sexta-feira, 31 de março de 2017

ANEDOTAS DO QUINTINO V

Quintino Cunha era um notável poeta. Ficou famoso por motivos menos nobres é verdade, mas não menos interessantes. As suas respostas ferinas às provocações, as suas atuações como advogado dos oprimidos e a sua inteligência invejável e invejada, fizeram dele um mito. Muitas histórias surgiram e foram atribuídas ao Quintino. Nem todas são verídicas, mas a maioria tem registro. Aqui estão algumas das mais curiosas e também as suas melhores poesias. Esta seção pretende fazer justiça ao mérito de Quintino como poeta, já que, como repentista, é incontestável. Além disso, visa preencher uma lacuna. Até então, não existia nenhuma alusão ao célebre cearense na internet.
Até flecha...
Viajando para S. Mateus, em companhia de um caboclo taciturno, no meio da viagem, sol a pino, o poeta convidou o seu guia para tomar um "trago". O caboclo paraibano respondeu:
- Seu doutor eu não bebo “arco” (álcool, no linguajar do matuto)!
- Pois do jeito que eu vou aqui, engulo até flecha. Diz o Quintino.
(Plautus Cunha -Anedotas do Quintino) 
Pernas de Cadeira
O professor Anacleto de Queiroz exigia que seus alunos lhe obedecessem sem tirar nem uma vírgula nas suas ordens. O professor admirava o talento do poeta e por isso, Quintino ainda não havia sido expulso do Ginásio Cearense.
Grande número de traquinagens colocava o poeta em primeiro plano. Em compensação, suas notas eram sempre as melhores, exclusivamente pela sua inteligência.
Certa ocasião, o professor quando atravessava uma sala, encontrou o Quintino lendo e displicentemente, com os pés em cima de uma cadeira. O professor pigarreou e disse:
- Quintino, tire os pés da cadeira!
Meia hora depois, Quintino comparece à secretaria, conduzindo as peças (pés) que arrancara da cadeira.
(Plautus Cunha -Anedotas do Quintino)
O Pente para Cachorro
Os alunos do Liceu do Ceará estavam sempre a postos para retrucar a forma, hoje poderíamos dizer, Lungueana (referindo-se ao Seu Lunga) de Quintino. Depois de confabularem entre si um deles aproximou-se do professor e pediu:
- Mestre me empreste o pente.
Quintino retirou um pente do bolso da calça e o entregou ao aluno. Depois de pentear sua cabeleira à vontade o pestinha provocou:
- Mas mestre isto parece mais pente pra cachorro!
De forma muito natural, Quintino retirou outro pente, agora de dentro do paletó, mostrou-o e disse:
- Este que estás usando realmente é pra cachorro.
E mostrando o outro pente disse:
- Eu pessoalmente uso este aqui.
(Enviada por Eristow Nogueira)
Fonte: Internet (circulando por e-mail e sem autoria definida).
Nota: Muitos causos de Quintino Cunha foram contados por seu filho Plautus Cunha, no livro Anedotas do Quintino. 16a Edição. Fortaleza-CE: Editora Ângelo Accetti, 1974.

quinta-feira, 30 de março de 2017

DECISÕES RACIONAIS


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
A economia é uma ciência extremamente complexa, pois depende de muitas variáveis endógenas e exógenas para se encontrar um modelo de desenvolvimento justo e sustentável. Cientistas e estudiosos, cada um em sua época, como Adam Smith, Ricardo, Marx, Max Weber, desenvolveram teorias baseadas em diretrizes filosóficas. Já Petty, Quesnay, Walras e Leontief, por exemplo, deram ênfase a conceitos matemáticos nas suas teses do equilíbrio econômico geral. A rigor, a Filosofia é dialética e a Matemática, por ser exata, é lógica. Tanto a Filosofia como a Matemática são fundamentais na formulação de politicas econômicas. O difícil é encontrar um entendimento que possa conduzir um País para uma situação de paz e crescimento com igualdade de oportunidades. Para se ter uma harmonia, dentre alguns fatores, convém destacar: Democracia, Educação (cognitiva e comportamental) e Justiça. O trinômio mencionado, proporcionando a confiança e a segurança jurídica, é o remédio mais eficaz para combater os desajustes existentes no campo econômico como o desemprego, a inflação, a elevada taxa de juros, os baixos níveis de investimento, os desequilíbrios externos, etc. Por sua vez, deve-se evitar que os debates, relacionados com a busca de soluções para os problemas, sejam inúteis, isto é, simples instrumentos de retórica, não possibilitando de forma adequada encontrar as diretrizes desejadas. O importante é conciliar a politica e a moral, dentro de bases éticas, respeitando os verdadeiros valores de uma sociedade livre e soberana, objetivando assim tomar decisões racionais compatíveis com os princípios democráticos.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 11/11/2016.

quarta-feira, 29 de março de 2017

Professor brasileiro ganha mais importante prêmio científico do Canadá


Cesar Victora, professor da UFPel (Universidade Federal de Pelotas) (Reprodução /UFPel)
Por Lígia Formenti, do Estadão, em Brasília
O professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Cesar Victora, de 65 anos, está entre os sete cientistas que receberam nesta terça-feira (28) a mais importante premiação científica do Canadá, o Prêmio Gairdner. Ganhadores desse título são considerados como potenciais candidatos à indicação para o Prêmio Nobel.
Victora recebeu o prêmio na categoria Saúde Global, concedido àqueles que, com seus achados em pesquisas, contribuem de forma positiva para a saúde de países em desenvolvimento.
O título foi concedido a Victora em reconhecimento ao conjunto de estudos sobre amamentação e nutrição materno-infantil. O pesquisador brasileiro liderou uma pesquisa, iniciada na década de 1980, considerada um divisor de águas na área de alimentação infantil.
O trabalho foi o primeiro a mostrar que a amamentação exclusiva (sem oferta de águas ou chás para bebês) ajudava a reduzir a morte dos bebês no primeiro período da vida. De acordo com estudo, o aleitamento exclusivo até seis meses reduzia em 14 vezes o risco de morte por diarreia e em 3,6 vezes o risco de morte infantil por doenças respiratórias.
A pesquisa, que mais tarde foi reaplicada em outros países, alterou totalmente a recomendação da alimentação infantil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a indicar que bebês nos primeiros meses de vida se alimentassem exclusivamente com leite materno.
Victora também liderou em 2006 um consórcio internacional que reuniu dados de 11 mil crianças, acompanhadas desde o nascimento até a vida adulta. O trabalho mostrou a importância dos primeiros mil dias na vida da criança: desde o útero até o 2º ano de vida.
A partir da análise, pesquisadores criaram o conceito de "janela de oportunidades", indicando que as intervenções nessa fase são prioritárias. O professor também liderou estudos que indicaram, pela primeira vez, que a amamentação não está apenas relacionada à redução de mortalidade, mas à inteligência.
De acordo com o trabalho, crianças amamentadas até 2 anos apresentam maiores níveis de inteligência, escolaridade e renda. O anúncio da premiação foi realizado em uma cerimônia em Toronto, no Canadá.
Fonte: Estadão/UOL Educação, 28/03/2017.

Nota do Editor do Blog: Guardo profunda admiração por César Victora, considerado o mais versátil epidemiologista brasileiro, dono de robusta produção científica e de alta qualidade técnica, cujo reconhecimento internacional o posiciona entre os mais brilhantes do mundo, tendo sido presidente da Associação Internacional de Epidemiologia.
Desde longa data, eu o encontro com regularidade em eventos e encontros científicos da área de Epidemiologia. A participação de César Victora entre os autores da oitava edição do livro ROUQUAYROL – Epidemiologia & Saúde, por mim organizada, engrandeceu a nossa obra.

terça-feira, 28 de março de 2017

Diga-me o que comes e dir-te-ei quem é


Pedro Henrique Saraiva Leão (*)
Brillat-Savarin (+1826), In (“Physiologie du Gout”) (“… do Gosto”, 1825). Uma das bíblias da Gastronomia, ecoou o alemão Ludiwig Feuerbach: “Der Mensch (o homem) ist was (é o que) er (ele) isst” (de “essen=comer). Segundo A. da Silva Melo (“Alimentação Instinto e Cultura”. Ed. J. Olympio, 1956) atuam em nós igualmente a água, o ar, o sol, o exercício. Em português, a nutrição foi originalmente abordada por Francisco da Fonseca Henriquez, o Dr. Mirandela, médico de D. João V (1689-1750) (“Âncora Medicinal”. Ateliê Editorial, S. Paulo, 2004). Lê-se ali: a conservação da saúde consiste também na observação do beber, do sono e da vigília, do movimento e descanso, dos excretos e retentos, e das paixões da alma.
Molière (+1673) sentenciou “... manger (comer) pour vivre et non vivre pour manger”, plagiando Cícero (106-43 a.C.)!
Na Bíblia Deus fez chover o maná (pão: carboidrato) para os israelitas em fuga. Contudo, constatou-se muito depois não serem os carboidratos – das três fontes de calorias – necessárias à sobrevivência, como gorduras e proteínas. Assim, invocando a bromatologia (estudo químico dos nutrientes; do grego “broma” = alimentos), guardemos algumas dicas de dietários (nutrólogos) reconhecidos como catedráticos em energia alimentar, conforme as revistas científicas “Nature”, “Science”, “Lancet” e “N England J Med”. Sendo crescente a fome destes conhecimentos, e minguante este espaço, anotem as seguintes receitas:
Água. Para beber e/ou cozinhar há que ser alcalina (pH entre 9,5 e 10). Bebe-se 6-10 copos/dia. Açúcar. Fonte primária de gordura. O refinado (pães, massas, arroz, batatas, confeitos) transforma-se em triglicerídeos, acelerando a aterosclerose e a doença coronariana. Prefira-se o mascavo, o demerara, ou os adoçantes de “stevia”. Gorduras. Óleos vegetais comerciais surgiram em 1911, substituindo a saudável banha de porco avoenga (dos avós). Em 1925 começamos a enfartar! Portanto, não à comida gordurosa e escolhamos óleo (ou azeite) de oliva – ou de coco - extravirgens. Ácidos graxos (gordurosos) são insaturados, benéficos, ou saturados, indutores do diabetes, da hipertensão, do AVC, da coronariopatia, do câncer. Quando industriais (“trans”. v.g., margarina) são nocivos. Optemos pelos primeiros, das sementes, castanhas, dos peixes, das fibras vegetais (verduras e frutas) redutores do LDL – C, o “mau” colesterol. Sal. Útil para batizar e elevar a pressão. Recomenda-se o Sal Rosa, e a flor de sal, de Mossoró (RN). Leite. O da vaca serve para bezerros e formar ossos e dentes. É ultrassalutar quando humano. Recomendamos reler (“Mau deleite”, O POVO, 29/6/2014).
Pronto. Faltou tempo para os alimentos pitgóricos (vegetais), as vitaminas, e os “nutricêuticos”. Rematando, renomado autor aconselhou uma dieta dantes da ciência da alimentação, só da natureza, sua sabedoria imanente, da inteligência inconsciente dos órgãos! (In Silva Melo, “op.cit”). Realmente, seria um prato cheio pra meditação.
Nota: Frase de Brillat-Savarin dá o título deste artigo.
(*) Professor Emérito da UFC. Titular das Academias Cearense de Letras, de Medicina e de Médicos Escritores.
Fonte: O Povo, 15/02/2017. Opinião, p.10.

segunda-feira, 27 de março de 2017

RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM CANCEROLOGIA DO ICC



A partir da autorização do Programa de Residência Multiprofissional em Cancerologia do Instituto do Câncer do Ceará (ICC) pela Comissão Nacional de Residência Multiprofissional subsidiada pelo edital regulador nº 94, de 22 de dezembro de 2016, de chamamento público para autorização de Programas de Residência em Área Profissional publicada dia 1º/03/2017 através da portaria nº 8, de 24 de fevereiro de 2017, no Diário Oficial da União e aprovação da concessão de bolsas para subsidiar o Programa de Residência Multiprofissional em Cancerologia do Instituto do Câncer do Ceará, suportada pelo edital nº 17, de 6 de outubro de 2016, de Adesão de entes federados e instituições à concessão de bolsas do Ministério da Saúde para Programas de Residência em Área Profissional da Saúde conforme publicado no Diário Oficial da União do dia 20/03/2017  através da portaria nº 78, de 17 de março de 2017, a Superintendência Geral do Instituto do Câncer do Ceará e a Superintendência da Escola Cearense de Oncologia, no uso de suas atribuições legais, tornaram pública, em 20/03/2017, a abertura das inscrições do Processo Seletivo para ingresso na Residência Multiprofissional em Cancerologia do Instituto do Câncer do Ceará - Hospital Haroldo Juaçaba, no ano de 2017, por meio do EDITAL DE INSCRIÇÃO 002/2017.
No período de 20 a 23/03/2017, foram inscritos um pouco mais de trezentos candidatos e validadas 296 inscrições. A prova de seleção foi aplicada na manhã deste domingo último (26/03/2017), com o comparecimento de 293 concorrentes, e ausência de apenas três dos registros, configurando um absenteísmo da ordem de 1%.
Na manhã de hoje (27/03/2017), foram protocolados dois recursos relativos a quatro questões da prova, resultando em acolhimento de um pleito (Anulação da questão 31) e indeferimento de três pedidos de alteração no gabarito das respostas certas.
Os resultados dessa primeira fase e a convocação dos aprovados, com base nos termos estipulados no edital do certame, e a convocação dos candidatos habilitados para análise curricular e entrevista deverão ser postados ainda na tarde de hoje na Home Page do ICC http://www.icc.org.br/.
Prof. Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Coordenador do Processo Seletivo ICC/ECO

domingo, 26 de março de 2017

EMPREGABILIDADE: prisional X acadêmica


Fonte: Circulando por e-mail (internet). Fotomontagem sem autoria explícita.

ENCANTADOR DE BURROS


Fonte: Circulando por e-mail (internet). Fotomontagem sem autoria explícita.

sábado, 25 de março de 2017

BRASILEIRO É IMORTAL

 

Fonte: Circulando por e-mail (internet). Montagem em pintura sem autoria explícita. @artesdepressao

CONVITE: Celebração Eucarística da SMSL - Março/2017

A Diretoria da SOCIEDADE MÉDICA SÃO LUCAS (SMSL) convida a todos para participarem da Celebração Eucarística do mês de JANEIRO/2017, que será realizada HOJE (25/03/2017), às 18h30min, na Igreja de N. Sra. das Graças, do Hospital Geral do Exército, situado na Av. Des. Moreira, 1.500 – Aldeota, Fortaleza-CE.
CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS!
MUITO OBRIGADO!
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Sociedade Médica São Lucas

sexta-feira, 24 de março de 2017

MISSA DE SÉTIMO DIA POR PROF. LUIZ CARLOS FONTENELLE


Ontem, completaram-se sete dias do falecimento da Prof. LUIZ CARLOS FONTENELLE, ilustre confrade e membro honorável da Academia Cearense de Medicina.
O Dr. Luiz Carlos Fontenelle era professor aposentado da Faculdade de Medicina da UFC, lotado no Departamento de Medicina Clínica, tendo exercido a docência de Clínica Médica e de Cardiologia e atuado como médico do Serviço de Cardiologia do Hospital Universitário Walter Cantídio. Eu o tive como orientador do Internato de Clínica Médica em 1977.
Foi Diretor Geral do Hospital Geral de Fortaleza e do HEMOCE e assumiu também o cargo de Secretário de Saúde do Estado do Ceará.
A família do pranteado mestre convida familiares, confrades e amigos, para a missa de sétimo dia, a ser oficiada em sufrágio de sua alma, hoje, dia 24/03/17, às 19h30, na Capela Filius Dei do Colégio Christus, situada na Rua Silva Paulet – Aldeota, Fortaleza-CE.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Academia Cearense de Medicina

quinta-feira, 23 de março de 2017

FRASES E PENSAMENTOS DE OSCAR WILDE III


20 “Quem, sendo amado, é pobre?”
21 “Sentimental é o homem que vê um valor absurdo em tudo e não sabe o preço exato de nada.”
22 “Ser grande significa ser incompreendido.”
23 “Sim, sou um sonhador. Sonhador é quem consegue encontrar o próprio caminho ao luar e, como punição, vê o alvorecer antes do resto do mundo.”
24 “Todos sabem fazer história – mas só os grandes sabem escrevê-la.”
25 “Uma obra de arte é o resultado excepcional de um temperamento excepcional.”
26 “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.”
27 “É melhor ter um rendimento permanente do que ser fascinante.”
28 “A única diferença entre um capricho e uma paixão eterna é que o capricho dura um pouco mais.”
Fonte: gingaronline.com

quarta-feira, 22 de março de 2017

FRASES E PENSAMENTOS DE OSCAR WILDE II


11 “O progresso é a realização de utopias.”
12 “O verdadeiro artista não dá atenção ao público. O público para ele não existe.”
13 “O único encanto do casamento é que ele torna a vida uma decepção absolutamente necessária para ambas as partes.”
14 “Os grandes acontecimentos do mundo têm origem no cérebro.”
15 “Os homens ficam terrivelmente chatos quando são bons maridos, e abominavelmente convencidos quando não o são.”
16 “Os velhos acreditam em tudo, as pessoas de meia idade suspeitam de tudo, os jovens sabem tudo.”
17 “Perdoa a teus inimigos: nada os chateia tanto!”
18 “Qualquer indivíduo pode ser sensato, desde que não tenha imaginação.”
19 “Quando alguém está apaixonado, começa por enganar-se a si mesmo e acaba por enganar os outros. É o que o mundo chama romance.”
Fonte: gingaronline.com

FRASES E PENSAMENTOS DE OSCAR WILDE I


1 “A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre.”
2 “Devem-se escolher os amigos pela beleza, os conhecidos pelo caráter e os inimigos pela inteligência.”
3 “Devemos ser modestos e lembrar-nos de que os outros são inferiores a nós.”
4 “Há apenas duas espécies de mulheres: as simples e as pintadas.”
5 “O Estado deve fazer o que é útil. O indivíduo deve fazer o que é belo.”
6 “O amor das mulheres casadas é o mais digno do mundo, só que os próprios casais não sabem disso.”
7 “O homem é um animal racional que perde sempre a cabeça quando é chamado a agir pelos ditames da razão.”
8 “O mistério do amor é mais profundo que o mistério da morte.”
9 “O número dos que nos invejam confirma as nossas capacidades.”
10 “O pessimista é uma pessoa que, podendo escolher entre dois males, prefere ambos.”
Fonte: gingaronline.com

terça-feira, 21 de março de 2017

VERDADES ESSENCIAIS


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
A humanidade vive, no momento, uma época de incerteza caracterizada pela falta de solidariedade, por um lado, e pelo excesso de radicalismo e fundamentalismo, por outro. Estes comportamentos levam a crises de violência em todos os seus aspectos: guerra, fome, desemprego, dificuldades sociais, desagregação familiar, falta de perspectiva, etc. A ganância de determinados países motiva uma desconfiança que prejudica o entendimento e gera desigualdades e desequilíbrios políticos, econômicos, sociais e culturais. Nessa linha de raciocínio, surgem a exploração desordenada dos recursos naturais não renováveis, a miséria crescente de milhões de pessoas, a corrida armamentista, a ausência de uma paz estável, o terrorismo, dentre outros problemas. O radicalismo tem influenciado de forma negativa as alterações de comportamento e de organização social, nos países socialistas e capitalistas. Crises, desemprego, miséria, endividamento e violência decorrem de movimentos radicais que não buscam soluções, mas modelos errôneos do ponto de vista socioeconômico e político. Todavia, é extremamente difícil encontrar um modelo sociológico, filosófico e ideológico, capaz de gerar um clima de harmonia e generosidade. É urgente a necessidade de ações e programas que, voltados, principalmente, para a área social, promovam e consolidem oportunidades ao povo. O Estado existe não para ser opressor, mas para assegurar os princípios básicos da democracia. Precisamos nos voltar para o conhecimento das verdades essenciais, objetivando alcançar os valores éticos indicadores de um mundo baseado nos conceitos de justiça e de igualdade de oportunidades.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 4/11/2016.

segunda-feira, 20 de março de 2017

Palestra no Instituto do Ceará: “A Questão Hídrica no Ceará”

 
O Presidente do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico), médico e escritor Lúcio Alcântara, convida para a Palestra “A Questão Hídrica no Ceará”, a ser proferida pelo Eng. Hipérides Macedo.
Data: 20 de março de 2017 (segunda-feira).
Horário: 15 horas.
Local: Instituto do Ceará – Rua Barão do Rio Branco, 1.594 – Praça do Carmo, em Fortaleza-CE.

domingo, 19 de março de 2017

A CRÔNICA É A CANÇÃO DA LITERATURA

Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
A crônica é o melhor recurso que o jornalismo tem para enfrentar os novos tempos. É a mescla da informação com a emoção, do mundo objetivo, público, com o mundo privado ou íntimo. Por meio dela, ao mesmo tempo pode-se descrever a notícia que afeta uma comunidade e entender sua repercussão individual. E, a partir disso, analisar por que essa notícia transforma a vida de certas pessoas.
A crônica tem muito prestígio cultural. Se você perguntar a uma autoridade, a um empresário ou a um leitor comum se eles gostam de crônica, vão dizer que sim, porque ela evoca o humano, o real.
Por outro lado, há uma busca pela audiência, hoje potencializada pela internet, que faz com que tudo o que tenha sangue seja valorizado "if it bleeds, it leads" (se sangra, tem destaque), tendência que nunca foi tão verdadeira como na mídia atual.
Outro dia, eu estava olhando o índice de um dos meus livros de crônicas. Notei que 80% delas tinham saído em veículos que não existem mais. São publicações efêmeras, suicidas ou pouco lucrativas.
Nós, cronistas, temos prestígio, mas a nossa transcendência não é tão grande quanto imaginamos. Conto nos dedos das mãos os cronistas que sobrevivem escrevendo crônicas. Quando muito, ficam a mendigar espaços nos periódicos para escrever de graça. O prestígio de muito dono de jornal vem do poder de oferecer espaço para as crônicas.
A crônica por parecer um gênero mais fácil, e realmente o é, para os que ousam mostrar suas tendências literárias para sobreviver. No entanto, sabendo ou não, estão vendendo a granel a sua vocação ou sua falta de vocação de escritor.
Alguns fazem delas narração histórica, por ordem cronológica, pequeno conto, de enredo indeterminado, ou texto jornalístico redigido de forma livre e pessoal. Outras não passam de seção de revista ou de jornal, conjunto de notícias sobre alguém ou algum assunto. O pior é que a crônica aborda assunto mais literário do que jornalístico e não admite o anonimato, ela tem de ser assinada. Para ser crônica tem que ser assim.
O cronista é um homem que passa a vida procurando contar as ocorrências diárias, tentando fazê-lo com graça. Sofre até os males do envelhecimento, pois quando o cronista está escrevendo um artigo suspeita que já o tenha escrito. E o pior é que com o passar do tempo vamos ficando mais enfastiados de nós mesmos. Não caia nessa de pedir para que seu artigo seja publicado. Vira um vício muito perigoso. Nem craque vicia tanto.
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).

Eis o tempo favorável! Eis o dia da Salvação

Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)
Neste mês de março vivemos o tempo de Quaresma, tempo favorável de conversão, aprofundamento da fé. Por meio da oração, do jejum e da caridade, nos preparamos para celebrar o centro de nossa vida cristã, que é o Mistério Pascal: paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Desde 1964, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove a Campanha da Fraternidade como itinerário evangelizador para o tempo de Quaresma a partir de uma realidade específica de exclusão. A Igreja ao propor como tema da Campanha deste ano: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”, e o lema: “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2.15), pretende, especialmente à luz do Evangelho, dar ênfase à diversidade de cada bioma e criar relações respeitosas com a vida e a cultura dos povos que neles habitam.
Três exercícios espirituais são intensificados neste período de preparação, e busca de conversão: esmola, oração, jejum. Eles devem nos levar ao reconhecimento da necessidade da partilha, a evitar que nosso coração seja prisioneiro dos bens materiais, a nos voltarmos ao Senhor e só a Ele servir.
Não podemos ficar com esta fé do milagre, esta fé que acreditamos só quando vemos cura. É tempo de conversão
Jesus nos apresenta algumas máximas, e uma delas é: “não podeis servir a dois senhores” (cf. Lc 16,1-13), e Jesus dá nome a esses dois senhores: Deus e ao dinheiro.
Jesus não está dizendo que nós teremos que viver sem dinheiro, sem bens. Pensar assim é ter uma visão muito simplista da palavra de Deus. O que Nosso Senhor está dizendo é que nós não podemos nos apegar e colocar nosso coração nos bens materiais, manipular o próximo para proveito próprio, sermos coniventes com a injustiça.
Não quero aqui fazer apologia à pobreza nem à riqueza. O que Deus quer de nós é que sejamos solidários, que tenhamos essa disposição de partilhar o que temos, porque essa desigualdade de poucos terem muito, e muitos terem nada, não agrada a Deus.
Na Quaresma nos cabe uma reflexão profunda, se, de fato, temos uma fé amadurecida. Para a grande maioria, se eu perguntar: quem acredita em Deus? Todos levantam a mão. Mas em que Deus nós acreditamos? Um Deus que não compromete? Um Deus que não tem nada a ver conosco?
Não podemos ficar com esta fé do milagre, esta fé que acreditamos só quando vemos cura. É tempo de conversão, de voltar-se ao Senhor. É uma luta constante, mesmo na vida dos santos; é a busca de servir a um único Deus, vivo, que requeira esforço. E isso não se dá de uma só vez, mas a cada dia, renunciando a tudo o que nos afasta de Deus e nos aproximando da luz que é Jesus Cristo.
(*) Fundador e presidente da Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 6/3/2017. Espiritualidade/Opinião. p.17.

sábado, 18 de março de 2017

RAOUL WALLENBERG, O 'SCHINDLER' SUECO


Wallenberg, herói da 2ª Guerra, desapareceu depois de ser preso ainda em 1945

O misterioso desaparecimento de Raoul Wallenberg, o 'Schindler' sueco que foi declarado morto 71 anos depois

Budapeste, Hungria, 1945. O diplomata sueco Raoul Wallenberg é detido naquele ano por militares soviéticos que entraram na cidade perto do final da Segunda Guerra e nunca mais é visto.
Em 1957, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou que ele tinha morrido após um ataque cardíaco em 17 de julho de 1947 na prisão de Lubyanka, em Moscou. A família do diplomata não acreditou nesta versão e passou décadas tentando descobrir o que realmente tinha acontecido. Até que eles finalmente desistiram e pediram à Agência Tributária da Suécia para declarar Wallenberg oficialmente morto.
A agência atendeu o pedido no fim de outubro de 2016, 71 anos depois do desaparecimento. Mas Wallenberg não era um diplomata comum. Durante sua estadia em Budapeste, ele ajudou milhares de judeus a escapar dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e sua história se transformou em lenda depois de 1945.
Mesmo sendo considerado o "Schindler sueco", ainda persiste o mistério sobre o verdadeiro destino do diplomata.

Resgate

Wallenberg nasceu na Suécia em 1912. Em julho de 1944, chegou a Budapeste, já ocupada pelos nazistas, para trabalhar como diplomata. Naquele mesmo ano, ele começou os esforços para resgatar judeus.
Os alemães já tinham deportado quase 440 mil judeus da Hungria em apenas dois meses. A maioria deles tinha ido para o campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia.
Wallenberg então começou a emitir documentos suecos que protegeriam seus portadores e evitariam que mais judeus fossem deportados. Com estes documentos eles iriam para a Suécia.
Antes da chegada de Wallenberg, a embaixada sueca em Budapeste já emitia documentos de viagem para judeus húngaros, que funcionavam como passaportes do país.
Wallenberg decidiu modificar a aparência destes documentos, para dar um cunho mais oficial aos passes. Ele acrescentou as cores da bandeira sueca e colocou selos com a coroa sueca. Estes documentos ficaram conhecidos como os "passes de proteção" (ou "Schutzpass" em alemão).
A irmã de Wallenberg, Nina Lagergren, ajudou a inaugurar memorial em homenagem a ele
 
Wallenberg negociou com o governo húngaro para emitir quase 5 mil destes passes. De acordo com a Fundação Internacional Raoul Wallenberg, o diplomata chegou a entregar três vezes mais do que 5 mil documentos.
Algumas pessoas faziam filas na embaixada sueca em Budapeste para retirar estes documentos de viagem, mas Wallenberg e os funcionários diplomáticos também distribuíam os passes pela cidade.
Uma testemunha relatou à BBC como o diplomata interceptou um trem cheio de judeus que estava prestes a sair de Budapeste com destino a Auschwitz.
Wallenberg subiu no teto dos vagões do trem levando um pacote de passaportes e começou a distribuir os documentos para mãos estendidas pelas janelas abertas.
O diplomata também comprou e alugou mais de 30 edifícios em Budapeste, incluindo hospitais, e colocou bandeiras suecas em suas portas. Desta forma, estes locais funcionavam como território neutro e pelo menos 15 mil judeus se refugiaram nestes prédios.
Wallenberg foi homenageado no Memorial do Holocausto, o Yad Vashem, em Jerusalém, como um dos "Justos entre as Nações".
Nina Lagergren e o prefeito de Budapeste, Gabor Demszky, perto de um monumento em homenagem a Wallenberg na capital húngara em 2003
Ataque cardíaco ou execução?
A teoria mais comum sobre o destino de Wallenberg é que ele morreu em uma prisão soviética. De acordo com o jornal sueco Aftonbladet, em 19 de janeiro de 1945, Wallenberg foi encarcerado em Lubyanka, em Moscou, acusado de espionagem.
O "relatório Smoltsov", incluido no ano 2000 em uma investigação de uma equipe de especialistas russos e suecos, informou que o diplomata morreu de um ataque do coração em sua cela no dia 17 de julho de 1947, quando tinha apenas 34 anos.
Mas documentos do serviço secreto soviético, a KGB, tornados públicos em 1991, indicavam que Wallenberg tinha sido interrogado em Lubyanka no dia 23 de julho de 1947, ou seja, seis dias depois da data divulgada pelo "relatório Smoltsov".
A mãe de Wallenberg, Maj von Dardel, e seu padrasto, Fredrik von Dardel, cometeram suicídio em 1979.
Em agosto de 2016, o Congresso Mundial Judeu citou um relatório no qual se alegava que Wallenberg tinha sido executado em 1947. A informação vinha dos diários de Ivan Serov, ex-diretor da KGB, publicados em junho de 2016.

'Morte em 1952'

Em novembro de 2015, a família de Wallenberg pediu à Agência Tributária Sueca que ele fosse oficialmente declarado morto. "Será considerado que ele morreu em 31 de julho de 1952", afirmou a agência.
Pia Gustafsson, funcionária da agência, explicou que a data foi escolhida por ser exatamente "cinco anos depois de seu desaparecimento, que acredita-se ter ocorrido no fim de julho de 1947".
Este procedimento segue uma lei sueca que se aplica quando as circunstâncias da morte de uma pessoa não ficam claras, disse Gustafsson à BBC.
O jornal sueco Aftonbladet informou que a família do diplomata pediu que ele fosse declarado morto oficialmente para "deixar Raoul descansar em paz".
Fonte: BBC Brasil/UOL Notícias, 14/11/2016. Imagens Pin it/AFP.
 
 
 
 

Polícia dos EUA se confunde e arromba carro para resgatar manequim


Manequim foi confundido com uma pessoa de verdade.
Da Associated Press / Polícia de Hudson
Um policial de Nova York, nos EUA, quebrou a janela de um carro para resgatar uma mulher que, na realidade, era um manequim com aparência realista.
Segundo o jornal Times Union, uma pessoa avisou a polícia que havia uma idosa "morta pelo frio" dentro de um carro estacionado na cidade de Hudson, no Estado de Nova York, na sexta-feira (16/12/16).
Os policiais chegaram ao local e encontraram o que parecia ser uma mulher sentada no banco de passageiro dianteiro com uma máscara de oxigênio.
Um policial quebrou a janela traseira do carro, abriu a porta e descobriu que a mulher era um manequim com aparência de uma pessoa real.
O dono do carro chegou em seguida e disse que utilizava o manequim em seu trabalho como vendedor de materiais para treinamento médico.
Segundo a polícia, o dono estava "incrédulo" pelo fato de ter a janela do carro quebrada para "salvar" o manequim.
Tradutor: UOL
Fonte: UOL Notícias, 17/12/2016. Imagens Pin it.

sexta-feira, 17 de março de 2017

PESAR POR DR. LUIZ CARLOS FONTENELLE


Faleceu ontem (16/03/2017) o Prof. Luiz Carlos Fontenelle, docente aposentado da Faculdade de Medicina da UFC. Graduado em Medicina na Faculdade de Medicina da Bahia, em 1953, fez especialização em Cardiologia na cidade de São Paulo. Por longos anos exerceu o magistério superior, lotado no Departamento de Medicina Clínica. Teve intensa atividade como orientador do Internato de Clínica Médica e médico do Serviço de Cardiologia do Hospital Universitário Walter Cantídio.
Foi o segundo Diretor Geral do Hospital Geral de Fortaleza e ocupou também o cargo de Secretário de Saúde do Estado do Ceará.
Era atualmente membro honorável da Academia Cearense de Medicina, na qual ingressou em 10/03/1982, como membro titular da cadeira 29.
O seu corpo está sendo velado no Complexo Velatório Ternura. A missa de corpo presente será às 15h30 e o sepultamento às 17 horas de hoje (17/03/2017) no cemitério Parque da Paz.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Academia Cearense de Medicina

CONVITE: Lançamento do livro Polindo Palavras na Lousa da Memória


O autor Francisco José Costa ELEUTÉRIO convida para o Lançamento do livro Polindo Palavras na Lousa da Memória.
A obra e o autor, ilustre membro da Sobrames/CE e das Academias Cearenses de Medicina e de Médicos Escritores, serão apresentados pelo jornalista e escritor Vicente Alencar.
Local: AABB, Avenida Barão de Studart, 2.917 (antiga Coelce), com entrada pela Rua Lívio Barreto.
Data: 17 de março de 2017 (sexta-feira) Horário: 18h30.
Traje: Esporte fino.

quinta-feira, 16 de março de 2017

INSTALAÇÃO DA ACADEMIA CEARENSE DE DIREITO


Na última quarta-feira (15/3/17), à noite, no Theatro José de Alencar, em Fortaleza, aconteceu a instalação da Academia Cearense de Direito - ACED. Nesta data, completavam-se os 139 anos da morte do romancista e jurista de escol José de Alencar, o patrono perpétuo da Academia,
Na solenidade de instalação da ACED aconteceram também a posse da diretoria da entidade, a qual será presidida nos próximos cinco anos por Roberto Victor Pereira Ribeiro, a posse e a diplomação de 36 acadêmicos, e a diplomação de 16 sócios correspondentes e seis sócios honorários.
A nova arcádia traz em seus estatutos a importância de se cultuar a responsabilidade social dos juristas que a compõem, fazendo com que uma vez por mês a ACED vá a uma escola pública para ministrar noções de direito do consumidor, direito civil, direito ambiental e direito do trabalho. Outra novidade e ponto de convergência da entidade é o funcionamento da Escola Cearense de Direito no interior da Academia, fato inovador em plagas bevilaquianas. A ACED ministrará cursos jurídicos mais distantes das searas universitárias, como por exemplo, direito canônico, irradiando, assim, o ensino e o conhecimento jurídico em nossas terras.

A ACED, que será certamente motivo de orgulho para os cearenses, tem como patrono da cadeira 22 o advogado LUIZ CARLOS DA SILVA, pai deste blogueiro (P.G.C.S.). O acadêmico que ocupará esta cadeira é o advogado e músico Ricardo Bacelar, que aqui aparece, logo após sua diplomação e posse, ladeado por membros de nossa família nos jardins do Theatro José de Alencar.
Fonte: Postado por Paulo Gurgel Carlos da Silva no Blog Linha do Tempo.

quarta-feira, 15 de março de 2017

LUTAR SEMPRE


Meraldo Zisman (*)

Médico-Psicoterapeuta
Só ao envelhecer temos condições de nos perguntar sobre o que fizemos toda a vida. Estou apreensivo com o aumento da violência no mundo. Para quem passou trabalhando em plantões de hospitais, ambulatórios, consultórios, dormindo e vivendo em alojamentos hospitalares, procurando minorar o sofrimento do próximo, esta constatação é muito trágica. Nos bancos escolares da infância, criei-me dentro de uma mistura do português falado no Brasil e o iídiche (uma espécie de alemão falado pelos judeus da Europa Central e Oriental) de meu pai prestamista - fugido da Bessarábia, lugar este tão improvável que, a esta altura, deve ter mudado de nome.
Minha mãe nasceu no Rio Grande do Sul (terceira geração no Brasil), ambos judeus de origem eslava. Para falar a verdade, não sei o motivo destes meus gostos de ajudar às pessoas sofredoras e deste meu vício pela leitura. Não gostei muito de esportes, e até hoje considero-os uma sublimação do espírito guerreiro.
Aprendi a me interessar pela política nacional e internacional com meu pai e seus amigos prestamistas (mascates israelitas), nos bancos da Praça Maciel Pinheiro, vulgarmente denominada Praça dos Judeus. Naquele tempo, era o lugar mais frequentado por essa gente de Nação. Apesar de ser desajeitado em fazer amizade, certamente devido à minha timidez nata, terminei sendo taxado de orgulhoso. Confesso, às vezes, mesmo depois de velho, tenho vontade de colocar uma prancheta, pendurada no pescoço, com os dizeres: Não sou chato, sou tímido e acanhado.
Terminei muito sozinho de "amizades", porém Deus foi bondoso comigo e proporcionou-me minha mulher Maria das Graças e meu cachorro Sócrates e meus filhos Andréa e Márcio. Poucas foram as pessoas que me entenderam em um mundo cada vez mais interessado pelo dinheiro e pelo egoísmo. Continuo a ser o que sou. Muitos me consideram um besta, um petulante ou um introvertido.
Certa vez, em reunião da Congregação ou Conselho Departamental, um colega psiquiatra me disse no embate de uma grande e estéril discussão acadêmica:
- Você não conta, Meraldo, não faz mal a ninguém!
Não me impunha. E meu pai me dizia:
"Ou você é muito bom ou não tem personalidade". Continuo não sabendo guardar, por mais de meia hora, raivas ou mágoas de alguém. Estavam certos, mas eu não era do feitio de eternizar brigas ou desavenças. Pensava:
- Nós não somos eternos para que eternizar inimizades?
Outro besteirol que ainda passa pela minha cabeça é o de acreditar na lenda que, por meio da cultura, do saber e, da ciência será possível melhorar a humanidade. E, o mais grave, é, apesar da minha história de mais fracassos que vitórias, permaneço um esperançado no gênero humano.
Durante todos esses anos dedicados à Medicina, permaneci fiel às minhas leituras e muito mais à minha consciência. Para mim, o computador me facilitou a escrever, porém pretendo usá-lo apenas como editor de texto ou facilitador de alguma consulta na Internet. Apesar de achar uma maravilha a facilidade da comunicação, continuo acreditando no valor das antiquadas cartas. Acho que foi Victor Hugo (1802-1885) que cunhou a expressão "um homem civilizado escreve cartas".
Sempre fui muito trabalhador, interessado em tudo o que acontece em minha casa e em todo o mundo. Não desejo tomar o lugar da juventude e suas peripécias. Desde que o mundo é mundo as gerações se sucedem... E o pior é ser considerado um velho transviado.
Não ando por aí fazendo alarde nem de minhas dores nem de meus pesadelos e muito menos das minhas frustrações. Escrevi sobre minha vida pessoal nos livros Jacob da Balalaica (sobre meus pais), Dois Dedos de Prosa e Eu Digo, este último denuncio as querelas paroquianas das nossas Universidades.
Escrevi também Nordeste Pigmeu e um outro livro sobre Violência, a Metamorfose do Medo, que foram mencionados parcamente no Brasil. Jamais em Pernambuco! Apesar da pouca repercussão de meus trabalhos, fui recentemente convidado para passar seis meses, na qualidade de cientista visitante, na Clínica Tavistock, de Londres, o mais tradicional centro psicoterápico, em Londres, trocando experiências no setor de Violência Urbana, envolvendo principalmente os adolescentes e os jovens.
Comecei minha vida universitária pesquisando e denunciando a fome ancestral da maioria da população infanto-juvenil brasileira. Como não foi de estranhar, atraí as críticas dos ortodoxos e também dos heterodoxos que não conseguem sair das suas desnutridas pesquisas. Atualmente esses fatos já não me incomodam tanto, pois sei que dentro das minhas bisonhas condições fiz o que pude para evitar o morticínio de jovens na faixa etária dos 14 aos 25 anos.
A vida se encarregou de mostrar-me o País, que não era uma vida tão "protegida" para os judeus que fugiram dos pogroms das suas terras natais e passaram a ser "galegos da prestação" no Recife. Banqueiros poderiam ser, porém penetrar no santuário do poder, nunca! Não mereciam confiança. Tenho a esperança de que o Brasil venha a ser um país de todas as raças, de todas as culturas que possam se comunicar, entre elas. E descobri que a violência nas relações humanas juntamente com a fome são as nossas maiores pragas - fatos que depois se tornariam o tema principal de minha contribuição como profissional de saúde.
O que mais me marcou na minha infância foi quando deixei o Colégio Israelita e fui estudar no Colégio Osvaldo Cruz, no Recife. Pela primeira vez, pressenti, ao sair do meu gueto social, o preconceito antissemítico. Ler foi à salvação e a parte principal e a parte didática de apreender compreender o Mundo.
Dois fatos marcaram por demais minha vida pós-graduação: uma quando fui ser médico residente (aprendiz) no Hospital dos Servidores do Estado (Rio de Janeiro) e a outra quando fui realizar estágio na Inglaterra. Daí passei a ter uma visão mais ampla das coisas: profissional ou pessoal. Hoje, os Estados Unidos dominam tudo, sinto muita saudade de Paris, de Londres das minissaias da Mary Quant e do existencialismo de Jean-Paul Sartre (1905-1980). E, na minha adolescência, deleitava-me com a Guerra Civil Espanhola descrita por Ernest Hemingway (1899-1961) no seu emblemático - Por quem o sino dobram? Suas touradas, lutas de boxes e valentias povoaram minha mente em formação.
Após a Segunda Guerra Mundial (Holocausto) e, em plena Guerra Fria, chegaram os anos 60, 70 e 80. Com eles, os protestos dos jovens em Paris, a revolução hippie que teve alcances planetários com seus rapazes e moças trajando calças jeans e camisetas. O encontro dos Mundos. Pela primeira vez na história do homem, os jovens do Terceiro Mundo dialogavam com os do Primeiro Mundo. Drogas e sexo que eram temas reprimidos de repente passaram a fazer parte do cotidiano. A juventude misturava-se pedindo Paz e Liberdade. Ilusão da revolução universal e também o fracasso de tudo isso... Assisto desolado a este Planeta de movimentos inacabados, apesar da esperança inabalável por um mundo melhor.
Que pena! Mas, valeu à pena. Fica para o futuro. Tudo fracassou apesar de serem esses movimentos argamassas para uma pavimentação de uma estrada que conduza a uma sociedade mais justa. Passado (aparentemente) o perigo nuclear, muro de Berlim, voltamos às guerrilhas, atentados de todas as maneiras, invasões, luta pela energia, ecologia e o aquecimento da Terra. Terrorismos e "homem bomba". Verdade - vivemos mais tempo, porém sem melhorar a qualidade de vida.
E para concluir lembro-me, quando criança, perguntava a minha mãe quando o mundo ia se acabar, e ela respondia:
- Meu filho, o mundo só se acaba para quem morre.
Resolvi, então, continuar caminhando e quero morrer bem vivo. Muito vivo! Assim estou nos meus 72 anos, muito vivo e permaneço com a mesma capacidade de me indignar como se fosse um jovem adolescente com muitos sonhos para realizar. Toda grande notícia de hoje, amanhã passará a ser mero "jornal de ontem". Lutar sempre, apesar das limitações que a Biologia imponha, é o meu Dever.
(Recife, 01.03.09)

(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).
 

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