quinta-feira, 16 de setembro de 2021

A VIGILÂNCIA RETICENTE NA EDUCAÇÃO

Por Henrique Soárez (*)

Entre julho e outubro de 2020 a epidemia da covid em Fortaleza esteve adormecida. O estado de vigilância mantido pelas autoridades sobre a vida do cidadão não foi suficiente para evitar a 2ª onda.

Se tivessem concentrado nas medidas mais eficazes (uso universal de máscaras e proibição de eventos propícios à aglomeração em ambientes fechados) as autoridades teriam obtido os mesmos resultados.

A liberação ampla da sociedade (excetuando as atividades notoriamente disseminadoras) não impediria a retomada das medidas de restrição em caso de necessidade, como veio a acontecer.

Em meados de julho/2021 estamos novamente em uma situação calma no que concerne à pandemia. As UTIs têm vagas e as enfermarias já não recebem casos suspeitos.

As mortes por covid são mais raras que as mortes pelo trânsito, e mesmo assim a sociedade é mantida em estado de calamidade pública.

A suspensão da disciplina fiscal contrasta com o prolongamento da intervenção do Estado sobre a vida dos cidadãos e das empresas. O Estado gasta como quer, o cidadão e as empresas se equilibram entre dezenas de regras residuais.

Nas escolas o prejuízo específico fica por conta das avaliações. Os estados mais preocupados com a qualidade do ensino já falam em retomar a frequência obrigatória.

Professores e portadores de comorbidades já receberam pelo menos a primeira dose da vacina. Não existe mais motivo para manter opcional a frequência às aulas presenciais.

Mesmo que haja situações especiais que exijam flexibilidade, as escolas têm condições de administrar os casos individuais. Mas a intervenção do Estado impede a realização de avaliações fidedignas.

Não sou contra a atuação do governo para gerir a pandemia. A gravidade do problema demanda ações excepcionais das autoridades.

Meu pleito é por uma abordagem que diferencie os picos/crises das temporadas entre eles, quando o vírus pode ser descrito como endêmico.

Nos picos faz sentido proibir tudo e liberar algumas atividades por vez. Nos vales as proibições deveriam estar limitadas a poucas situações problemáticas e os cidadãos e empresas deveriam ter a liberdade de agir como entendessem melhor, respeitados os eventuais protocolos sanitários.

(*) Engenheiro eletricista, diretor do Colégio 7 de Setembro e da Uni7

Fonte: Publicado In: O Povo, de 15/7/21. Opinião, p.18.

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