A instituição Estado
precisa ser avaliada, debatida e foco de propostas que conduzam uma nação para
uma situação de equilíbrio estável. Esta observação é válida para Estados
capitalistas, socialistas, comunistas e pseudo-democráticos. Hodiernamente, não
há uma organização sócio-política e humanitária que proporcione, de forma
ampla, os direitos à vida e à liberdade, como também o direito de se ter o
mínimo indispensável para alcançar a cidadania. Ou seja, o Estado encontra-se
dentro de um processo de deterioração com desajustes políticos, econômicos,
sociais e culturais. Cada vez mais, em razão de desentendimentos, corrupção,
crime organizado, falta de solidariedade, soluções paliativas, dentre outros
fatores, perde-se o respeito pelo Estado, isto é, pela coisa pública (res publica), como analisou o filósofo
Kant. Por sua vez, pode-se ressaltar que o Estado existe não para ser opressor,
mas para assegurar os princípios básicos da verdadeira convivência humana e
social. É fundamental o conhecimento das verdades essenciais, visando alcançar
os valores éticos e morais indicadores de um mundo baseado nos conceitos de
justiça, de igualdade de oportunidades e de coexistência pacífica. Talvez, para
muitos, sejam colocações utópicas, porém é importante debatê-las, eliminando-se
o pragmatismo perverso e buscando-se ideias criativas e transformadoras. É
claro que o resultado não virá num curto prazo, mas o processo de modificação
estará começando. Para tanto, repensar o Estado significa, de início, não
esquecer a prioridade educacional, a consolidação da Democracia e a redução das
desigualdades.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 13/1/2017.
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