Por Luiz Gonzaga Fonseca
Mota (*)
Tempos
atrás estava conversando com três amigos, sobre assuntos diversos, no
restaurante de um hotel em Brasília. Um deles citou que as maiores expressões
da literatura brasileira tinham nascido em Minas Gerais, Rio e São Paulo. Tomei
um susto e fiquei perplexo. Nada contra, pelo contrário, tenho o maior
respeito, admiração e reconhecimento aos irmãos mineiros, cariocas e paulistas,
grandes intelectuais que produziram obras fantásticas. Todavia não se deve
esquecer os filhos dos outros 23 Estados e do Distrito Federal. Creio que
aquela afirmação açodada e talvez preconceituosa fez tremer no túmulo figuras
gigantes como José de Alencar, Castro Alves, Rui Barbosa, Érico Veríssimo,
Manuel Bandeira, Mário Quintana, Gilberto Freire, Graciliano Ramos, Cora
Coralina e muitos, muitos outros nascidos no norte e no sul, no leste e oeste
do nosso querido Brasil, que continuam influenciando várias gerações, não só de
brasileiros, mas também de outros países. Falta espaço para nominá-los. Já que
nasci no Ceará, senti-me na obrigação de externar com orgulho a minha
“cearensidade”, ressaltando alguns conterrâneos, verdadeiros ícones, que se destacaram
nos campos intelectual e social. José de Alencar, o maior romancista do Brasil;
Clóvis Beviláqua, o maior jurista; Capistrano de Abreu, o maior historiador;
Farias Brito, o maior filósofo; Rachel de Queiroz, a maior escritora; Juvenal
Galeno e Patativa do Assaré, os maiores poetas populares e vários que continuam
liderando o cenário nacional. Também falta espaço para mencioná-los. O Ceará
foi, é e será um dos Estados- membros da Federação líder na área cultural. A
cultura cearense, ao longo do tempo, vem demonstrando ser de alto nível e assim
colaborando para a concretização de ações e pensamentos analíticos, da paz
(interior e exterior) e da justiça. Como é bom ser cearense!
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 5/4/2019.
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