segunda-feira, 24 de julho de 2023

FUNDAMENTOS DA MORAL

Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)

Observando-se o pensamento de filósofos clássicos, neoclássicos e modernos, como Pitágoras, Aristóteles, Platão, Max Weber, Kant, Heidegger, Hegel, Marx e mais recentemente Sartre, nota-se uma preocupação básica com a verdade e a existência. Por isso, todos foram formadores de Escolas que serviram e ainda servem de orientação a muitas pessoas. Apesar das controvérsias, todos buscaram formas para justificar, de acordo com suas teses e convicções, o sentido da vida, da moral, da ética, etc. Detendo-se na análise do comportamento moral, a máxima maquiavélica, “o fim justifica os meios”, no nosso entender não vale, pois para uma ação ser julgada moralmente boa é preciso que seja alcançada com nenhum outro objetivo além daquele a cumprir o próprio dever. A moral e a política, por exemplo, deslocam-se dentro do âmbito de dois sistemas éticos distintos. A política é mutável ou dinâmica, conforme o Estado e o Governo, já a moral é permanente. O importante é compatibilizar a política e a moral dentro de princípios éticos que respeitem a lei e a liberdade com responsabilidade. Tanto Platão como Aristóteles afirmaram que o objetivo da política não é o viver, mas o viver bem, ou seja, a convivência ordenada. Já Kant, faz a distinção entre o moralista político e o político moral, condenando o primeiro e enaltecendo o segundo. Merece reflexão e cuidado a afirmativa de que por “razão de Estado”, será aceito um conjunto de princípios baseados nas ações que não seriam justificadas se cumpridas por um indivíduo isolado. Mas exaltadas e enaltecidas se cumpridas pelo governante, ou por qualquer pessoa que exerça o poder em nome do Estado. Em qualquer sociedade é importante observar o que é moralmente lícito ou ilícito ressaltando-se a ética política, profissional, familiar, sexual, enfim a ética comportamental. Devemos obedecer a um código de regras e normas compatíveis com a verdade divina. Não estamos nos referindo a uma religião, doutrina ou seita, mas fundamentalmente à espiritualidade representada pelo amor, solidariedade, perdão, compaixão dentre outros sentimentos. A vida é mais agradável e bela quando percebemos a presença de amor e a ausência da inveja. Torna-se básico a exaltação dos valores internos e morais, para que possamos buscar a felicidade e a esperança. Por sua vez, o conceito de violência está ultrapassado. A destruição de nossos semelhantes é a nossa própria destruição. O sentido da vida é ser feliz e útil.

(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.

Fonte: Diário do Nordeste, 26/05/2023. Ideias.

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