quarta-feira, 31 de julho de 2019

COLETA SELETIVA: os resíduos como desafio


Por Artur Bruno (*)
Dentre os diversos desafios na gestão do meio ambiente do Estado, um dos maiores é, sem dúvida, a correta destinação dos resíduos sólidos. Em 2016, o governo Camilo Santana aprovou a Lei da Política Estadual e, no mesmo ano, lançou o Plano Estadual de Resíduos Sólidos.
A partir daí, as coisas avançaram. Estado e municípios elaboraram 14 Planos Regionais de Resíduos Sólidos. Foi um enorme esforço para se adaptar à Lei Federal 12.305, de 2010, que estabeleceu prazo até o ano de 2014 para acabar com os lixões. Infelizmente, o Ceará ainda possui mais de 300.
Queremos substituí-los por aterros sanitários, com menores dimensões adotadas por municípios consociados. Estudos mostram que 60% a 70% dos resíduos podem ser reaproveitados: os orgânicos para compostagem e os inorgânicos para reciclagem.
Hoje, já existem 81 Planos Municipais de Coletas Seletivas e, até setembro deste ano, todos os municípios cearenses deverão ser alcançados. A ideia é adotar uma política de pré-aterro ou extinguir os lixões progressivamente.
Iniciamos ações na área de logística reversa, pela qual os produtos devem ser recolhidos pelas empresas, em pontos de coleta, para serem descartados de maneira correta ou reaproveitados. Há um trabalho realizado pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema) do Ceará - em parceria com vários outros órgãos - na área de agrotóxicos, fiscalizando a venda, o uso e o descarte das embalagens vazias. Mas estamos estabelecendo metas para outros setores. A sociedade pode ajudar descartando devidamente os resíduos.
Por isso, investimos em educação ambiental. Um exemplo é o Selo Escola Sustentável, em parceria com a Secretaria da Educação. O Selo é uma certificação que premiará escolas públicas estaduais que atinjam determinada pontuação na classificação de projetos e ações focadas em educação ambiental e sustentabilidade.
Espera-se que, desta forma, a comunidade do entorno das escolas se conscientize e possa adquirir bons hábitos. A saúde e o meio ambiente agradecem.
(*) Secretário do Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMA) do Estado do Ceará. Sócio do Instituto do Ceará.
Fonte: Publicado In: O Povo, Opinião, de 21/5/19. p.16.

terça-feira, 30 de julho de 2019

CENTO E VINTE ANOS DE UM HISTORIADOR


Por Sânzio de Azevedo (*)
O General Carlos Studart Filho nasceu em Fortaleza, no dia 17 de junho de 1896, vindo a falecer na mesma cidade, em 6 de abril de 1982.
Médico e general do Exército, foi meu confrade na Academia Cearense de Letras e era do Instituto do Ceará, do qual foi presidente. Geógrafo e historiador, destaco de suas obras Tribos Indígenas do Ceará (1939), Estudos de História Seiscentista (1958) e, entre outras, Artigos de Podestá Ribeiro (1967). Deste último livro aludi na minha Literatura Cearense (1976) a um trecho em que, falando dos Oiteiros, reuniões de poetas em torno do Governador Sampaio, estudados por Dolor Barreira, revela que suas atividades não cessaram em 1814, como se pensava, e menciona carta de 1817, em que o governador fala de uma festa, abrilhantada com “Muitas peças poéticas de mais ou menos merecimento”.
Quando publiquei a citada Literatura Cearense, um escritor cearense residente em outro Estado e que não fora nela citado escreveu um artigo me atacando, mas teve a infeliz ideia de querer pôr o Instituto do Ceará contra mim, ao dizer que eu não incluíra a entidade no livro. Estava eu no Rio de Janeiro e enviei uma carta ao General Carlos Studart Filho, lembrando que Dolor Barreira, na História da Literatura Cearense, afirmara: “Nesta História, deixo de referir-me ao Instituto do Ceará porque, sobretudo centro científico e de alta cultura, o lugar apropriado para o seu estudo (...) é a XVII monografia – A História das ciências e da cultura – da História do Ceará.
Ao voltar do Doutorado no Rio, encontrei o general na Praça do Ferreira. Ao me ver, tirou do bolso minha carta e eu perguntei se ele a havia recebido recentemente. “Não – disse-me ele – É que tenho de mostrá-la a todos os sócios que sugerem a publicação do artigo contra você na nossa revista!” Isso solidificou mais nossa amizade.
(*) Doutor em Letras pela UFRJ; membro da Academia Cearense de Letras (ACL)
Fonte: Publicado In: O Povo, de 28/06/2018. Opinião. p.11.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

O BRASIL É VIÁVEL


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
A exclusão econômica e social é mais do que uma característica inaceitável da sociedade brasileira. Trata-se de um problema que poderá ameaçar a própria estabilidade da nossa democracia. Afinal, como podemos legitimar um sistema cujos frutos não podem ser compartilhados pela maioria de seus cidadãos? O País derrota a inflação, há potencialidades de crescimento, mas a renda per capita continua muito baixa. Enquanto o emprego formal permanece em patamares deploráveis, aumenta a informalidade. Temos uma carga tributária altíssima, mas o que é arrecadado não retorna em favor do cidadão comum no que diz respeito aos serviços públicos que lhe são prestados. A concentração de renda perdura como um dos mais marcantes traços da sociedade brasileira atual. As taxas de juros elevadas inviabilizam os investimentos produtivos. Cremos que a crise brasileira encampa os diversos setores, atingindo agudamente a economia, a política, a segurança, a saúde, a educação e todas as camadas sociais, principalmente os menos favorecidos. Entretanto, é na ética e na moral que se encontra, a nosso ver, a gênese, a força-motriz que gera toda a crise em que estamos envolvidos. Não se devem conceber apenas soluções táticas, mas também estratégicas. O Brasil precisa de propostas estruturais, não apenas circunstanciais, ou seja, de rumo definido. A sociedade exige diretrizes e ações para ampliar o nível de emprego, combater a miséria, retomar o crescimento econômico e exterminar a corrupção.  O brasileiro não suporta mais as forças especulativas e as atitudes fisiológicas, desejando, o quanto antes, a realização de investimentos produtivos que permitam a melhoria da qualidade de vida. Assim, reformas como a educacional, a da previdência e a do sistema fiscal (receitas x despesas) são fundamentais. O Brasil é viável.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 19/7/2019.

domingo, 28 de julho de 2019

O PAI GENEROSO


Uma moça italiana de 19 anos diz à mãe que sua menstruação está atrasada por dois meses. Muito preocupada, a mãe vai à farmácia e compra um teste de gravidez. O resultado do teste mostra que a menina está grávida.
Gritando, amaldiçoando e chorando, a mãe diz: "Quem foi o maldito que fez isso com você? Eu quero saber!" A menina chora e diz que só namorou o pai por algumas semanas. Ela pega o telefone e faz uma ligação. Meia hora depois, uma Ferrari para em frente à casa deles. Um homem maduro e distinto com cabelos grisalhos e impecavelmente vestido com um terno Armani sai da Ferrari e entra na casa.
Ele senta-se na sala de estar com o pai, a mãe e a menina e diz: "Bom dia, a sua filha informou-me do problema. Não posso casar com ela por causa da minha situação familiar pessoal, mas vou assumir a criança. Eu pagarei todos os custos e proverei sua filha pelo resto de sua vida. Além disso, se for menina, vou deixar para ela de herança uma Ferrari, uma casa de praia, duas lojas de varejo, uma casa na cidade, uma vila à beira da praia e uma conta bancária de R$ 8.000.000,00. Se for menino, meu legado para ele serão duas fábricas e uma conta bancária de R$ 15.000.000,00. Se gêmeos, eles receberão uma fábrica e R$ 8.000.000,00 cada."
"No entanto, se houver um aborto espontâneo, o que você sugere que eu faça?" - perguntou o rapaz.
Neste ponto, o pai, que permaneceu em silêncio, coloca a mão firmemente no ombro do homem e diz a ele com uma voz séria: "Você sai com nossa filha novamente!"
Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

LENDO O TESTAMENTO DO MILIONÁRIO


Um advogado encontra-se com a família de um milionário recentemente falecido para a leitura do testamento.
"Para minha esposa querida e amorosa, Carmem, que sempre esteve do meu lado, eu deixo a casa e 2 milhões", diz o advogado.
"Para minha querida filha, Jéssica, que cuidou de mim na doença e manteve os negócios funcionando, eu deixei o iate e o negócio de 1 milhão".
"E finalmente", conclui o advogado, "meu primo Daniel, que me odiava, discutia comigo sempre que podia e pensava que eu nunca o mencionaria em meu testamento".
"Bem, você estava errado! Oi, Daniel!
Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

sábado, 27 de julho de 2019

CAÇADORES OTIMISTAS


Dois caçadores voaram para o Canadá em uma viagem de caça. Eles alugaram um pequeno avião para levá-los às Montanhas Rochosas por uma semana para capturar alces. Num total, eles conseguiram pegar seis. Enquanto carregavam o avião para retornar, o piloto disse que o avião poderia levar apenas 4 alces.
Os dois se opuseram fortemente. "No ano passado nós pegamos seis. O piloto nos deixou levar todos eles e ele tinha o mesmo avião que o seu."
Relutantemente, o piloto cedeu e todos os seis animais abatidos foram carregados. O avião decolou. No entanto, enquanto tentava atravessar algumas montanhas, mesmo em plena potência, o pequeno avião não aguentava a carga e descia.
De alguma forma, cercados pelos corpos dos alces, apenas os dois caçadores sobreviveram à queda. Depois de sair dos destroços, João perguntou a Antônio: "Alguma ideia de onde estamos?"
Antônio respondeu: "Acho que estamos muito perto de onde caímos no ano passado".
Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

CONVITE: Celebração Eucarística da SMSL - Julho/2019


A Diretoria da SOCIEDADE MÉDICA SÃO LUCAS (SMSL) convida a todos para participarem da Celebração Eucarística do mês de JULHO/2019, que será realizada HOJE (27/7/2019), às 18h30min, na Igreja de N. Sra. das Graças, do Hospital Geral do Exército, situado na Av. Des. Moreira, 1.500 – Aldeota, Fortaleza-CE.
CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS!
MUITO OBRIGADO!
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Sociedade Médica São Lucas

AS MULHERES SEMPRE TÊM RAZÃO...


A verdade é que as mulheres estão sempre certas...
Certo dia, um sujeito lia seu jornal, quando, de repente, a mulher dá com o rolo de massa na cabeça dele.
Furioso, ele reage:
- Está doida, mulher?
- Isso foi pelo bilhete que acabo de encontrar no bolso da sua calça, com o telefone de uma tal de Marilu!
- Mas querida... Isso foi naquele dia que fui à corrida de cavalos. Marilu foi o cavalo que apostei, e o número era o valor total das apostas!
Muito sem graça, a mulher se desculpou.
Dias depois, ele estava novamente lendo jornal e BUM! Leva outra paulada na cabeça.
- O que foi que eu fiz dessa vez, querida?
- Seu cavalo está no telefone!!!
Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

sexta-feira, 26 de julho de 2019

AOS VIVOS: "Morrer na copa, nunca mais!"... e outros causos


Morrer na copa, nunca mais!

O torneio da Rússia, que acaba neste domingo, 15 de julho, ainda está atravessado nos "grugumí" de Zé Freire. Isso é lá coisa, homi! Quem diria, hein? Viram só? Dá pra entender? Dona Mimosa, mãe do Zé, morrera em ataque fulminante uma semana antes do jogo infeliz contra a Bélgica. E justo no dia da refrega contra o time do Hazard, teríamos a missa de sétimo dia da finada senhora. Celebração tranquila, não fosse a hora marcada pelo Zé. 16 horas.
Igreja a poucos metros de casa. E o triste Zé Freire, filho único, rapaz véi, sentado na primeira fila - o templo católico abre as portas sempre às 16 horas. Espera o primeiro amigo da família chegar, um parente, um fiel qualquer. Já são 16h30 e somente o padre e um sacristão de testemunha na santa Casa de Orações. Zé cismado, olhando pra trás, pras portas, pra cumeeira. E vê as horas escorrerem. E nada de ninguém chegar.
"Não se turbe o vosso coração..." - proclama o celebrante. Sozinho, em meio às centenas de acentos desocupados, grita Zé Freire:
- Como não, seu padre! Turbo meu coração, sim! Nenhum pé de pessoa na missa de mãe!...
Na azada ora, rojões e bombas rasga-latas explodem em derredor. O sacristão, radinho de pilha escondido na orelha de abano, se apressa em contar ao padre o porquê da barulheira. Cochicha no ouvindo dele:
- Capriche no vinho que foi gol do Renato Augusto. 2 a 1 pra eles...
- Tem condição?... - sem querer o padre alteia a voz.
- Tem não, seu padre! Assim não tem condição! - dispara Zé Olavo. - Nenhum cristão na missa de sétimo dia de mãe! Olhe a sua igreja vazia!
E do altar, ao lado do padre torcedor, o sacristão explica:
- Também, marcar missa de sétimo dia pra dia de jogo da seleção...
Muito invocado, Zé...
- Ok, sacristão! Da próxima, aviso pra mãe nunca mais bater a caçuleta na copa!!!
Ponta direita
Seu Chico Bindô anda já velhinho, "oiças" poucas, mijando nos pés. Pra piorar, dizem que tá com Alzheimer. E deve ter sido isso mesmo que o levou a, do nada, altercar com a filha Judite. Tudo começou na sala de jantar. Zilá, esposa de Chico Bindô, despretensiosamente, pergunta a Judite que fim levou Marcos Osório, vizinho do lado, metido a rico. E a inocente menina diz.
- Tá na Rússia!
- Na Rússia?!?!?!? - pergunta aflito o até em calado Chico Bindô.
- Sim, pai. Marcos foi ver a Copa da Rússia!
E o velho ruim das oiças, contemporâneo de Nikita Khrushchov...
- É um comunista!!! Nunca me enganou, esse Marcos!!! Um comunista!!!
Do fundo do Baú
A simpática senhora mãe do amigo Nicédio, em Iguatu, conta que na madrugada sonhara com o filho querido, residente em Fortaleza. Que Nicédio lhe aparecera em sonho às duas da madrugada, e conversaram bastante. Tão real aquilo que ela acordou. Ele explica o fenômeno, muito comum, por sinal.
- Quando dormimos, mãe, o espírito se emancipa, sai do corpo e vai se encontrar com aqueles que ama...
- Pois da próxima vez, veja um outro horário pra vir conversar comigo! 
Fonte: O POVO, de 13/7/2018. Coluna “Aos Vivos”, de Tarcísio Matos. p.2.

quinta-feira, 25 de julho de 2019

ELSIE STUDART: seis anos de sua partida


A data de hoje, o Dia do Escritor, marca os seis anos da partida deste mundo menor da Profa. ELSIE STUDART GURGEL DE OLIVEIRA, ocorrida em Fortaleza, em 25/07/2013.
No percurso desses seis anos, como indicação de amizade e de apreço, temos buscado manter a sua memória sempre viva, por meio de: homenagens especiais, publicação de artigos sobre ela e lançamentos de suas obras literárias póstumas.
Ainda temos material suficiente para a edição de mais dois livros póstumos, desde que consiga os numerários para custear a impressão dos mesmos.
Isso tem servido, também, para minimizar a saudade que nos persegue nesse período da sua ausência física.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Amigo da família Studart Gurgel

O ANALISTA DE SISTEMAS E A ENGENHEIRA


Um analista de sistemas, meio introvertido, finalmente conseguiu realizar o sonho da sua vida: um cruzeiro.
Eis que de repente, um furacão virou o navio como se fosse uma caixa de fósforos.
O rapaz conseguiu agarrar-se a um salva-vidas e chegou a uma ilha aparentemente deserta e muito remota. Deparou-se com uma cena belíssima: cachoeira, bananas, coqueiros... mas quase nada além disso.
Ele se sentiu desesperado e completamente abandonado.
Um belo dia apareceu, remando, uma belíssima engenheira, daquelas de fazer parar o trânsito.
A engenheira começou logo uma conversa:
- Eu sou do outro lado da ilha. Você também estava no cruzeiro?
- Estava! Mas onde você conseguiu esse bote?
- Simples: eu sou engenheira e usei meus conhecimentos! Tirei alguns galhos de árvores, sangrei umas seringueiras, defumei até virar borracha, reforcei os galhos e fiz a quilha e os remos com madeira de eucalipto.
- Mas... com que ferramentas?
- Bom, achei uma camada de material rochoso, esquentei esse material e consegui metal.
- Mas chega disso! Onde você tem vivido esse tempo todo? Não vejo nada parecido com um teto, para ser franco, eu tenho dormido na praia, disse ele.
- Gostaria de ver a minha casa, disse ela!
O analista de sistemas aceitou e a engenheira remou com destreza ao redor da ilha.
Quando chegou no "seu" lado, amarrou a canoa com uma corda artesanal que houvera feito.
Os dois andaram por um caminho construído por ela e depararam com um lindo chalé que fizera.
- Não é muito, disse ela, mas eu o chamo de "meu lar".
Já dentro, ela procurou deixá-lo à vontade:
- Sente-se, por favor! Aceita um drinque?
- Não, obrigado! Não aguento mais água de coco!
- Mas não é água de coco! Eu fiz um alambique meio rudimentar lá fora, consegui destilar rum!
O analista aceitou e sentaram-se no sofá para conversar.
Depois de contarem suas histórias, a engenheira perguntou:
- Você sempre teve barba?
- Não. Toda a vida eu andei bem barbeado.
- Bom, se quer se barbear, tem uma navalha lá em cima, no armarinho do banheiro.
O homem subiu uma escada em caracol e foi em cima, no banheiro, fez a barba com um complicado aparelho feito de osso e conchas, tão afiado quanto uma navalha.
A seguir, tomou um revigorante banho e desceu para continuarem a conversa.
- Você ficou ótimo, disse ela! Vou lá em cima pôr umas vestes mais confortáveis.
Em instantes a engenheira estava de volta, com um delicioso perfume de gardênias, vestindo um bonito e revelador robe, muito bem trabalhado em folhas de palmeira.
- Bom, disse ela, você não tem se sentido solitário? Sente falta das coisas que todos os homens precisam?
- Mas é claro, disse ele esquecendo um pouco a sua timidez. Tem uma coisa que venho querendo todo esse tempo. Até sonho com isso à noite. Mas... aqui nesta ilha... sabe como é..., simplesmente impossível.
- Bom, ela disse com um sorriso maroto, já não é mais impossível, se é que você me entende...
O rapaz, tomado de uma excitação incontrolável e mais um gole do rum, disse, quase sem fôlego:
- Não acredito! Você não está querendo me dizer que bolou um jeito de acessar a internet aqui na ilha?
Nota do Blog: circulou por e-mails em abril de 2010. Sem autoria definida.

quarta-feira, 24 de julho de 2019

ACADEMIA CEARENSE DE MEDICINA


Pedro Henrique Saraiva Leão (*)
Já foi dito, e constata-se amiúde serem perecíveis as verdades médicas. Há 50 anos a úlcera gastro-duodenal resultaria de hipertonia vagal com/sem estresse psicossomático; em 1983 os norte-americanos (Warren & Marshall) demonstraram uma causa bacteriana (Helicobacter pylori). Realmente, em Medicina - como na vida -, tudo pode acontecer. A propósito de ambas, foi criada em Fortaleza, há 41 anos, a Academia Cearense de Medicina (ACM), concebida pelo doutor Antônio Justa e criada pelos doutores Jurandir Picanço, Newton Gonçalves, Walter Cantídio, José Carlos Ribeiro e Waldemar Alcântara, este seu primeiro presidente. Os mesmos apóstolos criadores da primeira Faculdade de Medicina no Ceará, há 71 anos, 12/05/1948. Desde 2013, 13/09, vimos neste jornal ressaltando sua relevância para o Ceará (28/01/2015; 14/10/2015; 16/11/2016; 19/04/2017) no aggiornamento (atualização) dos nossos médicos (do italiano "giorno = dia"). A importância desta agremiação, e sobremodo dos seus cursos atesta quão difícil é manter-se na vanguarda do conhecimento científico, ao sabor de tamanho fluxo amazônico de novas publicações, 140% a mais nos últimos 4 anos. Assim, algo contrariando este caudal bibliográfico, já ao fim do século passado os norte-americanos bolaram o C.M.E. (curso continuado de educação médica). No Brasil, como Barrichelos, demoramos mais a chegar lá. Em verdade, o médico nunca se forma, pois seu aprendizado é gerúndio, está sempre sendo. Alimentando tão alevantado objetivo, a ACM vem promovendo reuniões didáticas anuais desde 1985, tornadas bienais a partir de 1989. Dias 23 e 24 próximos, das 8 às 18horas, teremos sua XVIII Bienal, no Hotel Sonata de Iracema, nesta cidade de Matias Beck, como insistia um de seus brilhantes secretários, Sérgio Gomes de Matos, há pouco precocemente falecido e assaz pranteado pela classe médica cearense. O certame será aberto com a Conferência Acadêmico Carlos Alberto Studart Gomes, intitulada "O médico ideal", a ser proferida pelo cardiologista humanista Almino Cavalcante Rocha Neto. É desse jaez que devem primar por ser os médicos cearenses. 
(*) Professor Emérito da UFC. Titular das Academias Cearense de Letras, de Medicina e de Médicos Escritores.
Fonte: O Povo, 14/05/2019. Opinião, p.16.

terça-feira, 23 de julho de 2019

AMOR DA JUVENTUDE



Por Sandra Ramos
Professora da Universidade Federal do Piauí
20/07/2019
Me enamorei de ti, era menina ainda... 17 anos!
Meu coração não cabia no peito, emocionada por te conhecer
Você cheirava a natureza, verde e virgem ao meu olhar.
Caía a noite... cada sala era uma aventura
Em teus corredores e salas, gente, muita gente!
Gente nova, gente velha, gente linda
Gente boa, cheia de sonhos, gente sedenta de saber
Vez ou outra avistava alguém que não combinava com o cenário
Chinelos rasteiros, corpo tatuado
Desleixo, cabelos desgrenhados
Camisas do Che ou com foice e martelo
Pareciam em um mundo paralelo
Já estavam lá... à espreita “Como um leão, buscando a quem pudesse tragar”
Não me enredaram... tive medo deles
Meus olhos buscavam o encanto do conhecimento
Você era pública... nossa, vossa, minha
Minha não pra eu destruir e depredar, mas pra usar a meu favor
Teus laboratórios cheiravam a ciência, não a indecência!
As paredes brancas, quadros com tabelas
Sem pichações ou palavrões
Fórmulas, números, tabela periódica...
Ciência pura, essa era a ótica!
Tive aulas de anatomia, vegetal e humana
Nada de anatomia da nudez explícita
A gente não usava farda
Mas escolhia a melhor roupa pra ir ao teu encontro
Os cadernos eram escolhidos com cuidado
E cada coisa que a gente escrevia trazia um contexto:
Você conseguiu chegar até aqui! Vitória!
Hoje... 38 anos se passaram
Não mais aluna... professora!
Ando por teus corredores e te vejo agonizar
Quase posso ver teus olhos Lacrimejando... olhar de desespero!
Tuas paredes imundas, gritam sujeira e abandono
Outro dia mudei de caminho, para não atrapalhar dois alunos homens fazendo sexo
Os seguranças? Não serão acusados de homofobia
Os eventos de agora? São cheios de fumaça
Dos cigarros de maconha... Sem nenhuma vergonha!
Professores coniventes, são convincentes em suas aulas de “balbúrdia”
O conhecimento parece ter batido em retirada
Se negou a permanecer em tuas salas Arrumou as malas e partiu
O que vemos hoje? Um circo de horrores!
Que saudade de você... meu amor da mocidade
Do tempo em que o universo cabia na palma da tua mão
Hoje... tuas mãos estão sujas, imundas Teus corredores fétidos
Das camisas de vênus pelo teu chão
Do sangue feminista de menstruação
Dos brownies de haxixe vendidos nas bancas de lanche
Das genitálias escancaradas pintadas em tuas paredes
Um sentimento de enorme tristeza me abate.
Quisera poder te ajudar
Quisera alguém te injetasse o soro da verdade
E te libertasse, amor da minha mocidade!
Quisera ver a ciência voltar a habitar em ti
Quisera poder gritar, bem alto:
Tenho orgulho de te pertencer, querida UNIVERSIDADE!
Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” - 1 Pedro 5:8
Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones).
 

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