segunda-feira, 22 de agosto de 2022

MARTE OU ÁFRICA: metaverso

Por Vladimir Spinelli Chagas (*)

Em minha saga de não considerar viável a ideia de se transpor a população mundial para Marte, para sobrevivermos à catástrofe que criamos na Terra, fiz uma relação mental com a grande novidade do Metaverso.

Fui aprender um pouco sobre o Além (Meta) do Uni(Verso), que proporciona ambientes imersivos e interativos em que, a partir de avatares, podemos visitar espaços virtuais tão realistas ao ponto de nos permitir não apenas interagir com outros avatares (amigos) mas até realizar compras de produtos reais.

A área médica já pode realizar operações a longas distâncias, com segurança, e a percepção de que tudo está ocorrendo de forma real e aquele cirurgião que está no Japão aparece como se estivesse na mesa cirúrgica do hospital na cidade do paciente.

Dirigentes, especialistas, colaboradores de instituições de quaisquer portes poderão participar de reuniões virtuais com o sentimento da realidade, como se os demais participantes estivessem no mesmo espaço físico e com interações pessoais.

No campo dos negócios, o consumidor poderá experimentar roupas, sapatos e equipamentos de forma virtual, como se estivesse com aquele objeto em mãos.

Nos jogos, os avanços são muitos, com o jogador vestindo roupas, usando ferramentas e armas virtuais, a partir de tokens não fungíveis, isto é, únicos, que lhe proporcionam uma sensação de vida real.

E algumas empresas já avançaram fortemente na construção de espaços virtuais, vendidos como imóveis reais e a altos preços. Um primeiro exemplo, a Decentraland vendeu um "terreno" por 2,4 milhões de dólares, e a The Sandbox, por 4,3 milhões de dólares. Um negócio que pode chegar facilmente à casa dos trilhões, o Metaverso já envolve empresas como o Facebook, Microsoft, Nvidia, Nike e muitas outras, entre as quais o nosso Banco do Brasil.

Ora, se insistem na improbabilidade de levar oito bilhões de viventes para Marte, numa saga que duraria alguns milhões de anos, não se poderia pensar em construir espaços virtuais para abrigar essa mesma população, dando-lhes, virtualmente, o que a vida real lhes nega? Utopia, por utopia, acho essa mais romântica. 

(*) Professor da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do CRA-CE.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 20/06/22. Opinião, p.18.

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