Por Artur Bruno (*)
O
mês de junho é pródigo em datas ambientais. Dentre elas, os Dias Mundiais do
Meio Ambiente, dos Oceanos e de Combate à Desertificação. Em todo mundo,
governos avançam na preservação. Mas o Brasil segue o rumo inverso. Ao assumir,
Bolsonaro inclusive cogitou extinguir o Ministério do Meio Ambiente. No Ceará,
e em outros estados, um movimento suprapartidário defendeu a pasta. A
manutenção, porém, não foi um alento para nossa natureza.
O
ministro Ricardo Salles tem outros interesses. O desmatamento na Amazônia
passou de 10 mil km² entre agosto de 2018 e julho de 2019, de acordo com o
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). É um aumento de 34,4% em
relação ao período anterior. É 2º maior aumento percentual já registrado no
bioma, ficando atrás somente de 1995.
A
pandemia também expôs a desigualdade no País. Bolsonaro desmontou a estrutura
de políticas assistenciais existentes, atingindo em cheio povos e comunidades
da floresta. O presidente endossa o discurso que o Brasil possui áreas de
conservação e terras indígenas "em excesso". Que o diga o desmantelamento
dos órgãos ambientais, como o Ibama e o ICMBio.
Fico
feliz em informar que o Ceará caminha na contramão deste descaso. Nosso
desmatamento da mata atlântica é o menor do Brasil, segundo a ONG SOS Mata
Atlântica e o Inpe. Os parques estaduais do Cocó e Botânico, além da Reserva da
Vida Silvestre Periquito da Cara Suja viraram postos avançados da mata
atlântica brasileira.
Estamos
ampliando nossas Unidades de Conservação (UCs). Além da regulamentação do Cocó
e a ampliação da Área de Proteção Ambiental do Ceará-Maranguapinho, foram
criadas as Áreas de Relevante Interesse Ecológico do Cambeba e da Fazenda
Raposa, além da Revis Periquito da Cara Suja. Mais cinco UCs serão criadas até
o final do governo Camilo Santana.
Estas
ações, somadas a um intenso programa de florestamento e reflorestamento de
áreas degradadas e investimento em geração de energia por métodos renováveis -
eólica e solar - mostram um Ceará que trilha um caminho de boa convivência com
nossos biomas.
(*) Secretário do
Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMA) do Estado do Ceará. Sócio do Instituto
do Ceará.
Fonte: Publicado In: O Povo, Opinião, de 23/6/20. p.16.
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