terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O BRASIL ANEDÓTICO LX



CARTA DE ALFORRIA
Tobias Monteiro - "Pesquisas e depoimentos", pág. 243.
Ao chegar a Lisboa, exilado, a 30 de novembro de 1889, Ouro-Preto foi visitar a bordo do Alagoas o Imperador deposto. Encontrou-o calmo, conformado.
- Em suma, estou satisfeito, - declarou-lhe Pedro II.
E referindo-se à sua deposição:
- É a minha carta de alforria... Agora, posso ir onde quero...
SOL SEM OCASO
J.M. de Macedo - "Ano Biográfico", vol. III, pág. 388.
Era em 1839. Com sessenta e seis anos, Antônio Carlos era, ainda, o grande tribuno da mocidade e, talvez, mais eloquente, mais arrojado, mais perfeito. Não obstante isso, e à falta de outro argumento, os adversários procuravam frequentemente aludir à sua idade, com o intuito de desarmá-lo.
Certo dia, nesse ano, na Câmara, o ministro da Guerra, Sebastião do Rego Barros, respondendo a um discurso daquele a quem já denominavam o "Mirabeau brasileiro", observou, de súbito:
- O próprio sol tem o seu ocaso...
- Mas este sol - respondeu-lhe de Antônio Carlos, - este sol brilha no seu ocaso com todos os esplendores do meio-dia!...
FAZENDO UM BARÃO
Ernesto Matoso - "Cousas do meu tempo", pág. 124.
Por ocasião da sua viagem ao Paraná, foi Pedro II hospedado em Ponta-Grossa, por um fazendeiro rude, mas trabalhador e leal, o qual, ao oferecer um almoço ao monarca, fê-lo, sem maiores cerimônias, nos seguintes termos:
- Senhor Imperador! Eu podia ter feito mais alguma cousa; podia ter matado mais uma vitela, mais um peru; mas preferi assinalar por outro modo a vossa passagem por esta terra e a honra de vir a esta sua casa: libertei todos os meus escravos (cerca de setenta) e peço a Vossa Majestade o favor de lhes entregar as cartas de liberdade!
Ao chegar à Corte, levou o Ministro do Império ao soberano os decretos distinguindo as pessoas que o haviam homenageado na excursão, cabendo ao fazendeiro paranaense o oficialato da Ordem da Rosa.
- Isso é pouco para esse benemérito - declarou o Imperador; - faço-o Barão.
Mas, Majestade, obtemperou o ministro ele é quase um iletrado.
- Não será o primeiro, - tornou o imperador; - e com a circunstância de que é um homem muito digno.
E imperativo:
- Mande-me o decreto fazendo-o Barão dos Campos-Gerais.
PEDRO II E OS HUMILDES
Tobias Monteiro - "Pesquisas e depoimentos", pág. 309.
Antes de deixar, no porto de Lisboa, o Alagoas, o Imperador pediu ao comandante do navio, José Maria Pessoa, uma lista de toda a tripulação, a fim de gratificá-la, tendo em atenção a categoria de cada pessoa de bordo. A criatura mais humilde do navio era um homem, estranho à equipagem, tomado para cuidar do gado durante a viagem. Até dele o Imperador se lembrou.
- Falta o homem que trata dos bois - disse, ao notar a falta do seu nome.
E recomendando ao comandante:
- Não o esqueça.
Fonte: Humberto de Campos. O Brasil Anedótico (1927).

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

TÍTULOS NO CURRICULUM VITAE EM 2013



Anunciamos neste blog, no dia 28/12/2012, ter alcançado três mil inserções em nosso curriculum vitae. Tratava-se de um feito atingido por poucos profissionais, em termos meramente quantitativos, porém traduzível como indicativo de uma vida de farta dedicação ao trabalho. Quanto à qualidade desse currículo, não nos cabe fazer julgamento, o que deixamos para nossos pares.
Agora, ao final de 2013, acrescentamos mais de 150 inserções, auferidas no ano em curso, o que nos leva a acumular quase três mil e duzentos títulos no currículo, ao longo de uma existência de sessenta anos de idade.
A nossa participação em concursos e exames a que nos submetemos, bem assim em bancas examinadoras, congressos, jornadas e reuniões, dos quais tomamos parte, põe em evidência, um dinamismo performático, consolidado em 36 anos de atuação, como professor e médico, e em 27 anos, sob o ofício de economista, fatos que nos granjearam o respeito e nos tornaram merecedor de alguns prêmios e distinções.
Ao término de 2013, completamos o nosso mandato de três anos à frente do Mestrado Acadêmico em Saúde Pública da UECE, gestão que foi marcada pela transformação do mesmo em Programa de Saúde Coletiva, com oferta de vagas de mestrado e de doutorado, fruto do esforço empreendido por docentes e discentes do programa.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular da Uece

domingo, 29 de dezembro de 2013

HERANÇA BEDUÍNA



Um homem, que tinha 17 camelos e 3 filhos, morreu.
Quando o testamento foi aberto, dizia que metade dos camelos ficaria para o filho mais velho, um terço para o segundo e um nono para o terceiro.
O que fazer?
Eram dezessete camelos; como dar metade ao mais velho? Um dos animais deveria ser cortado ao meio?
Tal não iria resolver, porque um terço deveria ser dado ao segundo filho. E a nona parte ao terceiro.
É claro que os filhos correram em busca do homem mais erudito da cidade, o estudioso, o matemático.
Ele raciocinou muito e não conseguiu encontrar a solução, já que a mesma é matemática.
Então alguém sugeriu: "É melhor procurarem alguém que saiba de camelos, não de matemática".
Procuraram assim o Sheik, homem bastante idoso e inculto, mas com muito saber de experiência feito.
Contaram-lhe o problema.
O velho riu e disse: "É muito simples, não se preocupem".
Emprestou um dos seus camelos - eram agora 18 - e depois fez a divisão. Nove foram dados ao primeiro filho, que ficou satisfeito. Ao segundo coube a terça parte - seis camelos - e ao terceiro filho foram dados dois camelos - a nona parte. Sobrou um camelo: o que foi emprestado.
O velho pegou seu camelo de volta e disse: "Agora podem ir".
Solução:
17+1= 18
1º filho - 18/2= 9
2  filho - 18/3= 6
3  filho - 18/9= 2
9+6+2= 17 camelos (está cumprido o testamento)
18-17=1
sobrou 1 camelo que foi entregue ao seu proprietário.

Fonte: Internet (circulando por e-mail).
Nota: Essa estória nos faz relembrar de Malba Tahan.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Defesa de Dissertação em Saúde Pública (UECE) de Juliana Lucena

Flagrante da banca com a mestranda, logo após a defesa de dissertação da Enfa. Juliana Lucena de Miranda Cavalcante. Juliana está ladeada pelos professores Helena Sousa e Fernando José Pires de Sousa, à esquerda, e por Marcelo Gurgel Carlos da Silva, à direita.
(Foto cedida por Juliana).


Aconteceu na manhã de ontem (27/12/13), na Universidade Estadual do Ceará, a defesa de Dissertação do Programa de Mestrado Acadêmico em Saúde Pública (PMASP) da Universidade Estadual do Ceará.
A banca examinadora, composta pelos Profs. Drs. Marcelo Gurgel Carlos da Silva, Mauro Serapioni e Francisco José Maia Pinto, aprovou a Dissertação “INTERNAÇÕES, ENVELHECIMENTO E GASTOS EM SAÚDE NO SUS: análise das condições sensíveis às ações da atenção primária no Ceará de 2000 a 2011, apresentada pela mestranda e nossa orientada JULIANA LUCENA DE MIRANDA CAVALCANTE.
Com essa conclusão, completamos 36 (trinta e seis) orientados de mestrado.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Coordenador e professor do PMASP

BRASILEIRO é otário?



Rodrigo Constantino
“Sempre que vou aos Estados Unidos retorno com essa questão: somos um povo otário? Afinal, adoramos nos vangloriar de nossa “malandragem”, de nosso “jeitinho”, mas vivemos imersos em um mar de ineficiência, corrupção, carestia e criminalidade. Há malandro demais para otário de menos por aqui.
Os americanos são bobos, egoístas, uns capitalistas insensíveis. Mas vejam que coisa: os serviços básicos funcionam, as estradas são boas, quase todos possuem carros decentes, pelos quais pagaram um terço do valor que nós pagamos, e podem andar com vidros abertos e ter casas sem muros. Que otários!
Ainda bem que somos diferentes, desconfiamos do lucro, dos empresários, e delegamos ao papai Estado todo nosso destino. Temos agora até universidade marxista voltada exclusivamente para o trabalhador, para não deixá-lo “alienado”, e sim um camarada “politizado”, engajado na luta pela justiça social. Somos muito melhores!
Temos um governo metido nos piores escândalos de corrupção, mas ainda favorito para mais um mandato em 2014. A economia não cresce, paramos de gerar empregos, a inflação continua alta demais, cada vez mais gente depende de esmolas estatais, a carga tributária sobe sem parar, mas ninguém parece se importar. A Copa vem aí, e somos a pátria de chuteiras.
Após oito anos, os mensaleiros finalmente foram presos, mas ainda tentam vender a imagem de injustiçados. Um deles recebe amplo apoio dos artistas e “intelectuais” da esquerda caviar, pois teria um currículo louvável (comunista por acaso pode ter passado digno de aplausos?) e não teria roubado para si próprio. O outro se compara a Mandela.
E o PT faz evento oficial para defender os bandidos presos e atacar o STF, ao lado de uma presidente da República conivente, passiva, cúmplice. Alguém pode imaginar isso nos Estados Unidos? Claro que não. Eles não são tão compreensivos e cordiais como nós.
Estive em Miami e Orlando. Só brasileiro, nem preciso falar. Estamos por toda parte, comprando e comprando. “Consumistas burgueses”, diria um típico comuna. “Classe média fascista”, diria Marilena Chauí. Mas que mal há em desejar pagar um terço do preço que se paga no Brasil pelos mesmos produtos? Compram em Miami os que não são ricos a ponto de poder comprar no Brasil.
“Ah, mas é preciso financiar a justiça social”, alegam os esquerdistas. Ora, o governo americano é a polícia do mundo (felizmente), e nós precisamos de um governo ainda maior em termos relativos? Haja esmola, para pobre e para rico (BNDES).
Sem falar que, no Brasil, reina o culto do pobrismo. As esquerdas amam a miséria, não os pobres. E odeiam os ricos mais do que “amam” os necessitados. Não existem abutres sem carniça, não é mesmo?
O Brasil realmente testa nossa paciência. A impressão digital do governo inchado está em todas as cenas do crime, mas eis que boa parte da população pede, como solução para nossos males, mais governo! Seria cômico, não fosse trágico.
Mas é véspera de Natal, e não quero estragar a ocasião. Quero até aproveitar a oportunidade e fazer meus pedidos a Papai Noel. É verdade que ele tem toda pinta de marxista: usa roupa vermelha, distribui presentes pagos por terceiros, e coloca outros para fazer o trabalho pesado enquanto fica com a fama de bondoso. Não importa. Faço minha lista, na esperança de ser atendido:
1. Que o povo brasileiro possa acordar em 2014 e ter o bom senso de evitar um destino trágico como o da Argentina ou da Venezuela para nosso lindo país.
2. Que o funk não seja mais visto como “apenas” uma forma artística diferente, tão boa quanto música clássica ou ópera.
3. Que a doutrinação marxista nas nossas universidades chegue ao fim e que cada vez mais alunos e professores tenham a coragem de se rebelar contra tal covardia.
4. Que a hegemonia de esquerda na política nacional seja finalmente vencida e que algo NOVO possa surgir como alternativa.
5. Que esses ecochatos e politicamente corretos arrumem algum passatempo individual e nos deixem em paz para vivermos de acordo com nossas preferências pessoais.
6. Que todos aqueles que conseguem defender a ditadura cubana em pleno século 21 resolvam abandonar a hipocrisia e comprar uma passagem só de ida para a ilha-presídio caribenha.
7. Que os brasileiros passem a ler mais, de preferência bons livros.
8. Que todos aqueles que querem “salvar o mundo” antes arrumem o próprio quarto.
9. Que todos lembrem de que solidariedade é algo voluntário, não compulsório, via impostos dos outros.
10. Que nosso povo seja menos “malandro”, como os americanos.
Feliz Natal”.
Fonte: O Globo – 24/12/2013.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

NATAL DE CONTRASTE



Giselda Medeiros (*)

Natal! Bimbalha o sino! E o povo ainda
parece não cuidar de seu sentido
e vai, de loja em loja, em busca infinda,
comprar presentes, vinho envelhecido...

Natal! Na manjedoura a Criança linda,
nascendo, ergue Seus braços no sentido
do abraço à humanidade e a ela brinda
com a taça do Amor recém-nascido...

Natal! Luzes e enfeites coloridos,
perfumes, ceias... Mas, na estrebaria,
José, Jesus, Maria, entre mugidos...

Natal! Ah... Que contraste! Insanidade!
O menos festejado é O que devia
Ser adorado pela humanidade!

(*) Da Academia Cearense de Letras. Princesa dos poetas cearenses.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Do ‘grande salto’ ao passo seguinte



Por Ricardo Alcântara (*)
Já vi governo mal assessorado embarcar em canoa furada de pesquisa. O furo não estava nos índices, mas na leitura oferecida sobre eles – generosa para o ego do governante e ainda mais conveniente para a estratégia da deslealdade em curso.
Vamos por partes. Quando uma pesquisa oferece um índice de aprovação de governo, isto não quer dizer que os cidadãos estejam, necessariamente, de todo satisfeitos com ele. O dado, por si, não define um estado qualitativo, de entusiasmo.
O que na maior parte o dado indica – o cruzamento com outros é que determinará o percentual de aprovação efetiva – é que o cidadão considera haver no governo, face às circunstâncias, operosidade no enfrentamento dos problemas, o que é bom.
Explico melhor: índices genéricos de aprovação afirmam, mais do que adesão de massa, um estado de boa compreensão sobre a relação intencional: é o saldo entre esforço e dificuldade, propósito e circunstância, que está sendo (bem) medido ali.
Assim, é compreensível que o governo Cid Gomes, tão criticado por resultados pífios em Segurança, conte com aprovação – moderada ou decidida – de metade dos cearenses: o resultado é uma ponderação entre desempenho e circunstância.
O dado imediato mais revelador sobre a adesão ao governo é o percentual que o define como “ótimo”: ali está o cidadão que pede a palavra quando o governo é criticado nas rodas de bate-papo, que é onde a inclinação potencial se multiplica.
No caso do Ceará, pesquisa recente (Ibope) revela, no item, índice modesto para um governador que alega ter feito em sete anos o dobro do que foi realizado em doze por quem ele considera(va) “o maior político vivo do Ceará”. Conta esquisita.
Não supera a faixa de 5%, o percentual “ótimo” de cearenses que reconhecem o “grande salto” que Cid Gomes imagina ter dado no estado. Se for mesmo para comparar, o fato é: Tasso Jereissati fechou o sétimo ano com o dobro mais dois.
Como não era homem de consensos, mas forte de temperamento e excludente nos métodos, o ex-governador obtinha, por outro lado, índice mais elevado de rejeição do que o indicado agora para um governo que não tem o PT nos calcanhares.
Se o governador está tão convicto de que realiza extraordinária obra, há muito a ser avaliado: em 26 anos (1987-2013), não recordo pesquisa que tenha colocado uma gestão cearense em décimo lugar na avaliação dos governadores brasileiros.
Os cinco mandatos do ciclo tucano – Tasso, Ciro, Tasso, Tasso e Lúcio – nunca frequentaram a faixa intermediária da lista: estavam sempre entre os cinco melhor avaliados. Mas talvez incomode ao governador investigar as razões de tudo isso...
O que muito favorece a Cid Gomes na perspectiva de sua sucessão é que, baseado numa margem ampla de aceitação (aprovação moderada), e poderosos apoios eleitorais, seu candidato é potencialmente favorito em quadro semelhante ao atual.
Digo em “quadro semelhante ao atual” porque 2014 é movediço: a Copa do Mundo, já se viu, poderá acionar forças a princípio antagônicas, de ufanismo e indignação, combinadas numa equação ainda não formulada pela realidade. Até lá, veremos.
Como não se sabe ainda a direção e a força dos ventos adiante, ninguém deveria se julgar de fato seguro sem bom calado e quilha profunda. Quem prometeu o “grande salto” ficará satisfeito se der pelo menos um passo adiante, fazendo o sucessor.
(*) Jornalista e escritor. Publicado In: Pauta Livre.
Pauta Livre é cão sem dono. Se gostou, passe adiante.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

CANTO DE NATAL



Manuel Bandeira

O nosso menino
Nasceu em Belém.
Nasceu tão-somente
Para querer bem.

Nasceu sobre as palhas
O nosso menino.
Mas a mãe sabia
Que ele era divino.

Vem para sofrer
A morte na cruz,
O nosso menino.
Seu nome é Jesus.

Por nós ele aceita
O humano destino:
Louvemos a glória
De Jesus menino.

O DIA DO NATAL



Brendan Coleman Mc Donald (*)
Embora paganizado por muitos, o Natal nos oferece, a cada ano, uma extraordinária riqueza espiritual. Desvirtuado por falsas comemorações, continua sendo uma fonte de lições autênticas e bênçãos abundantes. A certeza de que um Deus entrou na história humana, para marcá-la definitivamente, não pode deixar de produzir em nós uma inabalável confiança e uma invencível vontade de viver esta história e de fazê-lo viver, em plenitude, também pelos nossos irmãos.
É necessário meditar sobre o Natal, para descobrir-lhe o verdadeiro sentido e não vivê-lo em lamentável superficialidade. Graças a Deus, em numerosos lares de Fortaleza e do interior do Ceará, foi feita, neste ano de 2013, a preparação de “Natal em família”, um excelente livrinho elaborado pela CNBB do Reg. NE1.
A universalidade das comemorações do Natal é algo assombroso em um mundo descristianizado e secularizado que aparenta estar divorciado do eterno. No Natal, pessoas, mesmo que não sejam cristãs, e sejam contra essa celebração ou contestem sua importância, não conseguem ignorá-lo e, dificilmente, deixam de comprar algum presentinho ou enviar um cartão.
É que, apesar do consumismo que atualmente marca a celebração, o Natal continua sendo, para cristãos e não cristãos de todas as partes do mundo, a celebração do amor, da gratuidade, da solidariedade, da alegria, da confraternização e da paz.
É preocupação de quase todos os cristãos preservar o verdadeiro sentido do Natal, não permitindo que o consumismo exagerado e o apelo comercial dessa data desvirtuem sua força espiritual e religiosa. Natal sem Jesus não é Natal. É realmente uma tragédia quando cumprimos o ritual: compramos presentes, arrumamos a casa, preparamos a festa, mas esquecemos o aniversariante!
Somente uma visão cristã do Natal poderá dar aos homens o que eles desejam: um mundo que não seja somente uma exaltação do econômico, do material, mas a realização do Espírito e a concretização do plano de Deus.
(*) Padre da Congregação Redentorista
Publicado In O Povo, de 24/12/13. Opinião. p.8.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

PRESENTE DE NATAL E ANO NOVO




Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
O ano de 2014 se aproxima. Será um ano eleitoral. Escolha do Presidente da República ou recondução da atual Presidente. Vamos escolher ou reescolher novos ou os mesmos governantes. Democracia, entre outras coisas, é alternância do Poder. Dizem por aí, ser a melhor forma de governo. Concordo.
Mas, não posso deixar de me valer de Maximillian Carl Emil Weber (1864 -1920).
No Brasil encurtaram o seu nome para Max Weber. Não importa! É considerado um dos fundadores da Sociologia. Se ele não disse isto eu não sei, inventei agora: “A Democracia é a melhor forma de governo", mas como tudo que é inventado pelo Homem tem lá seus pontos fracos e um deles é o calcanhar de Aquiles. No caso do sistema democrático é o colégio eleitoral. Quem elege? Quem são os eleitores?
Nos povos de cultura mais estruturada a exemplo de Joseph Goebbels (1897 -1945), o Ministro do Povo e da Propaganda nazista, controlava os meios de comunicações de massa. O rádio e a televisão e a leitura e a propaganda impressa era muito pobre se comparada com os de hoje. Isto na Alemanha. Imaginem no Brasil?
Atualmente os marqueteiros políticos dispondo da televisão, blogues, tweeters, e tantas parafernálias eletrônicas que estão para vir decidem as eleições.
A comunicação de massa, como fonte única e industrialmente bem estruturada, atinge todas classes sociais principalmente as menos favorecidas. O que desejo dizer com isso é também a ação da mensagem na mente de um espectador possui efeito diverso de acordo com sua condição psicossocial. A televisão, internet é diferente. No cinema a imagem é gerada pelo projetor, sala escura, exige do espectador uma série de pré-requisitos para assistir um filme e na mídia escrita, temos que ler o que foi escrito. Acontece entre o escrito um mundo virtual entre o texto e quem esta lendo. A telinha sensibiliza a pessoa (o eleitor, no caso) frontalmente.
O fato é que frequentemente não nos damos conta que a mente produz as decodificações necessárias para a compreensão imediata do que é transmitido. Estimula a apreensão do espectador do que está sendo transmitido sem censura, e agora a mídia eletrônica congelam as mensagem. Penetra no interior das mentes nos aconchego dos seus lares.
Anatomia do homem não mudou e o que avista vai diretamente pelo lobo central da telinha direto, sem (identificar e interpretar os sinais do emissor da mensagem previamente construída por código verbal ou não-verbal) para o inconsciente humano.
Oportuno, será salientar que a Mídia pode ser, como vem demonstrando, a guardiã da Democracia. Hoje um país pertence a quem controlar os meios de comunicação. O povo Brasileiro merece ganhar um tal presente de Natal e Ano Novo; neste ano eleitoral— ser blindado contra os maus profissionais do jornalismo.
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Missa de Sétimo Dia por D. Heloisa Juaçaba



As Diretorias do Instituto do Câncer do Ceará - ICC e da Rede Feminina do ICC se solidarizam com a família de Heloisa Ferreira Juaçaba, lamentando imensamente a sua partida. Sua generosidade, dedicação e amor ao próximo, decorrentes de seu trabalho à frente da Rede Feminina do ICC, por mais de cinco décadas, ficarão perenizados na memória de nossa Instituição, como um símbolo de determinação e de benevolência.
Na oportunidade, convidam para a Missa de 7º Dia, que será realizada nesta segunda-feira, dia 23 de dezembro de 2013, às 19h, na Igreja Nossa Senhora da Paz (R. Visconde de Mauá, 905 - Aldeota).
Instituto do Câncer do Ceará
e Rede Feminina do ICC

domingo, 22 de dezembro de 2013

MENSALEIROS EM CHARGES I



1. Lista de Mensaleiros...



Chargista: Indecifrável ?




2. Honestidade Política...

Chargista: Indecifrável (?)



3. Mensaleiros vendo o sol quadrado...


Chargista: Nani



4. Lula e os Mensaleiros...


Chargista: Indecifrável (?)
Fonte: Circulando por e-mail (internet).
 


 


SONETO DE NATAL





Minha mensagem para reflexão natalina, tal como em 2012, vai com Machado de Assis.

Machado de Assis

Um homem, — era aquela noite amiga,
Noite cristã, berço no Nazareno, —
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,

Quis transportar ao verso doce e ameno
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.

Escolheu o soneto... A folha branca
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,
A pena não acode ao gesto seu.

E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
"Mudaria o Natal ou mudei eu?"

Texto extraído do livro "
Poesias Completas - Ocidentais", 1901, pág. s/nº.

sábado, 21 de dezembro de 2013

SAPATOS CRIATIVOS XIII







Fonte: Circulando por e-mail (internet).

DEVEDORES NATALINOS



Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
No Natal você não sabe o quanto vai se endividar. Em nome do amor, do afeto, se gasta o que não se deve e pior tomamos consciência de sermos devedores das pessoas do nosso circuito afetivo.
Quando exercia a Pediatria, observava que o ato de oferecer alimentos em demasia e consequente obesidade infantil era, não poucas vezes sinal, de rejeição paterna/materna.
Procura-se assim no exagero de oferta de alimento, guloseimas, etc. uma maneira de manifestar, de esconder o sentimento de rejeição aos filhos. Criar e educar crianças são trabalhos de tempo integral. Requer uma dedicação constante e por que não dizer— total. Cansativo.
O fato é que criança rejeitada, mesmo inconscientemente, torna-se com a proximidade das festas natalinas, vítima de ser intoxicada por ser super presenteada para compensar os dias de desamparo. Os pais ocupados por outros encargos da sociedade de consumo terceirizam a educação/ensino e o pior, confundem educação com ensino, como se pagar um bom colégio, seria uma maneira de encobrir a falta do seu papel parental.
Confundem ensinar com educar. Educar é ofertar afeto, amor, segurança, valores éticos ou morais.  Não se aprendem nas escolas e sim no Lar. Pais “terceirizantes” esquecem que a família não é pessoa jurídica. Esquecem que ter filhos não é gerenciar ou ser executivo de uma empresa.
A propaganda da época natalina consegue juntar toda essa frustração em um novelo sem ponta ou princípio e enrolando-se na cadeia afetiva do desejo biológico de perpetuar a espécie, que termina na fragilização pela culpa na compra exagerada de presentes e atenções que se agudizam mais na época natalina.
Procuram em um dia, empanturrá-las com brinquedos, quitutes, carros, bonecas e outros brinquedos tão perfeitos que não dão nem oportunidade de desenvolver a criatividade na criança. Abraço, beijos, árvore de luzes para saldar as dívidas afetivas contraídas durante o ano que vai passando não funcionam.
O “Homo economicus" tem com o lema— consumam, consumam, consumam — e mesmo assim não conseguem saldar as dívidas contraídas com os filhos. Assim nos ensinaram desde quando éramos crianças. Será que esquecemos que a educação infantil principia com a educação dos pais? Sem adultos saudáveis, presentes e atuantes o que podemos esperar dos futuros adultos?
Em síntese sem esses cuidados não é de não surpreender com as notícias de que estão a surgir, sobretudo a partir da década de 90, crianças diferenciadas, mais talentosas, mais sensíveis, que naturalmente rejeitam concorrência, conflito e separação, mas surge a pergunta: Será isso sadio para a espécie humana? Não saberia responder.
Mas, ninguém poderá negar o aumento de crianças diagnosticadas com déficit de atenção e hiperatividade. Há também um grande número de crianças e adolescentes com diagnóstico de Perturbação Bipolar (Depressão), aumento das taxas de suicídio e com a nova epidemia de obesidade. Sem mencionar a violência e a toxicomania. Ao receberem esses diagnósticos de disfunções psíquicas começam a tomar remédios. Infelizmente, não existem estudos sobre os resultados da utilização de medicamentos neurológicos e psiquiátricos que começam a ser ministrados a partir de uma idade precoce. Mas há indícios que estes medicamentos interferem nas funções cerebrais e predispõe às enfermidades mentais, da mesma forma que acontece na idade adulta.
Infelizmente o Natal já foi festa, já foi, um profundo gesto de amor. Hoje, o Natal é um orçamento, afirma com razão Nelson Rodrigues.
Costumo perguntar: Não seria melhor que todos os dias fossem Dia de Natal? Dizem que papai Noel é um velho muito gordo e mora sintomaticamente nos Shopping Center.
Lembre-se de uma coisa: criança não se engana com besteira que o dinheiro pode comprar. E que quando uma criança não acredita mais no Velho de barba branca e seu trenó, desaparece uma estrela no céu.
Cuidado senhores responsáveis! Não existe algo mais sublime e misterioso que a criança. Desconheço uma criança sem uma mãe, não importa se biológica ou adotada. O precursor do espelho é uma mãe. Não há presente por mais caro que seja que possa substituir pais suficientemente bons. Não precisam ser excepcionais. Bastam ser bom o suficiente para seu filho ou filha. O que sei é que criança não tolera hipocrisia.
Como dizia Joaquim Nabuco (1849-1910): É aos nossos filhos que pagamos nossas dívidas para com o nosso País.
Ou vale, cada vez mais, o poema de Carlos Drummond de Andrade:
Menino ou menina:
Peço-te a graça de não saber mais poema de Natal....
Um, dois, três... Inda passa...
Industrializar o tema, eis o Mal.
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Palestra sobre Joaquim Eduardo de Alencar



Fui, na manhã de hoje, expositor da Palestra “Joaquim Eduardo de Alencar: ícone da Saúde Pública do Ceará”, na Sessão Científica da Escola Cearense de Oncologia, do Instituto do Câncer do Ceará, realizada em Fortaleza-CE, em 20 de dezembro de 2013.
A exposição foi cuidadosamente preparada e prestou homenagem ao Patrono da cadeira 18 da Academia Cearense de Medicina, que tenho a honra de ser o atual ocupante.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor da Escola Cearense de Oncologia do ICC

Convite lançamento de “A Magia das Flores”




O Instituto do Câncer do Ceará convida para o lançamento de “A Magia das Flores”, livro da autoria de Verbena Lima Vale e Marcus Raimundo Vale, com renda revertida para as ações sociais desenvolvidas pela Casa Vida, em favor dos seus assistidos.
Os autores e a obra serão apresentados, respectivamente, por Sérgio Juaçaba e Marcelo Gurgel.
Local: Instituto do Câncer do Ceará – Auditório Lúcio Alcântara / Ed. Anexo 6º Andar.
Data: 20 de dezembro de 2013 (sexta-feira) Horário: 8h30min.
Traje: Esporte fino.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

HELOÍSA JUAÇABA: UMA REINVENTORA DO BELO



É com profunda tristeza que pranteamos aqui a despedida terrena da nossa estimada Heloísa Ferreira Juaçaba, viúva do Prof. Haroldo Gondim Juaçaba, e renomada artista plástica e mecenas da cultura e das artes cearenses, que retornou ao Pai, na noite de ontem, dia 17/12/2013.
Esse lastimável acontecimento aporta um grande pesar a tantos que conviveram com ela, e enluta os que fazem os meios artísticos e culturais do Ceará, bem como centenas de voluntários engajados na luta contra o câncer em nosso torrão.
D. Heloísa Juaçaba foi uma grande dama das Artes, no Ceará. Suas mãos foram abençoadas pelo Criador, para que delas emergisse tanta beleza, sob a forma de sons, ao dedilhar o seu piano, e de cores, no seu delicado manejo dos pincéis.
Como uma exímia artista plástica que foi, D. Heloísa teve, ainda em vida, seu nome e sua arte reconhecidos no Brasil e no exterior. Dotada de múltiplos talentos, ela destacou-se como pintora, escultora, tapeceira e desenhista, com dezenas de suas obras a enfeitar e a valorizar paredes e espaços, institucionais e privados, espalhados pelo mundo afora.
Nascida na serrana Guaramiranga, terra das mais belas e perfumadas flores do Ceará, D. Heloísa foi sempre uma flor de criatura, de alma sensível, com uma singular lhaneza de trato, capaz de se doar, indistintamente, a quem dela precisasse dos seus préstimos.
D. Heloísa começou sua trajetória artística no limiar da década de 1950, na Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP), tendo sido mentora do desabrochar de outros artistas, pelo exercício natural do mecenato, nobremente praticado por ela, possibilitando, com isso, alavancar a carreira de novos valores do Ceará.
Era a Presidente de Honra da Rede Feminina do Instituto do Câncer do Ceará, originada como uma liga de Combate ao Câncer no Ceará, da qual foi fundadora em 1954, e, por longos anos, a presidente dessa entidade, tendo prestado, por mais de cinco décadas, um importante serviço assistencial, de voluntariado e benemerência, aos pacientes de câncer, sobretudo os mais desvalidos. Também presidiu a Rede Feminina Nacional de Combate ao Câncer, o que lhe valeu o reconhecimento no âmbito federativo.
Mesmo com o avanço da idade, ela manteve a mesma atividade alcançada na sua maturidade, cônscia do espírito de cidadania que pautava suas ações, e nutrida pelo senso da responsabilidade social, que era tão caro em seu viver.
Por mais de sessenta anos, formou, com Haroldo Juaçaba, uma duradoura e feliz união, que servia de modelo a tantas famílias cearenses, pelo Amor, mutuamente cultivado, pleno de compreensão e afeto.
Com certeza, todos os que a conheceram manterão, na lembrança, as boas recordações de uma harmoniosa convivência com essa extraordinária senhora.
Descansa em paz, Dona Heloísa! Agora, e para sempre, ao lado do seu grande amado Haroldo Juaçaba.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor da Escola Cearense de Oncologia do ICC

* Homenagem lida na Missa de corpo presente, em sufrágio da alma de D. Heloísa Juaçaba, celebrada no Velatório Ternura, em Fortaleza, em 18/12/2013.
 

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