terça-feira, 9 de janeiro de 2018

MEDICINA - 50 anos

Manassés Claudino Fonteles (*)

O Conselho Regional de Medicina fez homenagem especial à turma que completou 50 anos sem nenhum desvio ético

Em 16 de dezembro de 1967, colávamos grau na Concha Acústica da Universidade Federal do Ceará. Saímos para a vida, para o mundo real despedimo-nos da vida estudantil. Naqueles tempos as vidas acadêmicas no sentido stricto sensu resumia-se à graduação seguida de especialização. Residências, só na região leste e no extremo sul; e as vagas eram muito poucas. Nossa Universidade transpunha suas primeiras décadas. Não havia mestrado e doutorado nem mesmo na USP, e na UFC a residência era incipiente oferecendo pouquíssimas vagas.
A primeira pós-graduação nasceu na Farmacologia e esta catalisou todas as outras da saúde que vieram depois, muito depois. Na história da Universidade, ela era muito jovem naqueles dias, muito longe das Faculdades da Bahia e do Rio de Janeiro, fundadas após a chegada da família Real ao Brasil. A alma mater de todas elas foi a Academia Nacional de Medicina no Rio de Janeiro, fundada no século XIX, pelo imperador dom Pedro I. Alguns foram especializar-se no Rio e em São Paulo, outros permaneceram pelo Nordeste, principalmente em Pernambuco, Ceará e na Bahia. Outros retornaram às suas origens, no Rio Grande do Norte, no interior do Ceará, Piauí e Maranhão.
Completamos 50 anos numa reunião muito festejada sob o comando impecável dos doutores Vicente Leitão e Luís Airesneides Aires Leal, em festividades memoráveis, no Hotel Marina Park, com uma verdadeira explosão de alegria, muitas reminiscências com uma interatividade contagiante. Uma sessão remêmora foi comandada pelo colega Ruver Herculano, numa noite cheia de saudades e a despedida final no sábado à noite. O comando musical esteve na direção de Vitoriano Escócia, um dos componentes dos Esmeraldas, constituído por Walber Pinto, Stoessel Figueiredo e Manassés. Este grupo conduziu serestas por toda a cidade de Fortaleza do primeiro ao sexto ano de Medicina.
O Conselho Regional de Medicina fez uma homenagem especial à turma que completou 50 anos sem nenhum desvio ético, sem nenhum dolor, ou qualquer escape das filigranas legais, hoje tão conspurcadas em seus vários recantos do nosso imenso país. Os que permanecem entre nós não deixaram de mencionar as partidas dos 28 colegas que nos deixaram para as mansões celestiais, causando sofrimento aos nossos corações.
(*) Professor emérito da Universidade Estadual do Ceará (Uece), presidente da Academia Cearense de Medicina e membro da Academia Nacional de Medicina
Fonte: Publicado In: O Povo, de 26/12/2017. Opinião. p.11.

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