sábado, 30 de junho de 2018

A DIGNIDADE DA PESSOA IDOSA


Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)

Estamos no mês do Sagrado Coração de Jesus. E, o dia 15 de junho marca o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. Apesar dos esforços cresce o descaso com a pessoa idosa. No seu cotidiano, o idoso sofre negligência através da omissão da família ou de instituições que deveriam assegurar seus direitos básicos. Sofre violência psicológica pelo preconceito e rejeição.
O Livro do Eclesiástico nos ensina: “Meu filho, cuide de seu pai na velhice, e não o abandone enquanto ele viver. Mesmo que ele fique caduco, seja compreensivo e não o despreze, enquanto você está em pleno vigor, pois a caridade feita ao pai não será esquecida, e valerá como reparação pelos pecados que você tiver cometido”. (Eclo.3,12-14). Esta lição serve para aqueles que se dedicaram a vida toda por nós.
Precisamos resgatar e promover o valor e a dignidade das pessoas idosas. Precisamos de uma sociedade para todas as idades, com uma visão positiva do envelhecimento e que desperte o sentimento coletivo de gratidão, apreço e valorização para que os idosos sejam inseridos nesta sociedade de forma ativa.
Para isso, basta substituir a palavra descaso por atenção. Mas o poder imenso desse ato só se faz sentir com força quando a palavra abre o coração e transforma o verbo em ação.
Se olharmos para as coisas erradas elas nos atraem. Por isso, devemos manter nossos olhos nos bons exemplos e nas atitudes de Jesus e aprender com elas.
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus nos ajuda a experimentar esse amor e depois testemunhá-lo. O amor leva o nosso coração a bater no mesmo ritmo, pulsar na mesma frequência desse Sagrado Coração.
Veja que quando nos aproximamos de alguém que amamos e esse amor é recíproco, o coração dispara para depois acalmar-se e ambos batem na mesma frequência.
Para termos devoção ao Sagrado Coração de Jesus, precisamos de um coração limpo, purificado, santificado. Se quisermos que nosso coração pulse no mesmo ritmo que o de Jesus, tenhamos os mesmos sentimentos que Ele e configuremos nosso coração ao Dele.
Deixemo-nos atrair por esse Coração que é misericórdia, amor, perdão e doação.
(*) Fundador e presidente da Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 9/06/2018. Opinião. p.20.

A PA(LAVRA)


Pe. Airton Freire
Cada acontecimento de tua vida é uma oportunidade dada para que possas avançar ou regredir, mudar a atual situação e suas condições ou decidir se, parcial ou totalmente, vais querer desistir.
A cada pessoa é dada uma oportunidade para que possa levar adiante um projeto, e, ao longo da sua execução, ela haverá de administrar diversas situações que poderão levar à concretude do planejado ou à frustração do que antes tiver sido pensado. Está em ti realizar o que põe em equilíbrio o teu coração e a tua mente ou dividir-te em ti mesmo e não realizar, os teus melhores intentos.
Se enfraquecido estiver o teu coração quando tiveres que tomar uma decisão e não souberes, ao certo, por onde começar, convém, antes, avaliá-la, exatamente, para que não te aconteça que, uma vez decidindo, venhas tu a retroceder não sabendo mais por onde continuar.
Se tu estiveres, interiormente, dividido, estarás também enfraquecido, e qualquer projeto que parta de quem esteja dividido é projeto que poderá ser iniciado, mas nunca ou só bem tardiamente será concluído. Tu precisas estar, por inteiro, em tudo o que vieres a realizar.
Se tu estiveres enfraquecido, as tuas falhas estarão mais à vista, e os empecilhos que vierem a ocorrer, encontrando-te desguarnecido, minarão as tuas forças, e o teu projeto, por mais bem-intencionado, não verás ou retardarás. Portanto, que estejas bem ciente de tua condição, que implica em potencialidades, conhecimento de teus limites, e observa o oportuno ou o inadequado de te trabalhar para torná-lo executável. Não entres em nenhuma atividade se, intimamente, não estiveres convencido de tua unidade, pois dela primeiramente dependerá a bem-sucedida conclusão do projeto, por mais bem executável que ele possa parecer. A execução de um projeto dependerá de quanto por inteiro tu estiveres presente naquilo que haverás de administrar. “Um reino, dividido em si mesmo, não poderá continuar”. Não considerando os erros passados nem as lições que tens de aprender, deixas de integrar todo aprendizado à tua realidade. Por conseguinte, mesmo que, inicialmente, bem planejado, o projeto será arruinado por não teres condição de administrar quando os elementos contrários começarem a se apresentar.
(*) Padre e Presidente da Fundação Terra.
Fonte: O Povo, de 2/6/2018. Opinião. p.24.

sexta-feira, 29 de junho de 2018

AOS VIVOS: Mãe pode!!!



Por jornalista Tarcísio Matos
Mãe pode!!!
Bastou um chamar Teoberto de “Turi” e nunca mais o nome de batismo pronunciado. Dentro e fora de casa. Alcunha botada pelo papudinho Zé Cação, que via algo de Turi em Teoberto. Turi, por que Turi? Que diabo é Turi?
- Sei lá que fulerage é essa! – respondia o pai do rapaz.
O amigo Dióis, à busca de companhia pra um forró no Garrote, lembrou de Turi, pé de valsa conhecido, bom de guidão (não bebe). No sábado festivo, começo de tarde, foi a casa dele, fazer o convite. Quem na calçada, escangotada numa cadeira velha? Dona Tinga, a mãe. Dióis se ‘aprochega’...
- Turi taí?
- Quem!?! - a velha queima ruim.
- Turi, seu filho!
- O nome dele é Teoberto, viu?!? Tu ia gostar se te chamassem pelo apelido?
- Não... – responde Dióis, acabrunhado.
- Pois então!?!
Dióis dá meia volta. Tinga, temperando o verbo de maternidade, reconsidera:
- Ei! Volte aqui! Quer que eu chame ele, de qualquer forma?
- A senhora que sabe!
- Turi! Turi! Tem gente te chamando! – gritou, com a cabeça pra dentro de casa.

Deus que me perdoe...
Mansão dos Araújos. A empregada Raimunda Braga chama a atenção da mui religiosa patroa Lurdinha, à hora passando ordens, pro bafon do momento:
- Ouvi dizer que estão dando em cima do marido da sua amiga Maria Barbosa?
- Deus que me perdoe, mas quem é a sujeita, pra eu já ficar com ódio?
- Sinobilina!
- Aquela cunhã? Deus que me perdoe, mas u’amãozada nos beiços dela era dez!

- E o ‘peó’: Jurandir (marido de Maria) tá de muda pra casa dela.
- Deus que me perdoe, mas essa rapariga merecia uma cãibra no... no... no...
- Jurandir falou pro padre que tá arreado até o sobressalente pela criatura.
- Deus que me perdoe, mas essa bicha safada tá pedindo duas horas de peia!
- Na minha mente, se ela foi sem-vergonha, ele é também.
- Deus que me perdoe, mas uma praga dessas com elemento daqueles...
Do nada, Raimunda Braga relembra antiga lição do catecismo, e tasca:
- Dona Lurdinha, Jesus não disse que era pra gente perdoar 70 vezes 7 vezes!?!
- Deus que me perdoe, mas eu não perdoo!!!

Príamos
-Príamos, conheci um Príamos! Príamos de Sá. Mais conhecido na cidade por “Pri”. Pri que não costumava honrar com os compromissos, os horários. Pouco rigoroso com essas “fulegare”, era exemplo a não ser seguido.
Eis um exemplo. Pela primeira vez iria à casa da namorada. Ocasião festiva aquela, o dia todo foi assim: Pri pra lá, Pri pra cá... 9 a noite e nada de Pri chegar. O velho Zé Meneiz, pai da menina, brabo feito cão, bebera já as cervejas todas que deveria compartilhar com o genro furão. Daí gritar cismarento pra filha:
- E esse tal de Pri, Xeylinha? Pri... Pri... Esse Priquito não vem mais hoje, não?!?
Fonte: O POVO, de 11/06/2016. Coluna “Aos Vivos”, de Tarcísio Matos.

quinta-feira, 28 de junho de 2018

CÂNCER (I)


Pedro Henrique Saraiva Leão (*)
Por que tal termo chama-se assim? Consoante papai Hipócrates, a aludida doença semelhava o caranguejo, movendo-se, anarquicamente em todas as direções. Eis o porquê. Releva notar outrossim, ser o câncer (7 milhões/óbitos/ano) caracteristicamente o 4º signo do zodíaco, implicando fatalismo e superstição, sentimentos sancionados pela história da humanidade. Poucos étimos (palavras) têm tamanha carga semântica (de sentido), quase nenhuma ostentando o mesmo instintivo tabu. Não é normalmente mencionada, mas apenas sugerida, com eufemismo (de maneira menos incisiva), como “aquela doença”, “pertinaz moléstia”. Referido vocábulo ainda enseja dó, compaixão, o asco quase do “pathós” social, equivalente da lepra, da peste, tuberculose, da sífilis, e hoje da AIDS, desde o surgimento desta no New York Hospital, dezembro, 1980 (vide “O POVO”, 27/05/2015). 
Os leitores mais atentos recordarão estas considerações iniciais, desde meu livro homônimo – edições UFC, 1984 – e de “Quem tem medo de caranguejo”, neste espaço, 26/10/2016. Contudo apraz-me subscrever Machado de Assis: “Há conceitos que se devem incutir na alma do leitor, à força de repetição” (In “Dom Casmurro”, 1900). Lê-se no “Talmude”, a bíblia dos judeus: quem vive estudando mas nunca repete o que aprendeu, se parece com quem vive a semear mas nunca ceifa (ceifar: segar, cortar). O câncer colorretal quanto mais estudado mais carece colhido antes de florescer.
Em artigo anterior (“Julho vermelho”, 03/01/2018), aqui inserido, referendei do meu livro acima o Prof. Daniel Fisk Jones, ao afirmar não haver diagnóstico mais preciso do que o desta lesão, contudo ainda não surpreendida com a frequência desejada. Malgrado meios mais acurados de reconhecimento a tempo, este nem sempre é oportuno, hábil. De frequência ascendente, o tumor representa cerca de 15% dos cânceres nos EUA; no Brasil, em 2010 ocorreram 29 mil casos, com + 11 mil óbitos. Temos ratificado a possível confusão com as hemorroidas iniciais, aliás, etimologicamente fontes maiores de sangramento. Essas derivam dos radicais gregos “haima” = sangue “rhoos” = fluxo. Portanto, sangramento retal pode ser por câncer do reto associado àquelas, ou de “per se”! Vale lembrar que o toque retal constata esta neoplasia até 10cm (80%) da margem anal.
(*) Professor Emérito da UFC. Titular das Academias Cearense de Letras, de Medicina e de Médicos Escritores.
Fonte: O Povo, 26/05/2018. Opinião, p.18.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

COMEMORAR O MEDO



Por Mia Couto (*)
'Em terra de cego, quem tem um olho fica sem ele'.
'A viagem não começa quando se percorrem distâncias, mas quando se atravessam as nossas fronteiras interiores'. (Mia Couto)
O medo foi um dos meus primeiros mestres.
Antes de ganhar confiança em celestiais criaturas aprendi a temer monstros, fantasmas e demônios. Os anjos, quando chegaram, já era para me guardarem. Os anjos atuavam como uma espécie de agentes de segurança privada das almas. Nem sempre os que me protegiam sabiam da diferença entre sentimento e realidade. Isso acontecia, por exemplo, quando me ensinaram a temer os desconhecidos. Na realidade a maior parte da violência contra as crianças sempre foi praticada, não por estranhos, mas por parentes e conhecidos. Os fantasmas que serviam na minha infância reproduziam esse velho engano de que estamos mais seguros em ambiente que reconhecemos.
Os meus anjos da guarda tinham a ingenuidade de acreditar que eu estaria mais protegido apenas por não me aventurar para além da fronteira da minha língua, da minha cultura, do meu território. O medo foi afinal o mestre que mais me fez desaprender. Quando deixei a minha casa natal, uma invisível mão roubava-me a coragem de viver e a audácia de ser eu mesmo. No horizonte vislumbravam-se mais muros do que estradas. Nessa altura algo me sugeria o seguinte: que há neste mundo mais medo de coisas más do que coisas más propriamente ditas. No Moçambique colonial em que nasci e cresci, a narrativa do medo tinha um invejável casting internacional. Os chineses que comiam crianças, os chamados terroristas que lutavam pela independência e um ateu barbudo com um nome alemão.
Esses fantasmas tiveram o fim de todos os fantasmas: morreram quando morreu o medo. Os chineses abriram restaurantes à nossa porta, os ditos terroristas são hoje governantes respeitáveis e Carl Marx, o ateu barbudo, é um simpático avô que não deixou descendência. O preço dessa construção de terror foi, no entanto, trágico para o continente africano. Em nome da luta contra o comunismo cometeram-se as mais indizíveis barbaridades. Em nome da segurança mundial foram colocados e conservados no poder alguns dos ditadores mais sanguinários de toda a história e, a mais grave dessa longa herança de intervenção externa, é a facilidade com que as elites africanas continuam a culpar os outros pelos seus próprios fracassos.
A guerra fria esfriou, mas o maniqueísmo que a sustinha não desarmou, inventando rapidamente outras geografias do medo a oriente e a ocidente e, por que se trata de entidades demoníacas, não bastam os seculares meios de governação, precisamos de intervenção com legitimidade divina. O que era ideologia passou a ser crença. O que era política tornou-se religião. O que era religião passou a ser estratégia de poder. Para fabricar armas é preciso fabricar inimigos. Para produzir inimigos é imperioso sustentar fantasmas. A manutenção desse alvoroço requer um dispendioso aparato e um batalhão de especialistas que, em segredo, tomam decisões em nosso nome. Eis o que nos dizem: Para superarmos as ameaças domésticas precisamos de mais polícia, mais prisões, mais segurança privada e menos privacidade. Para enfrentarmos as ameaças globais precisamos de mais exércitos, mais serviços secretos e a suspensão temporária da nossa cidadania.
Todos sabemos que o caminho verdadeiro tem que ser outro. Todos sabemos que esse outro caminho poderia começar, por exemplo, pelo desejo de conhecermos melhor esses que, de um e de outro lado, aprendemos a chamar de “eles”. Aos adversários políticos e militares juntam-se agora o clima, a demografia e as epidemias. O sentimento que se criou é o seguinte: a realidade é perigosa, a natureza é traiçoeira e a humanidade, imprevisível. Vivemos como cidadãos e como espécie em permanente situação de emergência. Como em qualquer outro estado de sítio as liberdades individuais devem ser contidas, a privacidade pode ser invadida e a racionalidade deve ser suspensa.
Todas essas restrições servem para que não sejam feitas perguntas, como por exemplo estas:
(1)-Por que motivo a crise financeira não atingiu a indústria do armamento? (2)- Por que motivo se gastou, apenas no ano passado, um trilião e meio de dólares em armamento militar? (3)- Por que razão os que hoje tentam proteger os civis na Líbia são exatamente os que mais armas venderam ao regime do coronel Kadafi? (4)- Por que motivo se realizam mais seminários sobre segurança do que sobre justiça? Se queremos resolver e não apenas discutir a segurança mundial, teremos que enfrentar ameaças bem reais e urgentes. Há uma arma de destruição massiva que está sendo usada todos os dias, em todo o mundo, sem que seja preciso o pretexto da guerra, essa arma chama-se fome!
Em pleno século XXI, um em cada seis seres humanos passa fome. O custo para superar a fome mundial seria uma fracção muito pequena do que se gasta em armamento. A fome será, sem dúvida, a maior causa de insegurança do nosso tempo. Mencionarei ainda uma outra silenciada violência. Em todo o mundo uma em cada três mulheres, foi ou será, vítima de violência física ou sexual durante o seu tempo de vida. É verdade que sobre uma grande parte do nosso planeta pesa uma condenação antecipada pelo fato simples de serem mulheres. A nossa indignação porém é bem menor que o medo! Sem darmos conta fomos convertidos em soldados de um exército sem nome e, como militares sem farda, deixamos de questionar. Deixamos de fazer perguntas e discutir razões. As questões de ética são esquecidas, porque está provada a barbaridade dos outros e, porque estamos em guerra, não temos que fazer prova de coerência, nem de ética nem de legalidade.
É sintomático que a única construção humana que pode ser vista do espaço seja uma muralha, a Grande Muralha, que foi erguida para proteger a China das guerras e das invasões. A Muralha não evitou conflitos nem parou os invasores. Possivelmente morreram mais chineses construindo a muralha do que vítimas das invasões que realmente aconteceram. Diz-se que alguns trabalhadores que morreram foram emparedados na sua própria construção. Esses corpos convertidos em muro e pedra, são uma metáfora do quanto o medo nos pode aprisionar. Há muros que separam nações, há muros que dividem pobres e ricos mas não há hoje no mundo um muro que separe os que têm medo dos que não têm medo.
Sob as mesmas nuvens cinzentas vivemos todos nós, do sul e do norte, do ocidente e do oriente. Citarei Eduardo Galeano acerca disto, que é o medo global, e dizer: Os que trabalham têm medo de perder o trabalho; os que não trabalham têm medo de nunca encontrar trabalho; quando não têm medo da fome têm medo da comida; os civis têm medo dos militares; os militares têm medo da falta de armas e as armas têm medo da falta de guerras e, se calhar, acrescento agora eu, há quem tenha medo que o medo acabe.
(*) Escritor moçambicano.

terça-feira, 26 de junho de 2018

QUO VADIS?


Por Weiber Xavier (*)
A saga por um leito de terapia intensiva tem sido uma batalha diária para muitos pacientes. As UTIs criadas com o objetivo de dar suporte clínico, tecnológico e humanizado ao doente crítico com potencial de recuperação e, portanto, um lugar de vida, tornou-se um privilégio de poucos e muitas vezes com sua função primordial deturpada, tornando-se um lugar sem esperança.
A falta de estrutura para o doente grave nos postos de saúde, emergências e UPAs é gritante. Muitos são admitidos nas UPAs e não conseguem ser transferidos a tempo para as UTIs e permanecem muitas vezes dias, inclusive entubados em ventilação mecânica, em ambientes improvisados. Veja a situação das emergências dos maiores hospitais públicos do CE para constatar a situação de guerra nos corredores repletos de doentes graves sem ter para onde ir. Essa espera de dias por um leito de UTI é absurdamente angustiante.
Além da falta de leitos, equipamentos e profissionais qualificados soma-se a questão agora da judicialização. As prioridades técnicas estabelecidas para normatizar a admissão dos pacientes graves, infelizmente, muitas vezes são atropeladas pela judicialização, cada vez mais presente nessas decisões que fogem do médico responsável pela admissão do paciente grave em UTI.
A população excluída que usualmente não tem acesso a um bom advogado, fica preterida por quem tem acesso a uma demanda judicial. É difícil para uma família entender que o seu filho jovem, vítima de acidente com politraumatismo, enquanto grave, permaneceu num corredor à espera de cuidados intensivos, e que esse leito foi disponibilizado anteriormente para um paciente sem perspectiva de recuperação, mas por meio de uma liminar judicial.
Para onde vão os doentes graves quando a porta de entrada das emergências e UPAs já se depara com corredores lotados? Certamente não irão a Roma nem aos Palácios do Bispo nem da Abolição. Essa pergunta angustiante é diariamente feita por aqueles profissionais que se dedicam aos doentes graves e, infelizmente, não encontram resposta nem interesse em ser atendida.
(*) Médico e professor de Medicina da UniChristus.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 23/5/2018. Opinião. p.18.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

CARTA AO LEITOR V


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Amigas e amigos, a vida é um dom de Deus. Esta pequena frase expressa a importância do nosso amor para com Ele e também para com os nossos irmãos. Faça e, quando necessário, refaça a sua vida mediante o reconhecimento e arrependimento de erros cometidos. Precisamos alcançar, de forma correta, os valores espirituais e materiais, pois, para quem verdadeiramente os deseja, não há obstáculos intransponíveis. O importante é a caminhada com humildade e amor. As virtudes teologais (fé, esperança e caridade) e as cardeais (prudência, temperança, fortaleza e justiça) abrangem a orientação e o sentido da vida. Dentro desta linha de raciocínio, gostaríamos de citar a segunda e a quarta estrofes do nosso soneto “Sentido da Vida”: 2ª- A verdade está escondida; irmã gêmea da virtude; diminui o interesse na vida; aqueles sem atitude. 4ª- Quanta dor, quanta tristeza; não se busca o sentido da vida; mas a vida sem sentido. A falta de atitude que nos referimos, levando-nos a uma vida sem sentido, é decorrência do distanciamento de Deus. Devemos abrir o nosso coração para que a luz divina penetre e nos torne pessoas solidárias e afastadas da violência em todos os seus aspectos (fome, corrupção, falta de saúde e educação, desemprego, agressões físicas, guerras, preconceitos, drogas, etc.). A paz, interior e exterior, existe quando vivemos num mundo ou numa sociedade sem conflitos. Como disseram Einstein: “A paz é a única forma de nos sentirmos humanos” e Platão: “A paz do coração é o paraíso dos homens”. Encerramos este sucinto texto salientando que seremos felizes e justos, desde que sigamos a vontade de Deus. Saudações.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 15/6/2018.

domingo, 24 de junho de 2018

A MÃE E A MADRASTA USAM O MESMO VESTIDO


O dia do casamento de Jéssica estava se aproximando rapidamente. Nada poderia acabar com sua alegria - nem mesmo o desagradável divórcio de seus pais.
Sua mãe havia encontrado o vestido PERFEITO para usar e seria a mãe da noiva mais linda de todos os tempos!
Uma semana depois, Jéssica ficou horrorizada ao saber que a nova e jovem esposa de seu pai tinha comprado o mesmo vestido que sua mãe.
Jéssica pediu à madrasta para trocar o vestido, mas ela se recusou. ''De jeito nenhum! Eu pareço uma atriz de novela neste vestido, e é ele que vou usar!", ela respondeu.
Então, Jéssica conta à sua mãe que, graciosamente, responde: "Não se importe com isso, querida. Vou comprar outro vestido. Afinal, será o seu grande dia''.
Poucos dias depois, elas foram ao shopping e encontraram outro vestido lindo para sua mãe.
Quando pararam para almoçar, Jéssica perguntou à mãe: "Você não vai devolver o outro vestido? Afinal de contas você não teria outra ocasião para usá-lo".
Sua mãe apenas sorriu e respondeu: "Claro que sim, querida... Eu usarei ele no jantar especial que seu pai dará na noite anterior ao casamento".
Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

COMO ARRUMAR O PRIMEIRO EMPREGO PARA O SEU FILHO


O filho termina o Ensino Médio, mas já diz ao pai que não tem vontade alguma de cursar uma universidade. E o pai, muito rígido, diz a ele:
— Ah, não vai estudar? Eu não sustento marmanjo preguiçoso dentro de casa, então vai trabalhar!
E como ele tem muitos amigos na política, fala com um deles e conta toda a história:
— Rodrigues! Meu velho amigo! Você lembra do meu filho? Pois é, terminou o Ensino Médio e anda meio à toa, não quer saber de estudar. Será que você não consegue nada para ele? Não quero que ele fique encostado em casa.
Dois dias depois, Rodrigues, o político, liga para o amigo:
— Francisco, meu amigo, já tenho uma vaga para o seu filho: assessor na Comissão de Saúde no Congresso. Salário de R$ 18.000,00 para começar!
— Ficou louco? O rapaz recém terminou o colégio, não vai querer estudar nunca mais, consegue algo mais inferior...
Dois dias depois:
— Francisco, amigão, consegui outro trabalho: secretário de um deputado, salário modesto, de R$ 10.000. Está bom assim?
Francisco fica indignado:
— Não, Rodrigues! Tem que ser algo com um salário menor, eu quero que meu filho tenha vontade de estudar depois. Consegue outra coisa.
Dias depois...
— Chico, não sei se ele vai aceitar, mas tem um de assessor da câmara que é só de R$.7.500...
— Não, não! Ainda é muito, aí é que ele não estuda mais mesmo...
— Olha, Chico... a única coisa que eu posso conseguir é um carguinho de ajudante de arquivo, alguma coisa de informática, mas aí o salário é uma merreca de R$ 4.800 por mês e nada mais...
— Rodrigues, isso não, por favor, alguma coisa de 1.000 a 2.500, no máximo, e olhe lá!
— Isso é impossível, Chico!
— Mas... por quê?
— Porque, com este salário aí, eu só tenho vaga para professor ou médico... E aí precisa de Curso Superior, Mestrado, Doutorado... Aí fica muito difícil, porque tem que estudar!
Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

sábado, 23 de junho de 2018

CONVITE: Celebração Eucarística da SMSL - Junho/2018



A Diretoria da SOCIEDADE MÉDICA SÃO LUCAS (SMSL) convida a todos para participarem da Celebração Eucarística do mês de JUNHO/2018, que será realizada HOJE (23/6/2018), às 18h30min, na Igreja de N. Sra. das Graças, do Hospital Geral do Exército, situado na Av. Des. Moreira, 1.500 – Aldeota, Fortaleza-CE.
CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS!
MUITO OBRIGADO!
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Sociedade Médica São Lucas
 

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