Nos últimos anos,
vários brasileiros e brasileiras não estão pensando e agindo em favor do
Brasil. A miséria, a desigualdade de renda, os precários níveis de educação,
saúde e segurança, o desemprego, a perversa corrupção, dentre outros, são
indicadores que nos levam a acreditar que estamos passando, não sabemos o fim,
por momentos de extrema gravidade. Por quê? A perplexidade domina a maioria da
população brasileira. Somos um povo bom e trabalhador, nosso território, em sua
grande extensão, é saudável e compatível com ações desenvolvimentistas. Cremos
que a ganância e a falta de espírito público de determinados grupos buscando
mais poder, em todos os seus aspectos, provocam um desequilíbrio moral e ético,
longe, infelizmente, dos princípios básicos da Democracia. Esta, como sabemos,
apoia-se na expectativa de garantir a representatividade e a legalidade das
decisões políticas. Os Artigos 2º e 5º de nossa Carta Magna, examinando-se
apenas os dois, mostram a desarticulação do Estado brasileiro. No Art. 2º está
dito: “São Poderes da União,
independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. É triste, mas sem generalizar, podemos
afirmar que é pura balela. A imprensa nos mostra, diariamente, desentendimentos
e brigas entre membros dos Poderes Constituídos e até do mesmo Poder. O que
está ocorrendo em certas ocasiões não é o debate e a discussão válida e cívica
sobre teses e diretrizes, mas a “judicialização da política” e a “politização da justiça”. Com relação ao Art. 5º, “Todos são iguais perante a lei, sem
distinção...”, vem sendo um
dispositivo de natureza retórica. Democraticamente, precisamos repensar o
Brasil.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 31/8/2017.
Nenhum comentário:
Postar um comentário