quarta-feira, 10 de abril de 2024

A CAFONICE DE VOLTA AO MUNDO

Por Heitor Férrer (*)

Perdoem-me os fumantes, mas não há nada mais cafona do que o vício de fumar, voltando aos anos 50, quando não se sabia ainda dos malefícios do tabaco e sua estreita relação com o câncer de pulmão, traqueia, bexiga e de todos os órgãos, já que o sangue leva os ingredientes cancerígenos do cigarro a todo o corpo.

Embora presente no continente africano em forma de conflitos, uma guerra dentro da Europa era inimaginável. Um teatro de guerra dentro da civilidade do primeiro mundo é de uma cafonice sem igual. Voltar a uma moda ultrapassada de um passado distante era impensável. Porém, o diabólico ditador russo, Putin, anexou, com uso da força, a Crimeia e invadiu a Ucrânia, país soberano, em pleno território europeu, para expandir, ainda mais, o já extenso território da Rússia, alegando motivos de segurança, sem a mais leve ameaça do ocidente.

Em pleno século XXI, outra cafonice, aqui na América do Sul, praticada pelo ditador Maduro, ameaçando invadir a Guiana. Numa cafonice abominável, o ditador da Coreia do Norte ameaça seus vizinhos com lançamento de mísseis quase que diariamente. Não menos cafona, o ataque terrorista do Hamas a Israel, matando inocentes, dando início a uma guerra que já soma milhares de mortos, numa reação desproporcional do governo Natanyahu.

Como não poderia deixar de ser, a cafonice também se manifesta aqui no Brasil, quando da eleição para presidente em 2022, alguns insatisfeitos com o resultado das urnas com a eleição do Lula, acampam em frente aos quartéis do exército, pedindo intervenção militar e a volta do AI-5. Nada mais cafona, nada tão fora de moda.

Com tanta cafonice em moda, estamos sob sério risco de voltarmos à cafonice da guerra fria, o que já tínhamos como página virada, agora com a presença da poderosa China, da inconfiável Rússia, da obscura Coreia do Norte, do nebuloso Irã. Onde está a ONU? Fracassará como a Liga das Nações, criada após a 1ª guerra mundial para evitar um novo conflito global? A depender de sua força, nada poderá fazer se a cafonice do uso da força preponderar em detrimento do patamar civilizatório que conquistamos do império romano pra cá.

Abaixo a cafonice!

(*) Médico e ex-Deputado estadual (Solidariedade).

Fonte: Publicado In: O Povo, de 8/03/2024. Opinião. p.16.

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