segunda-feira, 17 de abril de 2023

ÉTICA E POLÍTICA

Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)

Acreditamos que um líder não se faz por instrumentos e mecanismos artificiais, mas pelo reconhecimento livre e soberano do seu povo. Forçar o surgimento de uma liderança, usando dispositivos jurídicos, segmentos da falsa mídia e “marqueteiros” gananciosos poderá gerar uma farsa administrativa e política. Segundo Shakespeare: “A política está acima da consciência”. Buscar um mandato eletivo significa muita responsabilidade social. A hipocrisia é a chaga maior dessa atividade. A coerência programática, baseada em princípios cristãos, é o único remédio capaz de combater com eficácia essa doença. Aqueles que assumem um cargo na vida política, pensando em fazer negócios, conseguir emissoras de Rádio ou Televisão, desenvolver tráfico de influências, obter incentivos ou financiamentos de órgãos estatais, dentre outros pontos, não possuem sensibilidade social e muito menos moral, são dominados por forças da corrupção. Não são democratas, pelo contrário, são tiranos enrustidos. Como disse François Maurice: “O ideal democrático ensina como um povo livre tornar-se forte, e um povo forte permanecer justo”. Injustiça e calúnia são as armas maiores dos fracos. Para essas pessoas não existe a palavra ética. O logro e o embuste fazem parte de um comportamento leviano, caracterizado por manobras ilusórias. Por outro lado, como já ressaltado, a coerência programática, abrangendo indicadores políticos, econômicos e sociais, nos leva ao caminho da liberdade, sem opressão física ou moral, mas com capacidade de entendimento ético-jurídico, ou seja, o bom governante respeita os anseios populares. Daí ser fundamental a participação crescente das populações na tentativa de resolver problemas comunitários. Citamos Jacques Maritain: “O Cristianismo ensinou aos homens que o amor vale mais do que a inteligência”. Por isso, precisamos entender que a doação não seja vinculada à expectativa exclusiva de retornos materiais. Por sua vez, lembremos palavras do filósofo e economista Stuart Mill: “Para que o mal triunfe, basta que os homens de bem se omitam.”

(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.

Fonte: Diário do Nordeste, 17/03/2023. Ideias.

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