terça-feira, 2 de abril de 2019

SEU DEUS E MEU DEUS SÃO UM SÓ


Francisco de Assis Carvalho Cajazeiras (*)
Ao longo da História, observa-se um comportamento beligerante da humanidade. Naturalmente, as causas sobrevivenciais dominantes nos tempos mais primitivos, tornaram-se cada vez mais secundárias, à medida que se organizavam os núcleos populacionais polarizadores - as cidades. Daí, à estruturação geopolítica com suas características estatais e nacionais, o Estado se constrói segundo as necessidades do povo, sob a regência dos que se destacavam e se impunham como líderes e predestinados.
O egoísmo, gerador do orgulho e da ambição, procurou justificar a sua atitude bélica, em relação aos outros núcleos populacionais, em nome das necessidades e, muito frequentemente, apelando para a verdade de suas crenças religiosas, resultando em inumeráveis combates, em nome de seu Deus, ora compreendido como o maior de todos, ora como o único, em detrimento daqueles adorados por outras gentes.
Ainda, em pleno século XXI, destacamos um grande número de conflitos armados no mundo, ancorados em diferentes religiões. Esses litígios armados se refletem nos litígios sociais, com desrespeito e atitudes desprezíveis. Nesses casos, ainda que não haja violência física, há violência social e moral e mesmo assassínios sociais, com negação de direito e ostracismo.
É claro que o instinto belicoso suplantando a razão do ególatra, se faz presente entre os que se deixam conduzir pelos tsunamis das paixões e que, não fora o antagonismo religioso, mesmo assim não lhes faltariam "justificativas" outras. A evolução do pensamento teológico levou-nos ao entendimento da unicidade divina.
O ser humano, ao longo dos tempos, por um sentimento inato, vem procurando a sua relação com essa Força Original, ainda incognoscível para a sua apoucada capacidade de entendimento do Eterno. Isso tem gerado concepções múltiplas e diferentes da Suprema Inteligência ao longo do tempo e do espaço.
Deus, porém é único e imutável, a despeito das conjecturas, cogitações e designações que criarmos. Por isso, o seu Deus e o meu Deus são um só. Somos todos suas criações e, portanto, irmãos. Vivamos em paz. 
(*) Médico. Presidente do Instituto de Cultura Espírita do Ceará (Foto: Francisco Cajazeiras)
Fonte: O Povo, 30 de março de 2019. Opinião. p.18.

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