sexta-feira, 20 de julho de 2018

AOS VIVOS: H2Ovos e outros casos



Por jornalista Tarcísio Matos, de O Povo
H2Ovos
“Viver e aprender, viver e vivenciar. Viver, enfim, e frescar”. A mais recente intervenção no comércio do amigo Jair Morais (da frase supra) não podia resultar diferente – definitivamente, viver é frescar. E Jair o comprova ao inaugurar, em paralelo aparentemente distante, o que chamaremos de uma “Subway dos Ovos”, na Vila União. Tudo científica e mercadologicamente pensado.
Palavras do próprio Jair – o Poeta dos Cachorros – não deixam dúvidas: “Se americano gasta mais dinheiro em fast food do que em cinema, música, livros, revistas e jornais, na ruma, por que não o fortalezense com os ovos de minha loja?” Está inaugurada, pois, a H2Ovos do Jair, especializada em ovo – de galinha, inicialmente, devendo estender-se ao de capota, de perua, de pata e de codorna. O primeiro fast food de ovo do mundo. Um fuleiro ou um visionário?
Mr. Ovo (Jair) abre o cardápio e, sem medo de ser copiado, anuncia o que tem a servir: ovo na tijela, ovo flambado, ovo a dorê, hambúrguer de ovo, escalope de ovo na moranga, tropical kobe ovo (diabeisso?), ovo ao thermidor, ovo a provençal, lascas de ovo marinadas, filé de ovo com risoto à parmegiana, abóbora assada com bobó de ovo e catupiry, ovos tingidos no saquê e shoyu etc..
Mencionamos, por fim e pontualmente, concepções empresariais vencedoras na seara do ovo, consoante o homem de negócios Jair de Moura Morais, que servirão de inspiração a quem busque empreender no ramo:
1. Ovacionar é meus ovos!;
2. Tenha dotz, mas não contenham glúten nos ovos;
3. Quem tem medo de obrar não come (ovos).
Coaching esculhambativo
Para chegar aonde chegou, hoje uma referência potencial nos ovos, Jair experimentou de um tudo - vivendo e aprendendo, vivenciando e frescando. No comércio, nos negócios, no empreendedorismo. Nos início dos 70, por exemplo, foi contratado por conhecida madame de cabaré da cidade, para coaching junto às rapariga do lupanar. Explica:
- Gaguinha queria que eu encorajasse o mulheril então vacilante, ensinando novos procedimentos, motivando-lhe ao pleno desempenho profissional.
Relata o motivo da falta de vontade das meninas, ao ponto de carecer de coach:
- Estavam encantadas com as novelas da tevê. Só atendiam se o freguês tivesse a boniteza do Tarcísio Meira, do Carlos Alberto. Lascô, povo fêi!
A última do Jair
Faz tempo, ele era tratorista numa cidade do interior. Todo sábado, final de tarde, pegava o carro, botava uma rapariga dentro e ia tomar cana e comer peixe assado em restaurante na beira do Orós. Carro aos pedaços, mas a menina nem se importava. Jair tinha sovaqueira braba, ela fazia vistas grossas. O garçom que os atendia era ignorante, mas a moça, nem aí pro azar.
Certa vez, sem companheira de aventura pra se esbaldar, levou a própria esposa ao tal restaurante fuleiro – no mesmo carro velho, com a mesma sovaqueira, atendidos pelo mesmo garçom pouco higiênico. A mulher não parava de reclamar da catinga de gato do fusca, da inhaca de urubu das axilas dele, do ambiente nada familiar. Até que o garçom se aporrinhou e lascou o grito:
- Égua, seu Jair!!! Pense numa rapariga enjoada, essa que o senhor trouxe hoje!
Fonte: O POVO, de 30/07/2016. Coluna “Aos Vivos”, de Tarcísio Matos.

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