sexta-feira, 12 de abril de 2024

ECONOMIA SOLIDÁRIA E DESENVOLVIMENTO LOCAL

Por Lauro Chaves Neto (*)

A economia solidária ganha espaço em um cenário de transformações estruturais em andamento no Brasil e no mundo, onde é possível destacar grandes desafios como a redução das desigualdades, a eliminação da pobreza extrema, a degradação ambiental, entre outros, que trazem implicitamente oportunidades como a transição energética, a dinamização das economias locais e a transformação digital.

Muhammad Yunus lembra, com frequência, que o problema do mundo não é a falta de recursos produzidos, e sim a desigualdade extrema com um número crescente de excluídos das condições dignas de vida.

Economicamente falando, a redução das desigualdades amplia o mercado interno, impulsiona as redes de pequenos negócios, gera mais trabalho e renda e ainda contribui para o equilíbrio das contas públicas via aumento da arrecadação.

Os princípios da economia solidária são de cooperação, solidariedade e autogestão. A questão da própria sobrevivência é uma das suas maiores motivações em realidades como a nossa em que predominam as desigualdades extremas.

Assim, o desenvolvimento da economia solidária possui uma relação de reforço mútuo com o fundamento do conceito de "desenvolvimento Local", que é aquele que ocorre em algum território intencionalmente delimitado, podendo ser identificado como qualquer porção territorial delimitada, a partir de elementos de identidade elegíveis no seu desenho. Potencializar a universalização de uma economia circular é outro vetor de sustentabilidade que contribui com a economia solidária e o desenvolvimento local.

O "empoderamento" da sociedade civil é fundamental para modificar as condições que possibilitaram a concentração do conhecimento, do poder e da riqueza, tendo como consequência a ocorrência de pobreza e da exclusão social.

Tanto a economia solidária como o desenvolvimento local ocorrem quando os agentes locais se reconhecem como sujeitos do seu próprio destino, tornando-se atores sociais materializando o conceito de protagonismo local. Desta forma, promovê-los de forma sustentável e inclusiva significa usar o dinamismo e a energia próprios de cada território e comunidade.

(*) Consultor, professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.

Fonte: O Povo, de 4/03/24. Opinião. p.22.


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