Abro a
coluna com o verbo da Bahia.
Cosme de
Farias foi um grande advogado dos pobres da Bahia. Enveredou também pela
política. Vereador e deputado estadual por muito tempo. Vejam a historinha.
Um
ladrão entrou na Igreja do Senhor do Bonfim e roubou as esmolas. Cosme de
Farias foi para o júri:
–
Senhores jurados, não houve crime. Houve foi um milagre. Senhor do Bonfim, que
não precisa de dinheiro, é que ficou com pena da miséria dele, com mulher e
filhos em casa com fome e lhe deu o dinheiro, dizendo assim:
– Meu
filho, este dinheiro não é meu. Eu não preciso de dinheiro. Este dinheiro foi o
povo que trouxe. É do povo com fome. Pode levar o dinheiro.
E ele
levou. Que crime ele cometeu? Se houve um criminoso, o criminoso é o Senhor do
Bonfim, que distribuiu o dinheiro da Igreja. Então vão buscá-lo agora lá e o
ponham aqui no banco dos réus. E ainda tem mais. Senhor do Bonfim é Deus, não
é? Deus pode tudo. Se ele não quisesse que o acusado levasse o dinheiro, tinha
impedido. Se não impediu, é porque deixou. Se deixou, não há crime.
Cosme de
Farias ganhou no verbo. O réu foi absolvido.
Fonte: Gaudêncio Torquato (GT Marketing Comunicação).
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