quarta-feira, 15 de junho de 2022

PÓS-MODERNIDADE E ESPIRITUALIDADE

Por Pe. Eugênio Pacelli SJ (*)

A pós-modernidade desafia a Igreja a fazer chegar a mensagem de Jesus ao mundo. A mensagem Dele é atemporal. Como atualizar sua mensagem ao mundo? Primeiro é conhecer o cenário das juventudes. Estamos inseridos na "era da informação", dos algoritmos, da incerteza, das mudanças e celeridade"; etc. Convivemos com a geração Y ou Millennials, geração Z, geração Alfa, que compreende os nascidos a partir de 2010, com o controle da informação, linguagem própria; integram diferentes redes sociais, com seguidores virtuais.

Mergulhados nessa realidade possuem seguidores, mas são solitários. Estamos formando gerações abastadas de informação, mas solitárias, ansiosas, com medos e incompletudes, deprimidos e inseguros. Curtem seus "conhecidos virtuais", dialogam com os de fora, e silenciam com os de dentro, gerando vazio e poucos laços e relações sólidas. O excesso de uso das mídias digitais tem aumentado a infelicidade a níveis inimagináveis. Temos pessoas frágeis, sem raízes e asas.

Mas, nem tudo está perdido. Acreditamos que podemos construir pressupostos que podem servir de suporte para a transformação da realidade dessa geração. O que podemos fazer para que os jovens tenham dias felizes e saudáveis numa sociedade ansiosa e depressiva? Sob a luz dos ensinamentos de Santo Inácio de Loyola, o enfoque está na construção do projeto de felicidade que dá sentido à vida, educando no autoconhecimento, no saber e competências relacionais. Uma evangelização que engloba corpo, pensamento, sentimentos e movimentos interiores. A Interioridade não se reduz ao intimismo, mas abre à relação com o outro, despertando empatia e partilha.

A orientação é a formação de jovens conscientes e compassivos uns para com os outros. Jovem que desenvolve sua liberdade para viver e decidir com responsabilidade. Disposto a superar-se, desenvolver habilidades intelectuais, emocionais e a serviço dos outros. Reconhece o outro em sua dignidade. Comprometido com a transformação da humanidade e com o cuidado da "casa comum". Assim, teremos pessoas inteiras, profetas da vida, de Deus, da felicidade. 

(*) Sacerdote jesuíta e mestre em Teologia. Diretor do Seminário Apostólico de Baturité.

Fonte: O Povo, de 7/05/2022. Opinião. p.18.

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