sábado, 31 de dezembro de 2011

RÉVEILLON PARA MAIS DE UM MILHÃO


Pelo quinto ano consecutivo, Fortaleza torra, ao pé da letra, uma montanha de recursos, para exibir, no modelo de cidades com economia pujante e consolidada, um “Show” de ostentação e exuberância, reproduzindo um retumbante Réveillon que analgesia, provisoriamente, os endêmicos males do nosso cotidiano.
A cada ano que passa, o erário municipal é, crescentemente, corroído em suas já combalidas entranhas, para injetar recursos financeiros no patrocínio de um feérico espetáculo, movido por interesses escusos, arquitetado pelo copatrocínio de indústrias de bebidas alcoólicas, que mais serve para entorpecer as massas.
Para isso, a Prefeita Luizianne Lins deverá veicular, com o suado dinheiro do contribuinte, em canal de televisão local, uma mensagem convocando o povo a tomar parte no evento, anunciando que o aterro acolherá mais de um milhão de pessoas.
Não comporta aqui, neste momento, discutir sobre os milhões de reais que serão explodidos nos quase vinte minutos previstos para a duração da queima de fogos de artifícios e também os hiperbólicos cachês, com dispensa de licitação, a serem pagos a artistas de fora, por um diminuto tempo de apresentação, a exemplo do arremedo de “show” de “violão e banquinho”, acontecido na passagem deste ano, no aterro da Praia de Iracema. Os bons cobres levados para os estados de origem desses “astros e estrelas”, não retornarão a estas plagas, mesmo a título de turismo.
Os órgãos de segurança operam com o parâmetro de cinco pessoas por metro quadrado, o que, por simples cálculo, demanda duzentos mil metros quadrados, ou vinte hectares totalmente despojados de construções, para receber um milhão de indivíduos.
No espaço restrito definido para o espetáculo, isso somente seria obtido se uma parcela do povo avançasse no Atlântico, provida de generosa distribuição de boias, ou se fossem montadas pirâmides humanas, tão comuns nas festas populares em cidades espanholas.
Nada contra festas que fazem a alegria da população, porém é importante que elas somente ocorram quando a comunidade não tiver maiores necessidades, que precisam ser supridas pelo poder público. Em uma cidade como Fortaleza em que falta de “um tudo”, principalmente saúde, diversão farta, para mais de um milhão de pessoas, à custa de alguns milhões de reais, soa como uma violenta agressão à sociedade que paga os seus tributos.
O dia 1º de janeiro assinala, no mundo ocidental, a chegada do Ano Novo, sendo tido como o Dia da Paz, dedicado à confraternização dos povos, e jamais deveria ser visto como uma data de reverência a Baco.
Ainda que isso possa soar como provincianismo, Fortaleza era mais feliz, e talvez mais pura, quando a “passagem do ano” era comemorada na própria família, no recinto domiciliar, estendendo-se a ida à igreja para assistir à Missa do Galo, e da seguida participação fraterna e amigável que se dava nos clubes servindo a distintas classes sociais, estreitando laços de afeição entre as pessoas.
Quem sabe, ao invés de megaeventos que favorecem políticos, empresários e artistas, talvez fosse mais producente reproduzir um réveillon com maior espírito familiar e comunitário.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Médico e economista
* Publicado In: O Povo, de 31/12/2011. Jornal do Leitor. p.2.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

PRÊMIO IgNOBEL - 2010

Engenharia: Karina Acevedo-Whitehouse e Agnes Rocha-Gosselin, da Zoological Society of London, Reino Unido, e Diane Gendron do Insituto Politécnico Nacional, Baja California Sur, México, por aperfeiçoarem um método de recolha de muco de baleia com um helicóptero radiocontrolado.
Medicina: Simon Rietveld, da Universidade de Amsterdam, e Ilja van Beest, da  Universidade de Tilburg, ambos dos Países Baixos, pela descoberta de que os sintomas da asma podem ser tratados com uma ida a uma montanha-russa.
Planeamento de Transportes: Toshiyuki Nakagaki, Atsushi Tero, Seiji Takagi, Tetsu Saigusa, Kentaro Ito, Kenji Yumiki, Ryo Kobayashi do Japão, e Dan Bebber, Mark Fricker do Reino Unido, por usarem bolores para determinar os melhores traçados para carris (trilhos ferroviários).
Física: Lianne Parkin, Sheila Williams e Patricia Priest, da  Universidade de Otago, pela demonstração de que os caminhos pedestres com gelo, no inverno, apresentam menor taxa de quedas e escorregamentos para quem use meias por cima dos sapatos.
Paz: Richard Stephens, John Atkins e Andrew Kingston, da Universidade de Keele, Reino Unido, por confirmarem a informação de que os palavrões aliviam a dor.
Saúde Pública: Manuel Barbeito, Charles Mathews e Larry Taylor, do Industrial Health and Safety Office, Fort Detrick, pela determinação experimental de que os micróbios se agarram aos pêlos faciais dos cientistas com barba.
Economia: Executivos e diretores da Goldaman Sachs, AIG, Lehman Brothers, Bear Stearns, Merril Lynch, e Magneter pela criação e promoção de novas formas de investimentos monetários - que maximizam ganhos financeiros e minimizam risco para a economia mundial, ou então parcialmente.
Química: Eric Adams, Scott Socolofsky Stephen Masutani e a British Petroleum, pela prova de que petróleo e água não se misturam, com a experiência da explosão da plataforma Deepwater Horizon.
Gestão: Alessandro Pluchino, Andrea Rapisarda e Cesare Garofalo, da Universidade de Catania, Itália, que demonstraram matematicamente que as organizações se tornam mais eficientes se promoverem o seu pessoal aleatoriamente.
Biologia: Libiao Zhang, Min Tan, Guangjian Zhu, Jianping Ye, Tiyu Hong, Shanyi Zhou, e Shuyi Zhang da China e Gareth Jones, da Universidade de Bristol, Reino Unido, por cientificamente documentarem fellatio em morcegos-da-fruta.
Fonte: wikipedia.org

http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_ganhadores_do_Pr%C3%AAmio_IgNobel#2009

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O BRASIL ANEDÓTICO XXXVI

O EXÉRCITO ANTIGO
Couto de Magalhães - "Viagem ao Araguaia", pág. 178.
Subia Conto de Magalhães, em 1862, o Araguaia, quando notou, no lago Dumbá, cujas margens acoitavam dezenas de escravos fugidos do Pará e províncias vizinhas, um movimento de caça, que logo lhe acordou a mania venatória. Tomou da espingarda, e ia fazer fogo, quando um soldado da comitiva se interpôs, rogando, choroso:
- Sr. doutor, pelo amor de Deus, não atire!
- Então, por que?
O soldado, após um silêncio envergonhado, baixou os olhos e a voz, e explicou, titubeante:
- Eu ando querendo dar baixa, tenho caçado um substituto e não acho.
- E que tem isso com o meu tiro?
- É que o tiro esparrama os negros do quilombo, e eu estou querendo pegar um calunga que faça o meu tempo de serviço!
O "FICO!"
J.M. de Macedo - "Ano Biográfico", vol. I, pág. 215.
Prevendo a próxima emancipação da antiga colônia, as tropas portuguesas que constituíam a guarnição do Rio de Janeiro iniciaram um pronunciamento, a fim de forçar o príncipe regente a jurar as bases da Constituição emanada das Cortes de Lisboa, e a fazê-lo regressar ao Reino. Operando a reação, o Senado da Câmara enviou uma delegação ao Paço, sob a presidência de José Clemente Pereira. E horas depois, a 9 de janeiro de 1822, José Clemente tranquilizava os brasileiros com estas palavras famosas pronunciadas pelo Príncipe, e que, repetidas por ele, da janela do Paço, foram recebidas com delírio:
- Como é para bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que - fico!
O JANTAR DAS PANTERAS
Paulo Barreto - Discurso de recepção na Academia Brasileira de Letras.
Uma tarde, encontrou-se Guimarães Passos, na cidade, com um amigo.
- Se tivéssemos dois tostões, jantaríamos esplendidamente, - informou.
O outro arranjou o níquel, e tomaram, os dois, um bonde de segunda classe, para São Cristóvão. Em frente à Quinta da Boa-Vista, saltaram.
- Aonde vamos? - indagou o companheiro do Guima.
- Aonde? Vamos comer a carne com que Sua Majestade sustenta as feras!
Entraram na quinta. Em frente à jaula das panteras, estacaram. O beluário, insolente e brutal, intimou-os:
- Os meninos vão embora. Ou vão, ou eu solto os bichos!
Um sinal de incredulidade, e ia o homem suspender os varões, quando os dois dispararam, no rumo do palácio:
- As feras! - gritaram. - As feras!
O bibliotecário do Imperador aparece à janela, fazendo-os entrar. Nesse dia, Guimarães Passos arranjou o seu primeiro emprego.
RAIMUNDO, PAI
Augusto de Lima - Discurso na Academia Brasileira de Letras, 1921.
É conhecida a ojeriza que Raimundo Correia tomou aos mais famosos dos seus sonetos. Por isso mesmo, foi um dia de nervosismo intenso aquele em que, de regresso do colégio, uma de suas filhas pequenas lhe perguntou:
- Papai, o senhor é o poeta d'As Pombas?
- Quem foi que lhe disse essa tolice, menina?
- Foi a professora.
Raimundo ficou indignado. E no dia seguinte era a professora informada de que, se repetisse tal coisa às pequenas, ele tiraria as filhas do colégio.
Fonte: Humberto de Campos. O Brasil Anedótico (1927).

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

UM POSTE SEM LUZ VERSUS UMA LUZ SEM POSTE

Por Ricardo Alcântara (*)
Um: o principal vetor da sucessão municipal de Fortaleza é a manutenção (ou não) da aliança entre governador e prefeita. Dois: o partido dela tem precedência de iniciativa para indicar o candidato. Findam aí as certezas.
Algumas lideranças do PT confirmam que a prefeita Luizianne Lins deverá mesmo empenhar-se na indicação do seu “companheiro nº 1”, Waldemir Catanho, como candidato do partido à sua sucessão.
Ao tentar manter seu grupo político à frente da gestão municipal –  conclusão inevitável – a prefeita avalia que terá força eleitoral suficiente para prescindir do apoio do governador aliado. E de alguns outros mais.
O problema para ela não é a ausência do governador no palanque de seu candidato, mas a presença dele em outro palanque ou, pior, a pulverização da base aliada em diversas candidaturas com nomes de boa projeção.
Apesar de sua timidez pessoal, pois o governador não é lá nenhum Ciro Gomes, as ações do seu governo são, a preço de hoje, bem melhor avaliadas pela população da capital do que o desempenho da prefeita.
Se todo o problema fosse somente este, menos mal. Não é. No front interno, não é pacífica a aceitação do nome preferido pela prefeita. Há até, quem suporte engolir o sapo, dizem, mas ao elevado custo de lavar as mãos.
E há quem já ameace levar a decisão para as prévias, aquele modelo fratricida de disputa interna em que às vezes se escolhe um nome para ser derrotado pelas conseqüências desagregadoras do processo de escolha.
Artur Bruno tem alegado precedências pessoais que o impediriam de aceitar como fato consumado uma indicação imperial da prefeita. Se não estiver blefando, o deputado tem tutano para engrossar o caldo.
Ao insistir com o nome de Catanho, a prefeita sabe que escolheu o caminho mais difícil. Confia, provavelmente, que não será interrompida a curva, ainda lenta, de recuperação de popularidade de sua gestão.
Confia nisso e confia no potencial de transferência de Lula. Talvez confie, ainda, que, dos instrumentos de pressão do governo federal, soprem bons ventos na direção em que pretende guiar seu barco.
Como se pode perceber, a prefeita parece apostar apenas em fatores potenciais para garantir a eleição do seu “poste sem luz” – infeliz expressão que deverá acompanhar seu candidato como uma sombra na campanha.
Se Catanho seria o “poste sem luz” da prefeita (e não creio que o rapaz seja apenas isso), Bruno vaga pelos bastidores do partido como uma “luz sem poste”, de atributos meritórios, mas carente de necessária sustentação ao seu brilho.
Se o deputado Artur Bruno for preterido, não poderá crucificar a prefeita: mesmo com sua boa imagem junto ao eleitorado petista da capital, há, em várias frentes internas, fortes resistências à indicação do seu nome.
No PT, Bruno é percebido como alguém que se movimenta com excessiva autonomia para os padrões coletivistas do partido. Se o seu prestígio social lhe garantiu esta prerrogativa, hoje pesa contra sua escolha.
O deputado é – e as pesquisas dizem isto – o nome do partido em condições de ocupar melhor posição na largada. É um fator importante? Sim, mas, se são somente essas as suas cartas, Bruno deverá encontrar dificuldades.
Luizianne Lins tem dito que até meados de janeiro próximo o candidato do partido estará escolhido por um conjunto hegemônico de forças internas. A data pode marcar o início de uma grande confusão, isto sim.
Aos meus três leitores
Problemas técnicos andaram comprometendo a assiduidade com que tenho enchido o saco de vocês. Sinto informar, mas estamos de volta. Conto com a compreensão de todos.
(*) Jornalista e escritor. Publicado In: Pauta Livre.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

PRESENTE DE NATAL

A filosofia popular, que nos é transmitida pelos provérbios, é sábia e muito nos ensina. Um deles: “Bocado comido, bocado esquecido” é de vivência na sociedade atual em todos os setores mormente no político. Antes, no período pré-eleitoral, os candidatos prometem mundos e fundos.
Passadas as eleições, as promessas daqueles que queriam mamar nas tetas da República ficam no ostracismo, e, agora, eleitos, põem as unhas de fora. Talvez pensem consigo mesmo: nosso povo tem memória curta.
Nossos representantes no Congresso Nacional, numa atitude de bonzinhos para si mesmos e de falta de patriotismo e de respeito ao povo que os elegeu, logo no começo do mandato, deram um presente a si próprios (que presente!) e para nós, um presente grego: aprovaram, em cinco minutos, o aumento de seus salários. Que beleza!
O tempora! O mores! No começo de nossa nação, D. Pedro I dizia que o Brasil precisava economizar e, para dar exemplo, cortou seu próprio salário. Foi o que ele disse a seu pai em carta datada de 17 de julho de 1822: “Comecei a fazer economias, principiando por mim”.
Diz-se à boca cheia que o Brasil está rico, que tem pré-sal, que a pobreza diminuiu, que não há dívida externa e outras “coisitas” mais.
Talvez, por isso, nossos deputados, ministros e o próprio presidente da república, por ganharem muito pouco (coitadinhos), resolveram dar a si próprios um pequeno aumento de 61%. Isso sem contar com as mordomias de que eles usufruem.
Ganhavam a irrisória quantia de R$ 16.500,00 e a partir de 2011 vão receber a bagatela de R$ 26.700,00. Não é mentira. É verdade. Diga-se, depois, que o Congresso representa o povo! Ele representa tão simplesmente seus componentes. Isso é verdade.
Por isso eles não têm preocupação com a reação do povo e dão uma “bofetada na cara” daqueles que os escolheram. Bem feito. Zeca Pagodinho já dizia num de seus sambas: Por que foi votar no homem!
Para funcionários e trabalhadores, com um trabalho danado, apenas 6%. Quanta diferença! Isso é uma injustiça, uma falta de vergonha e uma desonestidade. Onde está justiça? Será que ela existe? Em outros tempos dizia-se: Faça-se justiça embora o mundo pereça.
Ai do Brasil se não fossem os trabalhadores que recebem uma “merreca” de salário. Parece (não, é verdade) que estamos ainda no tempo da escravatura. Os escravos trabalham e os senhores vivem uma vida nababesca. Se reclamarem, o chicote “come de esmola”.
Agora, no final do mesmo ano, eles vêm com uma nova comédia bufa. Uma notícia veiculada na Rede Record, no excelente Jornal capitaneado por Heródoto Barbeiro, grande jornalista, encheu-nos de revolta. Os deputados, de novo, querem um presente de Natal. Eis a notícia ipsis litteris e ipsis verbis: “Cada deputado pode gastar só com a verba de gabinete 60 mil reais mensais. Fora salário, décimo terceiro, quarto e quinto. Verbas de representação, de habitação e outras ajudas. Cada um custa 110 mil reais por mês para o contribuinte. São 513. Agora eles querem aumentar a verba de gabinete para 80 mil mensais. Assim poderão contratar mais cabos eleitorais para que se perpetuem no poder através de eleições. O custo legal de cada um vai para 130 mil mensais. O presidente da câmara, deputado Marco Maia, diz que se o orçamento comportar, vai dar o aumento.” O jornalista conclui a informação com esta pergunta: O que você pensa disso?
O que move nossos ilustres representantes a agirem dessa maneira? É demonstração de interesse pelo povo ou procura de benefícios para si mesmos? Hoje os senhores (merecem este respeito?) deputados, rindo de nossa “cara” dizem em alto e bom som: O Brasil está rico, o povo na miséria, mas nós temos um salariozinho e muitas mordomias para lhe fazerem inveja. Viva a Nova República! Viva o Natal dos deputados!
Prof. Cajuaz Filho
Editor de APESC Notícias

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

OFICIALIZAÇÃO DA BIBLIOTECA EDSON PONTES DO ICC


Descerramento de placa em homenagem ao Dr. Edson Pontes















Momento de nosso discurso de saudação ao Dr. Edson Pontes

O Instituto do Câncer do Ceará (ICC) realizou na manhã de sexta-feira última, dia 23/12/11, uma solenidade em homenagem ao Dr. José Edson Pontes, médico brasileiro radicado nos EUA, tido como um dos mais competentes urologistas do mundo. O ponto alto da cerimônia foi o descerramento de placa e do retrato denominando de Biblioteca Edson Pontes esse equipamento de suporte científico e cultural da Escola Cearense de Oncologia, de vital importância para o Hospital Haroldo Juaçaba.
Coube a mim a honra de fazer o discurso de saudação em nome do ICC.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Médico do ICC

domingo, 25 de dezembro de 2011

Mensagem de Natal do Dr. Martinho


Imagem enviada pela Acad. de Medicina Hilmara Almeida

Amigo(a)
Gostaria muito de viver um Natal
que talvez só seja possível, em nosso imaginário:
em um lugar qualquer,
um Natal onde ninguém peça, ninguém compre presente,
mas, com alegria,
cada um dê um pouco de si, ou do que lhe sobra.

Uma coisa simples, como uma flor,
uma estrela cadente,
a sinfonia da chuva no telhado,
um chocolate Baton ou um Sonho de Valsa,
um pintinho, um pote de mel,
um CD de músicas natalinas,
um saco de pipoca, um cacho de uva,
uma maçã,
O Pequeno Príncipe,
um poema sobre o Natal,
uma fatia de um delicioso bolo,
um afetuoso e sincero beijo na face,
um aconchegante abraço,
um aperto de mão,
um sorriso,
um pacotinho de bênçãos do Senhor aniversariante,
uma lágrima de felicidade,
felicidade maior que só experimenta quem sabe se dar,
e servir, como o Meste ensinou,
sem nada pedir,
sentindo-se transbordar de felicidade
com a felicidade do outro.

Quem sabe no próximo ano...
um Natal assim aconteça dentro de cada um de nós.
Basta fazer como as crianças:
abrir o coração
e deixar a nossa imaginação voar livre...
inteiramente livre como um belo pássaro azul!

Feliz Natal 2011!

Martinho Rodrigues Fernando
Professor de Semiologia da UFC (aposentado)

sábado, 24 de dezembro de 2011

MENSAGEM NATALINA - 2011


Aos que acessam este blog, desejo a todos um Feliz Natal, fraterno e, sobretudo, cristão, sem olvidar a razão primeira dessa celebração: o nascimento do Menino Jesus.
Segue abaixo a mensagem que recebi do Prof. Martinho Rodrigues Fernando, poeta e membro da Sobrames/CE:
Amigo(a)

Nessa amena manhã de sábado de Natal,
que tal conversar com o Pai do aniversariante
de um modo ingênuo e espontâneo como
como faz o caboclo da oração?

E não esqueça de parabenizar-lhe pelo filho.

Tenha um Natal repleto de paz e alegria!

Martinho
 
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular da Uece Corecon-CE 1.999

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

ESPAÇO URBANO: avenida virtual ou apenas no papel?

O Povo, de 20/12/11 (p.4), estampou uma matéria sobre ruas da capital, cujo percurso alberga distintas denominações, recorrendo ao subtítulo: “um só caminho com vários nomes diferentes”. São muitos os dissabores provocados por tal prática, que afeta moradores e transeuntes, e cria entraves ao trabalho de taxistas e de empregados dos correios.
Parte desse problema remonta a um antigo plano diretor de Fortaleza, que usou a Av. Dom Manuel, como linha divisória da cidade, tal qual uma bissetriz, fazendo com que as ruas que lhe eram perpendiculares, ali nascessem e tivessem a numeração crescente, de forma centrífuga, umas para o Leste, e outras no sentido Oeste; à medida, que a nossa urbe foi crescendo, outras avenidas brotaram, servindo de marcos a separar, apenas no papel, as ruas que corriam paralelamente à nossa orla, ensejando o oportunismo de se prestar homenagens a mais pessoas, merecidas ou não.
O que foi um equívoco do passado ganha corpo na presente gestão municipal, com a replicação descabida dessa atuação. Parece intrigante mudar a denominação oficial de uma avenida ou um trecho dela, sem a devida consulta aos moradores da vizinhança, tal como procedeu a Prefeitura de Fortaleza, ao descerrar, em novembro do ano pretérito, uma placa alusiva à Av. José Jatahy, em solenidade concretizada mesmo estando distante do término das obras, decorrentes da remoção dos trilhos desativados, em função do traçado do Metrofor. A maioria desses cidadãos, por certo, desconhece os feitos que balizam tamanha honraria.
Há mais de meio século, para os residentes no Otávio Bonfim e em suas cercanias, a via que acolhia o leito ferroviário era conhecida por José Bastos, uma derivada da Av. Tenente Lisboa, que cortava o vizinho bairro Jacarecanga, acompanhando os trilhos, desde a Estação João Felipe.
Quando houve o alargamento e a cobertura asfáltica dessa avenida, a prefeitura, à época, tentou alterar o nome, para render homenagem a outrem, mas foi obrigada a recuar, diante do arrazoado elaborado por historiadores locais, a exemplo do notável Raimundo Girão, que bem demonstraram os notáveis predicados de José Perdigão Bastos, um próspero comerciante e empresário visionário, falecido no início do século XX, fundador da Associação Comercial do Ceará e da Fênix Caixeiral, que muito contribuiu para o desenvolvimento local.
Nada contra o artista José Jatahy, autor do hino do Ceará Sporting Club; afinal, quem canta seus males espanta. O incorreto está na escolha do logradouro e na forma de como se definem as homenagens na Loura Desposada do Sol, colidindo com o propalado discurso da participação da comunidade na gestão da capital.
E isso não se trata de um fato isolado, pois está sendo tramada a alteração do nome de parte da Av. Dedé Brasil, para prestar honras a outro cidadão.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Médico e economista
* Publicado In: O Povo, de 23/12/2011. Opinião. p.7.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

HOMENAGEM AO MONS. MAURO HERBSTER

O Instituto de Desenvolvimento de Maranguape (IDEMA) homenageia, hoje (22/12/11), o monsenhor Mauro Herbster  serviu à Paróquia da municipalidade por mais de 40 anos - que estreia nos 90 anos de vida terrena.
A programação consta de Missa, às 19 horas, na igreja matriz de Maranguape, seguida de recepção no endereço de Herbster. Mons. Mauro Gurgel Braga, durante muito tempo, publicou artigos e crônicas no O Povo. O religioso era também educador, tendo concorrido para a formação de gerações de jovens maranguapenses, como professor do Colégio Estadual Anchieta e por sua ação apostólica.
Mons. Mauro era amigo e foi colega do meu pai, Luiz Carlos da Silva, nos cinco anos do Seriado do Colégio Marista, de 1935 a 1939. Tive a alegria de conhecê-lo, em 2007, quando da organização do livro “Dos canaviais aos tribunais: a vida de Luiz Carlos da Silva”.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Academia Cearense de Medicina

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

COLAÇÃO DE GRAU DA UNIFOR 2011.2

Amanhã, dia 22/12/11, a Universidade de Ceará (Unifor) realiza a solenidade única de colação de grau dos seus formandos do segundo semestre deste ano.
Entre os concludentes, os meus sobrinhos Marta e Tiago, filhos do meu irmão Germano e Maíza. Martinha, que era bacharelada em Geografia pela Uece, formou-se em Turismo, e Tiago, formado em Física pela UFC, receberá o diploma de Engenheiro Mecânico.
Na oportunidade, mais um médico acumulará o diploma de bacharel em Direito. Trata-se do psiquiatra Úrico Gadelha, conselheiro do CREMEC, que escolheu por padrinho o também conselheiro Dalgimar Beserra de Meneses.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Médico da Turma José Carlos Ribeiro

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

OS PARES CRANIANOS

Desde longos anos, nas várias escolas de Medicina, para auxiliar no aprendizado, os estudantes usavam e abusavam de curiosos recursos mnemônicos.
No caso dos pares cranianos, os acadêmicos nunca esqueciam a estranha frase: “Ó O Meu Pateta, tu Me Fazes Esta Guerra Porque És Grande Hipócrita”. As iniciais das palavras embutiam as mesmas iniciais dos nomes dos doze nervos conhecidos por pares cranianos, da terminologia anatômica: I Olfativo; II Óptico; III Motor Ocular Comum; IV Patético; V Trigêmeo; VI Motor Ocular Externo; VII Facial; VIII Estato-Acústico; IX Glosso-Faríngeo; X Pneumogástrico; XI Espinhal; XII Grande Hipoglosso.
Mesmo com a adoção da atual terminologia anatômica, essa frase ainda subsiste para memorizar os nomes de tais nervos.
Há duas variantes, muito parecidas, por sinal, com o mesmo propósito: “Olha, ó meu pateta, tu mandas fazer a guerra porque és grande hipócrita!” e “Olha, o meu pateta, tanto mal fazer a gente precisa s(e)r grande hipócrita!”.
Nota: O nosso livro “Contando causos: de médicos e de mestres” cometeu o equívoco de aludir a associação mnemônica acima com os ossos do crânio.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Sobramista e membro da ACM
* Publicado In: SOBRAMES – CEARÁ. Passeata literária. Fortaleza: Sobrames-CE/Expressão, 2011. 232p. p.177-8.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Grupo do ITA lança empresa

Diego Martins de Oliveira, 28 anos, presidente da Pricez. Foto: Thiago Leon
Ex-alunos criam serviço que analisa a melhor operadora de celular de acordo com o perfil de gastos do cliente, a fim de gerar economia
São José dos Campos
Um grupo de ex-alunos do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) formou uma empresa em São José que pretende auxiliar os consumidores a escolherem o melhor plano de telefonia móvel de acordo com sua necessidade.
A Pricez desenvolveu um software que analisa informações da conta de telefone, como principais ligações feitas e recebidas, e as compara com todos os planos das operadoras de celular existentes no mercado.
O serviço é gratuito. Para obter lucro, a empresa criou uma parceria com as próprias operadoras. “Cada simulação feita pelo cliente auxilia o banco de informações para a própria operadora”, afirmou o CEO da Pricez, Diego Martins de Oliveira, 28 anos.
Prejuízo. Como pesquisa de mercado, a empresa constatou que 87% das pessoas estão hoje em planos que não são compatíveis com sua real necessidade, perdendo, em média, R$ 980 por ano.
“Ficamos quatro anos definindo qual seria o melhor modelo a ser implantado. No início, tivemos que mostrar muito profissionalismo para que as operadoras colaborassem com o projeto”, disse Oliveira.
O lançamento oficial do produto está programado para o início de fevereiro.
Fonte: Jornal O Vale do Paraíba, de 11/12/2011.
http://www.ovale.com.br/nossa-regi-o/grupo-do-ita-lanca-empresa-1.192799

domingo, 18 de dezembro de 2011

INSENSURDEZ

Pedro Henrique Saraiva Leão
Nosso neologismo vale como combinação de surdez e insensatez. A propósito, antigamente, os aniversários natalícios, bodas, eram comemorados em casa, nos salões de algumas mansões ou em seus jardins, intervalados com declamações, récitas, pequenos dramas, ou ao som de música de fundo em LPs.
Com o advento dos apartamentos (ou “apertamentos”, como parecem alguns) tais passaram a realizar-se nos bufês. Belíssimas e onerosas recepções, onde imperam o bom gosto, a estonteante decoração, com bolos e docinhos artisticamente expostos, vinho e uísque da melhor procedência, contudo, todos ensurdecedoramente barulhentos, exigindo mesmo protetores auriculares para evitar (ou retardar) a surdez.
Deles voltamos quase sempre roucos de tanto falar alto ou moucos de tão pouco ouvir. Não adianta perguntar algo a alguém a quem ali dissemos ou gritamos alguma coisa, pois este responderá não ter ouvido bem.
Para (Michel Eyquem de) Montaigne (1533-1599) – criador do gênero ensaio em Literatura – o exercício mais frutífero e natural da mente é a conversa, e afirmou, se pudesse escolher, perderia a visão ou a fala, mas nunca a audição. Hoje, seguramente, já teria perdido as duas últimas nos retumbantes bufês de Fortaleza. O famoso pensador francês aludia ao bate-papo, à charla, ao “cavaco” dos portugueses, à “causerie”, dos franceses, ao “chat” dos americanos, ao “Plauderei” dos alemães.
Sabe-se que nos ouvidos, as células ciliares órgão de Corti (anatomista italiano) só podem suportar sons até 85 dB (decibéis) ou 4000 Hz (Hertz). E já foi decibelicamente constatado que uma banda de rock atinge 100 dB, imaginem, superiores a uma pista de aeroporto, mesmo com tampões auriculares, tamanho seu barulho, seu clangoroso alarido.
Segundo o professor Sebastião Diógenes, da Faculdade de Medicina da UFC, figura solar da Otorrinolaringologia nacional, as audições repetidas superiores a 85 dB, por várias horas – como demoramos nesses bufês – começam a produzir surdez, cujo sintoma inicial é o zumbido permanente; seguem-se as laringites, os nódulos nas cordas vocais, a rouquidão crônica. Junte-se a hipertensão arterial, e os distúrbios hormonais.
A estes efeitos do som alto, soma-se o nível também acusticamente elevado da pressão sobre os ouvidos, em ambientes fechados, como quase todos os bufês. Acresce que estudiosos da ótica no homem estão especulando acerca da impotência sexual por mecanismos labirínticos ainda pouco conhecidos.
O barulho altissonante lembra-me uma sentença que vi inscrita no mármore do Anfiteatro de Anatomia da Faculdade de Medicina de Heildelberg, perpetrada pelo poeta (Friedrich Johann Christof von) Schiller (1759-1805): “Onde há muito barulho não impera a clareza”.
O título deste artigo reconhece, portanto, uma das chamadas doenças da civilização: a insensurdez, e os seus malefícios acima descritos. Não obstante, mercê das excelências mencionadas, os bifês continuam sendo um bom lugar para surdo-mudos. Mas, cuidado, pois, tampem ou tapem bem os ouvidos da próxima vez!
(*) Médico e presidente da Academia Cearense de Letras
Fonte: O Povo, Opinião, de 27/04/2011.

sábado, 17 de dezembro de 2011

FLAGRANTES DA SESSÃO SOLENE DE CONCLUSÃO DE MEDICINA DA UECE - 2011

Alguns flashes da solenidade de conclusão da quarta turma de Medicina da Uece de 2011.

(Créditos fotográficos da Profa. Paula Frassinetti Fernandes).

Mesa diretora presidida pelo Prof. Dr. José Jackson Coelho Sampaio.

Prof. Jackson Sampaio profere discurso como orador docente.

O concludente Jussiê Correia discursa como orador docente.

João Hiluy conduz a leitura do Juramento de Hipócrates.

Vista parcial da audiência que se fez presente no evento.
Prof. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Docente do Curso de Medicina-Uece

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

UECE FORMA SUA QUARTA TURMA DE MEDICINA


Flash dos concludentes de Medicina da Uece de 2011, ao término da cerimônia de conclusão do curso.

Flash de alguns docentes, ao término da cerimônia de conclusão do curso de Medicina da Uece de 2011.
A Universidade Estadual do Ceará (UECE) realizou na última quinta-feira, dia 15 de dezembro, às 20h, no Auditório Central da Uece, uma sessão solene de conclusão do curso de Medicina do ano 2011, com 39 concludentes.
O Reitor da UECE, professor Francisco de Assis Moura Araripe, foi representado na cerimônia pelo Prof. Dr. José Jackson Coelho Sampaio, Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, que acumulou a função de Orador Docente.
O Patrono escolhido da turma foi o Prof. José Moreira Lima, e a Paraninfa foi a dedicada pediatra e docente de práticas médicas Dra.  Maria da Conceição Alves Jucá. A nova turma recebeu o nome da professora Dra. Ivelise Cristina Canito Brasil. O Orador Discente foi o concludente Jussiê Correia e o juramentista da turma, o formando João Hiluy, que conduziu a leitura do Juramento de Hipócrates.
Os novos médicos receberam seus convidados com um concerto do Quarteto de Trombones do Ceará.
Boa parte desses novos médicos já foi aprovada nos processos seletivos da Residência Médica em diferentes especialidades, para cumprir programas em outros estados, uma vez que o processo seletivo unificado no Ceará ainda não foi realizado; outra parcela está assumindo postos de trabalho na Estratégia Saúde da Família em municípios interioranos cearenses.
Por uma questão de agenda e de trâmites burocráticos, a colação oficial acontecerá no início de janeiro de 2012.
Prof. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Docente do Curso de Medicina-Uece

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

REVISTA MedUECE 2011

Ao ensejo da Aula da Saudade da Turma 2011 do Curso de Medicina, da Universidade Estadual do Ceará (UECE), ocorrida no último dia 13 de dezembro, no La Maison Dunas, deu-se a distribuição da Revista MedUECE às pessoas que ali encontravam, para prestigiar os 39 novos médicos formados por nossa universidade.
A Revista, agora em sua quarta edição, mantém a praxe das três turmas antecedentes, de presentear o público com um veículo de comunicação, rápido e versátil, que dá visivilidade aos relatos das vivências estudantis e preserva parte da memória iconográfica dos concludentes.
Essa ideia de compor a Revista MedUECE baseou-se em experiência semelhante do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), no qual nosso filho Felipe formou-se há cinco anos, e tem sido levada por nós, a cada turma, obtendo boa receptividade entre os concludentes.
A editoração e a escolha dos textos, bem como as ilustrações são de responsabilidade dos concluintes, que recolhem as contribuições escritas por alunos e professores. Essa revista está sendo uma marca do nosso curso médico que assinala a formatura de cada turma, conquistando apoio de incontáveis leitores.
Além de incentivá-los a publicar a revista, atuamos na negociação junto à Editora Expressão e na captação de parte dos recursos financeiros necessários à impressão. Como nas edições anteriores, há um texto de nossa lavra, discorrendo sobre o nosso resultado do Enade, que oportunamente será postado neste blog.
Prof. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Docente do Curso de Medicina-Uece

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

EVENTOS DA QUARTA TURMA DE MEDICINA DA UECE - 2011

Nesta semana, transcorrem alguns eventos comemorativos da quarta turma de médicos Universidade Estadual do Ceará. Na segunda-feira (12/12/11), às 20 horas, aconteceu a Missa em Ação de Graças, na Igreja da Glória; ontem (13/12/11), pela manhã, deu-se o descerramento da placa da turma, que foi afixada no prédio da Coordenação do Curso de Medicina, e à noite, houve a Aula da Saudade, pronunciada pelo Prof. Francisco José da Costa Eleutério, um momento de real enlevo e congraçamento, entre docentes e discentes. Na ocasião, os alunos entregaram uma placa a cada homenageado, e fizeram a distribuição da Revista MedUece, número 4.
Hoje, será uma noite de encontro reservada apenas aos formandos; amanhã, às 19 horas, no Auditório Central da Uece, haverá uma sessão solene de conclusão do curso, revestida de pompas e circunstâncias, quando os novéis médicos prestarão o Juramento de Hipócrates, e serão proferidos os discursos oficiais. Na sexta-feira, à noite, terá o Baile de Formatura.
Prof. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Docente do Curso de Medicina-Uece

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

MISERICÓRDIA

Pedro Henrique Saraiva Leão (*)
Deriva de miserere (tem piedade), como se lê no Salmo 50:1, na tradução da vulgata, e compõe-se do verbo misereo (ter pena), e cor (coração). Antigamente a Igreja Católica considerava a doença uma consequência do pecado, e cuidar dos doentes uma caridade cristã. Esse sentimento inspirou a criação dos hospitais da misericórdia entre ele a Santa Maria Nuova (Florença, 1280). Fabiola, rica romana, teria iniciado esses lazaretos. Basicamente, tais pias instituições proviam abrigo e alimento para viúvas, velhos, órfãos e pobres. Eram realmente mais “hospitéis”, como aqui mencionamos em 22/06/2011 (Hospital Haroldo Juaçaba).
A história igualmente aponta dona Leonor de Lencastre como fundadora (1498) da primeira Santa Casa do mundo, em Portugal.
Enquanto os memorialistas discutem a origem desses valetudinaria (hospitais e enfermarias), por certo foram as mulheres criadoras da base da Enfermagem, e fundamental sua participação altruística, desde as Irmãs Católicas de Caridade, na Irlanda (1831). Algumas dessas diaconisas, pois votadas a práticas piedosas ficaram famosas: Florence Nightingale (1820-1910), Elizabeth Fry, Mary Seacole, Dorothea Dix, Clara Barton. Tamanha continua sua influência que o primeiro hospital para cuidados paliativos em doentes terminais foi instalado pela médica Cecily Saunders, em Londres, 1967, e no Brasil por Maria Gorete Marciel, São Paulo, 2002 (ver meu artigo Ame e deixe morrer publicado em 13/05/2009).
Todas estas considerações ocorreram-me para registrar os 150 anos da Santa Casa da Misericórdia, no Ideal Clube, no último dia 23, em festa financiada por seus amigos.
A irmandade beneficente daquele sesquicentenário nosocômio – precursor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Ceará – foi fundada, onde permanece, a 12 de fevereiro de 1861. Alimentou-se das 14 obras espirituais e corporais mencionadas no evangelho de São Mateus, (25: 35/40).
Com as mesmas filantrópicas intenções, e idênticas limitações financeiras, integrou-se igualmente ao ensino e treinamento de pós-graduação médica no Ceará.
Na mitologia grega, Argos tinha 100 olhos no corpo. Curiosamente, toda a longa história (1861-2011) daquela Casa santa foi vista e anotada por um de seus fiéis médicos, o falecido Argos Vasconcelos, em livro editado aqui (1994), pela Gráfica Batista.
Merecendo reedição, o livro revela seu amor àquelas enfermarias, onde trabalhou por 42 anos, sobre ser referência obrigatória para a história da saúde neste Estado.
Parabenizo seus dirigentes e mantenedores, agradecendo-lhes a Medalha do Sesquicentenário, a mim também gentilmente outorgada, àquela noite.
À todos formulo Feliz Natal, com mais misericórdia no Ano Novo!
(*) Médico e presidente da Academia Cearense de Letras
Fonte: O Povo, Opinião, de 7/12/2011.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

AO MENOS DEIXEM OS PREGOS

Percival Puggina (*)
Reafirmo meu pessimismo: mais cedo ou mais tarde, como vem ocorrendo com todas as teses provenientes desses segmentos ideológicos e políticos, os crucifixos serão arrancados das paredes. E o resíduo cultural cristão ainda persistente continuará cedendo lugar a um humanismo desumano, destituído de alma e avesso a Deus. Avesso ao Deus cuja proteção é invocada na Constituição. Não guardo ilusões. Quando se encontra com a omissão de muitos e a ingênua tolice de outros tantos, a malícia passa por cima e impõe o que pretende com quase nenhuma resistência.
Aparentemente é uma questão simples. Afinal, se o Estado é laico, os espaços públicos ou sob responsabilidade do Estado não deveriam ser isentos de qualquer religiosidade, como banheiros de estação? O crucifixo, na parede de uma repartição, seria, nessa perspectiva, um atropelo à equidade, um agravo à Constituição e à Justiça. Remova-se, então. Mas tenha-se a coragem de assumir perante a história o registro do que foi feito: preserve-se o prego! Preserve-se o prego para que todos reconheçam o extraordinário serviço prestado. Para que todos saibam que ali havia um crucifixo, e que ele foi removido por abusivo, ofensivo, intolerável às almas sensíveis que, em nome da Justiça, se mobilizaram contra ele.
Observe de onde procedem os ataques aos crucifixos. Nem todos os que tocam nessas bandas são contra os crucifixos e nem todos o são por malícia. Mas todos os que se opõem aos crucifixos tocam nessas bandas. Tocam numa certa esquerda e numa certa direita. Ajudam-se mutuamente no processo de destruição dos valores. A cara da utopia da igualdade é o focinho da utopia da liberdade sem limites. Quando discorrem sobre seus motivos em relação aos crucifixos, transmitem a ideia de estarem jungidas a um imperativo constitucional - o Estado, mesmo não sendo ateu, é laico. Não tem religião própria. E os ingênuos abanam a cabeça em concordância: afinal, se há lugar para um crucifixo, por que não revestir as paredes com os símbolos de todas as outras religiões e crenças existentes? Ou tem para todos, ou não tem para ninguém. Com tanta coisa contra que lutar, escalam como adversário Jesus de Nazaré...
O crucifixo na parede da repartição não é peça publicitária. Não é elemento de proselitismo religioso. Não transforma o espaço em local de culto. É referência a um patrimônio de valores universais sem similar na iconografia humana: amor a Deus e ao próximo mesmo se inimigo, solidariedade, justiça, misericórdia, paz. Se tirar o crucifixo, fica o prego.
Por outro lado, percebam todos ou não, a mobilização pela remoção é apenas mais um ato da longa empreitada do relativismo, do hedonismo e do materialismo visando à deliberada destruição das bases da civilização ocidental. Apenas mais um gesto. Querem a prova? O mesmo argumento que pretende a remoção do crucifixo (o mesmíssimo argumento!) quer silenciar os cristãos sempre que se debatem aspectos morais de propostas legislativas ou decisões judiciais. "O estado é laico e os argumentos baseados numa moral de origem religiosa não podem ser admitidos!", proclamam com enfatuada sabedoria. Ou seja, admitem-se nos debates as opiniões de ateus, de movimentos sociais, de sindicatos, de homossexuais, de partidos políticos, de endinheiradas ONGs, do que for. Admitem-se opiniões do Além, psicografadas. Vale, até, opinião de quem não tem moral alguma. Mas não se toleram opiniões coincidentes ou fundadas na moral cristã. Pasmem os leitores: com esses argumentos de almanaque, com essa lógica de gibi, se consideram gênios da retórica, porta-estandartes da equidade. E não faltam ingênuos para aderir a essa conversa mole!
No entanto, saibam quantos lerem este artigo: o comunismo, ao refletir sobre suas dificuldades para expandir-se na Europa Ocidental, concluiu que seus maiores obstáculos estavam propostos pelas bases cristãs da cultura vigente. Desde então tem sido o que se viu. E só não percebe quem não se importa em servir de pomba para a refeição dos gaviões.
(*) Percival Puggina é arquiteto, empresário, escritor, titular do site http://www.puggina.org/, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país; autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões.
Fonte: Percival Puggina  - Pastoral da Comunicação. Quinta-Feira, 10/11/2011.

domingo, 11 de dezembro de 2011

NATAL DA ACADEMIA CEARENSE DE MEDICINA - 2011

A Academia Cearense de Medicina, como faz anualmente, realizou a sua confraternização natalina. O evento aconteceu na noite de ontem (10/12/11), no Hotel Sonata de Iracema, e contou com a participação de expressivo número de acadêmicos titulares; a maioria deles fez-se acompanhar de seus diletos cônjuges.
A destacar na celebração, a bela saudação natalina, proferida pelo novel acadêmico Janedson Baima Bezerra, plena de espiritualidade e com reflexões partidas do imo d’alma.
Acompanhada pelo Acad. Alberto Lima, ao violão, a soprano Graça Roriz Fonteles, esposa do Acad. Manassés Fonteles, fez um recital de canções natalinas.
À frente da organização, esteve o diligente confrade Vladimir Távora, que brindou a todos com um CD de músicas da Orquestra de Mantovani.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Academia Cearense de Medicina

sábado, 10 de dezembro de 2011

LANÇAMENTO DE “LITERAPIA” – Nº 20


Foi lançado, em novembro passado, o número 20 da Revista Literapia. Como sempre, mercê do empenho do seu editor Pedro Henrique Saraiva Leão, atual presidente da Academia Cearense de Letras, a revista traz um salutar alívio ao público cearense, tão sofrido de carências literárias.
Nela, observa-se a harmonia entre a qualidade dos textos selecionados, criteriosamente, pelo editor, e o apuro gráfico da impressão, sob os diligentes cuidados do Prof. Geraldo Jesuíno, o grande mestre do design cearense.
Participo, desse número, com o artigo intitulado: “Médicos que escrevem nos jornais cearenses” (p.65-6).
Sobre a obra, vale a pena ler a apreciação crítica de Audifax Rios, sob o título “Um santo remédio”, publicada In: O Povo, de 25/11/11, Vida & Arte, p.2

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

CONVITE LANÇAMENTO DE “DE CLÓVIS PARA AMÉLIA”


A Universidade Estadual Vale do Acaraú e a Academia Sobralense de Estudos e Letras convidam para a noite de autógrafos de “De Clóvis para Amélia”.
A obra, organizada por José Luís Lira, reúne a correspondência do jurista Clóvis Bevilaqua para sua esposa, a escritora Amélia de Freitas Bevilaqua.
O livro e o organizador serão apresentados pelo jornalista Cid Sabóia de Carvalho, professor aposentado da UFC e ilustre membro da Academia Cearense de Letras, da Academia Cearense de Retórica e da Academia Fortalezense de Letras.
Data: 9 de dezembro de 2011 (sexta-feira), às 18h30.
Local: Academia Cearense de Letras – Rua do Rosário, 1 – Centro - Fortaleza.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

ANA MARGARIDA ROSEMBERG ESTREIA NA BLOGOSFERA


É com alegria que anuncio a chegada de mais um médico cearense na Blogosfera. Trata-se da minha amiga Ana Margarida Rosemberg, médica e historiadora, integrante dos quadros da Sobrames/CE.
Agora, o grande público terá acesso à sua preciosa produção literária, em prosa e em verso, que tanto encanta seus admiradores.
Uma mostra do que já ela postou, em seus primeiros dias de funcionamento, oferece bem uma boa visão prévia do que teremos a contar sobre os seus escritos.
O endereço do blog é: http://anamargarida-memorias.blogspot.com
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Médico da Turma José Carlos Ribeiro

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O QUE É VIVER BEM?

Por Cora Coralina
Um repórter perguntou a CORA CORALINA (poeta que viveu até 95 anos): - o que é viver bem? Ela disse-lhe:
Eu não tenho medo dos anos e não penso em velhice. E digo prá você: não pense. Nunca diga estou envelhecendo ou estou ficando velha. Eu não digo. Eu não digo que estou ouvindo pouco. É claro que quando preciso de ajuda, eu digo que preciso. Procuro sempre ler e estar atualizada com os fatos e isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida. O melhor roteiro é ler e praticar o que lê. O bom é produzir sempre e não dormir de dia. Também não diga prá você que está ficando esquecida, porque assim você fica mais. Nunca digo que estou doente, digo sempre: estou ótima. Eu não digo nunca que estou cansada. Nada de palavra negativa. Quanto mais você diz estar ficando cansada e esquecida, mais esquecida fica. Você vai se convencendo daquilo e convence os outros. Então silêncio! Sei que tenho muitos anos. Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velha não. Você acha que eu sou? Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes. O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade. Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça.
Digo o que penso, com esperança.
Penso no que faço, com fé.
Faço o que devo fazer, com amor.
Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende.
 

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