terça-feira, 1 de setembro de 2020

A DAMA DO FOLCLORE CEARENSE

Por Vladimir Spinelli Chagas (*)

Elzenir Colares é um nome a ser referenciado por todos os cearenses. Cognominada A Dama do Folclore Cearense, Elzenir deixou um legado de realizações que faz jus a esse epíteto.

Filha de um artesão, logo após licenciada em letras anglo-saxônicas resolveu estudar a língua e a literatura espanholas, o que pôde realizar a partir de uma bolsa de estudos para a Espanha. Lá, mercê de sua inquietação, resolveu cursar danças espanholas, tornando-se exímia dançarina.

Dominando perfeitamente o idioma espanhol, Elzenir foi uma das pioneiras da Casa de Cultura Hispânica da UFC e, posteriormente, enriqueceu também o Curso de Letras da Uece. Nas duas instituições, formou um sem número de alunos a partir da cultura espanhola, envolvendo as artes, a culinária e o folclore, com destaque para a música e a dança.

Ainda na Casa de Cultura Hispânica, Elzenir teve a ideia de promover os encerramentos de anos letivos com apresentações baseadas no cancioneiro folclórico espanhol, de onde derivou o Grupo Folclórico Hispano Brasileiro. Com o início das apresentações para turistas no Teatro da Emcetur, passou a denominar-se Grupo de Tradições Cearenses (GTC), mantendo o caráter de voluntariado.

Para essas apresentações, Elzenir passou a pesquisar mais a fundo o folclore cearense, levantando informações no interior do Estado que proporcionaram a montagem de majestosos espetáculos encenados no Ceará e em outros estados.

Em agosto de 1982, a Dama levou o GTC a se apresentar nos Festivais Internacionais de Folclore da França, Suíça e Espanha, como representante do Brasil, com grande sucesso.

Foi nesta ocasião que tive a oportunidade de conhecer mais de perto a guerreira Elzenir e vários dos componentes do GTC, como Artur Rocha, Solon Sales, Mario Holanda, Lúcio Flávio, Poty Fontenele, Oceneia, Vanja e outros que a memória já não ajuda a lembrar dos nomes, mas cujas imagens permanecem claras pelos muitos momentos de sadio entretenimento cultural que proporcionaram a tantos.

Em 20 deste junho, Elzenir fechou, enfim, um ciclo. Mas deixou uma forte presença nas artes, na cultura, no folclore, nas tradições cearenses! 

(*) Professor da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do CRA-CE.

Fonte: Publicado In: O Povo, Opinião, de 6/7/20. p.16.

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