terça-feira, 8 de abril de 2025

Pesquisas genéticas são destaque no tratamento de câncer

Por Gabriele Félix, jornalista de O Povo

Sediado em Fortaleza, o ICC Next Legacy reúne, entre os dias 7 e 9 de abril, pesquisadores para discutir os avanços em tratamento, pesquisa e gestão oncológica

O termo câncer abrange mais de 100 tipos de doenças, que têm em comum o crescimento desordenado de células e a capacidade de invadir tecidos localmente ou migrar para órgãos não adjacentes. Os dados são do Ministério da Saúde.

Conforme o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), divulgado em 10 de fevereiro de 2025, um levantamento realizado pelo Instituto Nacional do Câncer José de Alencar Gomes da Silva (Inca) mostrou que, para cada ano do triênio 2023 a 2025, foram previstos 704 mil casos novos de câncer no Brasil, sendo 21.020 no Estado.

Uma das iniciativas que procura chamar a atenção para a doença é a campanha Abril Lilás, que marca o mês de conscientização sobre o câncer de testículo, doença que corresponde mundialmente a 1% dos tumores masculinos e 5% das malignidades urológicas.

Apesar de raro, o urologista do Instituto do Câncer do Ceará (ICC), Marconi Tavares, alerta sobre a maior incidência da doença em homens em idade produtiva, entre 20 e 40 anos: “É uma doença de homem jovem, que existe um padrão genético, hereditário. E os fatores de risco que a gente considera para o paciente é que se ele tiver esse histórico, ele tem que ter um cuidado redobrado”.

O autoexame, de acordo com o médico, é essencial para garantir um diagnóstico precoce. “O grande nuance do câncer do câncer de testículo é por uma doença plenamente tratável. Mesmo que você se apresente com câncer de testículo localizado, mas que tem alguma metástase para o próprio pulmão, por exemplo, essa doença ainda é curável, porque é uma doença extremamente quimiossensível, ela tem uma sensibilidade à quimioterapia de forma curativa. Isso nos dá uma segurança enorme de tratar esses pacientes”, alerta.

Entre os principais sintomas da doença, o mais comum é o aparecimento de um nódulo duro, geralmente indolor, aproximadamente do tamanho de uma ervilha. Outras alterações, como aumento ou diminuição no tamanho dos testículos, endurecimentos, dor imprecisa na parte baixa do abdômen e aumento ou sensibilidade dos mamilos também podem ser indicativos do câncer de testículo.

Os dados foram alguns dos abordados durante o primeiro dia do Congresso de Oncologia do Norte e Nordeste, o ICC Next Legacy, que teve início nesta segunda-feira, 7, e prossegue até quarta-feira, dia 9, reunindo centenas de profissionais, nacionais e internacionais, para discutir os principais avanços em tratamento, pesquisa e gestão oncológica do mundo.

O evento, sediado em Fortaleza, debate novas tendências, abordagens e tecnologias no cuidado oncológico, incluindo a oncogenética, além de pesquisa e gestão em saúde.

O mastologista e diretor clínico da Rede ICC, Leandro Lacerda, destacou que o ICC Next Legacy é um congresso que abre um novo conceito em evento nacional e internacional.

A ideia foi trazer para este evento toda a área da saúde envolvida e não focar apenas na linha de tratamento com o médico direto ao paciente. Então, nós iremos abordar todas as áreas da oncologia e suas diversas modalidades e linhas de tratamento, visando sempre aquela linha de cuidado ao paciente”, ressalta.

Sequenciamento genético, cirurgia robótica e vacinas estão entre as novidades apresentadas no congresso

Segundo a coordenadora do ICC Genômica do Instituto do Câncer do Ceará (ICC), Maria Júlia, a detecção de alterações genéticas em pacientes é um grande marco na Medicina a nível mundial e promete aumentar a eficiência dos tratamentos e a sobrevida dos pacientes.

O médico vai saber direcionar melhor o tratamento daquele paciente. Já tem drogas, por exemplo, que são dadas a partir de alvos terapêuticos, então o paciente faz o teste molecular, é detectado a mutação e o médico escolhe uma droga que vai ter menos efeito colateral, o paciente vai ficar menos tempo no hospital. Então, isso dá uma sobrevida maior para o paciente e um sucesso maior para o tratamento”, detalha.

Além do sequenciamento genético preventivo, o oncologista clínico do ICC, Fábio Chaves, destaca que há uma força tarefa mundial focada no desenvolvimento de vacinas para o combate à doença.

A gente tem as vacinas que hoje em dia estão chegando cada vez mais fortes. Identificar subpopulações de indivíduos com alto risco que possam receber aquelas vacinas ou então pacientes que já tenham algum diagnóstico que possam receber aquelas vacinas como tratamento”, conta.

Apesar da expectativa pelo tratamento, ele ressalta que a novidade ainda está em fase de pesquisa. “A gente sabe que o câncer de colo do útero está muito relacionado ao HPV e que, hoje em dia, a gente tem essa vacina para receber. Muito provavelmente nos próximos anos a gente vai ter gerações de meninas que não terão esse tipo de doença, mas outras vacinas nas quais eu me referi agora há pouco, não, pois ainda estão em fase de pesquisa”, explica.

A cirurgia robótica também foi destaque no evento. De acordo com Leandro Lacerda, no Ceará, a Rede ICC Saúde já atua com essa prática, considerada mais rápida, menos dolorida e menos mórbida. “Hoje no grupo da Rede ICC Saúde temos a cirurgia robótica já sendo beneficiada, já atuando desde o ano passado. Então assim, sempre estamos tentando nos atualizar para a gente proporcionar o melhor paciente”, explica.

Genética, cirurgia robótica e vacinas

Segundo a coordenadora do ICC Genômica do Instituto do Câncer do Ceará (ICC), Maria Júlia, a detecção de alterações genéticas em pacientes é um grande marco na Medicina a nível mundial e promete aumentar a eficiência dos tratamentos e a sobrevida dos pacientes: "O médico vai saber direcionar melhor o tratamento daquele paciente. Já tem drogas, por exemplo, que são dadas a partir de alvos terapêuticos, então o paciente faz o teste molecular, é detectado a mutação e o médico escolhe uma droga que vai ter menos efeito colateral, o paciente vai ficar menos tempo no hospital. Então, isso dá uma sobrevida maior para o paciente e sucesso para o tratamento".

Além do sequenciamento genético preventivo, o oncologista clínico do ICC, Fábio Chaves, destaca que há uma força tarefa mundial focada no desenvolvimento de vacinas para o combate à doença: "A gente tem as vacinas que hoje em dia estão chegando cada vez mais fortes. O importante é identificar subpopulações de indivíduos com alto risco ou pacientes que já tenham algum diagnóstico que possam receber vacinas como tratamento".

Apesar da expectativa, ele ressalta que a novidade está em fase de pesquisa: "A gente sabe que o câncer de colo do útero está muito relacionado ao HPV e que, hoje em dia, a gente tem essa vacina para receber. Muito provavelmente nos próximos anos a gente vai ter gerações de meninas que não terão esse tipo de doença".

Fonte: Publicado In: O Povo, de 8/04/2025. Cidades. p.12.

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