segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O BRASIL ANEDÓTICO LVII


CONSELHO DE MESTRE

Contada pelo deputado Luís Domingues ao colecionador.

Ao chegar ao Rio de Janeiro em 1886, Luiz Domingues, que foi presidente do Maranhão, e deputado federal, procurou Cotegipe a fim de entregar-lhe uma carta de recomendação. O velho estadista deu-lhe alguns conselhos, e, à despedida, acentuou:

- Meu filho, procure nunca ser de todos ao mesmo tempo. Dizem que, "quem não tem vergonha todo o mundo é seu"; a verdade, porém, é que, quem não tem vergonha, é que é de todo o mundo.

OS ÚLTIMOS MALCRIADOS

Alberto Rangel - "Pedro I e a Marquesa de Santos", pág. 41.

Chegado do estrangeiro, onde se havia demorado, o Visconde de Barbacena, foi ao palácio de São Cristóvão visitar o Imperador. E um dos primeiros cuidados deste, com a amizade que votava ao discreto titular, foi mostrar-lhe o Príncipe Imperial, que seria Pedro II e andava apenas pelos dois anos de idade.

- Este - disse-lhe o soberano, agradando o pirralho; - este será bem educado; hás de ver.

E como quem se conhece:

- Eu e o mano Miguel havemos de ser os últimos malcriados da família!

A ABDICAÇÃO DE PEDRO I

J.M. de Macedo - "Ano Biográfico", vol. III, pág. 232.

Os fatos desenrolados na noite de 6 para 7 de abril de 1831 puseram em relevo todas as qualidades de energia e de orgulho do primeiro Imperador do Brasil. Formada no Campo de Santana, a guarnição da capital exigia a reintegração do ministério de 20 de março, demitido na véspera. Passava e meia-noite quando o brigadeiro Lima e Silva, comandante das armas, despachou para S. Cristóvão o major Miguel de Frias, pedindo a Sua Majestade que cedesse à vontade do povo e da tropa.

- O mesmo ministério, de forma alguma! - declarou, peremptório, Pedro I, ao ouvir o emissário. - Isso é contra a minha honra e contra a Constituição. Antes abdicar. Antes a morte!

Refletiu, porém, um instante, pediu ao oficial que esperasse, e, entrando para um compartimento próximo, voltou, momentos depois, com um papel na mão.

- Aqui tem a minha abdicação, - declarou, entre a surpresa dos presentes, entregando ao major Frias a folha de papel.

E comovido, entre o silêncio de todos:

- Desejo que sejam felizes. Eu me retiro para a Europa, e deixo um país que sempre amei, e tanto amo!

Eram duas horas da manhã.

A FAMILIARIDADE DE FLORIANO

Serzedelo Correia - "Páginas do Passado", pág. 41.

Na noite em que Deodoro assinou o decreto dissolvendo o Congresso, Serzedelo Correia, informado disso, às onze horas, pelo deputado Urbano Marcondes, correu a comunicar o fato a Floriano, que morava, então, em Santa Alexandrina. Ao bater na porta, em companhia de Sampaio Ferraz e Aníbal Falcão, que encontrara tomando cognac, no Café de Londres, acorreu do fundo da casa quase às escuras a ordenança do futuro consolidador.

- O marechal está acordado ? - indagou.

- Está.

- Vai dizer-lhe que o tenente-coronel Serzedelo precisa falar-lhe.

Entraram os três.

Floriano recebeu-os na sala de jantar, em ceroulas, com um candeeiro na mão.

Fonte: Humberto de Campos. O Brasil Anedótico (1927).

domingo, 29 de setembro de 2013

Ignorância Histórica Presidencial


Lula, o nosso "ex-comandante", fez uma declaração "histórica", recentemente, na posse de diretores do Sebrae:

"Temos que reconhecer que a situação é delicada, e que essa crise é, possivelmente, maior que a crise de 1929. E temos que reconhecer que o Roosevelt só conseguiu resolver a crise de 29 por causa da II Guerra Mundial.

Como não queremos guerra, queremos paz, nós vamos ter que ter mais ousadia, mais sinceridade, mais inteligência, porque... eu não admito que, uma guerra, para resolver um problema econômico, tenha 6 milhões de mortos".

COMENTÁRIOS PERTINENTES S/REGISTROS HISTÓRICOS:

1. A Segunda Guerra Mundial não teve absolutamente nada a ver com a crise americana de 1929;

2. a Segunda Guerra Mundial foi motivada pelas condições impostas à Alemanha pelos vencedores da Primeira Guerra Mundial, que durou de 1914 a 1918;

3. a Segunda Guerra Mundial começou em 1939 e terminou em 1945 e os Estados Unidos mandou suas tropas para Europa – entrou na guerra contra a Alemanha - em 1941;

4. a Segunda Guerra Mundial encerrou com 52 milhões de mortos, quase dez vezes mais que o número que o boçal falou;

5. aeis milhões foram as vitimas do Holocausto, patrocinado pelos nazistas. O dito cujo confundiu tudo o que a assessoria dele informou (tenha paciência, não queira que a limitada massa cinzenta dele decore tudo que lhe passam);

6. em 1929, o mundo não tinha e nem imaginava o que seria uma economia globalizada;

7. o Presidente Franklin Delano Roosevelt resolveu a crise americana diminuindo custos e impostos e reduzindo drasticamente as despesas do governo. Exatamente ao contrário do que a "antológica anta" e seus ministros não fizeram e que o atual governo também não está fazendo;

8. pela declaração imbecil, Sua Excia. Metalurgíssima, Sr. Luís Inácio Lula da Silva, imagina que a crise só será extinta por meio de uma guerra mundial, mas ele, "o grande pacifista e magnânimo líder", não admitirá uma guerra mundial para que a crise seja solucionada, muito menos com 6 milhões de mortos. É mole?

E esse é o cara que atingiu 74% de popularidade...

Dá para acreditar?

Eu faço parte dos 26% que nem podem ouvir falar no nome dele e do PT & Cia, sem que fiquem com o estômago embrulhado e com ânsias insuportáveis...

DEUS SALVE A NOSSA PÁTRIA!

Fonte: Internet (circulando por e-mail).

NÚMERO SEXUAL


- Você sabe qual é o número que tem o maior poder sexual?

- 69?

- Não...

- 69, aliás, é como apartamento no centro (aposição até que é boa, mas a vista ...)

- Então... Seria o 24 (veado no jogo do bicho)?

- Não...

- Seria o 11 (um atrás do outro)? ... as bibas adora, mas...

- Também não.

- Então, qual é o número com o maior poder sexual?

Resposta:

-É o 13.

Você, que digitou esse número na urna eletrônica, conseguiu f.... cerca de duzentos milhões de uma só vez

Fonte: Internet (circulando por e-mail).

sábado, 28 de setembro de 2013

OS SANTINHOS DE ANTIGAMENTE



Meninos e meninas da metade do século passado, essas, especialmente, recebiam uma educação doméstica, em que pesava um forte conteúdo de formação cristã.
Não raro, as garotas eram matriculadas em escolas religiosas, onde aprendiam de tudo sobre a Santa Madre Igreja. Ali exercitavam os mandamentos de Cristo, cultivavam os dons espirituais, freqüentavam missas, rezavam ladainhas, sempre glorificando o Pai, autor de todas as maravilhas encontradas na terra.
Ao se porem moças, as meninas de antigamente costumavam mandar mensagens às colegas, através de santinhos, escrevendo no verso frases de efeito, como esta: “Quando vires a tarde triste e o céu querendo chover, lembra-te que são meus olhos, que choram por não te ver”; ou esta: “Tenha-me na lembrança, como eu te tenho no coração”. Nos dias atuais, esses “oferecimentos” poderiam até ser vistos de uma forma “suspeita”, por conta da maledicência. Entretanto, eles eram puros, inocentes, ingênuos sem qualquer traço de pecado.
É interessante destacar que a qualidade desses “santinhos “, denunciava o nível social de quem os usava para suas dedicatórias. Por exemplo: no Colégio da Imaculada Conceição, frequentado pelas classes alta e média-alta de Fortaleza, havia quem fizesse uso desse “brindes”, trazidos da Europa, muitas vezes com inscrições em francês e/ou mesmo em latim. Enquanto isso, nos estabelecimentos públicos, igual costume de se comunicar era verificado, só que ao invés dos “santinhos” made in France, eram utilizados os que serviam de propaganda da Pomada Minâncora. O efeito, nos dois casos, não era diferente: comunicação feita, pensamento exteriorizado e alegria recíproca entre “dar e receber”.
Um fato digno de registro era a preferência que se dava aos “santinhos”, com a imagem de Maria, talvez pela identificação do gênero. Era comum que eles trouxessem invocações à Santa Mãe de Jesus, sempre pondo em realce a sua misericordiosa proteção. Essas singelas ofertas, se trazidas da França, eram guardadas como verdadeiras relíquias. Tais preciosidades atravessaram décadas, chegando ao século XXI intactas, denunciando o refinamento de uma época em que a sociedade primava pelos bons costumes, sem se ater ao mundanismo que hoje impera.
As famílias, note-se bem, já não educam seus filhos dentro de uma linha cristã (há exceções, obviamente). As mães, da mesma forma, já não seguem o exemplo de Maria, reservando mais tempo para si, em detrimento da assistência aos filhos, carentes de amparo, principalmente nas questões emocionais. Perde-se, pois, mais tempo com as coisas materiais, do que com as relacionadas ao espírito (há mães, entretanto, que contrariam a regra geral). O que de mais importante há, nesses “santinhos”, não é o seu valor histórico, mas a denúncia que ele sugere na mudança de hábitos culturais.
A garotada deixou de usá-los, como veículos de comunicação, até se chegar ao ponto de a “galera” do novo século ter adotado novas formas de mensagens. Agora, tudo tem a ver com internet, msn, facebook, blog, I-pad e por aí vai. Com isso, vão se perdendo os referenciais da boa escrita, e o que é pior, ficam todos expostos nas redes sociais, sinalizando perigos em grande parte dos relacionamentos.
Que tal dar um retorno às origens? Ainda é tempo de experimentar a vida, sem maquiagem. Mesmo que se diga hoje, com frequência, “Maria, passa na frente”, seria oportuno, também voltar à era dos “santinhos”, deixando escrito, no seu verso, a dedicatória que qualquer pessoa de fé faria, para uma pessoa amiga: “Que Maria te proteja. Seja feliz”!
Elsie Studart Gurgel de Oliveira
Escritora e memorialista.
.
Nota: Com este artigo, publicado, originalmente, em O Povo, no Jornal do Leitor, de 27 de abril de 2012, a SMSL rende homenagem póstuma a Elsie Studart, recentemente

SEREIA DE OURO PARA ZÉLIA ROUQUAYROL



Em noite de gala, o Grupo Edson Queiroz agraciou os quatro homenageados com o seu prestigiado troféu Sereia de Ouro, em solenidade ocorrida em 27 de setembro de 2013, no Theatro José de Alencar. A premiação deste ano foi conferida ao empresário Antenor Barros Leal Filho, ao médico Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho (Dr. Cabeto), à pesquisadora Zélia Rouquayrol e ao ministro Raul Araújo Filho.
A Profa. Maria Zélia Rouquayrol, estrela de primeira grandeza da Saúde Pública cearense, muito tem contribuído para o ensino da Epidemiologia no Brasil, fomentando a formação de epidemiologistas, atuantes na pesquisa e nos serviços de saúde do País. À conta dos seus méritos, que não são poucos, diga-se de passagem, tem sido ela alvo do justo reconhecimento de seus pares e das instituições públicas, para as quais emprestou o melhor do seu labor, pelo que deve ser ainda mais dignificada, considerando o seu alto valor profissional e humano.
Senti-me honrado por figurar entre os sanitaristas cearenses que deram depoimentos na mídia local sobre a insigne mestra e por presenciar tão importante acontecimento, deveras reconhecedor para quem, como a amiga Zélia, emprestou valiosas contribuições à Saúde Pública brasileira.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular da Uece

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A BABOSEIRA NA ONU



Fernando Rodrigues (*)
BRASÍLIA - Adolescente e trotskista, um dia já enxerguei beleza na Declaração Universal dos Direitos Humanos, um dos pilares da ONU. Foi quando um amigo mais velho do partidão, cheio de sarcasmo, disse: "Não seja ingênuo. A ONU é uma ficção. Não serve para nada. Quem manda lá são os EUA e seus satélites".
Anos depois, já como correspondente da Folha em Nova York, em 1988, trabalhei em uma pequena sala que servia de escritório para o jornal dentro do prédio principal da ONU. Convivi com diplomatas e funcionários públicos mundiais por algum tempo. Ineficiência e inutilidade são as duas palavras que me ocorrem para definir o que presenciei de perto.
Paulo Francis, meu chefe à época em Nova York, desdenhava a ONU de maneira ferina. "É um cabide de empregos para vagabundos desfilarem de sarongue para cima e para baixo", dizia ele. Descontado o preconceito, Francis tinha uma certa razão.
Lembrei-me disso ontem ao assistir ao discurso da presidente Dilma Rousseff na ONU. Ela falou contra a espionagem dos EUA no Brasil. Anunciou "propostas para o estabelecimento de um marco civil multilateral para a governança e uso da internet" em nível mundial visando a "uma efetiva proteção dos dados".
Quase tive um ataque de narcolepsia só de pensar em como tramitaria tal ideia dentro da ONU. A chance de algo efetivo prosperar ali dentro é menor do que zero.
Dilma faria melhor se buscasse equipar o Brasil contra ataques cibernéticos. A presidente faz o oposto. Engavetou um projeto de Política Nacional de Inteligência que cria diretrizes para o Estado brasileiro se prevenir de ações de espionagem. O texto está pronto e parado, no Planalto, desde novembro de 2010.
É mais fácil ler um discurso feito pelo marqueteiro no teleprompter na ONU do que trabalhar duro em casa. Para azar de Dilma, é possível perceber a distância entre o que ela fala e o que de fato faz.
(*) Fernando Rodrigues é repórter em Brasília. Na Folha, foi editor de "Economia" (hoje "Mercado"), correspondente em Nova York, Washington e Tóquio. Recebeu quatro Prêmios Esso (1997, 2002, 2003 e 2006). Escreve quartas e sábados na versão impressa Página A2.
Fonte: Folha de São Paulo, de 25/09/2013.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

AINDA EXISTEM MÉDICOS EM CURITIBA



Milton Simon Pires (*)
Ontem, dia 24 de setembro, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Paraná, Alexandre Gustavo Bley, renunciou ao cargo. Ele o fez por acreditar, com toda razão, não ser digno de um médico – muito menos de um presidente de CRM – prestar-se ao vil papel de reconhecer à força, obrigado por uma medida provisória, o exercício ilegal da medicina no Brasil.
O ato protagonizado por Alexandre transcende a questão da medida provisória 621. Ele vai muito além da ética médica pois prova que esta, como código deontológico de uma profissão, subordina-se a algo muito maior e faz lembrar que a verdadeira coerência das boas ações ajusta-se a um imperativo moral que não se restringe a determinados grupos. Não é só como presidente do CRM ou como médico que seu ato é – como se diz em direito – forte. Define-se desta maneira, antes de tudo, por ser atitude plena de um cidadão de bem que, submete-se antes de tudo à Constituição Federal e ao ordenamento jurídico da Nação ao invés dos interesses políticos que caracterizam os ex-médicos capazes de formar fila com um governo corrupto.
Cada vez que um paciente se enfurece com a demora ou com as conclusões de um atendimento, uma das frases mais frequentemente escutadas pelos médicos, adoradas pela imprensa, discutida pelos polemistas de plantão é “onde está seu juramento, Doutor?” Pois bem, afirmo eu que “nunca antes na história desse país” teve a população e boa parte da “imprensa do B” oportunidade tão grande de saber “onde está nosso juramento”. Todo pudor, toda vergonha, todo respeito e verdadeira dignidade médica (não essa de Facebook) está na renúncia de Bley. É nela que reside a verdade do juramento. Nela deveriam inspirar-se os demais presidentes dos Conselhos Regionais – não só de Medicina, mas também os de Engenharia, Arquitetura, Odontologia, Veterinária, a Ordem dos Advogados do Brasil... Sabem vocês o porquê? Porque quando aos justos e decentes nada mais resta possível fazer no combate contra o mal existe ainda uma atitude derradeira a ser tomada, uma obrigação das pessoas de bem capazes de colocar qualquer interesse pessoal ou de classe no seu devido lugar e ser coerente com a própria consciência e o seu passado – afastar-se do mal, e não legitimá-lo como vencedor de uma luta que jamais deveria ter acontecido! Esse ato de renúncia ao interesse próprio, de desapego ao poder, de fidelidade a algo maior é a verdadeira característica dos notáveis. É isso o sinal capaz de distinguir entre a população o verdadeiro líder e separar da ralé aquele que sabe que a caridade se pratica em silêncio, que a bondade de se faz de maneira individual e sem a demagogia dos canalhas que alardeiam a necessidade do bem comum.
Há meses a classe médica brasileira vem sendo esmagada, humilhada, afrontada pelo governo federal e submetida ao escárnio perante à opinião pública. De toda as atitudes até aqui tomadas pelos conselhos regionais, sindicatos e federações afirmo eu que nenhuma teve sobre os verdadeiros médicos brasileiros aquela da renúncia de Bley. Constitui-se, no seu sacrifício, uma resposta inesquecível aos relativistas de plantão, aos apóstolos do óbvio e aos profetas da “moderação”. Nada há que se corrigir na carta de renúncia do presidente do CRM do Paraná. Isolada num país que já não acredita em verdade alguma que não lhe seja imediatamente útil, a mensagem ali deixada é uma lição de civismo, de cidadania e respeito à Constituição Federal. Toffoli e Lewandowski deveriam dormir com cópias dela sob seus travesseiros – o primeiro para aprender alguma coisa e o segundo para lembrar do que jurou defender.
Certa vez, Frederico II,“o Grande”, rei da Prússia, um exemplo de “déspota esclarecido”, resolveu construir um palácio de verão em Potsdam, próximo a Berlim. O rei escolheu a encosta de uma colina, onde já se elevava um moinho de vento, o Moinho de Sans-Souci, e resolveu chamar seu palácio do mesmo modo (Sans-Souci significa “sem preocupação”).Mais tarde, porém, o rei resolveu aumentar seu castelo e, um dia, incomodado pelo moinho que o impedia de ampliar uma ala, decidiu comprá-lo, ao que o moleiro recusou, argumentando que não poderia vender sua casa, onde seu pai havia falecido e seus filhos haveriam de nascer. O rei insistiu, dizendo que, se quisesse, poderia simplesmente lhe tomar a propriedade. Nesse momento o moleiro teria dito a famosa frase: “Como se não houvesse juízes em Berlim!”
Não sei se ainda existem juízes em Brasília, mas ainda existem médicos de verdade em Curitiba.
(Dedicado ao colega Alexandre Bley.)
Porto Alegre, 25 de setembro de 2013.
(*) É médico cardiologista.
Fonte: midiasemmascara.org.br

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

EXPOSIÇÃO: A Enfermagem e as Artes Plásticas



O Departamento de Enfermagem da FFOE e o Museu de Arte da UFC convidam para a abertura da Exposição “A Enfermagem e as Artes Plásticas – Século XVI ao Século XXI”, que acontece hoje, dia 25/09/13, às 17h, na sede do MAUC, à Av. da Universidade, 2.854.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

ALGUNS PENSAMENTOS DE ZILDA ARNS



“O futuro da paz depende de nós cuidarmos agora do bem-estar de todos.”
“Amar é acolher, é compreender, é fazer o outro crescer.”
“O trabalho social precisa de mobilização das forças. Cada um colabora com aquilo que sabe fazer ou com o que tem para oferecer. Deste modo, fortalece-se o tecido que sustenta a ação e cada um sente que é uma célula de transformação do país.”
“Indispensável relacionar saúde com educação.”
“O fato de ela [a mulher] ser gestante de um embrião não lhe possibilita qualquer ação que possa prejudicar a vida dele.”
“Nunca se deve complicar o que pode ser feito de maneira simples.”
“Eu tinha certeza que seria um trabalho fantástico ensinar as mães, as famílias a cuidarem bem dos filhos.”
Fonte: Boa Notícia / Pastoral da Comunicação. Sexta-Feira, 13/2/2012.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

SER DE DIREITA OU DE ESQUERDA



Meraldo Zisman (*)
Após a falência das grandes narrativas ideológicas, a pergunta: Você é de direita ou de esquerda? perdeu o significado. Mesmo assim acredito que a resposta merece uma perquirição. No mínimo um grande recuo histórico de mais de dois séculos.
Que seria do termo ser de direita ou ser de esquerda se os representantes antimonárquicos não se tivessem sentado à esquerda na primeira reunião da Assembleia dos Estados Gerais, nos idos de 1789? E como seria se assentar à direita ou à esquerda fosse consequência de qualquer razão objetal (termo psicanalítico).
O que importa é o sentido político de ser a favor do poder vigente (seja do clero, das classes aristocráticas ou de um governo ‘popular’). A maioria dos que se sentaram à direita na Assembleia dos Estados Gerais, era a favor dos privilégios clérigos-aristocráticos, enquanto os sentados à esquerda defendiam o direito das classes trabalhadoras ou camponesas.
Quem se senta à direita, desde então, passou a ser considerado defensor do conservadorismo, do Poder estabelecido. A direita é o lado correto, desde quando o filósofo “Platão” (Atenas 428/427 – Atenas, 348/347 A.C.) escreveu na sua República: os justos devem ascender pelo lado direito, pois é frequente considerar o lado direito como o lado bom; até o Bom Ladrão foi crucificado à direita de Jesus.
No século XIX e XX, acontece uma valorização do lado esquerdo, com influência do feminismo, ecos da maternidade e do período romântico. Confesso que dificilmente encontrei alguma das obras de arte de Maria alimentando o menino Jesus na mama direita. Na maioria das vezes, estava mamando a esquerda. Uns dizem que isso é porque a mama esquerda reflete os batimentos cardíacos, som que o embrião e feto ouvem com mais frequência durante o período gestacional.
Essa explicação é fruto da minha imaginação de colecionador, jamais encontrei alguma bibliografia sobre o assunto (observação de um pediatra). A tradição iconográfica e iconológica atribui à esquerda as cores da ameaça do mau.
Mesmo assim, não devemos esquecer que existem várias esquerdas e inúmeras variantes da direita: o “estado de bem estar social” ou qualquer outra designação, não foi obra exclusivamente das pessoas da direita ou da esquerda.
Churchill foi um direitista e veja como ele se comportou durante a Segunda Guerra Mundial... O importante é saber, antes de tudo, onde está situado o ponto que separa os homens da esquerda dos de direita. Sem haver algum marco divisório é geograficamente impossível classificar a posição relativa de qualquer objeto.
Quem desejar ser de esquerda ou de direita não deve esquecer que a humanidade é constituída de pessoas diferentes que têm como meta rumos diversos na vida — por sua conta e risco.
Lembro que, estou longe de defender a ausência de Estado, mas exijo que Ele garanta uma proteção mínima para todos, sejam vitoriosos ou perdedores do jogo político e não seja demasiado severo para com o lado perdedor. A vida é muito dinâmica. As ideias têm um anverso e um reverso e é quase impossível averiguar qual é o lado em que se encontra a própria realidade. Se isso é ser de direita, então eu sou de direita.
************************************
Leitura Complementary Hall, James; The sinister side: How left-right Symbolism Shaped Western Art. Oxford: Oxford University Press, 2008
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).

domingo, 22 de setembro de 2013

Tecnologia SAP R/3 - Modernizando a Paróquia



Um padre moderno assume a Paróquia da cidadezinha e resolveu agilizá-la: colocou micro no altar, no confessionário, na sacristia... Implementou uma rede a 100 mbits com switch, servidor NT com raid-5 e mirroring, intranet baseada em NC e Oracle 8 com orientação a objetos, canal de dados/voz via satélite direto com o Vaticano... Implantou o Sistema SAP R/3 que controla tudo, como o estoque de Hóstias, Controle de Casamentos, Fluxo de Caixa dos bingos, Dízimo a Receber, Obras Inacabadas, etc. No dia em que o sistema SAP para Cálculo de Penitências do confessionário entrou em produção, o padre recebe uma garota para se confessar:
- Deus te abençoe minha filha, só um instante que estou me logando...Pronto, pode falar: quais são os teus pecados?
- Padre eu pequei. Foi com meu namorado... eu tentei resistir mas...
- Vamos, filha, fale logo senão o sistema dá time-out na conexão.
- Tá bom, padre, eu deixei meu namorado beijar meus seios e... O padre, interrompendo-a, digita afobado:
- ... Bei-jar-os-sei-os ... "enter". Ok, filha, aqui diz: rezar duas Ave-Marias e pronto. Próximo....
- Não, padre, não acabei ainda...
- Então fale, filha, antes que entre a proteção de tela.
- Bom, padre, daí, ele me fez segurar seu pênis e...
- ...Se-gu-rar o pê-nis ... "enter". Bom...., reza mais três Pais Nossos e tá perdoada. Próximo....
- Não, padre, ainda tem mais...
- Então fale, filha, que daqui a pouco o banco sai do ar para o backup...
- Daí, padre, ele tirou minha calcinha e colocou metade...
- ...Co-lo-cou 1/2 p.-... "enter"... opa, deu erro! "Erro-45?".
- Vou redigitar: Co-lo-cou 1/2 p.-... e ... "enter"... 
- Opa, deu "Erro-45"de novo.
O padre pega a pasta com a documentação do sistema:
- Vamos ver: erro 40... 42... 44... tá aqui: erro 45...
Após ler a mensagem do erro, o padre pede para ela:
- Filha faz o seguinte: Volta lá com o seu namorado e pede para ele enfiar tudo, pois o SAP não aceita Fração!
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

Como Explicar O Que São Embargos Infringentes



- Pai, o que são Embargos Infringentes?
- É o seguinte, imagine que nossa casa seja um Tribunal e que quando alguém erra, é julgado e todos podem votar!
Um dia, por exemplo, o papai comete um deslize: É pego traindo sua mãe com três prostitutas.
Eu irei a julgamento. Sua mãe, a mãe dela, o pai dela, sua irmã mais velha, você e seu irmão mais velho, votam pela minha condenação. Meu pai, minha mãe, o Totó e a Mimi, nossa gatinha, votam pela minha absolvição.
- Tá pai, mas aí você é condenado, não?
- Sim, fui, aí é que entram os tais dos “Embargos Infringentes” meu filho. Como eu ganhei quatro votos a favor da minha absolvição, tenho direito a um novo julgamento.
- Mas pai, no novo julgamento todos vão votar do mesmo jeito.
- Não se eu tiver trocado a sua mãe, o pai dela e a mãe dela pelas três prostitutas...
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

sábado, 21 de setembro de 2013

AOS AMIGOS ATEUS...




Chargista: Coofa (?)
Fonte: www. mentirinhas. com.br Circulando por e-mail (internet).

SANTA MARIA GORETTI: mártir da castidade



Recordo bem, quando ainda criança de tenra idade, nos anos cinquenta, eu apreciava ver uma grande imagem disposta em um nicho no terço medial, à direita, da nave da pequena Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, em Jacarecanga, defronte à Escola de Aprendizes Marinheiros, em Fortaleza.
A imagem reproduzia uma bela jovem, de tez alva e rosto angelical, de longos cabelos pretos ondulados, trajando um simples vestido azul celeste, com alguns detalhes brancos. Ela segurava, à altura do seu peito esquerdo, um ramalhete de lírios, indicativos de suas pureza e castidade.
Era Santa Maria Goretti, cujo nome, tal como Maria de Fátima, servira de motivação para batizar tantas meninas nascidas na capital cearense, na década de 1950. Eram muitas as famílias locais que possuíam uma garota que atendia pelo prenome Maria Goretti, embora apenas fossem chamadas de Goretti.
Nos primeiros anos da década seguinte, por eu ter duas irmãs, Marta e Márcia, estudando no Ginásio Santa Maria Goretti, uma escola confessional, a história dessa santa passou a ser mais comentada em nossa família. Ela era uma adolescente que, por resistir ao assédio sexual de um rapaz, foi barbaramente assassinada, a facadas, por ele, e, mesmo assim, ainda o perdoou; também me diziam que o homicida se arrependera do crime cometido e tornara-se um frade franciscano, que era o jardineiro do convento, mas não podia celebrar missa.
Maria Resa Goretti nasceu em Corinaldo, Província de Ancona, na Itália, em 16 de outubro de 1890. Seus pais, Luigi Goretti e Assunta Carlini, como bons cristãos confiavam na Providência do Pai celestial. Eles eram camponeses empobrecidos, que foram forçados a deixar sua fazenda e trabalhar para outros fazendeiros, tendo que mudarem para Le Ferriere, em Lazio, onde passaram a viver em prédio compartilhado com a família Serenelli; a condição financeira da família viria a se agravar com a morte prematura do genitor, quando Goretti tinha apenas nove anos de idade, ficando seis filhos na orfandade.
Na tarde de 5 de julho de 1902, Alessandro Serenelli, um moço de 20 anos de idade, agindo premeditadamente, e aproveitando a situação de que Assunta Carlini estava arando a terra, tentou estuprar Maria Goretti, que rechaçou as violentas investidas do seu agressor, protestando que seria um pecado mortal o cometimento de um ato libidinoso tão execrável, sob o ponto de vista religioso e moral. Refere o Processo Canônico para sua beatificação que Maria Goretti, aquela frágil menina de doze anos incompletos, ainda encontrou forças, para lutar, a fim de preservar o tesouro mais querido de sua vida.
Tomado de ódio, por não lograr o seu intento, Alessandro Serenelli desferiu-lhe quatorze golpes de uma arma branca, fugindo, em seguida, crente de que Maria Goretti estava morta. Ela conseguiu pedir socorro, sendo acudida por vizinhos e pela própria mãe, que a levaram para o Hospital dos Irmãos de São João de Deus, em Netuno, onde foi submetida a uma laparotomia, sem qualquer anestesia.
Apesar da gravidade dos ferimentos, Maria Goretti deu provas cabais de sua santidade, perdoando o seu assassino, conclamando-o ao arrependimento, para que ele estivesse junto dela na eterna glória. Ela sofreu horrivelmente, porém nenhuma queixa partiu de seus lábios. Na noite do seu calvário, Maria recebeu no pescoço o Medalhão, com uma fita azul, da Congregação das Filhas de Maria. Então, Maria beijou a imagem da Virgem Santíssima e rezou usando as palavras que Catarina Labouré falou a Nossa Senhora: “Oh! Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.
Na manhã seguinte, domingo, 6 de julho de 1902, Maria recebeu a Sagrada Comunhão. Em sua agonia, revelou a sua conformação, afirmando que em breve encontraria a Deus, face a face. À tarde, Maria olhou carinhosamente para a imagem da Virgem Santíssima na parede de seu quarto, e sussurrou para Assunta, posicionada ao lado da cabeceira do seu leito de morte: “A Mãe Santíssima está esperando por mim”. Às 15h45min, Maria Goretti morre enquanto beija uma cruz.
Após sua morte, uma enorme manifestação pública acontece; o seu sepultamento não foi um funeral, mas, sim, um verdadeiro triunfo! Seus restos mortais repousam, desde 1926, no belo mausoléu de Zaccagnini, erigido para ela no Santuário de Nossa Senhora das Graças, em Netuno.
Canonização de Sta. Maria Goretti
Alessandro Serenelli, sob proteção policial, escapou do linchamento por populares, revoltados à conta do odioso crime perpetrado, e foi levado a julgamento, recebendo a condenação à prisão perpétua, comutada a trinta anos de prisão, por ser menor de idade, ao tempo do crime. Durante a prisão, ele declarou ter tido uma visão da mártir, oferecendo-lhe lírio, que, ao recebê-lo, se transmutou em chamas cintilantes, fato que culminou em sua conversão. Em 1936, tendo passado trinta anos encarcerado, Alexandre Serenelli ingressou em um convento capuchinho, no qual viveu o resto de seus dias, como frade contemplativo, em vida santa e penitente, vindo a falecer em 1970.
Em 27 de abril de 1947, o Papa Pio XII beatificou Maria Goretti, virgem e mártir, na Basílica de São Pedro, em Roma, em cerimônia assistida pela mãe e três dos irmãos de Maria e de pessoas de toda parte do mundo vieram render-lhe homenagem.
Em 24 de junho de 1950, Maria Goretti foi canonizada pelo Papa Pio XII, na presença de sua mãe e irmãos, e, inclusive, de Alessandro Serenelli. Para a sua canonização quarenta milagres foram atribuídos à sua intercessão. A canonização foi realizada na Praça São Pedro, em frente à Basílica de São Pedro. Uma multidão de meio milhão pessoas presenciou à celebração, na sua maioria jovens, vindos de vários países do mundo.
Maria Goretti é padroeira das adolescentes, da castidade e das “Filhas de Maria”. Ela pode servir de exemplo à juventude hodierna, em uma época de decadência moral, como o ideal de pureza e integridade espiritual.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Integrante da Sociedade Médica São Lucas
* Publicado In: Boletim Informativo da Sociedade Médica São Lucas, 9(74): 4, setembro de 2013.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

CAPES aprova duas propostas de Doutorado da UECE



A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulgou ontem, quinta-feira, dia 19, os resultados da apreciação de propostas de cursos novos de pós-graduação stricto sensu. A Universidade Estadual do Ceará (UECE) teve dois cursos de Doutorado aprovados.
Um dos cursos aprovados foi o Doutorado em Ciências Fisiológicas, com nota 4. A UECE já oferece, desde 1999, o Mestrado Acadêmico em Ciências Fisiológicas que, a partir de agora, comporá com o Doutorado o Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas.
O outro curso aprovado, também com nota 4, foi o Doutorado em Saúde Coletiva. Esse novo curso irá compor com o Mestrado Acadêmico em Saúde Pública, criado em 1994, um novo programa de pós-graduação.
Segundo o Pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa (PROPGPq), professor Jerffeson Teixeira de Souza, esse resultado é consequência do processo de consolidação e qualificação da pós-graduação da UECE. De acordo com a professora Luilma Albuquerque Gurgel, diretora de Ensino da PROPGPq, esses novos cursos terão início em 2014.
As propostas de criação de novos cursos foram analisadas durante a 149ª Reunião do Conselho Técnico-Científico da Educação Superior (CTC-ES), realizada no período de 9 a 13 de setembro, em Brasília.
Fonte: Uece / Assessoria de Comunicação.

Pré-retiro da Sociedade Médica São Lucas - 2013



A Sociedade Médica São Lucas - SMSL, entidade médica católica de evangelização entre médicos, realiza hoje, dia 21/09/13, às 8h30, no Edifício-Sede da Unimed Fortaleza, situado na Av. Santos Dumont, nº 949, o seu pré-retiro espiritual anual, tendo por pregador o padre jesuíta Ivan Dias.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Médico integrante da SMSL

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

ATITUDE ÉTICA



O atleta espanhol Ivan Fernández Anaya, de 24 anos, não venceu a prova de cross-country de Burlada, Navarra, no último dia 2, mas até hoje não para de ser cumprimentado, elogiado, aclamado pela sua atitude de fair play durante o evento.
O atleta queniano, Abel Mutai, medalha de ouro nos 3.000 m com obstáculos em Londres, estava prestes a ganhar a corrida, mas parou no local errado, pensando ter alcançado a linha de chegada.
Ivan Fernández Anaya, na segunda posição, aproximou-se e, em vez de ultrapassá-lo, alertou-o para o equívoco e conduziu-o para confirmar sua vitória.
Ivan negou-se a conquistar a prova. Ele estava a 10 metros da linha de chegada e não quis aproveitar a oportunidade para acelerar e vencer.
Gesticulando, para que o queniano compreendesse a situação e quase empurrando-o, levou-o até o fim, deixou o colega vencer a prova como iria acontecer se ele não tivesse se enganado sobre o percurso.
Ivan, que é considerado um atleta de grande futuro (campeão da Espanha nos 5.000 metros, na categoria há dois anos) ao terminar a prova, disse:Ainda que me tivessem dito que ganharia uma vaga na Seleção Espanhola para disputar o Campeonato da Europa, eu não teria me aproveitado da situação. Acho que é melhor o que eu fiz, do que se tivesse vencido nessas circunstâncias. E isso é muito importante, porque hoje em dia, tal como estão as coisas na sociedade, no futebol, na política, onde parece que vale tudo, um gesto de honestidade fica muito bem.
Muitos dias depois do ocorrido, a história continua a ser exaltada nos noticiários e nas redes sociais.
No sábado passado, no seu blog, Fernández comentou a repercussão de sua atitude, que continua a ser elogiada duas semanas depois.
"Hoje está sendo um dia especial para mim - ou melhor, muito especial - não podia imaginar que o meu gesto com Mutai chegaria aonde chegou. Estou numa autêntica nuvem, são muitos os comentários, entrevistas, reportagens sobre o sucedido. Quero agradecer a todos o que fizeram por mim", escreveu.
O que chamou a atenção de todos foi algo que deveria ser básico no ser humano, mas tem sido a exceção: honestidade, ética, solidariedade, amizade, respeito pelo outro, algo que o ser humano está perdendo.
"Eu não merecia ganhar. Fiz o que tinha de fazer", afirmou Fernández em declarações reproduzidas pelo jornal 'El País', da Espanha.
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

XENOFOBIA?



Paulo Mindêllo (*)
O programa do Governo Federal criado por meio de Medida Provisória que visa também trazer médicos do Exterior está sendo objeto de grande debate nacional. Não acho ruim a vinda desses médicos estrangeiros. Principalmente se for para irem a locais mais longínquos que não são atrativos para uma parcela de médicos brasileiros.
Analisando, serenamente, de forma equilibrada e não passional, verificamos que há questões técnicas e éticas e que a questão não pode jamais ser vista sobre a ótica da xenofobia.
Primeiramente é notório que de nada adianta, ou pouco adianta, se a ida, do médico, quer seja brasileiro ou não, não for acompanhada de uma infraestrutura adequada. Por outro lado, o respeito à legislação trabalhista e a nossa Constituição Federal são exigências do nosso país, que é democrático e que subscreveu os mais diversos tratados de respeito aos direitos dos trabalhadores.
A bolsa prevista no programa é de R$ 10.000 e, no caso dos médicos cubanos, que ganham no seu país valores que variam de US$ 25 a US$ 75, em média cerca de R$ 100, reconhece o Governo Federal que não sabe quanto ganhará cada médico cubano, pois os valores serão repassados para uma instituição, a Organização Pan-Americana de Saúde, que, por sua vez, repassará ao Governo Cubano. Os médicos cubanos, que trabalham na Bolívia e na Venezuela, ganham um bônus, mas os que ganham, efetivamente, não ultrapassam a 10% da Bolsa.
E se por acaso ganharem menos que o salário mínimo? Hoje há uma faculdade em Cuba somente para formar em grande escala médicos para trabalharem no exterior. O Ministério Público do Trabalho e o Conselho de Medicina já disseram que entrarão com ações judiciais.
De fato há de se respeitar a nossa legislação, qualquer que seja o país de origem, capitalista ou socialista. A questão não é, portanto também, ideológica, mais o respeito aos direitos estabelecidos na nossa Carta Magna e na legislação trabalhista. Não há previsão legal para este tipo de contrato com o Governo Cubano no meu entender. A questão é, portanto, ética e de soberania e não ideológica ou de xenofobia ou não.
Nada contra os nossos irmãos cubanos, que formam um povo alegre e feliz, mas o respeito às nossas instituições e soberania. Assim como a questão do Revalida, se é uma exigência legal ou não, só o Poder Judiciário é capaz de responder adequadamente à alegação do Conselho Federal de Medicina.
(*) Economista, pós-graduado em Métodos Quantitativos; foi vereador de Fortaleza e presidente da Comissão de Direitos Humanos.
Publicado In: O Povo, de 17/09/2013. p.5.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

INFELICIDADE BATISMAL ROSÁCEA



Em 24/04/2006, a prefeita de Fortaleza inaugurou a primeira fase de um conjunto residencial que recebeu o nome de Rosa Luxemburgo, em homenagem à filósofa marxista, nascida em família judia polonesa, mas naturalizada alemã.
Trata-se a homenageada de uma intelectual e ativista, que pugnou por causas revolucionárias, carregando a bandeira do socialismo, cuja ação política foi exercida na Polônia, no final do século XIX, e na Alemanha, nas duas primeiras décadas do século passado, após obter a cidadania germânica, por meio de um casamento de conveniência.
Nesses dois países, há monumentos erguidos, em sua homenagem, por grupos de esquerda, como um claro reconhecimento dessa mártir do socialismo. Contudo, no Brasil, o conhecimento do papel e, sobretudo, da obra de Rosa Luxemburgo é restrito a circuitos acadêmicos, concentrados em departamentos ligados aos cursos de filosofia ou ciências sociais, de universidades, e entre intelectuais de formação marxista, perfilados entre os partidos políticos, ditos socialistas ou comunistas.
No Ceará, em 2006, poucas pessoas sabiam quem tinha sido Rosa Luxemburgo e a maior parte da população ignorava as razões para denominar, em sua honra, um conjunto de moradia popular localizado no bairro Alto Alegre, na antiga Paupina. Hoje, passados sete anos, mesmo com a divulgação esparsa do nome na mídia, persiste o desconhecimento, sendo mais provável as pessoas intuírem que a denominação teria algo a ver com um tipo de flor ou, quiçá, algum familiar de treinador de futebol.
Os rarefeitos admiradores da notória ativista libertária poderiam ter melhor dignificado esse ícone, divulgando sua produção literária, extramuros da academia, ou erigindo-lhe um busto ou uma estátua, tal como os acadêmicos da UFC, que se mobilizaram e levantaram os recursos a fim de edificarem um monumento a Farias Brito, plantado na Praça da Liberdade, defronte a Igreja de Nossa Senhora das Dores, no Otávio Bonfim. Isto feito sem subvenção ou dinheiro públicos.
Em outubro de 2011, o vereador Plácido Filho (PDT) acusou a Prefeitura de Fortaleza de atropelar o legislativo municipal, ao nomear personalidades estrangeiras a praças e equipamentos públicos, por vezes sem qualquer identificação com o País, o Ceará ou com Fortaleza, a exemplo de Rosa Luxemburgo e Che Guevara.
Espera-se, pois, que o atual prefeito de Fortaleza não incorra nesse mesmo erro da gestão anterior.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Médico e economista em Fortaleza

* Publicado. In: O Povo. Fortaleza, 17 de setembro de 2013. Caderno A (Opinião). p.5.
 

Free Blog Counter
Poker Blog