Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)
"É uma pena que muitos tenham reduzido essa festa apenas ao chocolate", escreve o padre Reginaldo Manzotti
Jesus ressuscitou. A história ganha um novo significado.
O que aconteceu com Jesus é milhares de vezes mais forte do que qualquer força
que possamos descrever, porque o sepulcro era o fim de todos nós, a morte era a
rival que no final da história dizia: "eu
te venci!". Mas Ele ressuscitou, então
a morte que era o fim, vira uma passagem. Esta vida que era tudo, ganha uma
outra dimensão com Deus, em Cristo Jesus.
Quem celebra a Semana Santa e se debruça sobre os
acontecimentos, sabe que, verdadeiramente Jesus padeceu. É fato que Pôncio
Pilatos existiu, é fato que o Cristo foi traído, que o homem de Nazaré, o
Mestre da Galileia, terminou de uma forma horrenda e decepcionante para aqueles
que pensavam em uma glória imediata. Uma morte numa cruz, escarnecido e
desfigurado.
Uma morte desumana, crucificado às 9h e vindo a morrer às
15h. Quem já esteve no leito de morte de uma pessoa, sabe que diante do
sofrimento agonizante, minutos se tornam horas e horas se tornam uma
eternidade. Acredito no Santo Sudário, mas não há maior evidência, não há prova
maior do que aconteceu, senão que o sepulcro estava vazio. Isso foi
testemunhado e confirmado pelas mulheres na madrugada da ressurreição, assim
como, pelos amados de Jesus.
Não é uma questão científica e histórica, mas os sinais
do Ressuscitado falam por si só. Os sinais da presença do Deus vivo transformam
a vida. São Paulo diz sobre o Cristo
Ressuscitado: "Já não sou eu que vivo,
pois é Cristo que vive em mim" (Gl 2,20). Não tem expressão melhor que
essa. A certeza do Ressuscitado sentimos em nossa carne, em nossa vida, nosso
pensar, nosso agir, nosso querer, nosso buscar. Vale a pena acreditar e ter
esperança.
Uma santa e feliz Páscoa acontecerá na medida em que nos
abrirmos à graça do Ressuscitado. E esse processo não é só um dia, a Páscoa não
é somente um dia. É uma pena que muitos tenham reduzido essa festa apenas ao
chocolate. Somos chamados a celebrar a grande Festa da Páscoa em oito dias,
como se fosse um dia só, é a Oitava da Páscoa. Vale lembrar que todos os
domingos, quando participamos da celebração eucarística, estamos fazendo memória da Páscoa do
Senhor.
(*) Fundador e presidente da
Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de
Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 13/4/2019.
Opinião. p.28.
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