quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

REFUGIADOS INTERNOS: perguntar será pecado?

Meraldo Zisman (*)

Médico-Psicoterapeuta

Perguntar não é pecado: como surgiu esse novo categoria de deslocado, o refugiado interno?

O que atinam? Será que tenho razão quanto à existência dessa nova categoria de refugiado?

Refugiados são criaturas que fogem de um país para outro por motivos de guerra ou de perseguição política, entre outros. Diferente dos imigrantes, as pessoas que saem de seus países por vontade própria, visando melhor condição de vida. Com a guerra na Ucrânia voltou-se aos tempos dos deslocados (refugiados) de guerra ou como dizem em inglês “displaced person” (ter sido forçado a deixar sua casa, por uma invasão). Lembro que, “displaced” é sinônimo de inconveniente, impróprio, inadequado, inoportuno para a região que o acolhe.

Desconheço situação mais vexatória para um ser humano que se tornar refugiado, desprovido de segurança psico-bio-econômico-social. O refugiado perde os direitos a qualquer proteção, seja ela social, jurídica, econômica, alimentar, de moradia ou de existência. Em suma, a questão do refugiado no mundo contrai contornos dramáticos, pois, além dos problemas severos que afligem suas diferenças áreas de origem, ainda se associam outras dificuldades.

Entre essas dificuldades destacam-se as diferenças culturais, enigmas com idiomas, busca por emprego e, especialmente, a xenofobia (aversão a estrangeiros) que sofrem.

Ademais, existem várias categorias de refugiados, definidas pelas causas: por perseguição política, conflito armado, fome, discriminação racial, social, religiosa e até os alijados por razões ecológicas.

Com a invasão da Ucrânia pela Rússia, são agora mais de 4 milhões de pessoas que se refugiaram em países vizinhos. Em sua maior parte crianças, velhos e mulheres.

O mais triste/curioso é que muitos refugiados desta guerra foram se abrigar em sua própria nação, invadida. O enigma é que mais de 7,1 milhões de pessoas estão deslocadas internamente, conforme o relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Será essa “fuga interna” causada por preconceito quanto a pequenas diferenças (‘ver’ Sigmund Freud)? O que fazer? Como classificá-los?

Perguntar não é pecado: como surgiu esse novo categoria de deslocado, o refugiado interno?

O que atinam? Será que tenho razão quanto à existência dessa nova categoria de refugiado?

Repito: Perguntar não é pecado!

(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE), da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES) e da Academia Recifense de Letras. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha).


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