quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

CEARÁ NA CABEÇA

Por Sofia Lerche Vieira (*)

A confirmação de Camilo Santana, Izolda Cela e Fernanda Pacobahyba na cúpula do Ministério da Educação (MEC) é notícia auspiciosa para o ano que se inicia. Há alguns anos, o Ceará tem despontado como um caso de sucesso inspirando políticas nacionais e locais. O Programa Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), lançado em 2012, é um exemplo nesse sentido. Em diferentes estados e municípios brasileiros hoje é possível encontrar inspirações da política educacional cearense centrada na aprendizagem de todas as crianças na idade certa.

Aqueles que acompanham de perto a política educacional sabem que o país vinha evoluindo positivamente na maioria de seus indicadores. Os quatro últimos anos, contudo, deixaram um terrível passivo de problemas e dificuldades, agravados pela pandemia. O quadro é sinistro: redução de recursos, paralisação de obras, interrupção de programas, sem contar a presença do que há de pior na gestão pública representada pelos ministros que ocuparam a pasta.

Como fazer para superar tantos desafios? Primeiro, é estratégico considerar o diagnóstico da equipe de transição na educação, estabelecendo uma agenda de prioridades onde boa parte do esforço do novo governo deverá centrar-se na recuperação do que foi perdido.

Para fazer valer uma agenda positiva, o trio cearense e todos que estiverem na direção do MEC, precisam saber retomar o trabalho com estados e municípios, ouvindo suas demandas e necessidades e encontrando soluções conjuntas. Nesse contexto, é oportuno não esquecer dois requisitos fundamentais ao exercício do poder: humildade e empatia. Humildade para não cair na armadilha de julgar que o Brasil é o Ceará. Para além da aprendizagem na idade certa e da educação integral, há imensos desafios a enfrentar. Empatia no esforço de captar o drama dos territórios e segmentos vulneráveis que tanto precisam de uma educação de qualidade, buscando alternativas inovadoras capazes de superar as desigualdades entranhadas em nossa sociedade. Que não lhes falte, portanto, sabedoria e inspiração. Que o sucesso ilumine este novo patamar de atuação!

(*) Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Uece e consultora da FGV-RJ.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 2/01/23. Opinião, p.20.

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