quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

O TROFÉU SEREIA DE OURO PARA ADRIANA FORTI

O Troféu Sereia de Ouro foi instituído, em 1971, pelo chanceler Edson Queiroz. com o propósito de homenagear, de forma expressiva, aqueles que se notabilizaram e concederam importante contribuição ao desenvolvimento do Ceará, em seus distintos campos de atuação.

A Academia Cearense de Medicina (ACM) sente-se igualmente prestigiada quando tem um dos seus membros entre os recipiendários da “Sereia de Ouro” e, no caso deste ano de 2025, rejubila-se em ver a confreira Adriana Costa e Forti no quarteto dos agraciados com o honroso troféu.

Adriana Costa e Forti nasceu em Mossoró, no Rio Grande do Norte, em 25/04/1948, filha de Manassés Moreira Costa e Ieda Menezes Costa.

Fez o Primário e o Ginasial em sua cidade natal e o Científico no Colégio Juvenal de Carvalho, em Fortaleza, porque desejava cursar Medicina. Bem-sucedida no exame vestibular, ingressou na Universidade Federal do Ceará (UFC), em 1966, e foi diplomada médica em 1971.

Recém-formada, viajou para o Rio de Janeiro, onde cumpriu a Residência Médica no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (1972-73) e a Especialização em Endocrinologia, na Escola de Pós-Graduação Carlos Chagas (1972).

Adriana Costa e Forti recebeu o Título de Especialista em Endocrinologia da Associação Médica Brasileira / Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), por concurso, em outubro de 1974.

Cursou Mestrado em Endocrinologia, de 1975 a 1978, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, concluso com a defesa da dissertação “Estudo do receptor vascular renal em coelhos diabéticos”, sob a orientação do Prof. Manassés Fonteles, recebendo nota máxima da banca examinadora, e Doutorado em Ciências Médicas e Biológicas, na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), de 1991 a 1993, com a tese “Papel do endotélio vascular renal nas alterações renais no diabetes”, sob a orientação dos Profs. Drs. Antônio Roberto Chacra e Manassés Fonteles.

Ingressou no quadro docente da UFC, como professora auxiliar, via concurso público, em 1975, e seguiu na trajetória acadêmica atingindo o cargo de professor titular em 2016, no qual viria a se aposentar em 2021, após mais de 45 anos de serviços.

Em 1982, a Profa. Adriana Costa e Forti participou da criação da disciplina de Farmacologia Clínica, da qual foi coordenadora de 1985 a 1988. e também da criação do mestrado em Clínica Médica da UFC em 1995, o qual coordenou de 1996 a 1997.

Foi fundadora em 1988 e diretora, por mais de trinta anos, do Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão (CIDH), da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará. instituição que serviu de modelo, ao Ministério da Saúde em 2001 e em 2002, para implantar o Plano de Reorganização de Ações à Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus no Brasil.

Foi a primeira mulher e, também, a primeira nordestina a presidir a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (1981-1982 e 1983 e 1984) e a Sociedade Brasileira de Diabetes, e foi uma das fundadoras das regionais cearenses dessas sociedades médicas. Presidiu quatro congressos nacionais de Endocrinologia e de Diabetes realizados em Fortaleza.

Participou ativamente da implantação e coordenação de projetos educacionais em parceria com instituições internacionais: (Harvard - Joslin SBD), International Diabetes Center (Mineapolis-USA); Programa de Educação do European Association for Study of Diabetes (EASD), para profissionais de saúde e para pessoas com diabetes no Brasil.

A Dra. Adriana Forti, durante seis anos, representou o Brasil no Comitê da OMS, em Genebra, no Task Force on hormonal contraceptives.

Coordenou no Ceará vários estudos epidemiológicos nacionais na área do diabetes, além de trabalhos de capacitação e desenvolvimento de equipes para lidar com o Diabetes Mellitus, junto às secretarias de saúde do estado e de diversos municípios cearenses.

A Profa. Dra. Adriana Costa e Forti publicou muitos trabalhos científicos, com destaque para 75 artigos, 11 capítulos de livros e 164 resumos, orientou dissertações de mestrado e teses de doutorado, tendo participado de várias diretrizes de sociedades cientificas e de documentos técnico- científicos para educação de profissionais e de pessoas com diabetes e teve centenas de apresentações em congressos nacionais e internacionais.

Integrou o corpo editorial de importantes periódicos da sua especialidade e foi contemplada com o Prêmio Francisco Arduíno da SBD, em 2019, e com o Prêmio José Schermann da SBEM, em 2022.

É Membro Titular da ACM, desde 13/05/2005, como a segunda ocupante da Cadeira 24, patroneada por Antônio Guarany Mont’Alverne, sendo recepcionada, por ocasião da posse, pelo Acad. Manassés Claudino Fonteles.

Do enlace matrimonial com o seu colega de turma César Augusto de Lima e Forti, gerou os filhos Cássio (administrador e economista) e Márcio (administrador e advogado), que se desdobram em três netos: Giovana, João Lucas e Maria Luiza.

Por suas atividades de ensino e de pesquisa e, sobretudo, como médica que prestou, e segue prestando, relevantes serviços a comunidades carentes, resultando em notável impacto na saúde de pessoas com doenças crônicas do Ceará, a Profa. Dra. Adriana Costa e Forti se fez merecedora do Troféu Sereia de Ouro, configurando, indubitavelmente, um reconhecimento público do enorme valor da agraciada.

Cons. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Membro titular da ACM – Cad. 18

* Publicado In: Jornal do médico, 21(198): 34-35, novembro de 2025.


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