quarta-feira, 14 de outubro de 2015

UECE PIONEIRA NA INTERIORIZAÇÃO


Por Francisco Artur Pinheiro Alves (*)
No ano em que comemoramos os 40 anos da Universidade Estadual do Ceará (Uece), merece destaque em sua trajetória o aspecto do pioneirismo no processo de interiorização do ensino superior no Ceará. Enquanto em estados, como a Paraíba, a Universidade Federal foi instalada de forma descentralizada, com campi em várias cidades do interior do estado, aqui no Ceará, a Universidade Federal só veio a se expandir para o Interior já próximo de seus 50 anos.
Coube, portanto ao governo estadual a tarefa de levar o ensino público superior para o Interior. Neste contexto, a Uece já nasce com uma unidade interiorana, a Faculdade Dom Aureliano Matos, que pertencia à Diocese de Limoeiro e foi incorporada à Uece no momento de sua criação, em 1975.
Em 1983, o governador Gonzaga Mota, atendendo solicitação de lideranças políticas interioranas, incorpora à Uece algumas faculdades criadas nos municípios e institui cursos superiores em outros. Nascem destes processos os campi de Quixadá, Crateús, Itapipoca, Iguatu, todos oriundos de faculdades locais, como também unidades nas cidades de Ubajara, Redenção, Cedro e Ipu.
É neste momento que a Uece realiza o seu primeiro grande concurso público de provas e títulos, exatamente para suprir as vagas dos cursos recém-criados nestas novas unidades. O concurso acontece em 1983 e a nomeação dos professores se arrasta até 1986, após ser prorrogado por um ano pelo Cepe.
As unidades de Quixadá, Itapipoca, Crateús e Iguatu, conseguiram manter-se tornando-se posteriormente faculdades, no reitorado do professor Perípedes Chaves (1988-1992). Já as unidades de Cedro, Redenção, Ubajara e Ipu não conseguiram florescer por diversos motivos.
No reitorado do Prof. Paulo de Melo Jorge Filho (Paulo Petrola, 1992-1996), há uma nova etapa na expansão. Foram criados dois institutos de ensino superior em Baturité e Senador Pompeu, vinculados à Feclesc. Estes institutos chegaram a formar dezenas de professores, mas, sem o apoio necessário do governo estadual e das prefeituras das regiões, vieram a fechar.
Houve, também, a criação de um instituto desta natureza na cidade de Pentecoste, o Instituto de Ciência e Tecnologia do Vale do Curu, que deveria ficar vinculado à faculdade de Itapipoca, mas este não veio a se desenvolver. É deste período também (1994) a criação do campus de Tauá, que nasce com a sigla de Cecitec – Centro de Educação Ciência e Tecnologia da Região dos Inhamuns.
Em todas as regiões onde a Uece se implantou, contribuiu e continua contribuindo para o desenvolvimento local.
(*) Professor, autor do livro A interiorização da UECE no Sertão Central (EdUECE, 2007).
Publicado In: O Povo, Opinião, de 8/9/15. p.9.

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