sábado, 30 de novembro de 2024

A FILOSOFIA DO CAMELO

Uma mãe e um bebê camelo, estavam por ali, à toa, quando de repente o bebê camelo perguntou:

— Por que os camelos têm corcovas?

— Bem, meu filhinho, nós somos animais do deserto, precisamos das corcovas para reservar água e por isso mesmo somos conhecidos por sobreviver sem água.

— Certo, e por que nossas pernas são longas e nossas patas arredondadas?

— Filho, certamente elas são assim para permitir caminhar no deserto. Sabe, com essas pernas longas eu mantenho meu corpo mais longe do chão do deserto que é mais quente que a temperatura do ar e assim fico mais longe do calor. Quanto às patas arredondadas, eu posso me movimentar melhor devido à consistência da areia! - disse a mãe.

— Certo! Então, por que nossos cílios são tão longos? De vez em quando eles atrapalham minha visão.

— Meu filho! Esses cílios longos e grossos são como uma capa protetora para os olhos. Eles ajudam na proteção dos seus olhos quando atingidos pela areia e pelo vento do deserto! - respondeu a mãe com orgulho.

— Tá. Então a corcova é para armazenar água enquanto cruzamos o deserto, as pernas para caminhar através do deserto e os cílios são para proteger meus olhos do deserto. Então o que é que estamos fazendo aqui no Zoológico???

Moral da história: Habilidade, conhecimento, capacidade e experiências, só são úteis se você estiver no lugar certo!

Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones). Sem autoria explícita.


VOU ACHAR SUA CAMISOLA!

Um grupo de 50 alunos participou de um seminário e, de repente, o professor parou de falar e começou a dar uma camisola a cada pessoa.

Ele convida cada pessoa a escrever seu nome na camisola com um marcador.

Em seguida, todas as camisolas foram recolhidas e colocadas em outra sala.  O professor pede aos participantes que entrem na sala individualmente, e localizem cada uma das camisolas em que está inscrito seu nome, em menos de 5 minutos.

Todos correram para a sala e freneticamente começaram a procurar por seu nome.  As pessoas empurravam-se e pisavam-se em desordem total.

Após 5 minutos e ainda mais, ninguém conseguiu encontrar sua própria camisola.

Então o mestre disse:

"Agora, deixe todo mundo coletar aleatoriamente uma camisola e entregá-la à pessoa cujo nome está escrito nela."

Em alguns minutos, cada um recebeu a sua camisola.

O professor então disse: "O que fizemos é exatamente o que está acontecendo em nossas vidas, todo mundo está procurando desesperadamente por sua própria felicidade ao redor, sem se preocupar com a felicidade do outro"

E por isso digo, que se você ajudar o outro a encontrar sua felicidade, também terá felicidade em sua vida.  E essa é a missão dos homens na Terra!

Aprenda a colocar um sorriso no rosto de alguém, e você também terá um sorriso, no momento.

Que ninguém mais procure por seu próprio interesse; Que cada um de vocês, em vez de considerarem seus próprios interesses, também considerem os interesses do outro.

Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones). Sem autoria explícita.

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

FOLCLORE POLÍTICO: Porandubas 819

Abro com um "causo" da Justiça.

Esselentíssimo juiz

Ao transitar pelos corredores do fórum, o advogado, que também era professor, foi chamado por um dos juízes:

- Olha só que erro ortográfico grosseiro temos nesta petição. Que coisa vergonhosa!

Estampado logo na primeira linha do petitório lia-se:

"Esselentíssimo juiz".

Gargalhando, o magistrado perguntou ao advogado:

- Por acaso, professor, esse advogado foi seu aluno na faculdade?

- Foi sim - reconheceu o mestre. Mas onde está o erro ortográfico a que o senhor se refere?

O juiz pareceu surpreso:

- Ora, meu caro, acaso você não sabe como se escreve a palavra Excelentíssimo?

Então explicou o professor:

- Doutor juiz, acredito que a expressão pode significar duas coisas diferentes.

Se o colega desejava se referir à excelência dos seus serviços, o erro ortográfico efetivamente é grosseiro. Entretanto, se fazia alusão à morosidade da prestação jurisdicional, o equívoco reside apenas na junção inapropriada de duas palavras.

O certo então seria dizer:

"Esse lentíssimo juiz".

... Silêncio geral!

Depois desse episódio, aquele magistrado nunca mais aceitou o tratamento de "Excelentíssimo juiz", sem antes perguntar:

- Devo receber a expressão como extremo de excelência ou como superlativo de lento?

Fonte: Gaudêncio Torquato (GT Marketing Comunicação).

https://www.migalhas.com.br/coluna/porandubas-politicas/392707/porandubas-n-819

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

VOLTA DO XII CONGRESSO BRASILEIRO DE EPIDEMIOLOGIA

Retornei à Fortaleza na madrugada de hoje, 28/11/2024, após participar do XII Congresso Brasileiro de Epidemiologia, realizado no Rio de Janeiro-RJ, no qual apresentei dois trabalhos na modalidade de relato de experiência.

Durante o congresso, foram relançados os livros “MEMÓRIAS DE UM SANITARISTA e MEMORIAL DE UM ONCOEPIDEMIOLOGISTA”, de nossa exclusiva autoria, publicados em Fortaleza-CE.

Nota: Com esses relançamentos alcançamos a marca de 130 (cento trinta) livros publicados.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Professor do PPSAC/Uece e Sócio da Abrasco

 


SOBRE UM FAMOSO MENINO NEGRO ÍDICHE

About one famous black yiddishe ingale

Um menino negro nasceu, neto de escravos, em um bairro pobre de Nova Orleans conhecido como o "Back of Town".

Seu pai abandonou a família quando o pequeno ainda era uma criança. Sua mãe se tornou uma prostituta e o menino e sua irmã tiveram que viver com a sua avó. Cedo na vida ele provou ter talento para a música, tentando a sorte cantando nas ruas de Nova Orleans. Seus primeiros ganhos foram as moedas jogadas para ele.

A família judia Karnofsky, que havia imigrado da Lituânia para os EUA teve pena do menino de 7 anos de idade, e trouxe-o para sua casa. Inicialmente ele fazia pequenos trabalhos da casa, em troca lhe forneciam, uma cama, comida e abrigo e ainda incluiam-o em seus jantares de Shabbat. Neste lar judaico ele permaneceu e, pela primeira vez em sua vida, foi tratado com gentileza e ternura.

Quando ia para a cama, a Sra. Karnovsky costumava cantar-lhe canções de ninar russas. Com o tempo, esse menino tornou-se o filho "adotivo" da família.

Certo dia, enquanto ajudava o Sr. Karnofsky com seu cavalo e carroça na entrega de carvão, passaram por uma loja e o rapaz apontou para um velho trompete na vitrine. Passado alguns dias, o Sr. Karnofsky, entrou e saiu com o instrumento, dando-lhe de presente. Mais tarde, ele aprendeu a cantar e tocar várias canções russas e judaicas.

Já um músico profissional e compositor, usou estas melodias judaicas em composições, tais como "St. James Infermary" e "Go Down Moses".

O menino negro cresceu e escreveu um livro sobre esta família judaica que o havia adotado em 1907.

Quem é esse menino? Você o conhece como LOUIS "SATCHMO" ARMSTRONG.

Em memória desta família e até o fim de sua vida, ele usou uma estrela de David e disse que nesta família ele tinha aprendido "como viver a vida real e a ter determinação."

Louis Armstrong orgulhosamente falava ídiche fluente! Você sabia?

Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones). Sem autoria explícita.

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

FIAR E TECER: Dona Dinha e Ciel no Cariri

Por Izabel Gurgel (*)

- Costela. Dona Dinha diz o nome do ponto que faz a mão, com agulha e linha, para juntar as partes tecidas das redes que produz em tear artesanal na casa-oficina-museu onde mora, no bairro Vila Alta, em Nova Olinda, no Cariri cearense.

Uma rede recebe várias costelas. Retangulares e explícitas na peça finalizada, espacializadas ao longo do comprimento, as costelas são um modo técnico de dar sustentação às partes tecidas em separado. Feitas no tear, cada uma das partes da rede são como longos caminhos de mesa, tapetes do tipo passarela.

Aos nossos olhos visitantes, as costelas surgem a cada vez que Dona Dinha abre uma rede para nos mostrar o trabalho pronto. As redes, sabemos, são guardadas feito origami, várias vezes dobrada sobre si.

As costelas atraem o olhar como certas flores se tornam ímãs para abelhas realizadoras do trabalho de polinização. É um recurso técnico o uso da costela na rede, repetimos, e se nos apresenta como estético. Desenho e função parecem um.

Em Santana do Cariri, município vizinho à Nova Olinda, o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens guarda fósseis de peixes que, imaginamos, bem ilustrariam um manual das artes de tecer segundo Dona Dinha.

O padrão que se repete formando a coluna vertebral nos deixa ver uma 'costela' depois da outra. Refiro-me à costela como o núcleo mais denso no eixo da coluna e não os prolongamentos a partir dela, que seriam, em vertebrados como nós humanos, as costelas propriamente ditas.

Os conhecimentos guardados por Dona Dinha do ofício que aprendeu criança são um fazer incorporado. Como na dança, ainda que estejamos dançando 'apenas' com os olhos, com um quase imperceptível movimento de cabeça e um dobrar mínimo de joelhos, o corpo inteiro está implicado no mover o tear em direção ao tecer.

Como a Terra a girar em torno de si ao tempo em que gira ao redor do sol, dança o corpo-tear de Dona Dinha. Corpo-compositor-maestro orquestrando madeiras e fios. É no corpo, com o próprio corpo, que Dona Dinha faz funcionar toda a instalação. Tão bonito e complexo o fazer quanto o feito.

Anoto aqui: o madeiramento estruturado para tecer e o manejo dele, simplificados na expressão tear manual. As medidas e maturações de cada material, os cortes, as junções, as partes móveis e o esqueleto fixo que constituem o tear. Casar trama e urdume.

O manejo de fibras vegetais até chegar ao fio, fibra fiada, à linha. O plantar e o colher, a lida com a terra. A invenção de usar pigmentos para dar ou mudar a cor de objetos criados para o cotidiano.

Dona Dinha, Raimunda Ana da Silva, é de uma família dedicada a fiar e a tecer. Artes possíveis pelo laborar na biblioteca das águas, com leituras do que chamamos natureza, coisa viva de inteligências diversas.

Penso no tear e tecer do Ciel no Cariri do Ceará. Ele vive no sítio Farias, no Arajara, em Barbalha. De 30 deste mês a 2 de novembro, participa dos 50 anos do Salão de Outubro no Crato Tênis Clube, no Crato. Vi o vídeo "O céu do mestre tecelão", na exposição individual "Céu, quando o material acusa o processo" no CCBNB.

O que quer que façamos e sejamos (hoje), trata-se de coisa de milênios. Muitos.

(*) Jornalista de O Povo.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 27/10/24. Editorial, p.2.


terça-feira, 26 de novembro de 2024

Preço do café é gosto amargo para os caririenses

Por Fabiana Arrais (*)

Passada as eleições na Região Metropolitana do Cariri, o protagonismo dos candidatos que prevalecia nas rodas de conversas deu lugar ao aumento do preço do café, e a busca por promoções nas grandes redes de atacado.

No mercado global de grãos de café o Brasil é responsável por 39,7% da produção, mas não significa que temos café bom e barato a disposição nas prateleiras. O café é um commodity (mercadoria) que gradativamente tem o preço reajustado devido as consequências internas e externas que impactam a produção, e consequentemente a oferta no mercado nacional e internacional.

De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro a agosto de 2024 o café acumulou aumento de 20,10% afetando duramente os consumidores e os empreendedores no ramo da torrefação e cafeterias.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) há duas explicações para o aumento de preço. A primeira é o fator climático (queimadas e estiagem) que prejudicam a produção. A segunda é o fator externo, o Vietnã (grande produtor de café) sofreu com a baixa produtividade, e para suprir a demanda de mercado investiu alto para adquirir o grão de café brasileiro.

Diante deste cenário, os produtores nacionais optaram por vender seus grãos em dólar - já que o câmbio é favorável - em detrimento a abastecer o mercado interno. Se analisarmos pela perspectiva do bom negócio, os produtores lucraram! Porém contribuíram para o desequilíbrio entre a demanda e a oferta do café internamente.

Por outro lado, a nossa perspectiva (consumidores) é de que os preços das múltiplas marcas de café sofreram o efeito dominó, ou seja, se o preço de 250g do café mais acessível variava entre R$ 6,00 e R$ 8,00 reais, atualmente o preço chegou a R$ 10,00. É importante frisar que as marcas de café (clássico) ofertadas nos atacadões caririenses são vendidas a R$ 12,00 reais o pacote de 250g.

É cabível de registro que os assalariados e as famílias beneficiadas com os programas sociais não conseguem ajustar suas rendas com as variações de preços da cesta básica mensal. A questão não pode ser resumida apenas ao preço do café, há uma redução do poder de compra da moeda (REAL) que impacta todo o setor alimentício.

(*) Economista.

Fonte: O Povo, de 25/10/24. Opinião. p.21.

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Suporte à vida - dilema ético

Por Valdester Cavalcante Pinto Jr. (*)

Avanços em tecnologia, incluindo dispositivos de suporte circulatório extracorpóreo - ECMO, levaram a modos inovadores de sustentar a vida de crianças com doenças historicamente com desfechos fatais. À medida que são agregados tais progressos, impõe-se entender sobre o prognóstico e as potenciais morbidades dos procedimentos, o que conduz a tensões éticas atinentes à alocação e emprego das tecnologias. Nessas circunstâncias, tomam-se decisões médicas em condições urgentes e de alto risco.

Em princípio, a comunidade deve garantir o bem comum por meio da proteção da vida e da saúde de cada pessoa, reconhecendo sua autonomia, após exame de opções eficazes, destinando recursos adequados e privilegiando as situações de maior gravidade.

Crianças, mesmo sem autoridade de decidir, quando possível, devem se beneficiar de saber o que vai acontecer, ter uma palavra a dizer e ser ouvidas (autonomia). Se muito pequenas ou em situação crítica, a consideração de autonomia é inapropriada, transferindo-se à família, com auxílio de informações médicas, a decisão de aplicar ou interromper procedimentos. Aqui ocorre de servir ao bem-estar das crianças, não de preservar a autonomia dos pais.

Em todo processo, é exigido que cada ação seja empregada à demanda de bons resultados, com base nos recursos disponíveis, incluindo a experiência profissional - que contribua para o bem-estar (beneficência) com o menor dano possível (não maleficência). Soma-se a esses três princípios a ideia de justiça, no âmbito da qual as oportunidades de tratamento sejam igualmente disponíveis para todos, na medida da necessidade.

Ainda que assistidos por esses princípios, já bem fundamentados e norteadores da nossa prática, a decisão do não uso ou da interrupção de uma tecnologia enseja sofrimento em quem define.

O ideal reside em compartilhar as informações com todos, aqui insertas, principalmente, as famílias, à proporção do alcance de cada qual, com vistas a preservar os interesses de longo prazo da criança sobre seus proveitos de curto tempo. Assim entendemos a maneira de prestar cuidados com excelência.

(*) Médico cirurgião cardiovascular pediátrico.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 30/10/2024. Opinião. p.22.

O I CONGRESSO BRASILEIRO DE MÉDICOS CATÓLICOS

Em julho de 1946 e, portanto, há quase 80 anos, realizou-se, em Fortaleza-CE, o I Congresso Brasileiro de Médicos Católicos. O evento foi planejado, cuidadosamente, pela Sociedade Médica São Lucas (SMSL), imbuída do propósito de trazer à cena, para discussão, temas de relevância para a Religião Católica e para a Medicina, no Brasil, e no Ceará, particularmente.

O Plano concebido detinha-se em dois momentos: um relativo à vida espiritual, vida científica e vida profissional; o outro, de natureza mais prática, reservava quatro dias do evento, para tratar de questões de interesse coletivo, definindo-se, assim, o tempo e o tema da abordagem: Dia da Razão e da Fé; Dia da Ação Católica; Dia da Família; e Dia das Associações Religiosas.

A programação traçada contemplava, na parte da manhã, visitas a Igrejas, a instituições de ação social e de benemerência, e a outros locais, integrados à vida cultural e religiosa da capital cearense; o expediente vespertino era reservado às discussões de grupos para tratar de temas específicos e fechamento de relatórios, com a exclusiva participação dos médicos congressistas, em local previamente escolhido, no caso a Associação Comercial. À noite, aconteciam as conferências no Theatro José de Alencar, que se engalanava para acolher congressistas e o povo, em geral, já que as atividades, nesse expediente, eram abertas ao público.

A Fortaleza dos anos 40, do século passado, com o que tinha de mais representativo, era assim oferecida aos quase quinhentos médicos, muitos dos quais visitantes advindos de vários estados brasileiros, participantes do I Congresso Brasileiro de Médicos Católicos, que se entusiasmavam diante de tudo aquilo que viam, como se fossem cartões-postais.

Àquela época, como ainda hoje acontece, a SMSL congregava grande parte dos profissionais da Medicina, com exercício no Ceará. Ocorre, porém, que nem só de médicos era formado o seu Concelho (grafado com C). D. Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, era, por exemplo, o Presidente de Honra do Concelho.

A esse evento, patrocinado pela SMSL, e que ganhou também o beneplácito, via adesão do episcopado do Brasil inteiro, aderiram 489 profissionais da Medicina. Vale salientar que do congresso em tela resultou a proposição de se criar o Instituto de Ensino Médico do Ceará, que impulsionou a instalação da Faculdade de Medicina do Ceará, em 1948, posteriormente integrada à Universidade Federal do Ceará.

Em 2009, um exemplar dos Anais desse Primeiro Congresso Brasileiro de Médicos Católicos, de 1946, e editado em 1947, aos cuidados do Pe. Monteiro da Cruz, foi encontrado em um “sebo” da capital, representando esse achado a descoberta de verdadeira relíquia para a SMSL, e isso por conta do seu conteúdo, dos documentos que reproduz, e das fotografias e dos desenhos a bico de pena que ilustram suas páginas, convertidos em dois audiovisuais.

Daí, por conseguinte, a grande importância de se resgatar um momento histórico da vida dessa Sociedade, atualmente com 87 anos de existência, que, em conjunto com a Associação Brasileira, celebraram em Fortaleza, em novembro de 2024, o exitoso V Congresso Brasileiro de Médicos.

Prof. Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Da Sociedade Médica São Lucas

Postado na home page da Associação Brasileira de Médicos Católicos: In: https://www.medicoscatolicos.org.br/eventos/congressos/i-cbmc

 


domingo, 24 de novembro de 2024

JOÃOZINHO E O TUBARÃO!

A aula ainda estava no começo. A professora tinha acabado de chegar na sala e ainda abria o diário e os livros, quando o Joãozinho quis compartilhar uma notícia com ela e os colegas de classe:

— Professora, professora! Ontem eu vi uma notícia muito impressionante na televisão!

— O que você viu, Joãozinho?

— Eu vi que um homem em uma praia aqui no Brasil foi engolido por um tubarão!

— É mesmo, Joãozinho? Que triste!

— Pois é, professora! Foi engolido! Mas, como a obrigação dela era ensinar, ela tenta corrigir o Joãozinho.

— Eu entendo que esteja impressionado, Joãozinho. Mas veja bem: ele não foi engolido, e sim comido pelo tubarão.

E ele indaga:

— Como assim, professora?

— É isso mesmo, Joãozinho. Nesse caso ele foi comido. Engolido é fisicamente impossível.

— Não é não, professora, eu vi na televisão!

E ela insiste:

 — Eu repito: ele foi comido. Mesmo que seja um homem pequeno, não há como o tubarão engoli-lo, pois a boca dele não é grande o suficiente para engolir uma pessoa inteira. Entendeu? E por causa disso, começa um bate-boca entre os dois. Até que ele interrompe e diz:

— Tudo bem, professora. Então, quando eu for para o céu, vou perguntar para ele se foi comido ou engolido pelo tubarão.

E a professora, já impaciente:

— Ah, é? Mas e se ele tiver ido para o inferno?

E o Joãozinho responde sem titubear:

— Então, quando a senhora morrer, pode você mesma perguntar para ele!

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

O SAPATO APERTADO

O sujeito entra na loja de calçados e pede um dos modelos expostos na vitrine.

— Que número o senhor calça? — pergunta o vendedor, arriscando um palpite.

— Eu calço 38!

O vendedor vai até o estoque e, em poucos minutos, volta com o par de sapatos.

— Aqui está!

O cliente calça o sapato com enorme dificuldade, levanta-se com uma visível expressão de dor, dá algumas voltas pela loja mancando e diz:

— Está ótimo, vou... ui... levar esse!

Ai! O vendedor estranha e pergunta:

— O senhor não prefere experimentar um número maior? Parece que esse está machucando seus pés.

— Não, não, vou levar... ai... esse mesmo! Ai!!

O vendedor insiste:

 — Mas não é possível!

O senhor mal consegue andar!

Então o homem responde:

— Olha, meu amigo! Fui demitido do meu emprego, a minha mulher fugiu com o meu melhor amigo, minha filha fugiu de casa e meu filho advogado entrou para a política. O único prazer que eu tenho na vida é chegar em casa e tirar esses benditos sapatos!

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

sábado, 23 de novembro de 2024

A FERRARI DA VIZINHA POR APENAS...

Um garoto de quinze anos chega em casa com uma Ferrari nova, para o espanto de seus pais.

"Onde você conseguiu esse carro?!", exclamam eles, preocupados.  

E o garoto calmamente responde: "Eu acabei de comprar."

"Com que dinheiro?", perguntam os pais.

"Nós sabemos quanto custa uma Ferrari!"

"Bem", diz o menino, "esta me custou só quinze reais".

Os pais começaram a gritar ainda mais alto.

"Quem iria vender um carro desses por quinze reais?!", eles perguntaram.

"Foi aquela senhora que acabou de se mudar para a casa aqui do lado", disse o menino. "Não sei o nome dela, mas ela me viu passando de bicicleta na frente da casa e perguntou se eu queria comprar uma Ferrari por quinze reais."

"Ó meu Deus!", suspirou a mãe, "ela deve estar tentando alguma coisa com você. Quem sabe o que ela vai fazer depois? O seu pai vai lá na casa dela agora para ver o que está acontecendo."

Então, o pai do menino caminhou até a casa onde a senhora morava. Chegando lá, encontrou-a calma, sentada no jardim, lendo uma revista e tomando uma taça de vinho. Ele se apresentou como o pai do menino a quem ela tinha vendido uma Ferrari por quinze reais e exigiu saber por que ela fez isso.

Disse a mulher: "Bem, esta manhã eu recebi um telefonema do meu marido. Eu achava que ele estava em uma viagem de negócios, mas ele admitiu que foi a Paris com a sua secretária, com quem estava tendo um caso. Acontece que eles foram assaltados e não têm mais um tostão no bolso... Então ele pediu que eu vendesse sua Ferrari e mandasse o dinheiro. Foi exatamente isso que eu fiz!"

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

O HOMEM EM ESTADO VEGETATIVO!

Dois amigos estavam conversando em casa, na frente da televisão, bem na hora do jornal. E sabe como é o noticiário - muitas notícias ruins sobre crises, guerras, mortes... E então começaram a filosofar.

 — Que coisa, não? Você tem medo da morte, Geraldo?

— Sim, acredito que todos nós, Mário. E ainda com essas notícias ruins, essa violência toda...

— Eu tenho muito medo! Mas o que eu tenho mais medo é de ficar inválido.

— Você diz ficar em estado vegetativo? — pergunta Mário.

— Sim... Inclusive ontem até comentei sobre isso com a minha mulher. Disse assim: nunca me deixe viver em estado vegetativo! Não quero depender só de uma máquina, de alimentação líquida... Se você me vir assim, desliga tudo que me mantém vivo, por favor! Eu não quero ser um inválido! Mário se surpreendeu com a atitude do amigo e perguntou:

— Poxa! Mas e a sua esposa? Ela concordou?

E Geraldo responde:

— No mesmo momento! Ela levantou do sofá, desligou a televisão na hora do futebol e jogou a minha cerveja fora!

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.


sexta-feira, 22 de novembro de 2024

MÉDICOS PROCESSADOS NOS EUA

Segundo estudo publicado no livro "Blink", cujo autor é o americano Malcon Gadwell, a maioria dos médicos processados nos EUA. segue o mesmo padrão.

Vejam, de forma sintética, os 7 pontos encontrados no estudo:

1 - Os pacientes não processam os médicos que eles gostam;

2 - Na maioria das vezes o processo médico não ocorre por um erro médico real, e sim pela forma como o paciente é (foi) tratado pelo médico;

3 - Os pacientes dificilmente processam os médicos que os tratam com humanidade, respeito, dignidade;

4 - Muitas vezes, os especialistas mais qualificados e os mais arrogantes, que tratam pacientes como se fossem seres inferiores, são os médicos mais processados;

5 - Quanto maior o tempo do atendimento médico, menores são as chances do médico ser processado;

6 - Os médicos menos processados são aqueles que orientam pacientemente, explicam até o paciente entender bem, verificam se restou alguma dúvida, e fazem escuta ativa (demonstram interesse real em ouvir o que o paciente deseja falar);

7 - Utilizar um tom de voz dominante (autoritário) aumenta a chance do médico ser processado.

Portanto, o que o estudo pretende demonstrar é que o processo médico, na maioria das vezes, não está ligado ao erro profissional, mas sobretudo, ao modo como o médico se relaciona com o paciente.

Pensando no acolhimento aos pacientes e na importância da relação médico-paciente, julgamos importante conhecerem e divulgarem o referido estudo.

Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones). Sem autoria explícita.

Crônica: “Nem sempre quando chega ao fim termina...” ... e outros causos

"Nem sempre quando chega ao fim termina..."

Tantas Quilimero fez que a Dalvinha cansou, dizendo - com todas as letras - NÃO ao casamento de 10 anos. Sabedor da psicologia quase infalível de sua mãe, Tonha de Dandão, o moço atordoado agora correu em busca de orientações, sabedor de quanto a genitora entendia da psicologia feminina no uso de um certeiro chega-bom-basta!

De uns dias pra cá, Quilimero vivia às brigas com a esposa - ciúme lançando flechas. Tonha sabia das bandalheiras do filho, "fino pulador de cerca, um rabo de burro na forma da lei". Dalvinha dizia não adiantar mais o Quilimero "vir com agrados", jurar de pés juntos que mudou, que não mais beberia, que era o fim das raparigagens.

Tonha de Dandão alertava o filho para o fato de as mulheres serem diferentes dos homens - mais seguras nas decisões. Que não era não e brá, justificando sábia e braba:

- Um caba véi da tua marca pode até falar que não quer mais a criatura lá, mesmo assim fica naquele estica-encolhe.

- Mãe, e se eu for bem jeitoso?

- Quando dizemos não, Quilimero, é não! Eu tiro por mim!

- E seu eu contar pra ela que vou ganhar sozinho na mega-sena uns 840 mil rial?

- Tome tento! Um pneu não é um pneu? Pois pra nós, um não é um não!

- E se eu disser que nós vamos dar uns passeios pela Europa, Estados Unidos, Japão?

- Abra do olho, filho! Disso eu entendo! Teu pai foi uma escola!

- Mãe, e se daqueles 840 mil que vou ganhar eu der metade pra senhora?

Aguça o interesse malicioso e cordial de Tonha de Dandão, levando-a a ponderar:

- Aí 'vareia'! Por exemplo: nos passeios que tu falou aí, tu me levava pradonde?

- Pro Crato!

- Ah!!! Sendo assim, nem sempre quando chega ao fim termina! Vá lá e diga a Dalvinha que tu agora é um santo!

Rasgando dinheiro que nem ganhou

A ideia de ganhar grana boa na mega-sena tomou corpo e Quilimero já começou a gastar, ele que sequer fazia apostas. Emprestava - só de boca - 50 mil a um, 60 mil a outro. Um sobrinho que largara os estudos pra colocar um comércio de polpa de frutas ("Da pitomba ao caqui") soube da dinheirama do filho de Tonha e se achegou, na maior cara de pau simpática.

- Tio, parabéns pelos 840 mil que o senhor vai ganhar na mega-sena! Quero o senhor por meu sócio numa indústria de polpa.

- Quanto tu precisa?

- 710 mil rial. Rola?

- Meu dinheiro não é hemorroida pra dar em qualquer caneco!

Modernidade primitiva

O velho Bastião no aeroporto Internacional Pinto Martins. Primeira viagem de avião na vida. Ia pra São Paulo, na companhia de filha cheia da bufunfa. 'Beradêro' saído direto do mato, o gigantesco ambiente não lhe cabia no entendimento. Tudo superlativo, grande demais, novo, intraduzível, quase uma mentira. Bateu a vontade de urinar. Bastião afasta o chapéu, coça a cabeça e, sem jeito, pergunta ingênuo a Marinalva amorosa:

- Fia, tem banheiro aqui pra dar uma mijadinha?

- Pai, isso aqui é um aeroporto internacional!!! Tem de tudo, meu amor!!! Além do banheiro, que mais meu bebê quer?

- Uns carocim d'água de pote mode matar a sede.

Fonte: O POVO, de 4/10/2024. Coluna “Crônicas”, de Tarcísio Matos. p.2.

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Os 80 anos do Instituto do Câncer do Ceará

Por Marcelo Gurgel Carlos da Silva (*)

A celebração dos 80 anos do ICC, iniciada em novembro de 2024, não é apenas uma comemoração da sua história, mas uma ratificação dos seus valores fundamentais: inovação, excelência e, acima de tudo, empatia.

Em 1944, um grupo composto por dez abnegados médicos e um religioso, todos eles preocupados com o crescimento dos casos de câncer no Ceará, se uniu com o objetivo de criar uma entidade para prestar atendimento aos pacientes de câncer e promover a cancerologia no estado do Ceará. Surgiu assim, em 25/11/1944, o Instituto do Câncer do Ceará (ICC), que iniciou seus atendimentos à população mais despojada de recursos na Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza.

O ICC prosseguiu com o intuito de assegurar aos pacientes um tratamento à altura das suas necessidades. A primeira conquista foi a radioterapia. Depois, o serviço de prevenção e a quimioterapia.

Em 1995, o então presidente do ICC, o Dr. Haroldo Gondim Juaçaba, começou a construção do Hospital do Câncer do Ceará. Quatro anos mais tarde, esse empreendimento, hoje denominado Hospital Haroldo Juaçaba, foi concluído e inaugurado em novembro de 1999.

Em 2014, ao ensejo das comemorações dos seus 70 anos de fundação, o ICC apresentou o projeto de construção do Anexo II e inaugurou a nova sede da Casa Vida, aumentando a sua capacidade de acolher pacientes em tratamento no ICC, oriundos do interior cearense.

No último decênio, o ICC experimentou notáveis progressos que consolidaram a sua posição nos cenários regional e nacional, tanto na assistência oncológica, com sua linha de cuidado integral, como um centro de referência na formação de especialistas, via especialização, residências e mestrado, e na pesquisa oncológica, mercê da sua participação em pesquisas clínicas patrocinadas e da aprovação de duas investigações financiadas pelo Programa Nacional de Atenção à Oncológica (Pronon).

A celebração dos 80 anos do ICC, iniciada em novembro de 2024, não é apenas uma comemoração da sua história, mas uma ratificação dos seus valores fundamentais: inovação, excelência e, acima de tudo, empatia. A programação, que inclui eventos científicos, culturais e sociais, reflete a atuação multifacetada da instituição.

Hoje, o ICC é uma instituição moderna, com a gradual incorporação de avançadas tecnologias de diagnóstico e tratamento, e eficiente, no gerenciamento dos seus recursos, possuindo um amplo reconhecimento social do povo cearense.

(*) Médico epidemiologista do Instituto do Câncer do Ceará (ICC.)

Fonte: Publicado In: O Povo, de 21/11/2024. Opinião. p.19.


AS BETS E O JOGO NO BRASIL

Por Pedro Jorge Ramos Vianna (*)

Não é novidade que o homem sempre gostou de jogar. Assim, já em 1538, foi fundada na França, a primeira Loteria que se tem notícia.

No Brasil, a primeira loteria que começou a funcionar foi em Vila Rica, em 1784, quando a cidade era a capital de Minas Gerais.

A primeira regulamentação sobre as loterias no Brasil foi o Decreto Nº 357, de 27/04/1844, do Imperador D. Pedro II.

A partir dessa data as loterias proliferaram no País. Praticamente, cada Estado criou a sua própria loteria.

A primeira observação que se deve fazer é que o "jogo" foi patrocinado pelo governo, quer monárquico, quer republicano.

Portanto, foi o setor público o primeiro "crupier" deste País.

Como a renda dessa atividade ia para os cofres públicos, logo tal atividade chamou a atenção do setor privado. E aí começou a exploração das loterias estaduais pelo setor privado. Mas parte da renda era transferida para os cofres públicos.

Até para resolver o problema para a manutenção do zoológico o Rio de Janeiro, o Barão João Batista Viana Drummond criou o Jogo do Bicho, em junho de 1892.

Dado o sucesso do empreendimento, logo outros indivíduos começaram a se utilizar dessa invenção para ganhar dinheiro. Foram os famosos "bicheiros".

O Governo, então, não gostou da ideia e determinou que esse tipo de negócio era uma "contravenção".

Portanto, no Brasil, o governo pode ser um "explorador da sorte". O setor privado, não.

Mas, o governo brasileiro permite que as BETs explorem o jogo, pois apostas em qualquer situação não passam de um jogo.

O Governo agora, depois de não se importar com o crescimento enorme do número das que aqui foram instaladas, resolveu limitar o número em, apenas, 89 empresas. E algumas internacionais.

Veja-se dois problemas aqui embutidos: a) primeiro o que chamou a atenção do Governo foi o número de apostadores que recebem o Bolsa Família. A pergunta é: quem aposta em jogo está passando fome? Precisa desse auxílio?

Uma segunda pergunta é por que a existência de cassinos é proibida, mas empreendimentos que lucram com rifas é permitido? Lembremo-nos que os cassinos podem ser fiscalizados, que neles não entram (por falta de "cacife") beneficiários de programas sociais de distribuição de renda; que as rendas transferidas para o governo, via seus lucros, podem voltar para a população (vejam os exemplos dos cassinos de Las Vegas que são a maior fonte de receitas para o Estado de Nevada, ou os de Mônaco, que sustentam um principado).

O argumento contra os cassinos é que eles induzem o cidadão ao vício da jogatina. Este argumento, na realidade, é o mesmo que deveria ser utilizado contra qualquer tipo de jogo. Inclusive loterias. Entretanto, hoje o grande cassino brasileiro se chama Caixa Econômica Federal. 

(*) Economista e professor titular aposentado da UFC,

Fonte: O Povo, de 20/10/24. Opinião. p.18.

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Cearense de 49 anos pai de 9 filhos pede divórcio após descobrir que é estéril

Um morador da cidade de Sobral-CE resolveu pedir o divórcio de sua esposa após descobrir que não é pai biológico de nenhuma das 9 crianças que criou durante 25 anos.

A notícia veio após um exame de rotina, onde o médico que atendeu o sobralense afirmou que o mesmo nunca poderia ter filhos, pois nasceu infértil.

A situação gerou grande polêmica na cidade, e agora todos querem saber quem é, ou quem são os verdadeiros pais dos jovens.

Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones). Sem autoria explícita.

A 16ª Reunião de Cúpula do BRICS: mais um avanço na Governança Global Inclusiva

Por José Nelson Bessa Maia (*)

A evolução do Brics nos últimos 15 anos transcorre em um mundo que passa por um processo de transição hegemônica, no qual há uma mudança em curso no centro de gravidade da potência mundial do Ocidente para o Oriente e do Norte para o Sul. Nesse contexto, um conjunto de países emergentes começa a obter maior capacidade autônoma de tomada de decisão sobre suas políticas de desenvolvimento, colocando o desafio de construir uma ordem mundial mais inclusiva.

Nesse contexto, no período de 22 a 24 de outubro ocorrerá em Kazan na Rússia a 16ª Cúpula do Brics e a primeira do Brics Ampliado (Brics+), o qual – além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – passou a incluir a Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. As nações do BRICS ampliado são responsáveis por mais de 37% do PIB global e 45% da população mundial.

O reforço no número de membros do Brics indica claramente sua capacidade crescente de aglutinar países emergentes e um avanço na direção de um sistema de governança global mais inclusivo, com ênfase no multilateralismo e numa abordagem estabilizadora voltada para a cooperação com o Sul Global, a busca da paz e do desenvolvimento no mundo.

Ademais, o processo de expansão do Brics e sua atual iniciativa em prol da criação de um novo arranjo de moeda reserva para o sistema de pagamentos internacionais são passos importantes com enorme potencial positivo sobre o cenário econômico global, ora marcado pelas tendências de baixo crescimento, protecionismo e desglobalização. Se tal iniciativa for bem-sucedida poderá promover maior cooperação econômica, minimizar a dependência financeira dos países membros e impulsionar a participação das nações do Brics+ sobre as transações globais. Por sua vez, isso resultará em aumento no volume total de comércio e investimentos, com efeitos de transbordamento favoráveis sobre as chamadas economias em desenvolvimento.

De fato, dentre os itens da extensa pauta da próxima Cúpula do Brics+ destaca-se o reforço do papel de seus estados-membros no funcionamento do sistema monetário e financeiro internacional, com discussões consistentes e firmes sobre como reduzir a dependência em relação ao dólar no comércio externo entre os países do bloco e a eventual criação de nova plataforma digital eficiente para a compensação e liquidação de pagamentos entre os membros do grupo.

A atual ordem monetária e financeira internacional, dominada pelos Estados Unidos da América (EUA) e seus aliados, mostra-se cada vez mais disfuncional e insegura. O sistema de pagamentos atual foi transformado em arma política para aplicação de absurdas sanções, punições e mesmo confiscos de ativos de bancos centrais de países no exterior. Há, porém, desafios de cunho geopolítico e técnico para a criação de um sistema alternativo que exigirão muito estudo e discussão técnica, bem como intricadas e complexas negociações entre as autoridades e comunidades econômicas e financeiras dos países envolvidos.

No campo das medidas concretas para fortalecer instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial (Bird), controlados principalmente por potências ocidentais, o BRICS+ também terá de iniciar uma maratona de negociações para aparar arestas e concertar estratégias de atuação conjunta nas diretorias dos organismos de Bretton Woods e no G-20 e demais fóruns econômicos com vistas a aumentar a voz e a influência de seus membros na definição de políticas e nas operações de tais entidades, sem dúvida um enorme desafio de concertação e articulação para a diplomacia econômica.

Outro item importante na pauta da Cúpula do Brics+ será a discussão sobre como promover a integração dos novos membros do grupamento no processo decisório do Brics, assim como a proposição de medidas práticas para fomentar o comércio, o financiamento e o investimento entre esses países, de modo não só a reforçar a efetividade e a relevância do Brics+ na governança econômica global, mas também aumentar o engajamento dos membros originais e dos novos membros nas transações econômicas recíprocas, tornando o grupamento diplomático atual num futuro e poderoso bloco econômico.

Caberá ao Brasil uma enorme responsabilidade no exercício da próxima presidência dos Brics+ em 2025, uma vez que terá a oportunidade de coordenar o aprofundamento das decisões tomadas na Cúpula de Kazan e dar seguimento às discussões do grupo de trabalho criado para aprofundar as propostas da presidência russa com vistas à redução da dependência dos países ao dólar dos EUA e preparar novos passos para o fortalecimento do BRICS. Esse desafio exigirá do Governo do Brasil tanto capacidade de articulação quanto competência técnico-diplomática para coordenar tarefas de tamanha envergadura e duradouro impacto de longo prazo.

(*) Mestre em Economia e doutor em Relações Internacionais pela UnB e ex-secretário de Assuntos Internacionais do governo do Ceará. Pesquisador independente das relações China-Brasil, China-Países Lusófonos e China-América Latina.

Fonte: O Povo, de 21/10/24. Opinião. p.21.

 

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