Por
Vladimir Spinelli Chagas (*)
Uma das
ousadas iniciativas do Governador Virgílio Távora, no seu mandato
de 1979-82, foi a de planejar e implantar os primeiros prédios do Centro
Administrativo do Estado do Ceará, no Sítio São José do Cambeba, com Plano
Diretor concebido por escritórios de arquitetura de grande expressão no Ceará.
Um dos seus
pilares foi a concentração de repartições espacialmente espalhadas pela cidade
de Fortaleza, o que dificultava as suas interrelações e obrigava o cidadão a
grandes deslocamentos para o uso dos serviços públicos.
Hoje, com
os avanços na área da informática, muitas dessas necessidades são
realizadas à distância, mas nos anos 80s o presencial era o modelo natural
de atendimentos, o que provocava esses deslocamentos.
O
governador VT espelhou-se, por certo, em exemplos de outras experiências
brasileiras, tendo Brasília como maior referencial pela sua dimensão em todos
os aspectos e pelo seu padrão lógico e racional. Como outra característica para
essa centralização estava a ocupação de vazios periféricos, como ocorreu no
Ceará com o desenvolvimento do bairro do Cambeba.
A então
Secretaria de Planejamento e Coordenação – Seplan, foi o primeiro órgão a
ocupar o "Cambeba", como ficou conhecido o Centro Administrativo
Governador Virgílio Távora, em uma experiência que exigiu muitas ações
coordenadas para a mudança da Rua dos Tabajaras para um local então
longínquo, com acessos limitados e poucas opções de serviços.
Foi
necessário criar-se um sistema para transporte dos servidores, ida e
volta, para diversos locais de Fortaleza. Para isto foi licitado serviço de
ônibus e traçadas rotas inteligentes que reduzissem ao máximo os deslocamentos das
suas residências para os pontos de coleta.
Um outro
ponto foi o convencimento dos colaboradores, em boa parte antigos servidores,
que se viam de repente passando pelo desconforto que mudanças dessa
natureza provocam.
Como chefe
do gabinete do Secretário Gonzaga Mota, participei dessas atividades e
guardo, desde então, a rica experiência que foi vivida por todos e o orgulho de
pode dizer que fomos pioneiros no Centro Administrativo do Estado do Ceará.
(*) Professor aposentado
da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do
CRA-CE.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 7/11/22. Opinião, p.22.
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