sábado, 17 de fevereiro de 2018

CURSO DE ENFERMAGEM FAZ 75 ANOS NO CEARÁ


Escola de Enfermagem São Vicente de Paulo. (Foto cedida pela Profa. Sílvia Nóbrega-Thérrien).
Por Carlos Viana (*)
Em 1943, por iniciativa da irmã Margarida Breves e apoio do arcebispo da época, Dom Almeida Lustosa, era fundada a primeira escola de Enfermagem do Ceará, que completa hoje (13/2/18) 75 anos.
A Enfermagem está diretamente ligada à Igreja Católica e à caridade. Em vários locais do mundo, era comum que pessoas pobres buscassem auxílio em conventos ou hospitais mantidos pela Igreja. A Enfermagem surgiu assim, da necessidade de ajudar o próximo”, explica Francisca Montezuma, coordenadora do curso de enfermagem da Universidade Estadual do Ceará (Uece).
Fortaleza foi a primeira cidade do Norte/Nordeste a receber um curso de Enfermagem e a terceira do País. “Isso só foi possível com a luta incansável da irmã Margarida Breves, que à época era diretora do Patronato Nossa Senhora Auxiliadora, instituição mantenedora da escola”, explica a professora.

Em 1975, o curso passou a ser de responsabilidade da Uece, proporcionando assim uma melhor formação dos alunos, evitando que eles deixassem o Estado para completar os estudos.

Irmã Breves, acompanhada de docentes e discentes da Escola de Enfermagem São Vicente de Paulo, em fotografia comemorativa do dia do reconhecimento com Escola Padrão Anna Nery em 1946. (Foto cedida pela Profa. Sílvia Nóbrega-Thérrien).
Para o médico e professor do curso de Medicina da Uece, Marcelo Gurgel, a Enfermagem é de vital importância para a Medicina. “O médico faz a prescrição do medicamento, mas é o profissional da enfermagem que fica 24 horas com o paciente, aplicando a medicação e prestando todo tipo de cuidado,” disse.
De acordo com Montezuma, o principal problema da Enfermagem atualmente é a falta de reconhecimento. “Por estar ligado à caridade, somente moças de famílias mais humildes tornavam-se enfermeiras. E isso ficou arraigado na sociedade. Muitas pessoas, principalmente de famílias ricas confundem o papel da babá com o da enfermeira”, declara.

Para ela, a profissão sofre uma precarização no Estado, por não ter uma legislação que defina um piso salarial. Ela alega que, pela falta dessa legislação, muitos profissionais têm salários baixos, tendo, inclusive, que trabalhar em vários locais. Outro ponto criticado pela coordenadora é a falta de concursos na área.
Para Marcelo, a grande oferta de cursos de Enfermagem no Ceará também precariza a profissão. “São quase 3000 vagas ofertadas em todo o Estado, sem falar nos cursos à distância, sem muita qualidade. O profissional da Enfermagem merece respeito, tanto por parte do poder público como das empresas privadas,” completou.
(*) Jornalista. Editoria de Redação de O Povo.
Fonte: O Povo Online, de 15/02/2018.
https://www.opovo.com.br/noticias/fortaleza/2018/02/curso-de-enfermagem-faz-75-anos-no-ceara.html

Nota do Blog: As informações de cunho histórico estão em artigo de autoria da Profa. Sílvia Nóbrega-Thérrien, imortal da Academia Cearense de Enfermagem e docente da Uece, a ser postado na íntegra oportunamente neste blog. Marcelo Gurgel


 

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