sábado, 27 de abril de 2024

CONVITE: Celebração Eucarística da SMSL - Abril/2024

A Diretoria da SOCIEDADE MÉDICA SÃO LUCAS (SMSL) convida a todos para participarem da Celebração Eucarística do mês de Abril/2024, que será realizada HOJE (27/04/2024), às 19h, na Igreja de N. Sra. das Graças, do Hospital Geral do Exército, situado na Av. Des. Moreira, 1.500 – Aldeota, Fortaleza-CE.

CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS!

MUITO OBRIGADO!

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Da Sociedade Médica São Lucas


sexta-feira, 26 de abril de 2024

Faculdade de Medicina, algumas memórias, minha visão

Por Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho (Doutor Cabeto) (*)

O momento é muito importante, tempo de revermos nossos valores e as instituições que construíram a história da medicina do Ceará. Permito-me assim transcrever um texto que que publicamos por ocasião da comemoração do aniversário da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará.

Foi uma vivência inesquecível. Guardo até hoje os exemplos, a forma de pensar e, principalmente, as oportunidades de crescer como estudante e como gente. Naquele momento, entramos em contato com o sofrimento humano, e aprendemos a respeitar as diferenças, as crenças, e a forma de enfrentar o processo de adoecimento. Iniciamos nosso aprendizado sobre a morte, ou melhor, o morrer.

Junto a essas experiências vieram as decepções com os resultados negativos, assim, passamos a lidar com a culpa dos nossos fracassos. Como exemplo, cito o caso de uma paciente lúpica, muito jovem, que desenvolveu uma trombose arterial aguda e teve as duas pernas amputadas. Culpei-me por muito tempo pelo destino da paciente. Acalmou-me o espírito reencontrá-la na porta do Hospital, após 11 anos, quando retornei para Fortaleza.

Fiz duas residências de Clínica Médica, a primeira no nosso Walter Cantídio. O hospital era quase igual ao atual, exceto pela ausência do Setor de Emergência e pelo prédio da cirurgia. A cirurgia ficava onde hoje estão os ambulatórios. Cumprimos estágios em todas as especialidades. Apaixonei-me por cada uma delas, em especial, pela Reumatologia e pela Neurologia. Lembro-me que os recursos eram poucos, mas as dificuldades eram suplantadas pela vontade e capacidade de doação. A convivência com os professores Otoni Cardoso do Vale, Marta Medeiros, Fatima Landim, Antônio Borges Campos, Plinio Câmara e Clara Bastos, mudou minha forma de entender a arte médica. Tive a felicidade de tê-los como mestres e amigos. Aprendi a cuidar!

Ao retornar de São Paulo, onde permaneci por 11 anos, para concluir as residências de Clínica Médica e Cardiologia, além do Doutorado em Cardiologia, ingressei como professor substituto na Faculdade de Medicina da nossa Universidade. Somente após quatro anos, fui admitido como adjunto das disciplinas de Clínica Médica e Cardiologia.

Quanto mais longo fica o tempo, mais ricas ficam as memórias.

Memórias de quando aprendi a observar, em cada detalhe, a forma simples e decidida dos nossos mestres e exemplos que fizeram e fazem o nosso Hospital Walter Cantídio, em especial o meu pai, pela sua irreverência ao lidar com a arte, ou mesmo o tocar de afetividade. Percebia nele um olhar de ternura que trazia de suas concepções de vida e de suas vivências quando ainda muito jovem, mas também de suas dúvidas e angústias com o futuro. Transparecia-me algo intocável, era sua obstinação pela humanidade. .

Como num instante se passou...,e já se foram 34 anos de exercício de algo que a meu ver não é trabalho, pois não se traduz em produto algum, nem em resultado. É sim, um ato continuado de perda e busca da própria identidade, tanto minha como daqueles com quem pactuo a cerimônia das visitas.

Vestem-se em arte, em suor e extenso sofrimento.

São essencialmente ações espontâneas quando versam de atitudes, de articulações de palavras e ações.

(*) Médico. Professor da UFC. Ex-Secretário Estadual de Saúde do Ceará.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 23/03/2024. Opinião. p.19.

Crônica: “O sopro divino, de revestrés” ... e outros causos

O sopro divino, de revestrés

"No enterro do véi Djalma, tem 20 anos isso, vivi uma das mais trágicas experiências que a criatura pode passar no planeta. O que absorvi, a caminho do cemitério, naquele dia, condoída pela partida de um amigão de papai, foi coisa do outro mundo. Aos fatos. Estava eu a dois passos de um tal Chico Furão, que segurava a ponta de cá do caixão, quando ele liberou uma bufa tão fenomenal que o séquito empalideceu. Na minha mente, até seu Djalma aspirou a catinga e, bulindo-se no esquife, disse: 'Assim eu re-morro, macho!'"

Passadas duas décadas do episódio insólito, eis que, de novo, eu, Gleucemia Nonata, tornei a sentir catinga assemelhada, senão pior. Deu-se no elevador do prédio, ao subir pro meu apartamento. Um jovem de seus 18 anos, sozinho à hora em que adentrei à cabine, soltou um 'ninja' letal que me fez viajar em dolorosas lembranças. Mirando o fucim do camarada, disparei na cara dele, horrorizada:

- Esse seu peido tem a assinatura de Chico Furão! Tem vergonha de soltar gases assim na minha frente, não, rapazinho?

- Se a senhora preferir, fico de costas! - respondeu o intrépido menino, lascando outro petardo intestinal.

A propósito de correio eterno

Zezinho nunca pegou no pesado, de carteira assinada, fazendo bico. Aqui e acolá, isto sim, suava a camisa surrupiando galinha na vizinhança. Vivia às custas do pai, que, de repente, papocou. E Zezinho pirou. Remorso muito. Ao lembrar dos carões recebidos, do exemplo de dignidade do genitor, da paciência de seu velho, desequilibrou mentalmente. Foi visto deambulando no bairro, estranhamente à busca de algo. Explicou-me:

- Procuro um velório para pedir ao morto que leve flores e recado pra finado papai!

Amém?!?

Homem em alta velocidade numa moto, melado pelo modo de dirigir em ziguezague, atropela um porco e se estatela na rodagem. Duas caridosas velhinhas correm ao encontro dele, abanam-lhe as faces. Penalizadas, mas também horrorizadas com a dezena de preservativos espalhados em redor...

- Quem é o senhor?

- Sou o padre Napoleão...

- Tá tresvaliando! - concluiu uma delas, descrente que aquilo foi coisa de religioso.

Do amigo Sávio Pinheiro, republicando!

Zuza Lemos no consultório do Dr. Rubens. Por tudo que ouve e vê, médico constata que o septuagenário paciente abriga sério problema no coração. Carece de muito cuidado. Prescreve verdadeiro sacrifício: absolutamente nenhum esforço físico durante 8 dias. Zuza indaga do doutor que tipo de esforço não pode fazer. Explica melhor:

- O senhor sabe que eu gosto duma brincadeirinha de noite, umas camaradagens com a criatura lá de casa, né dotô?

O clínico geral responde firme, em nome da vida:

- Sexo, Zuza, nem pensar! Aconselho você e sua mulher a dormirem em quartos separados. Se insistir, você vai morrer! Vai morrer!

O velho sertanejo volta triste pra casa. Explica à consorte que Dr. Rubens receitara repouso absoluto. Sequer podia pensar naquilo. Quando deu de noite, marido e mulher vão dormir em quartos separados. Primeira, segunda e terceira noite, beleza; Zuza Lemos cumpre rigorosamente as recomendações. Na madrugada da quarta noite, porém, a mulher é acordada com os gritos do marido, na porta do quarto dela. Ele, aos berros...

- Mulher!!! Pelo amor de Deus, mulher!

- Que foi, home? Que é, Zuza?

- Abre essa porta que eu quero morrer!

Fonte: O POVO, de 8/03/2024. Coluna “Crônicas”, de Tarcísio Matos. p.2.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

A RENOVAÇÃO DA SANTA CASA DE FORTALEZA

Por Vladimir Spinelli Chagas (*)

A partir do final de 2022, já na esteira da alteração da sua gestão, a Santa Casa de Fortaleza iniciou um período de renovação em todos os aspectos, alguns já tratados neste espaço, como a criação da Diretoria de Inovação, base para uma nova Santa Casa.

Desde 1861 atuando em benefício das camadas mais carentes da população cearense, a Santa Casa tem um histórico de acolhimento e de serviços assistenciais de elevada relevância para esses pacientes e para o sistema de saúde do Ceará.

Convivendo com as dificuldades inerentes às filantrópicas, dada a defasagem da tabela SUS, que têm impacto ainda mais intenso em um portfólio como o da Santa Casa - 95% de pacientes SUS e 70% de cirurgias e atendimentos clínicos de média complexidade, que geram altos déficits por procedimento -, a ideia foi iniciar imediatamente processo de modernização, com apoio em ideias e processos inovadores.

Essa modernização vem sendo facilitada pelo leque de parcerias já firmadas, cabendo agora ampliar a discussão com todos esses entes (universidades, centros universitários e outras instituições de ciência e tecnologia), como oportunidade de alinhar esforços em benefício do público-alvo da Santa Casa.

Prioritariamente, por óbvio, está o ingresso dos recursos indispensáveis ao retorno das atividades plenas, a partir da redução do volume de dívidas acumuladas nesses anos de grandes dificuldades, e que foi agravado durante a pandemia. Parte desses recursos já está destinada ou comprometida por parlamentares nos três níveis.

A ampliação do diálogo com os gestores do setor de saúde, em nível estadual e municipal, é também foco das atenções, buscando reforçar parcerias que beneficiam o setor público, tendo em vista as características da Santa Casa, uma instituição filantrópica humanizada e de excelência, com custos mais adequados.

Com essas ações, a Santa Casa, como sempre agiu, ajudará o sistema de saúde a enfrentar com mais eficiência e eficácia o grave problema que hoje são as grandes filas por consultas e cirurgias, e a lotação das UPAs e hospitais da rede assistencial.

(*) Professor aposentado da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do CRA-CE. Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 25/03/24. Opinião. p.22.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

EDUCAÇÃO NO CONGRESSO

Por Sofia Lerche Vieira (*)

O Congresso é importante cenário de definição de rumos da educação. Nele se travam os destinos da legislação, elemento estratégico da formulação de políticas. As diferentes proposições de parlamentares tramitam por comissões - algumas permanentes; outras, transitórias - cujo poder é inquestionável. A definição das relatorias nesse sentido é importante peça do jogo político-ideológico que se trava nas diferentes áreas de atuação do Congresso. Ao mesmo tempo, aponta tendências que prometem estar na pauta do debate nacional no período de vigência de seus mandatos.

A escolha de um deputado de 26 anos, de um partido de oposição ao atual governo e sem qualquer histórico no campo, para presidir a Comissão de Educação é sinal dos tempos que vivemos. A pauta de costumes dos segmentos conservadores, como escola sem partido e ensino domiciliar (homeschooling) nesse contexto, pode vir a preponderar sobre uma agenda de urgências no campo da educação, a exemplo do novo Plano Nacional de Educação (PNE) e do sistema nacional de educação. 

Vale lembrar que Legislativo é espaço de "convívio entre os diferentes" (Firmo, O POVO, 2024). Abriga múltiplas influências, partidos e correntes dos mais diversos matizes. Assim, as coisas não são tão simples quanto possam parecer. Se um clima de "direita, volver" ronda o debate, há que se notar a presença de um contraditório indicativo de que este não é um mero jogo de cartas marcadas. A eleição do deputado Idilvan Alencar (PDT-CE), ativo militante político da educação pública, para a segunda vice-presidência da Comissão de Educação, anima as expectativas de que as causas progressistas terão viva voz nesse fórum.

A luta por uma escola pública, gratuita e laica é histórica. Defender a educação como "função essencialmente pública", como fizeram os signatários do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932), é tarefa inadiável do presente. Estar alerta, acompanhar e assumir posições em favor de uma educação pública de qualidade para todos os brasileiros e brasileiras é desafio democrático cotidiano. Que nossos representantes não nos faltem! 

(*) Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Uece e consultora da FGV-RJ.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 25/03/24. Opinião. p.22.

terça-feira, 23 de abril de 2024

PÁGINA DE SEBASTIÃO DIÓGENES NA WIKIPEDIA

 

Por Marcelo Gurgel Carlos da Silva (*)

O médico, professor universitário e escritor Sebastião Diógenes Pinheiro foi qualificado com a inserção de uma página na Wikipedia, a afamada e bastante consultada enciclopédia livre, que expôs a alentada biografia do ilustre confrade de academias médicas e literárias cearenses.

Conteúdo:

Início. Juventude. Formação Acadêmica. Carreira Profissional. Atuação como escritor. Agremiações. Honrarias. Vida pessoal. Referências

Títulos qualificados:

“As contribuições de Sebastião Diógenes à comunidade cearense se revelam como um legado vasto e de múltiplas facetas. Para além de sua dedicada trajetória acadêmica, evidenciada pela quantificação de aproximadamente 550 títulos em seu Curriculum Vitae se destacam suas incursões nas esferas científicas, pedagógicas, profissionais e culturais”.

“Sebastião Diógenes emerge como um protagonista transformador, cuja atuação reverbera de maneira significativa no panorama educacional, científico e cultural do Ceará. Sua presença e empenho constituem-se não apenas como testemunhos de excelência intelectual, mas também como uma fonte inspiradora para as gerações futuras, delineando um caminho promissor para o desenvolvimento contínuo da comunidade cearense”. (WIKI)

Endereço eletrônico: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sebasti%C3%A3o_Di%C3%B3genes

(*) Médico sanitarista, economista e blogueiro.


O empoderamento da mulher caririense impulsiona a economia do Crajubar

Por Fabiana Arrais (*)

O mês de março tem um significado de luta sociopolítico-econômica para todas as mulheres da Região Metropolitana do Cariri (RMC), que ao longo das décadas não permitiram que os casos regionais de feminicídio fossem silenciados como estatísticas.

As mulheres se empoderaram, aproveitaram as novas demandas do mercado e tornaram-se essenciais para que o Brasil possa crescer e se desenvolver economicamente. E, isso é demonstrado pelo avanço do empreendedorismo feminino.

Empreender é ação, criação e inovação. É desenvolver habilidades para mediar conflitos, identificar oportunidades e executar objetivos traçados. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae, 2023) o empreendedorismo feminina"[...] proporciona autonomia, fortalecimento, e é um importante meio de quebrar as barreiras sociais e econômicas que muitas vezes limitam as mulheres".

Dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2023) evidenciam uma ascensão considerável na participação das mulheres na economia nacional. No ano de 2022 mais de 10,3 milhões de empresas de diversas áreas tinham mulheres como proprietárias, equivalendo a 34,4% do mercado.

Este novo cenário econômico é fruto de uma reconfiguração das políticas públicas para o enfrentamento da violência de gênero, como também na promoção/garantia da autonomia da mulher e da equidade de gênero nas relações de trabalho.

O crescimento do empreendedorismo feminino é uma realidade! E a RMC impulsiona as mulheres carirenses a empreenderem, ao mesmo tempo em que incentiva a qualificação pessoal no intuito de que a permanência do seu empreendimento no mercado seja mais segura.

Um dos exemplos de fomento para o empreendedorismo feminino no Cariri foi a II Feira de Empoderamento da Mulher que ocorreu em Barbalha do dia 19 a 29 de fevereiro. A feira teve como objetivo fortalecer o protagonismo feminino nos ambientes mercadológicos - ao mesmo tempo em que gerou oportunidades de aprendizagem - por meio da realização de oficinas de aperfeiçoamento em gestão de vendas, modelos de negócios, vendas virtuais, economia-mercado e mentorias com consultoras.

Este ano foram 45 mulheres empreendedoras a participarem da Feira, um marco na história da Região do Cariri. Os organizadores apontam crescimento de 47% em relação ao ano de 2022 período da última feira.

Sigamos nós mulheres a Esperançar, pois já filosofava Paulo Freire (1992): "Esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo"

(*) Economista.

Fonte: O Povo, de 15/03/24. Opinião. p.17.

 

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