Por Luiz Gonzaga Fonseca
Mota (*)
A ganância de
determinados países motiva uma desconfiança que prejudica o entendimento, de um
lado, e gera desigualdades e desequilíbrios políticos, econômicos, sociais e
culturais, de outro. Nessa linha de raciocínio, surgem a exploração desordenada
dos recursos naturais não renováveis, a miséria crescente de milhões de
pessoas, a corrida armamentista, a falta de solidariedade humana, a ausência de
uma paz estável, dentre outros problemas. O radicalismo tem influenciado de
forma negativa as alterações de comportamento e de organização social, nos
países socialistas e capitalistas. Crises, desemprego, miséria, endividamento e
violência decorrem de movimentos radicais que não buscam soluções, mas modelos
errôneos do ponto de vista sócioeconômico e político. Segundo Shakespeare, “A política está acima da consciência”. A hipocrisia é a chaga maior dessa atividade. A coerência
programática, baseada em princípios cristãos, é o único remédio capaz de
combater com eficácia essa doença. De acordo com Jacques Maritain: “O Cristianismo ensinou aos homens que o amor vale mais do
que a inteligência”. Como sabemos, a
democracia é a forma de governo em que o povo exerce a soberania,
comprometendo-se com a liberdade e a igualdade social. A luta democrática não
pode ser eventual, mas permanente. Ademais, democracia não significa apenas
colocar um voto na urna ou digitar um número. Trata-se de um processo bem mais
amplo, em que a participação popular, a recusa ao fanatismo, a necessidade da
educação, a defesa das minorias e da pluralidade, o respeito aos dispositivos
constitucionais são atitudes fundamentais. Dessa forma, é importante que
façamos a nossa parte, mediante o exercício da atividade política, no seu
sentido amplo, não apenas no aspecto eleitoral. Viva a democracia!
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 19/4/2019.
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