quinta-feira, 4 de maio de 2017

CRIME PERVERSO

Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
José estava sem namorada. Tentava conquistar algumas garotas da Faculdade e não obtinha êxito. Era considerado um aluno medíocre, mas um bom rapaz. Certo dia, no restaurante da Universidade sentou-se à mesa com a bonita e meiga Beth. Conversa vai, conversa vem houve uma simpatia recíproca. Ambos ficaram satisfeitos e marcaram um encontro no próximo fim de semana para assistirem “Melodia Imortal”, filme sucesso da época, com Tyrone Power e Kim Novak, dentre outros, no elenco. Viram a película, gostaram muito, e foram lanchar. Começou naquele momento uma bela história de amor. Ambos cada vez mais apaixonados, constantemente faziam planos para o futuro. Ficaram noivos, as duas famílias gostaram e marcaram o casamento para o final do ano seguinte, quando ele se formava em Direito e ela em Administração. O tempo passou rápido. José e Beth contraíram núpcias. Foram trabalhar na mesma empresa industrial. Os dois mostravam muita dedicação e agradavam, plenamente, aos diretores da Indústria. Tinham uma vida normal. Apesar dos bons salários, não demonstravam qualquer atitude arrogante. Eram duas pessoas humildes e prestativas. Todavia, o destino foi cruel. Beth, já grávida de 7 meses, dirigindo-se sozinha para sua residência, no final da tarde, foi assaltada e assassinada por dois bandidos. Morte trágica. Quanta covardia! José muito sofreu. Como forma de amenizar a forte tristeza, ingressou num mosteiro cristão, dedicando-se à oração e ao trabalho realizado pelos monges. No entanto, acreditou na justiça dos homens e nunca perdeu a fé em Deus. Infelizmente, às vezes, a vida é assim.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 9/12/2016.

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