segunda-feira, 5 de julho de 2021

PENSAMENTO ECONÔMICO

Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)

O pensamento econômico, ao longo do tempo, apresentou modificações significativas. Escolas, como a Mercantilista, a Clássica, a Marxista, a Neoclássica, a Keynesiana, a Liberal, dentre outras, mostraram a importância da Filosofia e da Matemática, na formação dos princípios e propostas de cada uma delas. Em todas as Escolas, destacaram-se as bases filosóficas objetivando o entendimento da realidade. Já a matemática foi utilizada, não em todas, com vistas a investigar relações abstratas e lógicas. O progresso econômico e a conscientização das pessoas motivaram o surgimento de teses na área econômica, abrangendo, também, conceitos de ordem política e social. Cientistas e estudiosos, cada um em sua época, como Adam Smith, Ricardo, Stuart Mill, Engels, Hegel, Max Weber, Marshall e mais recentemente Keynes, Samuelson e Galbraith desenvolveram teorias fundamentadas em diretrizes filosóficas e, por outro lado, Petty, Quesnay, Walras e Leontief, por exemplo, deram ênfase a conceitos matemáticos nas suas teses do equilíbrio econômico geral. A rigor, a filosofia é dialética, ou seja, analisada como um processo que pode conduzir a discussões profundas. A matemática, no entanto, por ser uma ciência exata, é lógica, possuindo normas de raciocínio. Tanto a filosofia como a matemática são importantes na formação daquelas pessoas responsáveis pela formulação de políticas econômicas. Com relação ao Brasil dos últimos anos, a Ciência Econômica está mais próxima da matemática do que da filosofia. O que não é bom. Deriva-se a função econômica, iguala a zero e faz-se a derivada segunda menor do que zero, encontrando-se o máximo da função.  Difícil raciocinar dessa maneira quando se trata de uma Ciência Social como a Economia. As discussões e os debates estão se tornando instrumentos de retórica, não ampliando de forma desejada e adequada o pensamento existente. O Pragmatismo, com raras exceções, tomou conta dos centros de estudo e pesquisa nacionais. Talvez o processo de globalização, bem como a influência de instituições financeiras internacionais, esteja levando o restante do planeta Terra para uma situação indesejável, na base de centro-periferia.

(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.

Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 11/6/2021.

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