O Troféu Sereia de Ouro foi instituído, em 1971, pelo chanceler
Edson Queiroz. com o propósito de homenagear, de forma expressiva, aqueles que
se notabilizaram e concederam importante contribuição ao desenvolvimento do
Ceará, em seus distintos campos de atuação.
A Academia Cearense de Medicina (ACM) sente-se igualmente
prestigiada quando tem um dos seus membros entre os recipiendários da “Sereia
de Ouro” e, no caso deste ano de 2025, rejubila-se em ver a confreira Adriana
Costa e Forti no quarteto dos agraciados com o honroso troféu.
Adriana Costa e Forti nasceu em Mossoró, no Rio Grande do Norte,
em 25/04/1948, filha de Manassés Moreira Costa e Ieda Menezes Costa.
Fez o Primário e o Ginasial em sua cidade natal e o Científico no
Colégio Juvenal de Carvalho, em Fortaleza, porque desejava cursar Medicina. Bem-sucedida
no exame vestibular, ingressou na Universidade Federal do Ceará (UFC), em 1966,
e foi diplomada médica em 1971.
Recém-formada, viajou para o Rio de Janeiro, onde cumpriu a Residência
Médica no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione
(1972-73) e a Especialização em Endocrinologia, na Escola de Pós-Graduação
Carlos Chagas (1972).
Adriana Costa
e Forti recebeu o Título de Especialista em Endocrinologia da Associação
Médica Brasileira / Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
(SBEM), por concurso, em outubro de 1974.
Cursou
Mestrado em Endocrinologia, de 1975 a 1978, na Pontifícia Universidade Católica
do Rio de Janeiro, concluso com a defesa da dissertação “Estudo do receptor
vascular renal em coelhos diabéticos”, sob a orientação do Prof. Manassés
Fonteles, recebendo nota máxima da banca examinadora, e Doutorado em Ciências
Médicas e Biológicas, na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), de 1991 a
1993, com a tese “Papel do endotélio vascular renal nas alterações renais no
diabetes”, sob a orientação dos Profs. Drs. Antônio Roberto Chacra e Manassés
Fonteles.
Ingressou no quadro docente da UFC, como professora auxiliar, via
concurso público, em 1975, e seguiu na trajetória acadêmica atingindo o cargo
de professor titular em 2016, no qual viria a se aposentar em 2021, após mais
de 45 anos de serviços.
Em 1982, a Profa. Adriana Costa e Forti participou da criação da
disciplina de Farmacologia Clínica, da qual foi coordenadora de 1985 a 1988. e também
da criação do mestrado em Clínica Médica da UFC em 1995, o qual coordenou de
1996 a 1997.
Foi fundadora em 1988 e diretora, por mais de trinta anos, do
Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão (CIDH), da Secretaria de Saúde do
Estado do Ceará. instituição que serviu de modelo, ao Ministério da Saúde em 2001
e em 2002, para implantar o Plano de Reorganização de Ações à Hipertensão Arterial
Sistêmica e Diabetes Mellitus no Brasil.
Foi a primeira mulher e, também, a primeira nordestina a presidir
a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (1981-1982 e 1983 e 1984)
e a Sociedade Brasileira de Diabetes, e foi uma das fundadoras das regionais
cearenses dessas sociedades médicas. Presidiu quatro congressos nacionais de
Endocrinologia e de Diabetes realizados em Fortaleza.
Participou ativamente da implantação e coordenação de projetos
educacionais em parceria com instituições internacionais: (Harvard - Joslin
SBD), International Diabetes Center (Mineapolis-USA); Programa de Educação
do European Association for Study of Diabetes (EASD), para
profissionais de saúde e para pessoas com diabetes no Brasil.
A Dra. Adriana Forti, durante seis anos, representou o Brasil no
Comitê da OMS, em Genebra, no Task Force
on hormonal contraceptives.
Coordenou no Ceará vários estudos epidemiológicos nacionais na
área do diabetes, além de trabalhos de capacitação e desenvolvimento de equipes
para lidar com o Diabetes Mellitus, junto às secretarias de saúde do
estado e de diversos municípios cearenses.
A Profa. Dra. Adriana Costa e Forti publicou muitos trabalhos
científicos, com destaque para 75 artigos, 11 capítulos de livros e 164 resumos,
orientou dissertações de mestrado e teses de doutorado, tendo participado de várias
diretrizes de sociedades cientificas e de documentos técnico- científicos para
educação de profissionais e de pessoas com diabetes e teve centenas de apresentações
em congressos nacionais e internacionais.
Integrou o corpo editorial de importantes periódicos da sua
especialidade e foi contemplada com o Prêmio Francisco Arduíno da SBD, em 2019,
e com o Prêmio José Schermann da SBEM, em 2022.
É Membro Titular da ACM, desde 13/05/2005, como a segunda
ocupante da Cadeira 24, patroneada por Antônio Guarany Mont’Alverne, sendo
recepcionada, por ocasião da posse, pelo Acad. Manassés Claudino Fonteles.
Do enlace matrimonial com o seu colega de turma César Augusto de
Lima e Forti, gerou os filhos Cássio (administrador e economista) e Márcio
(administrador e advogado), que se desdobram em três netos: Giovana, João Lucas
e Maria Luiza.
Por suas atividades de ensino e de pesquisa e, sobretudo, como
médica que prestou, e segue prestando, relevantes serviços a comunidades
carentes, resultando em notável impacto na saúde de pessoas com doenças
crônicas do Ceará, a Profa. Dra. Adriana Costa e Forti se fez merecedora do
Troféu Sereia de Ouro, configurando, indubitavelmente, um reconhecimento
público do enorme valor da agraciada.
Cons. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Membro titular da ACM – Cad. 18
* Publicado In: Jornal do médico, 21(198): 34-35, novembro de 2025.


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