.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 7/7/2017.
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