quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O BRASIL ANEDÓTICO XXXVIII

A PITADA
Pires Brandão - "Correio da Manhã", de 13 de dezembro de 1925.
Certo médico do Paço, candidato a uma cadeira de senador e que figurava na lista tríplice, recebeu, um dia, do Imperador, uma preciosa caixa de rapé, de tartaruga, com lavores em ouro, verdadeira obra prima.
Radiante de júbilo pelo presente recebido, que parecia augurar a sua escolha, mostrou-a, na Câmara, a Martinho de Campos.
- Que tal? - indagou.
Martinho de Campos mirou o régio presente, e observou ao dono:
- É linda, meu amigo; mas acho que você preferiu a pitada à caixa!
Com efeito, meses depois deu-se a escolha imperial. F o escolhido foi outro.
"À MILANESA"
Narrada pelo professor Raul Pederneiras
Em uma cervejaria de São Paulo, cujo soalho, como é de praxe nos estabelecimentos do gênero, se achava coberto de serragem, bebiam Emílio de Menezes e alguns amigos, quando um conhecido engenheiro, falando de arte, começou a louvar Florença e a influência dos florentinos na Renascença. No auge, porém, do entusiasmo, põe-se de pé, afasta a cadeira, e, ao sentar-se de novo, projeta-se de costas no chão. Levanta-se sujo de serragem, e quer insistir.
- Sim, é aos florentinos que devemos todo esse patrimônio artístico...
- Homem, intervém Emílio de Menezes, - deixa os florentinos...
E limpando-lhe a serragem:
- Tu agora estás "à milanesa".
O SEGREDO DA BRAVURA
Taunay - "Reminiscências", vol. I, pág. 25.
Osório era, por índole, gracejador e espirituoso. Em um piquenique que lhe foi oferecido no Corcovado, uma senhora, a quem havia dado o braço, perguntou-lhe em que consistia o segredo da sua bravura.
- Eu fui valente por medo... - informou o herói.
- Medo?
- Sim; tinha medo de que as minhas patrícias bonitas não me recebessem bem, se me portasse mal nas batalhas.
OS SENADORES DO IMPÉRIO
Múcio Teixeira - "Os Gaúchos", vol. I, pág. 204.
Ser senador do Império, era conseguir no regime a mais invejável das situações. "Se havia semi-deuses em política - escreve Taunay - eram os senadores do tempo da monarquia, e o apreço público não recusava as suas mais profundas barretadas até àqueles que não possuíam outras razões de seleção senão pertencerem a tão elevada e afinal onipotente corporação". Era a propósito dessas regalias que o Imperador dizia sempre:
- No Brasil há duas posições invejáveis: senador e professor do Colégio Pedro II!
A MODÉSTIA DE RAIMUNDO
João Luso - "Elogios", pág. 38.
Entre as anedotas singelas que Raimundo Correia costumava contar, uma havia, que patenteava flagrantemente a sua modéstia. Ocorrera, no dizer do narrador, por ocasião da sua permanência em Portugal como secretário de legação.
Achava-se o poeta do Mal Secreto, uma noite, em um grupo de homens de letras, em Lisboa, quando, apresentado a um deles, este se lançou a fazer-lhe elogios derramados, declarando conhecer toda a sua obra.
- Imagine o senhor, - dizia-lhe o escritor, no seu entusiasmo, - que eu o admiro tanto, que sei até um dos seus sonetos de cor.
- E recitou-me concluía Raimundo, - um soneto... de Bilac!
Fonte: Humberto de Campos. O Brasil Anedótico (1927).

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A DEMOLIÇÃO DO COLÉGIO JÚLIA JORGE


O Júlia Jorge favoreceu, sobretudo, aquelas famílias de prole numerosa
Foi com penar, porém sem surpresa, que, no O POVO, Coluna Vertical (24/2), o jornalista Eliomar de Lima, ex-aluno do Colégio Júlia Jorge, estabelecimento de ensino, que foi tradicional e, simultaneamente, moderno, anunciou a demolição do prédio, passados cinco anos do encerramento de suas atividades letivas, em cujo terreno serão erguidas quatro torres de apartamentos.
Esse centro de formação educacional, situado nas imediações da Igreja São Gerardo, integrante da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (Cnec), foi, nos anos 1960 e 1970, a melhor opção de ensino médio (ginásio e científico) para os jovens da Parquelândia e dos bairros adjacentes, como Amadeu Furtado, Parque Araxá, Monte Castelo, Campo do Pio, Otávio Bonfim, servindo para evitar que as famílias residentes nessa região de Fortaleza matriculassem seus filhos em escolas mais caras da Aldeota.
O Colégio Júlia Jorge foi inaugurado em 1967 pelo presidente Castello Branco, como símbolo de uma instituição moderna e bem equipada, pertencente à Cnec, uma rede de ensino que não visava lucro. Durante os seus primeiros 20 anos, a instituição ministrou ensino de qualidade a preços módicos, compatíveis com o poder aquisitivo da classe média da capital cearense.
Por suas mensalidades mais condizentes com a realidade local, atentando à condição socioeconômica de parte dos alunos, o Júlia Jorge favoreceu, sobretudo, aquelas famílias de prole numerosa, que não dispunham de numerários suficientes para manter, ao mesmo tempo, três ou mais filhos nas boas escolas particulares, graças aos generosos descontos concedidos em função da quantidade de familiares ali matriculados.
A excelência do ensino ali praticado redundava na aprovação ampla dos seus concludentes do científico nos vestibulares para os cursos mais disputados da Universidade Federal do Ceará (UFC), sem necessidade de cursinho preparatório, resultando na formação de grande número de médicos, engenheiros, economistas, jornalistas e advogados, atuantes em nossa Cidade.
Embora não fosse uma edificação cinquentenária, e muito menos tombada, por valor histórico ou cultural, a demolição da nossa escola, em que preciosos anos da juventude de milhares de ex-alunos foram nela vividos, causa intensa consternação, marcando um sentimento de ruptura com as lembranças de tempos juvenis, transformadas em escombros, sepultando as boas recordações vivenciadas naquela casa de aprendizado.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Médico e ex-aluno do Colégio Júlia Jorge
Publicado In: O Povo, de 28/02/2012. Opinião, p.7.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

AI DE TI, ESPELHO MEU

Por Ricardo Alcântara (*)
No momento, o fato central da sucessão é a posição da prefeita Luizianne Lins ao defender como candidato um colaborador seu, desconhecido para os eleitores e mesmo para a parcela mais bem informada deles.
A insistência é ruidosa porque agravada pelos índices insuficientes de popularidade obtidos pela gestão, o que mantém adversários assanhados e aliados intranquilos. Enfim, falta, à prefeita, o razoável: bons argumentos.
O critério de escolha definido por ela e seu grupo político é absoluto e exclusivo: a “identificação com o projeto administrativo”. Só aí, dessas cinco palavras, já me sobram cinco perguntas. As farei sem esperança de resposta.
A primeira. Se o “produto” alcança tão elevado nível de excelência que o torna insubstituível em todos os seus aspectos, onde se deu, afinal, a grande falha que o faz indesejável aos olhos da clientela? É só uma pergunta.
Tenho outra. Afinal, que projeto é este? Apesar de sua presumida singularidade, ele não tem, salvo algumas ponderações protocolares, defensores fora do círculo restrito do comando administrativo.
Mais uma. Por que ninguém mais seria capaz de representá-lo? Nada do que tenho observado a respeito me parece excepcional o bastante para justificar a proteção máxima de um candidato fotocópia autenticada.
Ainda outra pergunta. Valeria mesmo à pena correr o risco de perder todo esse precioso tesouro, quando haveria boas chances de negociar uma aliança capaz de garantir a continuidade do que nele seria essencial?
Por fim, diante de tantas questões, e sabendo-se que o espectro do personalismo nunca foi exorcizado do inconsciente esquerdista, caberia, talvez, ainda perguntar: será que é mesmo este, o “bom” motivo?
Se a gestão não é tão má quanto vociferam os tucanos – gente que nunca compreendeu essa cidade o suficiente para merecer sua confiança – tão pouco é a maravilha que andam dizendo os espelhos do Palácio do Bispo.
(*) Jornalista e escritor. Publicado In: Pauta Livre.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

TRAIÇÃO PELO CELULAR

A mãe pede ao filho para ligar ao pai, no celular, avisando a hora do jantar.
- E aí? O que ele disse? Já vem?
- Já liguei três vezes, mãe, mas quem sempre atende é uma mulher.
- Deixa comigo! Aquele cachorro vai ver, quando chegar em casa!
Mal o pai aparece na frente da casa, a mãe parte para cima dele e lhe aplica a maior surra, com tudo o que encontra à disposição: cabo de vassoura, frigideira, tampa de panela, guarda-chuva, pinico, rolo de massa, martelo, cadeira, sapato, tudo, tudo, tudo...
Os vizinhos se aproximam para ver o que está acontecendo, mas encontram a mulher irada.
- Safado, cafajeste! Venha cá, filho! Diga aqui pra todo mundo o que foi que aquela piranha falou pra você no telefone!
- Ela disse:
“O número para o qual você ligou encontra-se desligado ou fora da área de cobertura”...

O QUE ESCREVER NO TÚMULO.... II

O que escrever em seu túmulo Se você é....
DELEGADO Tá olhando o quê? Circulando, circulando...
ECOLOGISTA Entrei em extinção.
ENÓLOGO Cadáver envelhecido em caixão de carvalho, aroma Formol e after tasting que denota presença de Microorganismos diversos.
FUNCIONÁRIO PÚBLICO É no túmulo ao lado.
GARANHÃO Rígido, como sempre.
GAY Virei purpurina.
HERÓI Corri para o lado errado.
HIPOCONDRÍACO Eu não disse que estava doente?!?!
Fonte: Internet (Circulando por e-mail).

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Revisão gramatical feita pelo “Clube das Loiras Desentendidas”

ABREVIATURA - ato de se abrir um carro de policia;
ALOPATIA - dar um telefonema para a tia;
BARBICHA - boteco para Gays;
CÁLICE - ordem para ficar calado;
CAMINHÃO - estrada muito grande;
CATÁLOGO - ato de se apanhar coisas rapidamente;
COMBUSTÃO - mulher com peito grande;
DESTILADO - aquilo que não está do lado de lá;
DETERGENTE - ato de prender indivíduos suspeitos;
DETERMINA - prender uma garota;
ESFERA - animal feroz amansado;
HOMOSSEXUAL - Sabão utilizado para lavar as partes íntimas;
LEILÃO - Leila com mais de 2 metros de altura;
KARMA - expressão mineira para evitar o pânico;
LOCADORA - uma mulher maluca de nome Dora;
NOVAMENTE - diz-se de indivíduos que renovam sua maneira de pensar;
OBSCURO - 'OB' na cor preta;
QUARTZO - partze ou aposentzo de um apartamentzo;
RAZÃO - lago muito extenso, porém pouco profundo;
RODAPÉ - aquele que tinha carro, mas agora roda a pé;
SAARA - muulher do Jaaco;
SEXÓLOGO - sexo apressado;
SIMPATIA - concordando com a irmã da mãe;
SOSSEGA - mulher desprovida de visão;
TALENTO - característica de alguma coisa devagar;
TÍPICA - o que o mosquito te faz;
UNÇÃO - erro de concordância muito frequente (o correto seria um é);
VATAPÁ - ordem dada por prefeito de cidade esburacada;
VIDENTE - dentista falando sobre seu trabalho;
VIÚVA - ato de ver a uva;
VOLÁTIL - sobrinho avisando o tio.
Fonte: Internet (circulando por e-mail, sem autoria definida).

O QUE ESCREVER NO TÚMULO.... I

O que escrever em seu túmulo Se você é....
ESPÍRITA Volto já.
INTERNAUTA www.aquijaz.com.br
AGRÔNOMO Favor regar o solo com Neguvon. Evita Vermes.
ALCOÓLATRA Enfim, sóbrio.
ARQUEÓLOGO Enfim, fóssil.
ASSISTENTE SOCIAL Alguém aí, me ajude!
BROTHER Fui.
CARTUNISTA Partiu sem deixar traços.
Fonte: Internet (Circulando por e-mail).

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A GREVE E MORALIDADE

Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald – Redentorista.
As recentes greves dos policiais militares e bombeiros militares exigem uma reflexão a respeito da moralidade das greves. Ninguém nega o direito dos policiais e bombeiros de exigir melhorias salariais. Aliás, o salário pago aos policiais é baixo e, porque não dizer, vergonhoso. Porém, são categorias de serviços essenciais que, parece-me, a lei proíbe fazer greve para o bem da Nação (cf. Art.142, inciso lV da Constituição de 1988 que diz: “Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve”). O direito do trabalhador de parar seu trabalho é hoje um assunto pacífico e aceito por todos que, muitas vezes, esquecemos que há uma importante diferença entre uma greve justa e eticamente correta e uma greve injusta e moralmente condenável. Uma greve deve ser em última análise, uma maneira de ameaçar e infligir prejuízo ao governo, uma firma ou uma pessoa que está nos injustiçando, com a finalidade de pressioná-lo a remediar ou acabar com a injustiça. No passado, o prejuízo causado por uma greve era em grande parte limitado ao empregador. Hoje, porém, por causa da interdependência dos diferentes grupos na sociedade, o dano é sofrido, não somente pelo empregador, mas também por muitas outras pessoas.
Antes de iniciar uma greve todos nela envolvidas devem responder quatro perguntas básicas: (i) Há certeza absoluta da existência de uma real injustiça? (ii) Será que esta injustiça é suficientemente grave para justificar a perda ou prejuízo que provavelmente será causada pela greve? (iii) Há uma adequada proporção entre a perda próxima a ser infligida e a finalidade legítima procurada? (iv) Será que todos os esforços para chegar a um acordo através de negociação foram feitos? Uma pessoa tentando decidir se deve ou não fazer greve tem que responder a estas perguntas afirmativamente, antes de poder afirmar que “esta greve é moralmente justificável”. Nunca podemos esquecer que uma greve é uma arma a ser usado somente como último recurso, nada pode justificar seu uso como primeiro passo numa disputa para ganhar melhores salários. Há muito tempo os policiais militares e civis estão pleiteando melhores salariais, e acredito que a greve deles foi usada somente como último recurso. Obviamente, a administração pública e administradores de empresas não devem esperar que a inquietação ou agitação se instale antes de conceder razoáveis melhoramentos em salários e condições de trabalho. A demora em agir rapidamente frequentemente traz consequências lamentáveis. Greves potenciais são evitadas quando sensíveis administradores de departamentos governamentais e lideranças sindicais responsáveis sentam-se à mesa para negociar num ambiente de respeito mútuo. É realmente deplorável que a experiência torne plausível para os trabalhadores, policiais, bombeiros e membros de outras organizações profissionais que “somente uma greve consegue resultados”, e nada mais funcione.
Publicado no Jornal O Estado, de 10/01/2012.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

ATITUDE 40: a política reciclável

Por Ricardo Alcântara (*)
É baixa, a sinergia entre o governo do estado e a prefeitura de Fortaleza, mas, ao contrário do primeiro, a gestão municipal está mal avaliada pela população em sua média geral, segundo as pesquisas de opinião.
O comando político do governo discorda, ainda, do perfil traçado pela prefeita para o candidato à sua sucessão: ela deseja uma cópia autenticada sua, enquanto o aliado insiste em um nome com maior amplitude.
Hoje, as razões alegadas pelo governador para manter a aliança são todas de ordem pragmática: a convergência com o governo federal e o apoio – ou, o que é ainda mais útil, a ausência crítica – do PT no parlamento estadual.
Mas o governador não parece mais disposto a esperar que aquilo que lhe parece o bom senso se manifeste na outra margem. É o que significa o lançamento de um programa de articulações denominado Atitude 40.
Historicamente, à exceção da campanha vitoriosa de Ciro Gomes, o grupo do governador sempre fora coadjuvante do PSDB em disputas da capital. Eram campanhas burocráticas, geridas pela autocracia, sem sinergia com a cidade.
Ao lado de Tasso Jereissati, padeceram de sucessivas derrotas para o modelo de popularidade Juraci Magalhães até quando a adesão de Ciro Gomes ao “lulismo” e a aliança com o PT na capital mudaram o curso das coisas.
Reciclados, os Ferreira Gomes se descolaram da rejeição consolidada dos tucanos em Fortaleza e estabeleceram uma aliança com forças políticas representativas de diversos segmentos sociais antes distantes deles.
Agora, o grupo ensaia um passo à frente com o movimento Atitude 40, que promete ir aos bairros com prestação de contas, consultas populares e – claro! – o velho circo, cada vez mais obrigatório nos roteiros políticos.
A articulação não pode ser compreendida já como sinal de ruptura, mas tem como significado mínimo não se deixar a reboque do calendário eleitoral definido pelos interesses exclusivos da prefeita. Logo, é ato relevante.
O fato novo é que, pela primeira vez, o PFG (Partido dos Ferreira Gomes) se coloca como protagonista em seu relacionamento político com a capital, onde, afinal, está boa parte dos eleitores que decidirão a disputa de 2014.
(*) Jornalista e escritor. Publicado In: Pauta Livre.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

FRATERNIDADE E SAÚDE PÚBLICA

Por Maria Emília Marega
O início da Quaresma abre a Campanha da Fraternidade no Brasil. O tema proposto para a Campanha deste ano é “Fraternidade e Saúde Pública” e o lema “Que a saúde se difunda sobre a terra”, tirado do livro do Eclesiástico.
***
A Quaresma é o tempo em que a liturgia da Igreja convida os fiéis a se prepararem para a Páscoa, mediante a conversão, com práticas de oração, jejum e esmola. E é justamente na Quarta-Feira de Cinzas, que acontece um dos principais eventos da Igreja Católica no Brasil, o lançamento da Campanha da Fraternidade.
O primeiro movimento regional, que foi uma espécie de embrião para a criação do atual modelo da “Campanha da Fraternidade”, foi realizado na cidade de Natal em 1962, por iniciativa do então Administrador Apostólico da cidade de Natal, dom Eugênio de Araújo Sales, Heitor de Araújo Sales e de Otto Santana. Esta campanha tinha como objetivo fazer “uma coleta em favor das obras sociais e apostólicas da arquidiocese, aos moldes de campanhas promovidas pela instituição alemã Misereor”, explicou dom Eugênio Sales, em entrevista a arquidiocese de Natal, em 2009.
Em 1963, envolvidos pelo Concílio Vaticano II, os bispos brasileiros fizeram o lançamento do Projeto da Campanha da Fraternidade para todo o Brasil. Dessa forma, na Quaresma de 1964 foi realizada a primeira Campanha em âmbito nacional.
A Campanha da Fraternidade está na sua 49ª edição, e seu principal objetivo é despertar a solidariedade das pessoas em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos e apontando soluções; mobilizando todas as comunidades católicas do país e procurando envolver outros segmentos da sociedade no debate do tema escolhido.
O texto base da CF-2012 foi dividido em três partes: a fraternidade e a saúde pública; que a saúde se difunda sobre a terra; Indicações para a ação transformadora no mundo da saúde.
O objetivo geral, citado no texto, é refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde.
Dentre os objetivos específicos se destaca: o disseminar o conceito de bem viver e sensibilizar para a prática de hábitos de vida saudável; o alerta para a importância da organização da pastoral da Saúde nas comunidades: criar onde não existe, fortalecer onde está incipiente e dinamizá-la onde ela já existe, entre outros.
O secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Ulrich Steiner, abrirá, na quarta-feira de Cinzas, 22, às 14h, na sede da Conferência, em Brasília (DF), a Campanha da Fraternidade-2012. O ministro da saúde, Alexandre Rocha Santos Padilha, confirmou sua presença.
Fonte: ZENIT / Pastoral da Comunicação / Postado: Quarta-feira, 22/2/2012

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

GOLPE PROFISSIONAL DA PREMIAÇÃO

Caí na vigarice de ser escolhido advogado destaque

Artigo publicado no site Espaço Vital. A vigarice é antiga, mas segue recorrente, captando novas vítimas, a despeito das precauções tomadas.
Em maio do ano passado, recebi um sóbrio e bonito encarte vindo de São Paulo, que dizia-me “ter sido escolhido um dos 60 advogados de destaque no RS (um por micro-região), além de outras 40 autoridades judiciárias, como desembargadores etc... com recepção em Porto Alegre no dia 11.08.2008, Dia do Advogado” — e que o local e demais informações seriam comunicados em 15 dias.
Com ceticismo a esse tipo de evento, joguei o material no lixo e esqueci.
Em meados de julho encontrava-me ausente do RS, e começaram insistentes telefonemas ora de um tal de Norberto, ora de seu assessor Júnior, indicando que poderia consultar o site respectivo, onde efetivamente existiam todos os dados, como ingressos limitados, lotação limitada a 300 pessoas, programação, critérios, metodologia de pesquisa, além de um complexo regulamento com 20 artigos, bem como um questionário de “perguntas e respostas”.
Havia também comentários dos homenageados de outros anos, dentre eles o atual presidente da OAB-RS que, seguramente, teve sua foto usada indevidamente, numa suposta cerimônia ocorrida no ano anterior no Plaza São Rafael.
Obviamente constava, também, o preço dos convites, limitados a 10 por homenageado, a módicos R$ 240,00 por pessoa, que deviam ser depositados em determinada conta no Banco do Brasil, que por si só é ícone de respeito e seriedade.
Consultei a Receita Federal, e lá encontrei o registro da empresa, cadastrada desde 3 de novembro de 2005.
No último dia que me foi concedido à adesão e para o depósito, com irresistível convencimento, mesmo assim ainda fiz alguns cotejos, e soube que no banco onde deveria fazer o depósito, que dita empresa possuía mais de R$ 139 mil na conta corrente, com dezenas de depósitos pequenos provavelmente de outros incautos. O cadastro no banco estava sem máculas e a conta-corrente era de dois anos.
Fiz e-mail à OAB-RS pedindo detalhes — e até hoje não recebi resposta...
Quando os promotores foram por mim instados a dar maiores informações, e a dizer quem eram os outros advogados — pelo menos da região, e de como houve a escolha — diziam que "só poderiam externar o conteúdo existente na Internet, e que precisariam manter o sigilo e coisas e tal". Gera uma enorme desconfiança, mas...
Aí analisei que uma viagem a Porto Alegre faria bem, com a família, uns dois dias, hotéis, talvez depois uma esticada na serra. Pensei que era hora, mesmo, de aliviar o estresse. E ainda admiti o que todos devem ter cogitado: os caras não vão ser loucos de dar um golpe em advogados, desembargadores e afins.
Claro que também eles podem estar contando com o fato de que, por vergonha, ninguém se manifestará, e a coisa fica por isso mesmo.
Eis que, a partir do dia 26 de julho de 2008, até hoje, o site sumiu; o telefone não atende e o tal evento... nunca mais! Veio somente uma mensagem carinhosa no dia 6 de agosto de 2008, que não permitia resposta/retorno, prometendo que “nova data será marcada”, pois naquele dia havia muitos eventos do gênero.
Golpe de profissional!
Ocorreu-me, então, efetuar consulta processual pelo nome do promotor do evento e qual a surpresa, o mesmo é réu de ações contra si e contra a empresa, em todo o país, por golpe semelhante, e em alguns casos muito pior.
Ninguém está livre, mas a gente se sente um trouxa, daqueles de orelhas de burro bem grandes, que apareciam nos desenhos animados, anos atrás. Por outro lado, não vi nenhuma notícia ou reclamação de outros colegas —, o que prova que o golpe foi perfeito.
Com a concordância do editor do Espaço Vital não vou me identificar pelos próprios fundamentos da questão, livrando-me de incontáveis chacotas.
Todavia, todos precisamos, cada vez mais, eliminar essas pessoas, mentoras desses golpes, pois em 2009 outros serão os otários/vítimas. Não se tem tempo de avaliar exatamente, e mesmo com todos os cuidados que tomei, fica provado que se é vitimado, em um golpe muito bem arquitetado, pois do contrário dariam notícias. É o mais puro estelionato!
Não quero o dinheiro de volta — e certamente nem conseguiria — nem que se faça mal ao vigarista. Mas precisamos eliminar essas metástases. Vamos fazê-los trabalhar para se proverem.
Sugiro que o Espaço Vital, de alguma forma, busque avaliar a quantas foi o golpe. Sugiro uma mensagem/resumo, prometendo não divulgar os nomes e dados dos lesados, mas apenas para aferir o número de vítimas que ainda tiverem coragem de eventualmente informar em resposta, unicamente para aferir a dimensão. Quem sabe, uma enquete: “Você foi vítima do Prêmio Advogado do RS de 11.08.2008”?
A essência resultante é que toda vez que alguém receber proposta semelhante, estará informado e não cairá nesse conto do vigário.
Eu, modestamente, me sinto um otário! Meu objetivo é que outros operadores do Direito não caiam na mesma esparrela.
Escrito por um advogado com escritório em Santa Maria (RS) e publicado no site Espaço Vital na quarta-feira (4/3/09).
Fonte: Revista Consultor Jurídico, 4 de março de 2009

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

PANEM ET CIRCENSES versus LUDOPÉDIO-2014

Carta do Imperador Vespasiano (41 d.C.) para seu filho Tito.
Roma, 22 de junho de 79 d.C.
“Tito, meu filho, estou morrendo. Logo eu serei pó e tu, imperador. Espero que os deuses te ajudem nesta árdua tarefa, afastando as tempestades e os inimigos, acalmando os vulcões e os jornalistas. De minha parte, só o que posso fazer é dar-te um conselho: não pare a construção do Colosseum. Em menos de um ano ele ficará pronto, dando-te muitas alegrias e infinita memória.
Alguns Senadores o criticarão, dizendo que deveríamos investir em esgotos e escolas. Não dê ouvidos a esses poucos. Pensa: onde o povo prefere pousar seu clunis (nádegas): numa privada, num banco de escola ou num estádio? Num estádio, é claro.
Será uma imensa propaganda para ti. Ele ficará no coração de Roma per omnia saecula saeculorum, e sempre que o olharem dirão: ‘Estás vendo este colosso? Foi Vespasiano quem o começou e Tito quem o inaugurou’.
Outra vantagem do Colosseum: ao erguê-lo, teremos repassado dinheiro público aos nossos amigos construtores, que tanto nos ajudam nos momentos de precisão. ‘Moralistas e loucos dirão, que mais certo seria reformar as velhas arenas. Mas todos sabem que é melhor usar roupas novas que remendadas. Vel caeco appareat (Até um cego vê isso).
panem et circenses, deves construir esse estádio em Roma.
Enfim, meu filho, desejo-te sorte e deixo-te uma frase: Ad captandum vulgus, panem et circenses (Para seduzir o povo, pão e circo). Esperarei por ti ao lado de Júpiter”.
PS: Vespasiano morreu no dia seguinte à carta. Tito não inaugurou o Coliseu com um jogo de Copa, mas com cem dias de festa. Tanto o pai quanto o filho foram deificados pelo senado romano.
Assim como a gente de Brasília construirá monumentais estádios em Natal, Cuiabá e Manaus, mesmo que nem haja ludopédio por esses lugares. Só para você ter uma ideia, o campeonato de Mato Grosso teve média inferior a mil pessoas por partida, e a Arena Pantanal, em Cuiabá, terá capacidade para 43.600 espectadores. Em Recife haverá um novo estádio, mas todos os grandes clubes já têm o seu. Pior será a arena de Manaus: terá 47 mil lugares e, no campeonato estadual, juntando os 80 jogos, o público total foi de 37.971.
As gentes da Terra Papagalli não ligaram nem mesmo para o exemplo dos sul-africanos, que construíram cinco novos estádios e quatro são deficitários.
O pão e o circo continuam ... ao povo.
A política desconhece valores, princípios e arruína o caráter.
Mentir é dever de quem quer manter-se em evidência na política.
'Para que o mal triunfe basta que os bons não façam nada'... (Edmund Burke)
Fonte: Internet (circulando por e-mail, sem autoria definida).

domingo, 19 de fevereiro de 2012

MANUAL PARA OS ADEPTOS A BEBER SOCIALMENTE

MANUAL PRÁTICO
Como agir quando se bebeu demais e está com os seguintes sintomas:
SINTOMA: Pés frios e úmidos.
CAUSA: Você está segurando o copo pelo lado errado.
SOLUÇÃO: Gire o copo até que a parte aberta esteja virada para cima.

SINTOMA: Pés quentes e úmidos.
CAUSA: Você fez xixi.
SOLUÇÃO: Vá se secar no banheiro mais próximo.

SINTOMA: A parede a sua frente está cheia de luzes.
CAUSA: Você caiu de costas no chão.
SOLUÇÃO: Coloque seu corpo a 90 graus do solo.

SINTOMA: O chão está embaçado.
CAUSA: Você está olhando para o chão através do fundo do seu copo vazio.
SOLUÇÃO: Compre outra cerveja ou similar.

SINTOMA: O chão está se movendo.
CAUSA: Você está sendo carregado ou arrastado.
SOLUÇÃO: Pergunte se estão te levando para outro bar.

SINTOMA: O local ficou completamente escuro.
CAUSA: O bar fechou.
SOLUÇÃO: Pergunte ao garçom o endereço de sua casa.

SINTOMA: O motorista do táxi é um elefante rosa.
CAUSA: Você bebeu muitíssimo.
SOLUÇÃO: Peça ao elefante que o leve para o hospital mais próximo.

SINTOMA: Você está olhando um espelho que se move como água.
CAUSA: Você está para vomitar em uma privada.
SOLUÇÃO: Enfie o dedo na garganta.

SINTOMA: As pessoas falam produzindo um misterioso eco.
CAUSA: Você está com a garrafa de cerveja na orelha.
SOLUÇÃO: Deixe de ser palhaço.

SINTOMA: A danceteria se move muito e a música é muito repetitiva.
CAUSA: Você está em uma ambulância.
SOLUÇÃO: Não se mova. Possível coma alcoólico.

SINTOMA: A fortíssima luz da danceteria está cegando seus olhos.
CAUSA: Você está na rua e já é dia.
SOLUÇÃO: Tente encontrar o caminho de volta para casa.

SINTOMA: Seu amigo não liga para o que você fala.
CAUSA: Você está falando com uma caixa de correios.
SOLUÇÃO: Procure seu amigo para que ele te leve para casa.

SINTOMA: Seu amigo não pára de falar repetidamente as mesmas palavras.
CAUSA: Você está falando com o cachorro do vizinho.
SOLUÇÃO: Peça pra ele dizer onde é sua casa.

Mande essa mensagem aos que 'bebem socialmente' que você conhece.
Eu já fiz a minha parte...
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

TRAIÇÃO PELO BRASIL AFORA



O PAULISTA: Encontra a mulher com outro na cama, larga e sai com os amigos à procura de outra (que vai trair também).
O CARIOCA: Encontra a mulher com outro na cama e se junta a eles.
O MINEIRO: Encontra a mulher com outro na cama, mata o homem e continua casado com a mulher, exatamente como manda a TFM - Tradicional Família Mineira.
O GAÚCHO: Encontra a mulher com outro na cama e, ao contrário do mineiro, mata a mulher e fica com o marmanjo só pra ele.
O CEARENSE: Encontra a mulher com outro na cama e, sendo o CABRA da peste que é, mata os dois e arruma outra no dia seguinte.
O GOIANO: Encontra a mulher com outro na cama, entra em depressão, pega a viola e vai para a rua à procura de outro corno pra montar mais uma dupla sertaneja.
O PERNAMBUCANO: Encontra a mulher com outro na cama, pega sua fantasia e vai dançar frevo em Olinda.
O BRASILIENSE: Sempre que pega a mulher com outro na cama, de raiva, vai para o Congresso e inventa mais um imposto.
O CURITIBANO: Quando pega a mulher com outro na cama, não faz nada, pois curitibano não fala com estranhos.
O PARAIBANO: Quando pega a mulher com outro na cama, agradece a Deus, pois vê que não é só ele que pega mulher feia.
O BAIANO: Mulher de baiano não vai pra cama com outro, porque esse negócio de arrumar amante, tirar a roupa, fazer sexo, ser descoberta pelo marido, etc., dá um trabaaaaaaaalho, dá uma canseeeeeira, dá um soooooooono... Meu pai!!!
Fonte: Internet (circulando por e-mail).


sábado, 18 de fevereiro de 2012

Sinceridade Masculina na Terceira Idade

- E como vai sua vida sexual compadre?”
- “Bem, como a Coca-Cola”.
- Como a Coca-Cola???!!! E como é isso???”
- “Primeiro normal, depois Light e agora Zero!”
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

SAPATO SOCIAL PARA CRUZEIRO ITALIANO


Fonte: Circulando por e-mail (internet).

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Defesa de Tese em Saúde Coletiva (UECE) da Profa. Olganê Sabry


Flagrante da Banca Examinadora durante a defesa de tese da Profa. Olgane Sabry. (Foto cedida por Juliana Miranda Cavalcante, mestranda do PMASP).

Aconteceu na tarde de ontem (16/02/12), na Universidade Estadual do Ceará, a defesa de tese do programa de Doutorado em Saúde Coletiva em Associação Ampla da Universidade Estadual do Ceará, da Universidade Federal do Ceará e da Universidade de Fortaleza. A banca examinadora, composta pelos Profs. Drs. Helena Alves de Carvalho Sampaio, Ivan França Junior, Renan Magalhães Montenegro Junior, José Wellington Oliveira Lima e Marcelo Gurgel Carlos da Silva, aprovou a Tese “Influência do feriado prolongado sobre o consumo alimentar, composição corporal e desenvolvimento ou agravamento de excesso ponderal”, apresentada pela doutoranda MARIA OLGANÊ DANTAS SABRY, orientada da Profa. Dra. Helena Alves de Carvalho Sampaio.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor do Doutorado em Saúde Coletiva

CEARÁ, A ESQUINA DESERTA DO BRASIL

Por Ricardo Alcântara (*)
Não é necessário recorrer a um conjunto muito amplo de indicadores para constatar que o estado do Ceará vem perdendo gradativo espaço de atenção quanto aos investimentos que dependem da boa vontade de Brasília.
Lamentável dizer, mas o fenômeno é datado: agrava-se com o governo Lula e se estende sem lapsos de continuidade por todos esses anos em que o “campo democrático e popular” hegemoniza as decisões fundamentais de governo.
Os últimos nove anos – período de maior prosperidade – não resistem a uma comparação nem mesmo com o pouco que nos foi contemplado durante o governo de Fernando Henrique, a “era maldita”. Noves fora, pioramos.
Ainda não recuperamos o nível de prestígio obtido durante a década passada, quando o governador Tasso Jereissati se recusava a indicar ministros com a mesma impertinência com que cobrava investimentos.
Seriam inócuas as tentativas de justificar o desprezo com o recurso fácil ao argumento apoiado no crônico desequilíbrio de poder e influência entre as regiões mais pobres e as regiões mais ricas do território nacional.
Basta olhar de lado e ver o que se passa há dez anos ali em Pernambuco, um estado que tem recebido investimentos patrocinados pelo governo federal que o colocam como uma das mais agraciadas joias da coroa.
Por evidentes, não tomarei seu tempo expondo os números que justificam o diagnóstico. O Ceará voltou a ser a esquina deserta do país e para isso contamos com a omissão remunerada de uns e a subserviência de outros.
O impacto dos programas de transferência de renda – a esmola necessária do “bolsa tudo” – é benéfico, mas não ao ponto de justificar a perda de espaço na conquista do investimento produtivo e em infraestrutura.
É desconcertante observar a mudança de eixo no discurso dos nossos parlamentares de esquerda – exigentes com Brasília quando recebíamos um pouco mais e dóceis agora, quando nada de relevante pode ser ostentado.
Passada uma década de “gestão popular”, peça aos nossos representantes que apontem uma única grande obra do governo federal no Ceará durante todo esse tempo e prepare-se para ouvir murmúrios e tergiversações.
O governador Cid Gomes conquistou a confiança dos eleitores prometendo recuperar nosso prestígio político – segundo ele, abalado durante a gestão anterior. Cinco anos não foram suficientes para ensaiar uma desculpa.
É fato. Como no dele, também no governo anterior o ex-presidente Lula se derramava em elogios ao então governador Lúcio Alcântara quando por aqui passava, mas nada de muito relevante deixava em suas mãos.
A seu favor, ainda poderia o ex-governador alegar que seus aliados na bancada federal militavam na oposição e tinha bem menos a oferecer ao presidente em apoio e voto, ao contrário do seu sucessor, Cid Gomes.
Agora, notinhas na imprensa, de viés provinciano, dão conta de “um ótimo relacionamento entre o governador e a presidente Dilma”. Pelos resultados obtidos, cabe perguntar: contra qual dos dois a informação depõe?
(*) Jornalista e escritor. Publicado In: Pauta Livre.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

BICO DURO, CONVERSA MOLE

Por Ricardo Alcântara (*)
Li na imprensa declaração de alguém definido na matéria como “um petista do bico duro”, se é que isso ainda existe. São confissões reveladoras pela originalidade com que interpretam os fundamentos democráticos.
O presumido bico duro qualificou como “terra arrasada” o quadro político resultante de uma possível ruptura na aliança que mantém sob o mesmo teto e em lados opostos da mesa o governador e a prefeita da capital.
Em outro trecho da mesma nota, o petista – apesar do bico duro, preferiu se reservar no anonimato – disse que o cenário de ruptura, descrito por ele de modo dramático, só agradaria aos jornalistas de política.
Bobagem. Os analistas de plantão formam uma unanimidade quase burra, e dela compartilho, na constatação de que o fim da aliança agora poderia ser o pior dos cenários para os interesses de ambos, governador e prefeita.
Gente que assina o que diz tem repetido que uma ruptura só abriria a cena para uma terceira força, ao cacifar aliados secundários e dar sobrevida a grupos em fase declinante. A incerteza só é bom território para a oposição.
Mas a ruptura não é necessariamente má para a cidade, ora. Não desce redondo, este texto de que, sem a tutela da aliança, a cidade mergulhará no caos. Inácio Arruda, Heitor Férrer e Renato Roseno merecem melhor crédito.
O petista tem o direito de lutar para manter as coisas como estão (se estão boas para ele), mas qualificar como “terra arrasada” a possibilidade de que qualquer outra força venha a governar a cidade é um lapso fascista.
Se a ruptura representaria um cenário de “terra arrasada” para os membros principais da aliança, para a sociedade em geral talvez seja apenas uma saudável oportunidade de respirar (ainda não está proibido).
Postos em cena outros agentes, se fragiliza o oligopólio eleitoral, enriquece o debate político, revela novas lideranças, acolhe demandas sociais asfixiadas, enfim. Pense nisso, bico duro. E deixe de conversa mole.
Fumaça é sinal de fogo
A convite, como outros estive em uma palestra de Inácio Arruda para militantes do PCdoB. O senador colocou sua candidatura como decisão definitiva. “Vou até com apenas um minuto e meio de televisão”, disse.
Sem elementos objetivos para afirmar isto, mas com feeling de veterano, saí de lá com a impressão de que Inácio conta com algo mais robusto, além do seu “minuto e meio de televisão”. Algo me diz que ele não está só na parada.
(*) Jornalista e escritor. Publicado In: Pauta Livre.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

DEUS SEGUNDO SPINOZA

(Deus falando com você)
“Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.
Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro! Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?
Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.
Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida,que teu estado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno. Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?
Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.
Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti.”
Einstein, quando perguntado se acreditava em Deus, respondeu:
Acredito no Deus de Spinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens”.
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

Nota: O texto acima é a uma mera reflexão, não significando que o editor deste blog espose, por inteiro, as concepções nele contidas.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Baruch Spinoza ou Espinosa, ou Espinoza (1632-1677) nasceu em Amsterdã, Holanda. John Locke nasceu no mesmo ano. Spinoza era de uma família tradicional judia, de origem portuguesa. Sua família emigrou porque os judeus estavam sendo perseguidos. Seu pai era um comerciante bem sucedido e abastado. Spinoza gostava de estudar e ficava na sinagoga. Era um dos melhores alunos. Aprendeu a Bíblia Sagrada e o Talmund. Então foi para uma escola particular, onde conheceu o latim. Pôde então ter um estudo mais abrangente. Leu sobre a identificação de Deus com o universo, sobre a associação da matéria com o corpo de Deus. Se interessou muito pela filosofia moderna, como Bacon, Hobbes e Descartes. Então foi acusado de heresia, por se mostrar irredutível em suas opiniões.
http://www.consciencia.org/spinoza.shtml

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

DOM HELDER NASCEU HÁ 103 ANOS

Pe. Geovane Saraiva
Terca-feira, 7 de fevereiro de 2012
A vida do Dom Helder (foto) é como uma mina de ouro que precisa ser sempre e cada vez mais explorada, com um dom maravilhoso de Deus. Vida de uma beleza, que podemos dizer, diferenciada, nos seus gestos raríssimos em favor da vida dos empobrecidos, dos “sem voz e sem vez”. Ao assumir a Arquidiocese de Olinda e Recife em abril de 1964, disse: “Quem estiver sofrendo, no corpo ou na alma; quem, pobre ou rico, estiver desesperado, terá lugar no coração do bispo”.
Dom Helder, pequeno na estatura, mas grande nos sonhos, nos ideais e na santidade, colocou sua vida nas mãos do Pai, com a firme convicção e com aquela confiança inabalável, que a pessoa humana é o que existe mais sagrado na face da terra porque é imagem e semelhança de Deus, tomando para si as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens de hoje, sobretudo, dos que mais sofrem (cf. GS 200).
O sonho carregado ao longo da vida e acalentado no seu coração foi o de colocar a criatura humana em um lugar de destaque, também num lugar bem elevado. Marcou profundamente uma época e nos deixou um grande legado e lição. A lição de que o deserto da nossa vida tem que ser fertilizado pela Palavra de Deus e que a vida está acima de tudo, que ela é mais forte do que tudo, mais forte do que a morte.
Dom Helder, com sua inteligência privilegiada, sempre demonstrou firmeza nas atitudes e coerência nas ideias, que podemos perceber através dos seus pensamentos: “Quando houver contraste entre a tua alegria e um céu cinzento, ou entre a tua tristeza e um céu em festa, bendiz o desencontro, que é um aviso divino de que o mundo não começa nem acaba em ti”. “Quem me dera ser leal, discreto e silencioso como a minha sombra”.
A vida de Dom Helder, com aquele corpo franzino, que se agigantava na pregação da fé e da justiça e daquela voz inconfundível e extraordinária, que se transmutava em possantes amplificadores na defesa da vida fraterna e da paz, ficou o exemplo de dignidade e marcou em profundidade a história da humanidade.  Ele queria ser lembrado com esta frase: “A imagem que gostaria que ficasse de mim é a imagem de um irmão”.
É maravilhoso saber que Deus se revelou e se manifestou, em toda sua plenitude em Dom Helder Câmara, que viveu não só para si, mas para a humanidade. Nossa intenção é fazer com que sua vida de homem de Deus, sensibilize a nossa geração, de modo especial a juventude, que mais do que nunca necessita de referenciais. Por isso mesmo comemoramos neste dia 07/02/2012 seu aniversário de nascimento na nossa Paróquia de Santo Afonso.
* Pe. Geovane Saraiva é Pároco de Santo Afonso.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

LUIZIANNE NÃO ESTÁ BLEFANDO: Pimentel não é, mas pode ser

Por Ricardo Alcântara (*)
Não é muito barulho por nada: quando a prefeita Luizianne Lins submete seu partido à exposição pública de seus impasses, consegue, pelo menos, manter-se na mídia como condutora do vetor principal da sua sucessão.
A última cartada foi colocar José Pimentel no tabuleiro como recurso de pressão sobre o principal aliado, Cid Gomes. Caso eleito, Pimentel abriria vaga no senado para Sérgio Novaes, desafeto juramentado do governador.
Não seria o único incômodo. O nome do próprio Pimentel não soa bem aos ouvidos do governador, resquício da crise política em que a eleição do senador foi fator central na separação dos inseparáveis Tasso e Ciro.
O espírito público e a altivez de temperamento de José Pimentel não batem bem com os métodos heterodoxos praticados no palácio e a cultura de mando vigente no seu entorno, mais afeita aos colaboradores de baixa estima.
Há, talvez, alguém bem mais interessado na indicação de Pimentel como candidato a prefeito do que a própria Luizianne: o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB de Cid Gomes, Eduardo Campos.
Campos, que não tem lá o grupo familiar do governador em muito boa conta e luta para se viabilizar na sucessão presidencial, não desprezaria a possibilidade de contar com mais um senador em seu partido. É relevante.
O ganho midiático da prefeita com o impasse, o trato distante entre Pimentel e Cid Gomes e os interesses da direção nacional do PSB são aspectos não anotados pela imprensa no acompanhamento do episódio.
Há, ainda, mais outro aspecto não percebido ou, pelo menos, registrado: Eleito prefeito, Pimentel não só abriria espaço no senado ao amigo maior da prefeita, Sérgio Novaes. Haveria outro ganho, ainda mais expressivo.
Com Pimentel na prefeitura, Luizianne removeria do cenário sucessório estadual de 2014 o único nome que, naquelas circunstâncias, rivalizaria em peso político com o seu no partido, deixando a pista livre para decolagem.
Mesmo com tudo isso, até aqui vale mais o que todos já sabem: o candidato preferencial da prefeita agora é o seu secretário de Educação, Elmano de Freitas. Por ora, Pimentel se presta apenas como recurso de pressão.
Mas não é um blefe. Se necessário, poderá concorrer. Se havia dúvidas, o senador tratou de dissipá-las em declarações a O Povo desta segunda-feira. Em seu estilo, sutil e estudado, deve ser lido nas entrelinhas. Leia-se.
(*) Jornalista e escritor. Publicado In: Pauta Livre.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

SENTENÇA DE 1587 EM TRANCOSO, PORTUGAL

Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Torre do Tombo é o local onde se guardam todos os documentos antigos. Está situada em Lisboa, junto à Cidade Universitária.
Sentença proferida em 1587 no processo contra o prior de Trancoso
(Autos arquivados na Torre do Tombo, armário 5, maço 7)
“Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas. Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres".
Não satisfeito tal apetite, o malfadado prior, dormia ainda com um escravo adolescente de nome Joaquim Bento, que o acusou de abusar em seu vaso nefando noites seguidas quando não lá estavam as mulheres.
Acusam-lhe ainda dois ajudantes de missa, infantes menores que lhe foram obrigados a servir de pecados orais, completos e nefandos, pelos quais se culpam em defeso de seus vasos intocados, apesar da malícia exigente do malfadado prior.
* Grifos da postagem original
[Agora vem o inesperado:]
“El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou pôr em liberdade aos dezessete dias do mês de Março de 1587, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e, em proveito de sua real fazenda, o condena ao degredo em terras de Santa Cruz, para onde segue a viver na vila da Baía de Salvador como colaborador de povoamento português. El-Rei ordena ainda guardar no Real Arquivo esta sentença, devassa e mais papeis que formaram o processo”.
Fonte: Internet (circulando por e-mail).
Nota deste Blog: A veracidade do documento, ou mesmo da postagem, pode ser arguida com fundamento na razão de masculinidade ao nascer, a qual, segundo os demógrafos, é da ordem de 1.030 a 1.060 por mil meninas, ratificando um leve excedente de nascimento de meninos, em torno de 4%. A aventada proporção 85:214 redundaria na razão de masculinidade de 397 por mil meninas, algo improvável do ponto de vista da estatística, e colidindo com o princípio de um certo equilíbrio de gênero ao nascimento, notadamente quando se tratam de grandes números envolvidos, como no caso em tela.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
 

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