segunda-feira, 23 de maio de 2022

UM POUCO DE HISTÓRIA

Retornando para casa no dia 21 de dezembro de 2000, ouvi a voz inconfundível do amigo, jornalista professor e ex-senador Cid Carvalho. A curiosidade aumentou quando percebi que o dinâmico comunicador se referia à minha pessoa. É claro, não sou hipócrita, fiquei extremamente feliz com suas observações. O Cid explicava para os seus milhares de ouvintes os fatos que mais marcaram, segundo a avaliação de cientistas políticos, professores, economistas, jornalistas e outros profissionais, ocorrida em uma mesa-redonda de um programa de televisão, os últimos vinte e cinco anos da política brasileira. Dizia o brilhante ex-senador que aqueles profissionais, consensualmente, chegaram à conclusão de que a redemocratização e o programa de estabilização nometária. Plano Real, haviam sido os dois fatos mais significativos do último quartel do século XX. Fiquei mais feliz ainda quando o Cid, fazendo uma análise histórica, externou que só conhecia um brasileiro que tinha participado ativamente dos dois processos. A redemocratização teve seu grito decisivo no Conselho Deliberativo da Sudene, quando o autor deste texto lançou o nome de Aureliano Chaves para a Presidência da República e, em razão de conversas posteriores, chegou-se à conclusão de que Tancredo Neves poderia constituir um momento de transição mais tranquilo. Assim aconteceu a Aliança Democrática. O outro processo, quase dez anos após o primeiro, surgiu depois de algumas tentativas frustradas de combate à inflação. O Plano Real foi concebido por uma equipe de jovens e competentes economistas, sob a coordenação do então Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso. Mais uma vez, tive a felicidade de participar desse processo quando a Câmara dos Deputados indicou o então deputado federal Gonzaga Mota para ser o relator. Se na redemocratização vivi uma grande experiência política, na relatoria do Plano Real consegui uma visão fantástica na área econômica. Não espero, nem seria justo nenhum reconhecimento da História, como deseja o bondoso amigo Cid Carvalho, mas tenho a consciência tranquila de ter contribuído para o nosso País . Se depois, outros fatores negativos prejudicaram a nossa Pátria, é lamentável. Obrigado, Cid! Muito obrigado.

(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.

Fonte: Diário do Nordeste, 13/05/2022. Ideias.

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