terça-feira, 21 de setembro de 2021

ENEM REMOTO, POR QUE NÃO?

Por José Lima de Carvalho Rocha (*)

Em 2021, a quantidade de inscritos no Enem diminuiu aproximadamente 40%. Existem muitas hipóteses para tentar explicar o fenômeno.

Durante a maior parte dos anos letivos 2020 e 2021, os alunos do Ensino Médio apenas realizaram avaliações remotas; em vista disso, passam, agora, a apresentar dificuldades para responder na forma presencial.

Ao final de vários cursos do nível superior, alunos são submetidos ao Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), aos exames de Ordem, concursos etc.

Esses candidatos também participaram, nos últimos dois anos, de exames remotos que avaliavam seus estudos teóricos. Certamente, no final de 2021, também terão dificuldades com provas presenciais.

Uma vez que é aceitável e legal para as instituições de ensino e seus alunos, proponho que, ao final de 2021, todos os estudantes da Educação Básica que desejem se submeter ao Enem e ao Pisa (Programme for International Student Assessment), quando for o momento, bem como os alunos do Ensino Superior que venham a participar de concursos, Enade e outras provas, que o façam de forma remota, dentro do conforto do seu lar.

As regras de segurança agora utilizadas pelas instituições de ensino seriam rigorosamente utilizadas pelos responsáveis pela aplicação dos exames. Entendo que, desse modo, o nível dos resultados será bem superior ao dos anos pré-pandemia.

Amigo leitor, se você entende que esta proposta é risível, eu concordo com você, pois é esta a situação vexatória que as instituições de ensino sofrem no momento.

Avaliações remotas aplicadas com o atual nível tecnológico não permitem boa fidedignidade. Aulas remotas associadas a avaliações fidedignas farão parte do cotidiano educacional pós-pandemia. Por que, então, não aplicá-las já?

A atual taxa de transmissibilidade do novo coronavírus diminuiu bastante. Precisamos ser autorizados a convocar todos os nossos alunos para participar de avaliações presenciais, seguindo os protocolos sanitários.

Caso exista a terceira onda, as escolas serão, mais uma vez, impedidas de funcionar normalmente. Precisamos oferecer, enquanto é possível, melhor serviço educacional. 

(*) Médico e pedagogo. Reitor de Medicina da UniChristus.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 6/08/2021. Opinião. p.22.

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