Por Márcia Alcântara (*)
Sérgio, o Doutor Sérgio, médico de homens, dotado de uma empatia
revelada no reconhecimento da dor do outro, completada pelo altruísmo de
amplitude ilimitada, varou sua vida cuidando de muitos e respeitando a todos.
Atenção aos pacientes e seus familiares era fato notoriamente
comprovado. Aos amigos sempre teve atenções redobradas. Vale contar aqui que
conheci Sérgio nos meus 38 anos de idade, quando era completamente distante da
literatura e outras atividades culturais. Só pensava em medicina e na família.
Foi então que recém-chegado ao Hospital de Messejana, ele já um excelente
clínico, diagnosticista por natureza, enveredou pelos rumos da pneumologia e me
conheceu, logo me adotando como discípula da Clinica Médica e de seu saber
literário. Introduziu-me à leitura de clássicos e de romances ditos muito bons.
Li Machado de Assis, sob sua égide.
Assim, me fez tomar gosto por essas duas vertentes do
conhecimento, me fazendo ficar viciada naquilo que mais gosto: ler e escrever,
além de também continuar diagnosticando e tratando doenças do aparelho
respiratório. Ser médico e literato, requer veios de gosto pela humanidade. E o
Sérgio era humanista.
Admirar o Sérgio seja no discurso erudito e histórico, seja numa
sessão clinica ou numa roda de conversa, ou num grande e profícuo discurso na
Academia Cearense de Medicina, fez parte importante de meu viver no âmbito da
Medicina e das sociedades médico-literárias. Nunca perdeu o bom humor, quase
sempre tendo um fato da vida real ou não, para contar de modo lúdico e muitas
vezes hilário, sempre com um cunho cultural de permeio. Para mim, ele estará
sempre presente nesses momentos em que se filosofa sobre a vida ou sobre a
resenha de algum livro.
Obrigada meu grande e querido amigo Sergio Gomes de Matos.
Sergio Gomes. Como eu costumava chamá-lo.
Siga povoando os céus com seus saberes.
(*) Membro titular da Academia Cearense de Medicina.
Fonte: Blog da Academia
Cearense de Medicina em24/04/2019.
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