sábado, 21 de fevereiro de 2009

O Problema do Câncer no Brasil (1ª, 2ª, 3ª e 4ª Edições)







As quatro edições de “O Problema do Câncer no Brasil”, de responsabilidade do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional de Câncer, impressas no Rio de Janeiro, entre 1992 e 1997, optaram pela simplicidade de revestimento, mas com bastante sobriedade, por lidar com recursos públicos e ter ampla tiragem destinada à doação e ao intercâmbio técnico e científico.
Ref.: MENDONÇA, G.A.S.; PINHEIRO, L.R.; SILVA, M.G.C. da; GADELHA, M.P.; TEIXEIRA, M.T.B. O problema do câncer no Brasil. Ministério da Saúde. INCA. PRÓ-ONCO. 1.ed. Rio de Janeiro: INCA/Imprensa Naval, 1992. 43p.
Ref.: ABREU, E. (ed.); MENDONÇA, G.A.S.; GADELHA, M.I.P.; SILVA, M.G.C. da et al. O problema do câncer no Brasil. 2.ed. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde / INCA / PRÓ-ONCO, 1993. 41p.
Ref.: ABREU, E. (ed.); PINHEIRO, L.R.; GADELHA, M.I.P.; SILVA, M.G.C. da et al. O problema do câncer no Brasil. 3.ed. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde / INCA / PRÓ-ONCO, 1995. 43p.
Ref.: ABREU, E. (ed.); GADELHA, M.I.P.; SILVA, M.G.C. da et al. O problema do câncer no Brasil. 4.ed. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde / INCA / PRÓ-ONCO, 1997. 60p.

Saúde Pública: auto-avaliação e revisão (1ª Edição)


A capa da primeira edição de “Saúde Pública: auto-avaliação e revisão”, lançada pela Editora Atheneu, do Rio de Janeiro, recebeu um tratamento em três cores: azul escuro, como fundo, azul claro e branco, vazados para a descrição de título e outras credenciais bem ressaltadas, servindo de chamariz ao público interessado; como elemento de composição artística, nota-se uma “ventana” do tipo veneziana, com “ripas” em azul claro, que se estreitam ou se fecham, dependendo de como se observar, de cima para baixo.
Ref.: SILVA, M.G.C. da. Saúde Pública: auto-avaliação e revisão. Rio de Janeiro: Atheneu, 1992. 420p.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A MORTE DO DONO

O Ambulatório Geral de Pediatria do HIAS, naquela manhã de segunda-feira, estava lotado de pacientes, que, em parte, se acumulavam pelos corredores, em função da coincidência de datas com a realização de um grande congresso nacional de Pediatria em Fortaleza, motivando a liberação do trabalho, de dois dos pediatras escalados para o atendimento.
Em vista disso, os três colegas, a postos no serviço, desdobravam-se para dar conta dos pacientes agendados daquela manhã, uma vez que muitas mães rechaçaram qualquer tentativa de remanejamento de consultas para outra data próxima.
Dra. Fátima Gurgel, ciente e antevendo o problema, chegara até um pouco mais cedo ao Ambulatório, para iniciar os atendimentos. Por volta das 10h30, ela já estava na vigésima consulta, quando a Joaninha, a atendente dos consultórios, veio alertá-la de que Dona Gislena, a mãe da próxima criança a ser atendida, estava muito revoltada e fizera um escarcéu na sala de espera, com ameaça de denunciar o HIAS, no programa radiofônico do Paulo Oliveira.
Logo que a mãe e o menino ingressam no consultório, a Dra. Fátima Gurgel dirige-se à mãe nos seguintes termos:
– Bom dia, D. Gislena! Está tudo bem com a senhora e o seu filho?
– Bom dia, coisa alguma, doutora. – repeliu asperamente D. Gislena.
– Estou penando aqui desde sete horas e perdi o meu dia de faxina. Quem é que vai pagar o meu prejuízo? Um dia perdido de serviço, é dinheiro que vai fazer falta pras compras lá de casa.
– Lamento, senhora. Mas minhas duas colegas estão liberadas, nesta semana, para participar de um congresso. Essa é uma atividade importante para que os médicos fiquem mais atualizados e possam prestar um melhor atendimento aos nossos pacientes.
– Isso é lorota! Elas devem estar é zanzando por aí, passeando ou fazendo compras nas boutiques das madames. Foi só o dono daqui morrer, ganhar um paletó de madeira, que esse hospital degringolou e essas médicas se aproveitaram da situação pra fazer corpo mole.
– E quem era o dono desse hospital, D. Gislena?
– Era esse tal de “Alberto Seibe”, o que “bateu a cachuleta” na semana passada, o dono deste troço aqui – completou D. Gislena.Dra. Fátima Gurgel percebeu, então, que o diálogo com a interlocutora materna não deveria prosperar e concentrou a sua atenção nas necessidades mais visíveis e imediatas da criança.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Técnicas para Definir Prioridades em Saúde


A Tese de Doutoramento defendida na Faculdade de Saúde Pública-USP foi corporificada, sob o resguardo da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, no livro “Técnicas para Definir Prioridades em Saúde: análise da mortalidade por causas evitáveis em Fortaleza em 1981-83”, com renda revertida para a Rede Feminina do Instituto do Câncer do Ceará. Guardando vinculação com o teor do texto, a capa, com fundo cinza e caracteres escritos em vermelho, é ilustrada por dois pulmões, em oposição e invertidos, como em uma imagem virtual, separados pela indagação: Que prioridades?. No pulmão D, correta e anatomicamente posicionado, a Saúde, em letras vermelhas, sobressai dentre a outros setores econômicos e sociais, como educação, agricultura, segurança pública etc., impressos vazados em branco, enquanto na imagem pulmonar invertida são questionadas as prioridades, no seio de uma ampla lista de doenças e agravos à saúde prevalentes em Fortaleza.Ref.: SILVA, M.G.C. da. Técnicas para definir prioridades em saúde: análise da mortalidade por causas evitáveis em Fortaleza em 1981-83. Fortaleza: IOCE, 1991. 230p. (Tese de Doutoramento apresentada à Faculdade de Saúde Pública-USP).

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Situação de Saúde em Fortaleza em 1966-74


Em decorrência de lograr, pela segunda vez, o Prêmio Estado do Ceará - Categoria de Ensaios e Estudos Científicos – 1986, patrocinado pela Secretaria de Cultura e Desporto do Estado do Ceará, foi possível publicar, pela Imprensa Oficial do Ceará, a monografia “Situação de Saúde em Fortaleza: análise através da mortalidade em 1966-74”, que já fora contemplada com o prêmio Dr. Walter de Moura Cantídio, por conta do Concurso Trabalho Científico do Ano, promovido pela Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, em 1985. A capa observou o mesmo padrão gráfico da anterior, com a incorporação de fotos do acervo de O Povo, se bem que, a roupagem condoída foi minimizada, porquanto o estudo, em questão, em que pese desvendar as precárias condições de saúde de Fortaleza, apontava para a tendência da melhoria dos indicadores de saúde.
Ref.: SILVA, M.G.C. da. Situação de Saúde em Fortaleza: análise através da mortalidade em 1966-74. Fortaleza: Secretaria da Cultura e Desporto, IOCE-Imprensa Oficial do Ceará, 1989. 177p.

POSSE NA ACADEMIA CEARENSE DE MEDICINA


Em Sessão Solene da Academia Cearense de Medicina, ocorrida na noite de 13 de fevereiro de 2009, no Auditório Castello Branco da Reitoria da UFC, foram empossados os mais novos Membros Titulares do sodalício: os médicos José Ronaldo Mont'Alverne (Cadeira Nº 53) e Marcelo Gurgel Carlos da Silva (Cadeira Nº 18) .

No flagrante, identifica-se o Acadêmico Marcelo Gurgel tendo ao seu lado a Sra. Maristela Benevides, viúva do Prof. Dr. Joaquim Eduardo de Alencar, o patrono da Cadeira Nº 18 e expressão de primeira grandeza da Saúde Pública cearense.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

SÓ A CABEÇA... SEM CRIANÇA

Em uma manhã de sábado, o cirurgião pediátrico do HIAS, Dr. Augusto Taveira, fazia a visita de enfermaria, acompanhado de médicos residentes e internos, oportunidade em que discutia com o grupo a conduta a ser adotada em um garoto portador de uma endocrinopatia rara.
Coube a R3 de Pediatria fazer a descrição do caso clínico, cujo destaque principal estava na irregularidade dos níveis glicêmicos da criança, com predominância de marcada hipoglicemia.
Após longa discussão sobre o diagnóstico diferencial, englobando as endocrinopatias da infância, o Dr. Taveira deu o seu veredicto:
– Trata-se, evidentemente, – meus caros alunos – de um raro caso de insulinoma.
– O que vem a ser isso? – indagou um interno recém-admitido no Serviço de Pediatria.
– É um tumor das células beta das ilhotas de Langerhans.
– Onde fica isso, professor? É no Atlântico? – provocou o estudante, denunciando a sua formação capenga, ao tempo em que quis bancar o engraçadinho.
O cirurgião pediátrico quedou-se, a princípio, estupefato com a estupidez do interlocutor metido a engraçadinho; porém, contendo a sua indignação diante da dúvida de assunto ensinado em Biologia do curso colegial, rogou a que outro interno esclarecesse ao colega:
– Por favor, expliquem ao colega com hipossuficiência de conhecimentos! –tripudiou o preceptor.
– É no pâncreas – respondeu uma interna muito solicitamente.
– Qual é a função dessas células alfa? – insistiu o aluno ignorante.
– Você está confundindo as coisas. Acho que tudo parece “grego” para você: não é alfa, e sim, beta – explicou a R3.
O Dr. Augusto Taveira decidiu pôr um fim naquele diálogo, antes que descambasse para um estranhamento entre os seus comandados, pontuando:
– Esse tumor causa um hiperfuncionamento das células beta, produtoras de insulina, cujo excesso na corrente sangüínea leva ao quadro de crises hipoglicêmicas dessa criança.
– E o que se deve fazer para resolver o problema – perguntou a R1.
– A melhor conduta é cirúrgica e consiste em amputar parte da estrutura anatômica do pâncreas.
– E como é essa operação, Dr Taveira? – inquiriu a R3.
– Bem eu vou cortar ao nível do corpo e deixarei só a cabeça. Isso vai reduzir, temporariamente, as crises de hipoglicemia, aumentando, assim, a sobrevivência do paciente e concedendo-lhe melhor qualidade de vida.
Terminada a discussão clínica, o Dr. Augusto e a sua equipe dirigiram-se à enfermaria vizinha, para avaliação de outros pacientes.
Enquanto isso, naquela enfermaria permanecera apenas a médica plantonista, a Dra. Fátima Araújo, cuidando das prescrições das crianças ali internadas. Foi quando teve o seu trabalho interrompido pelo choro incontido da mãe da criança que acompanhara atentamente as explanações sobre a doença do filho e o tratamento a ser aplicado.
– O que houve, mãe? Por que você está chorando?
– Eu quero o meu filho é inteiro! – exclamou a zelosa mãe.
– Como assim? O seu menino não será partido!
– Mas aquele doutor disse que ia cortar o corpo e deixar só a cabeça. Mesmo que ele não morra, eu não quero ficar só com a cabeça dele.
Foi com extrema dificuldade que a Dra. Fátima Araújo desfez o mal-entendido, explicando os detalhes do procedimento cirúrgico a ser praticado, acalmando, assim, a inquietação materna.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Situação de Saúde em Fortaleza em 1978-80


No ano de 1982, sob o aval da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, foi editado pela Imprensa Oficial do Ceará, o livro “Situação de Saúde em Fortaleza: análise através da mortalidade no período 1978-80”, em cuja capa foram dispostas em forma de cruz seis fotos em preto e branco, gentilmente cedidas pelo Jornal O Povo, que “recontam” a dura realidade de saúde então vigente em Fortaleza, em um cenário de favelas transbordantes de pobreza e de doenças, com destaque para a figura central, onde uma criança desnutrida e desidratada traduz, com fidelidade, a cruel condição de saúde, e para a quarta capa, em que desponta uma mulher sofrida, grávida e portando um bebê, posando diante de sua moradia de pau-a-pique, com seus três outros filhos, choramingantes e combalidos pela fome, sendo um deles provável portador de “kwashiorkor”. A tonalidade marrom-claro, com inscrições em preto, conferiu uma beleza sombria e tristonha, mas bem próxima do real.
Ref.: SILVA, M.G.C. da. Situação de saúde em Fortaleza: análise através da mortalidade no período 1978-80. Fortaleza: Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, IOCE - Imprensa Oficial do Ceará, 1982. 208 p.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Câncer em Fortaleza: morbidade e mortalidade


Como conseqüência da concessão do Prêmio Estado do Ceará - Categoria de Ensaios e Estudos Científicos – 1982, sob os auspícios da Secretaria de Cultura e Desporto do Estado do Ceará, foi possível publicar, pela Imprensa Oficial do Ceará, a Dissertação de Mestrado, apresentada à Faculdade de Saúde Pública-USP, denominada “Câncer em Fortaleza: morbidade e mortalidade no período 1978-80”. Sua capa em papel “couché”, mostrava três largas faixas horizontais: branca, verde-escuro e verde claro, contendo, respectivamente, em letras vazadas, nome do autor, título da obra e os créditos do patrocinador oficial; essas faixas eram separadas por outras duas estreitas, duplas brancas e entremeadas por uma em verde escuro; para alusão ao foco do tema discorrido, cinco “caranguejos” estilizados foram parcialmente justapostos, formando uma série no andar inferior.
Ref.: SILVA, M.G.C. da. Câncer em Fortaleza: morbidade e mortalidade no período 1978-80. Fortaleza: Secretaria de Cultura e Desporto, 1982. 225p.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Câncer em Fortaleza-Cancer in Fortaleza - 1978-80


Em 1982, ainda na condição de um jovem médico, em início da profissão, publicamos o nosso primeiro livro, e, desde então, tivemos o devido zelo com a elaboração da capa de nossa produção intelectual, sob o formato de livros.
Assim foi o cuidado dispensado à obra "Câncer em Fortaleza-Cancer in Fortaleza - 1978-80", que, embora fosse um trabalho de resultados institucionais e destinado à divulgação nacional e no exterior, preocupou-se em fixar o mapa territorial do Brasil, contendo silhuetas de um aglomerado humano em verde, contrastando com espaços brancos, lembrando a cobertura vegetal do país, e colando, na área de localização da capital cearense, o “caranguejo” estilizado, geometricamente, usado pelo Ministério da Saúde como símbolo da luta contra o câncer.
Ref.: SILVA, M.G.C. da - (coord.). "Câncer em Fortaleza-Cancer in Fortaleza - 1978-80". Fortaleza: Instituto do Câncer do Ceará, Imprensa Universitária, 1982. 135p.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

CRIANÇA SEM FÍGADO

A Dra. Francisca do Carmo, preceptora da Residência Médica do HIAS, conduzia a visita de enfermaria para discussão de casos clínicos, com os residentes e internos do hospital.
Diante de uma criança, com suspeita de ser acometida de calazar, em fase inicial da doença, pairava a dúvida quanto à presença ou não de fígado palpável ao exame físico.
Por primeiro, os internos examinaram o abdome da criança, começando pelo acadêmico responsável direto pelo cuidado daquele menino, a quem coube resumir a anamnese do caso:
– Eu já examinei minuciosamente esse garoto e percebi que ele tem fígado palpável a dois dedos transversos abaixo do rebordo costal direito (RCD), o que reforça o diagnóstico inicial de calazar.
Outros três estudantes, sob a supervisão docente, repetiram o mesmo exame e externaram as suas opiniões:
– Eu detectei fígado palpável a dois centímetros do RCD – disse um, confirmando o achado do primeiro colega.
– Não constatei nada palpável na região do hipocôndrio direito – afirmou outro, discordando do resultado dos dois primeiros examinadores.
– Não verifiquei nada que pudesse falar a favor de hepatomegalia – anunciou o último deles, ratificando o achado do seu colega antecedente.
A Dra. Francisca do Carmo pediu, então, a Dra. Cláudia Abreu, médica-residente R1 daquela unidade e responsável pelo leito, para que detalhasse os resultados do exame físico contidos no prontuário do paciente.
Depois do esmiuçado relato, a Dra. Francisca do Carmo perguntou, de chofre, a Dra. Cláudia:
– Na sua opinião, como é que é: essa criança tem ou não fígado palpável?
– Na minha avaliação, eu acho que tem – respondeu a Dra. Cláudia Abreu.
– Não vale “eu acho”: quero uma resposta precisa, em definitivo – exigiu a médica preceptora.
– Eu estou convencida de que possui – concluiu a R1.
Como a Dra. Francisca do Carmo pressentira um certo vacilo ou a pouca convicção da R1, considerou oportuno requerer que as duas outras médicas, a R2 e a R3, mais experientes, também examinassem o menino e emitissem o diagnóstico clínico.
Ambas, após meticuloso exame, chegaram a uma conclusão diferente da apontada pela R1: não havia fígado!
A palavra final competiu à médica preceptora, que, depois de exame performático, dado o caráter didático da visita de enfermaria, pontificou:
– Em definitivo, meus caros residentes e internos, esse garoto não tem fígado!
Ditas essas palavras de modo tão imperativo, ecoou na enfermaria o soluço da aflita mãe do garoto, que a tudo assistia, com o natural desvelo materno:
– O meu filho vai morrer! Tadinho dele! Tão novo – balbuciava enquanto as lágrimas vertiam de sua face.
– Quem foi que falou aqui que ele ia morrer, mãe? – o seu filho vai ficar bom e a senhora vai levá-lo para casa brevemente – explanou a Dra. Francisca do Carmo.
– Mas como é que ele vai ficar bom se a senhora mesma disse que não tinha fígado.
Só a custa de muitas explicações a mãe foi convencida de que tudo não passara de um mal entendido.
 

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